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Avicultura

Os prós e contras das vacinas autógenas na avicultura

Com investimentos adequados em pesquisa, regulação e desenvolvimento de tecnologias, essas vacinas podem promover uma produção mais saudável e sustentável de aves de postura e frangos de corte.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A avicultura enfrenta desafios constantes relacionados à saúde das aves, tornando a prevenção e o controle de doenças uma preocupação central para a indústria avícola. Nesse cenário, as vacinas autógenas surgem como uma ferramenta promissora, embora apresentem desafios regulatórios para o setor. Com investimentos adequados em pesquisa, regulação e desenvolvimento de tecnologias, essas vacinas podem promover uma produção mais saudável e sustentável de aves de postura e frangos de corte.

Médico-veterinário e mestre em Ciências Animais, José Renato Oliveira Branco: “A forma de armazenamento e a distribuição de vacinas autógenas não se diferencia da vacina inativada comercial, já que toda vacina autógena precisa passar pelo processo de inativação” – Fotos: Renato Lopes/APA

Com sua origem na década de 1990, a vacina autógena foi regulamentada em 2003 no Brasil. A partir dos anos 2000, o mercado para esse imunizante, especialmente para suínos, tornou-se bem estabelecido, mas apenas nos últimos sete anos observou-se um aumento significativo na utilização da vacina autógena em aves. “A forma de armazenamento e a distribuição de vacinas autógenas não se diferencia da vacina inativada comercial, já que toda vacina autógena precisa passar pelo processo de inativação. É importante ressaltar que não existe vacina autógena viva; portanto, sua formulação pode ser à base de óleo ou à base aquosa, e não necessariamente se limita a uma única composição. Para o armazenamento em câmara fria, a temperatura ideal varia de 2 a 8ºC, enquanto a aplicação deve ocorrer após atingir a temperatura ambiente”, explicou o médico-veterinário e mestre em Ciências Animais, José Renato Oliveira Branco, durante sua palestra sobre “Desafios e oportunidades da vacina autógena”, no 21º Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos, realizado em meados de março em Ribeirão Preto (SP).

Entre os principais desafios para seu uso incluem a necessidade de personalização das vacinas para cada granja, o que aumenta a complexidade e os custos de produção. Além disso, a regulação e padronização das vacinas autógenas variam entre os países, dificultando sua aplicação em escala global. Os custos associados à pesquisa, desenvolvimento e produção também podem ser significativos, representando uma dificuldade financeira aos produtores. “O desenvolvimento de vacinas autógenas demanda uma equipe técnica altamente especializada, com profundo conhecimento em saúde animal e expertise laboratorial. A complexidade reside na necessidade de lidar com uma vasta gama de antígenos específicos para cada situação, o que requer uma estrutura laboratorial robusta e um time capacitado. Este é o cerne do desafio que enfrentamos”, enfatizou.

Por outro lado, as vacinas autógenas oferecem oportunidades promissoras. Sua capacidade de se adaptar às cepas locais de patógenos proporciona uma resposta mais precisa e eficaz às doenças específicas enfrentadas por determinadas populações de aves. Isso pode resultar em uma redução do uso de antibióticos na avicultura, ajudando a combater a resistência antimicrobiana e promovendo uma produção mais sustentável. “Enquanto as vacinas comerciais geralmente visam alvos específicos, as vacinas autógenas se destacam como uma alternativa complementar. Elas entram em cena quando as vacinas comerciais não conseguem resolver o problema devido à sua capacidade de oferecer um alto grau de especificidade no controle das doenças”, expôs o especialista.

Médico-veterinário e mestre em Ciências Animais, José Renato Oliveira Branco: “As vacinas autógenas oferecem um alto grau de precisão no combate aos desafios virais e bacterianos, proporcionando uma imunidade robusta às aves”

Além disso, o desenvolvimento contínuo de tecnologias de sequenciamento genético e produção de vacinas abre caminho para inovações mais eficazes e acessíveis. “As vacinas autógenas oferecem um alto grau de precisão no combate aos desafios virais e bacterianos, proporcionando uma imunidade robusta às aves. Ao direcionar especificamente as proteínas presentes nos agentes patogênicos, essas vacinas garantem uma resposta imunológica direcionada e eficaz. Elas são formuladas com base nas características específicas dos patógenos circulantes no momento, como a composição de proteínas de parede e polissacarídeos da E.coli, por exemplo. Isso significa que a vacina autógena contém exatamente os componentes presentes no ambiente da granja, maximizando sua eficácia. O desafio reside em assegurar que esses componentes sejam cultivados e reintroduzidos no campo com o mesmo grau de identidade, garantindo assim sua eficácia máxima”, apontou o médico-veterinário.

Desafios regulatórios

Na opinião do mestre em Ciências Animais, entre os principais desafios regulatórios estão a conciliação entre a NR 50 e a NR 31. “Os profissionais que atuam no setor ainda não estão totalmente familiarizados com o procedimento de notificação, no quinto dia de cada mês, por meio de boletins epidemiológicos, requisitado pelas vacinas autógenas. Embora os laboratórios cumpram essa obrigação, as granjas enfrentam dificuldades em realizar a notificação, criando um impasse entre veterinários e produtores”, pontua Oliveira Branco.

Outro desafio diz respeito à validade das sementes das vacinas autógenas, atualmente estabelecida em 15 meses. O especialista diz que uma possível solução seria permitir que veterinários de granjas requisitassem o uso contínuo da vacina por tempo indeterminado. “Contudo, essa é uma questão regulatória complexa que ainda precisa ser abordada”, reforça.

Além disso, há uma disparidade de entendimento entre os estados em relação à aplicação das normas, tendo interpretação diferentes da NR 31 por fiscais de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, por exemplo. “Uma possível solução seria a implementação de uma padronização para garantir uma abordagem uniforme em todo o país”, sugere Oliveira Branco.

Foco no problema

O principal destaque das vacinas autógenas reside em sua capacidade de focalizar precisamente o problema específico enfrentado. Esse nível de precisão varia conforme a complexidade da situação. “Por exemplo, quando uma vacina convencional para coriza falha em conter o problema devido a razões diversas, muitas vezes relacionadas à mutação do agente patogênico, o anticorpo gerado pela vacina não é capaz de reconhecer efetivamente o agente presente no ambiente. Ao optar pela vacina autógena, o produtor utiliza exatamente a mesma bactéria presente no ambiente, garantindo assim um reconhecimento eficaz. Um exemplo marcante é o sucesso obtido recentemente na avicultura de postura com vacinas autógenas contra astrovírus e adenovírus, destacando-se tanto em vacinas antivirais quanto em vacinas contra reovírus, com focos distintos de atuação”, detalhou o palestrante.

Capacidade limitada

De acordo com o especialista, a escalabilidade da produção surge como o maior desafio enfrentado na indústria. “A complexidade desse desafio está intrinsecamente ligada ao tamanho e capacidade do laboratório. Quanto maior a diversidade de agentes com os quais se trabalha, maior a variedade de microrganismos envolvidos e, consequentemente, a necessidade de propor soluções técnicas diversas”, menciona.

O médico-veterinário explica que o cultivo de um reovírus, de um rotavírus ou de uma Salmonela requer abordagens distintas e ao restringir-se ao trabalho com apenas três ou quatro bactérias, o laboratório enfrenta um conjunto específico de desafios. “No entanto, ao lidar com 30 bactérias diferentes, cada uma exigindo um processo de escalonamento único, e considerando ainda a variabilidade intrínseca dos vírus isolados em campo, a complexidade aumenta significativamente”, frisa, enfatizando: “É essencial que o fabricante compreenda suas próprias limitações e capacidades, definindo até onde pode avançar. Comprometer-se com microrganismos indisponíveis pode representar um risco, portanto, é necessário um planejamento cuidadoso para alcançar os objetivos desejados”.

Desenvolvimento contínuo

Oliveira Branco destaca que a vacina autógena não deve ser encarada como um produto comercial comum, mas sim como uma parceria. “Não se trata apenas de uma transação de compra e venda. Embora a regulamentação na NR 31 imponha testes de inocuidade, esterilidade e controle para microplasma e patógenos estranhos, a eficácia da vacina é aprimorada ao longo do tempo”, pondera.

No ambiente comercial, segundo o especialista em Ciências Animais, é possível ajustar a concentração da vacina e modificar os adjuvantes conforme necessário. “O produtor deve compreender que o desenvolvimento da vacina autógena é um processo evolutivo e contínuo”, ressalta.

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Fonte: O Presente Rural

Avicultura ABPA 10 anos

Uma década de conquistas da avicultura e suinocultura brasileira

À medida que a ABPA celebra essa década de vitórias, fica claro que a entidade não apenas atingiu seus objetivos iniciais, mas está estabelecendo um legado de profissionalismo que continuará a beneficiar o Brasil e o mundo nos próximos anos.

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Fotos: Shutterstock

Ao longo de seus dez anos de existência, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) tem sido um pilar fundamental para o desenvolvimento e a promoção da proteína animal no Brasil. Desde a sua criação, em 2014, a entidade tem alcançado conquistas significativas, abrindo novos mercados e derrubando barreiras comerciais e sanitárias.

Uma das maiores conquistas da ABPA foi a abertura de novos mercados internacionais para a carne de aves e suína brasileira. Com um trabalho incansável de diplomacia e negociação, a ABPA conseguiu firmar parcerias comerciais com países de todos os continentes, aumentando significativamente a participação do Brasil no comércio global de proteína animal.

São várias conquistas nesses dez anos. No mercado internacional, podemos mencionar as diversas aberturas de mercados para os dois setores, como a abertura da Coreia do Sul, Argélia, México, entre outros, além da ampliação e regulamentação de tantos outros como Reino Unido, Filipinas, Singapura, Chile e outros. Nos fortalecemos como maiores exportadores de carne de frango e estamos próximos do terceiro lugar em carne suína”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Sua atuação também contribuiu para a expansão do consumo de proteínas no mercado interno. “No mercado interno, avançamos significativamente em termos de consumo per capita – estamos em 99% dos lares brasileiros, segundo pesquisa recente. Ampliamos nossa capacidade produtiva, chegamos ao segundo posto na produção mundial de carne de frango”, aponta Santin.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “O grande diferencial brasileiro é que a ampla capilaridade das exportações permitem menor dependência de poucos mercados” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O presidente da ABPA lembra que essa expansão teve relação direta com a imagem que o mundo tem da proteína animal brasileira. “Reforçamos nossa estratégia global de imagem e construímos importantes alicerces para o nosso setor por meio de iniciativas como o nosso SIAVS, agora Salão Internacional de Proteína Animal”, menciona Santin.

Novos negócios

O presidente da ABPA destaca que o Brasil tem diferentes cleitnes ao redor do mundo, o que é bom para não depender de apenas poucos compradores. Grandes mercados são determinantes, frisa Santin, mas participar de outros mercados e buscar sempre novas opções é trabalho contínuo da ABPA. “O grande diferencial brasileiro é que a ampla capilaridade das exportações permitem menor dependência de poucos mercados. Mas é claro que temos que ressaltar a grande importância da China, do Japão, da União Europeia, das Filipinas e dos Países do Oriente Médio em nossas exportações. Nestes também miramos o futuro das nossas ações, assim como em mercados com perspectivas positivas e com provável incremento das importações, como Argélia, México, Paquistão e outros”.

Impacto econômico e social

As conquistas da ABPA tiveram um impacto profundo na economia brasileira. A abertura de novos mercados e o aumento das exportações contribuíram significativamente para o crescimento do setor agropecuário, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento econômico nas regiões produtoras. Com a expansão das exportações, milhares de empregos foram criados nas cadeias produtivas de aves e suínos. Desde trabalhadores rurais até profissionais de logística e comércio exterior, o impacto positivo foi sentido em diversos níveis da economia. “A avicultura e a suinocultura são mais que cadeias produtivas: são promotores da segurança alimentar e da geração de renda em todo o país. A ampliação da produção permitiu o fomento à inovação, o fortalecimento da industrialização e a ampliação de oportunidades para produtores e para colaboradores, com mais posto de trabalho nestes núcleos produtivos.  Como cadeia produtiva, todo o entorno é influenciado positivamente, seja para aqueles que suprem estes setores como os comércios e demais negócios nos núcleos urbanos onde estão instalados”, pondera o presidente da ABPA.

Dez anos depois, a ABPA entende que o caminho foi produtivo, mas é preciso continuar avançando. “(Avalio os 10 anos) com satisfação e o entendimento de dever cumprido, mas certos, também, de que há uma longa caminhada pela frente. Avançamos e nos tornamos uma nação de referência para a biossegurança da produção, para qualidade e para a produtividade.  Somos reconhecidos nacionalmente e politicamente por nossa relevância para a economia e o desenvolvimento do país, e estamos na pauta prioritária das ações do poder público. Mas sabemos que, como cadeias produtivas altamente competitivas e estratégicas para o país, devemos seguir avançando constantemente”, cita o presidente da ABPA.

Legado de profissionalismo

Os dez anos de atuação da ABPA foram marcados por conquistas que contribuíram com o setor de proteína animal no Brasil. A abertura de novos mercados, a derrubada de barreiras comerciais e sanitárias e são apenas alguns dos marcos que refletem o sucesso da entidade. O impacto econômico e social dessas ações é evidente, com a geração de empregos, o desenvolvimento regional e o reconhecimento internacional.

À medida que a ABPA celebra essa década de vitórias, fica claro que a entidade não apenas atingiu seus objetivos iniciais, mas está estabelecendo um legado de profissionalismo que continuará a beneficiar o Brasil e o mundo nos próximos anos.

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Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Produtores conhecem mais sobre os 25 da Lar Cooperativa na avicultura

No dia 09 de setembro de 2024, a Lar comemora 25 anos de atuação no setor avícola. Neste período, muitos foram os desafios superados e tantas outras conquistas celebradas, refletindo a resiliência e a capacidade de adaptação da cooperativa. Com uma visão voltada para o futuro, a Lar continua a buscar inovação e excelência em todas as suas atividades, garantindo seu papel de destaque no agronegócio brasileiro e mundial.

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Presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues: "Foram investidos um total de R$ 1,08 bilhão entre 2020 e 2023 para expandir a capacidade de abate diário das quatro plantas indústrias de 691 mil para 1,1 milhão de aves/dia" - Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

“A avicultura tem uma importância enorme para o nosso país, sobretudo para o estado do Paraná, e é ainda mais importante para a nossa região, por ser geradora de empregos e renda”, exalta o presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues na abertura da sua palestra sobre as duas décadas e meia da avicultura da Lar durante o Congresso de Avicultores e Suinocultores O Presente Rural, realizado de forma híbrida em meados de junho.

No dia 09 de setembro de 2024, a Lar comemora 25 anos de atuação no setor avícola. Neste período, muitos foram os desafios superados e tantas outras conquistas celebradas, refletindo a resiliência e a capacidade de adaptação da cooperativa. Com uma visão voltada para o futuro, a Lar continua a buscar inovação e excelência em todas as suas atividades, garantindo seu papel de destaque no agronegócio brasileiro e mundial.

Presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues: “O que nós queremos é ter uma cooperativa que funcione bem”

Ao longo dessas últimas duas décadas, Rodrigues salienta que a cooperativa alcançou importantes marcos dentro da atividade, que a posicionaram entre as maiores empresas agropecuárias da América Latina, entre eles a construção da Unidade Produtora de Pintainhos, eliminando a dependência do mercado para aquisição de pintos de um dia; a separação e ampliação da Unidade Produtora de Recria; a construção e modernização dos incubatórios, com adoção de tecnologias de ponta; o desenvolvimento de parcerias de intercooperação com a Copagril e, mais recentemente, com a Primato; a implantação do segundo turno de produção na Unidade Industrial de Aves (UIA); a introdução de uma segunda linha de abate na UIA; o início das operações aos sábados e domingos, aumentando a capacidade produtiva; a aquisição de três novas unidades industriais de aves; a otimização das plantas de abate, permitindo o processamento de até 1,1 milhão de aves por dia; e o desenvolvimento e expansão da linha de produtos industrializados, incluindo a instalação de uma fábrica de linguiças. “Esses marcos foram fundamentais para o crescimento e a consolidação da indústria avícola da Lar Cooperativa, com foco na inovação e na melhoria contínua dos processos produtivos”, pontua Rodrigues.

A Lar Cooperativa, que completou 60 anos de existência em 19 de março de 2024, é a cooperativa singular que mais emprega no país, com um total de 23.535 mil funcionários, dos quais 19.238 mil atuam na avicultura. Além disso, a cooperativa conta com 13.787 mil associados, reafirmando sua posição como a 2ª maior cooperativa do Paraná e a 3ª maior empresa de abate de aves no Brasil.

Fotos: Divulgação/Lar/Arquivo OPR

A diversificação de atividades é um dos pilares da Lar Cooperativa, que atua na produção de grãos, aves, suínos, leite e ovos. A cooperativa também possui operações no Paraguai há 28 anos e na produção de sementes em Santa Catarina e no Mato Grosso, onde está presente há 22 anos. Com 60 unidades de recebimento de grãos, a Lar registrou um total de 6,7 milhões de toneladas de grãos recebidas em 2023. Além disso, a cooperativa conta com 36 unidades de atendimento ao produtor, garantindo suporte e infraestrutura para seus associados. “O que nós queremos é ter uma cooperativa que funcione bem, que atenda bem o seu associado e que seja um local de trabalho adequado para o nosso quadro de funcionários. Também temos interesse pela comunidade e queremos, junto com as outras cooperativas, construir uma região cada vez melhor e mais próspera”, salienta Rodrigues.

No ano passado, a Lar Cooperativa alcançou uma receita líquida de R$ 21,79 bilhões. Para 2024, a previsão é de R$ 21,50 bilhões, devido à queda na produção de grãos causada por condições climáticas adversas.

Expansão da atividade

Com 2.815 aviários localizados nas regiões Oeste e Norte do Paraná, a Lar conta com 1.337 produtores integrados, abrangendo 81 municípios. A unidade de recria de aves da cooperativa possui capacidade instalada de 2,5 milhões de matrizes por ano, distribuídas em 17 núcleos integrados.

Entre 2020 e 2023, a Lar investiu R$ 114 milhões na instalação de nove núcleos, adicionando capacidade para 1,5 milhão de matrizes por ano. Além disso, a integração de ovos férteis inclui 17 núcleos com capacidade de 1,1 milhão de aves/ano e mais 13 núcleos próprios da cooperativa.

Em Guaíra, os associados da Lar investiram em oito núcleos com capacidade de produção de 92,75 milhões de ovos por ano. Outros núcleos estão localizados em Itaipulândia (três núcleos, 72 milhões de ovos/ano), Matelândia (dois núcleos, 36 milhões de ovos/ano) e São Miguel do Iguaçu (quatro núcleos, 72 milhões de ovos/ano), permitindo à cooperativa que 95% da produção de ovos férteis seja própria. “Nestes núcleos nossos associados investiram cerca de R$ 300 milhões”, frisou Rodrigues.

Para ampliar a capacidade de incubação, a Lar investiu R$ 65 milhões em Santa Helena, aumentando a capacidade para 16 milhões de ovos por mês. Em Itaipulândia, foram investidos R$ 80 milhões, elevando a capacidade para 20,1 milhões de ovos por mês. “Com esses investimentos, a capacidade total de incubação da Lar é de 36,1 milhões de ovos férteis por mês, ou um milhão de ovos por dia, suficientes para a produção de pintainhos necessários para o abate de 1,1 milhão de aves por dia”, evidencia.

Na industrialização e produção de ração, nos últimos três anos, a Lar investiu R$ 416,3 milhões para aumentar a capacidade para 115 mil toneladas por mês. Com sete indústrias, a capacidade total de produção de ração é de 260 mil toneladas/mês. “Para essa produção, são necessários 28,8 milhões de sacas de milho e 555 mil toneladas de farelo de soja por ano, resultando na entrega de 165 mil cargas de ração por ano, totalizando 2,5 milhões de toneladas de ração anualmente”, detalha o presidente da Lar.

Investimento em expansão e modernização

Entre 2020 e 2023, a Lar Cooperativa realizou investimentos significativos para ampliar sua capacidade de abate de aves. Foram aplicados R$ 290 milhões na Unidade Industrial de Aves em Matelândia, elevando o abate diário de 332 mil para 500 mil aves, operando sete dias por semana. Em Cascavel, um investimento de R$ 104,7 milhões aumentou a capacidade de abate diário de 150 mil para 225 mil aves, também operando todos os dias da semana.

Na Unidade Industrial de Aves em Rolândia, foram investidos R$ 298,5 milhões para elevar o abate diário de 163 mil para 195 mil aves, funcionando seis dias por semana. Já em Marechal Cândido Rondon, um aporte de R$ 387 milhões aumentou o abate diário de 161 mil para 195 mil aves, também com operação de seis dias por semana. “Foram investidos um total de R$ 1,08 bilhão entre 2020 e 2023 para expandir a capacidade de abate diário das quatro plantas indústrias de 691 mil para 1,1 milhão de aves/dia”, detalha.

Além dos investimentos em abate, a Lar também ampliou e renovou sua frota de caminhões. De 2021 até maio de 2024, foram investidos R$ 120 milhões na aquisição de 277 veículos. Segundo o presidente da Lar Cooperativa, de 2016 a 2023 a cooperativa investiu um total de R$ 2,48 bilhões em recria de aves, incubatórios, indústrias de rações, aquisições de unidades industriais avícolas, ampliações de abate e renovação de frota.

A cadeia produtiva da Lar envolve um capital de giro de R$ 1,3 bilhão por mês para aquisição de grãos. O custo operacional diário das quatro unidades industriais é de R$ 4 milhões, refletindo a magnitude e a eficiência da operação da cooperativa.

Dimensão atual

Atualmente, são processadas 1,1 milhão de aves por dia, totalizando 29,5 milhões de aves por mês. Isso gera 74 mil toneladas de produto acabado e mais 3,5 mil toneladas de industrializados por mês. Desse volume, 63% fica no mercado interno e 37% é exportado. Em termos de faturamento, 55% vêm do mercado interno e 45% do mercado externo.

Os principais destinos da produção da Lar no Brasil são Rio de Janeiro (19,54%), São Paulo (14,19%), Paraná (15,44%), Santa Catarina (14,74%) e Rio Grande do Sul (11,65%), totalizando 75,55% do volume de vendas. Os outros 24,45% são destinados aos demais estados brasileiros. No mercado externo, os principais destinos são China, União Europeia, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Coreia do Sul, México, África do Sul, Japão, Reino Unido e Singapura. Com habilitação para exportar para 151 países, já embarca seus produtos para mais de 90 países.

Investimentos até 2026

Até 2026, Rodrigues adianta que estão previstos novos investimentos. Para os integrados no Oeste do Paraná, serão quatro núcleos para recria de aves com capacidade para 130 mil matrizes/galos, com um investimento de R$ 75 milhões, e 4 núcleos para ovos férteis com a mesma capacidade, com um investimento de R$ 100 milhões, totalizando R$ 275 milhões.

No Oeste do Paraná, a Lar também planeja a ampliação da capacidade de congelamento na Unidade Industrial de Aves em Marechal Cândido Rondon, a conclusão da subestação de energia da Unidade Industrial de Aves em Cascavel, tratamento de efluentes e reuso da água nestas mesmas unidades; além de uma unidade premix para atender fábricas de rações e automação de processos nas indústrias.

No Norte do Paraná, haverá a instalação de um incubatório com capacidade de oito milhões de ovos, totalizando um investimento de R$ 390 milhões. Além disso, Rodrigues antecipa que há a oportunidade de operar as Unidades Industriais de Aves em Rolândia e Marechal Cândido Rondon também aos domingos.

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Avicultura

A solidificação das carnes suína e de frango no mercado externo

A ABPA apoia as ações promovidas pelo Governo Federal, especialmente pelos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, para a ampliação e conquista de novos mercados.

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Nos últimos 10 anos, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) desempenhou um papel fundamental na abertura de novos mercados para as carnes de frango e suína brasileiras. Com uma atuação proativa e estratégica, a ABPA conseguiu expandir significativamente as exportações, consolidando a presença do Brasil no cenário global.

Em colaboração ao governo brasileiro, a ABPA focou na abertura dos mercados diversos, ampliando ainda mais a abrangência geográfica das exportações brasileiras. Essas conquistas reforçaram a capacidade do Brasil de atender a uma demanda global diversificada.

A participação em feiras como a Gulfood em Dubai, a Foodex no Japão e a SIAL na França permitiu que a ABPA promovesse os produtos brasileiros para um público global, gerando novos negócios e parcerias estratégicas. “A ABPA apoia as ações promovidas pelo Governo Federal, especialmente pelos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, para a ampliação e conquista de novos mercados. Participamos de missões em conjunto, construímos bases informacionais e apoiamos o desenvolvimento de estratégias para avançar e superar desafios que são impostos nestes processos. Promovemos seminários, ações em grandes feiras globais, campanhas em mercados estratégicos e diversas outras iniciativas. Fortalecemos as marcas internacionais dos setores e reforçamos o reconhecimento aos nossos atributos, em especial, sobre sustentabilidade, qualidade e sanidade da produção”, sustenta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Mercados exigentes

O atributos da produção brasileira, explica Santin, permitiram ao país acessar mercados mais exigentes do mundo. “Varia de acordo com o perfil do mercado. Se falamos de produtos halal, a Arábia Saudita e a Malásia são expoentes neste quesito. Se a questão é customização e parâmetros sanitários, o Japão é o que detém os mais elevados níveis de exigência, assim como a China. Mas se a abordagem for critérios que remetem ao protecionismo, a União Europeia é o principal exemplo”, revela Santin.

Mercados promissores

Além de mercados exigentes, o Brasil mira outros mercados para solidificar sua posição como importante player global da proteína animal. “O mercado é dinâmico, mas é possível indicar que os mercados mais promissores, atualmente, estão especialmente na Ásia, Oriente Médio e o entorno caribenho, com destaque para o Japão, Filipinas, Argélia, México e República Dominicana”, sustenta.

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