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Os desafios para suprir a falta de grãos

Nesta entrevista, o presidente da FAESC, fala sobre os desafios dos produtores rurais, destaca as expectativas para a safra de grãos neste ano e comenta as alternativas para resolver o problema da escassez do milho.

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José Zeferino Pedrozo / Divulgação.

A busca por volume e qualidade na produção de alimentos vem colocando Santa Catarina na vanguarda mundial do agronegócio. O estado é o maior produtor nacional de suínos, o segundo maior produtor de aves e arroz, o quarto maior produtor de leite, além de se destacar em outras atividades do agro.

Com 31% do Produto Interno Bruto (PIB), o agronegócio catarinense conta com cadeias produtivas organizadas e focadas na qualidade, tanto que tem acesso aos mercados mais exigentes do mundo. No entanto, enfrenta grandes desafios como, por exemplo, a escassez de milho e a falta de logística adequada para importação de grãos, o que pode trazer consequências para manter a produtividade das agroindústrias.

Nesta entrevista, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, fala sobre os desafios dos produtores rurais, destaca as expectativas para a safra de grãos neste ano e comenta as alternativas para resolver o problema da escassez do milho.

Quais os grandes desafios dos produtores rurais para 2021? A alta nos preços dos alimentos beneficiou os produtores ou ainda há desequilíbrio em relação aos custos?

José Zeferino Pedrozo – O nosso Estado conta com três grupos de produtores. O primeiro, que vive um bom momento, é aquele que se dedica à produção de grãos e comercializa. O segundo está em uma situação relativamente tranquila, pois produz cereais e transforma para utilizar na propriedade. Já, o terceiro vive uma situação mais vulnerável porque precisa comprar insumos de fora para garantir sua produção de carne ou leite.  Até o momento tem existido margem para que todos conquistem um resultado favorável, mas notamos que os custos vêm se agravando cada vez mais, aumentando as dificuldades para quem não tem produção própria de grãos.

 Qual a expectativa para a safra de grãos no Estado neste ano? A estiagem deve impactar na produtividade?

José Zeferino Pedrozo – Santa Catarina terá dificuldades principalmente no setor de milho, pois viveu drama da estiagem. Se não bastasse isso, ainda há o problema da cigarrinha-do-milho que trouxe prejuízos de várias dimensões, desde pequenos até alarmantes. A nossa dependência para abastecimento de milho no Estado é histórica. Necessitamos de 7 milhões de toneladas para alimentar os nossos plantéis e a produção interna deste ano, que era prevista para uma colheita de 2,7 milhões de toneladas, baixou para 1,7 milhão de toneladas.

 Como resolver o problema de escassez do milho em Santa Catarina?

José Zeferino Pedrozo – Como já mencionei, esse é um problema histórico! Santa Catarina tem seu território limitado para plantação de milho, mas por outro lado é um estado que se destaca com grandes produções de carnes de pequenos animais já consolidadas nacional e internacionalmente. Temos mão de obra diferenciada. Somos exímios produtores de carne, mas não temos insumos. Quando vêm as crises de abastecimento no Estado, as agroindústrias estão preparadas, pois elas têm poder de barganha. Mas os produtores rurais precisaram se adaptar. Hoje, o produtor está muito mais consciente sobre gestão e finanças. Antigamente, ganhava muito dinheiro em uma época e perdia em outra, pois não fazia reservas. Estamos em uma situação complicada de dependência de milho porque não produzimos o suficiente. Nossa preocupação é com o futuro do produtor e com a indústria de proteína animal. Precisamos pensar políticas que melhorem a nossa produção e a logística de abastecimento. 

Santa Catarina já perdeu posição para o Paraná na produção de aves e está perdendo também na suinocultura. Por quê? Faltam políticas de incentivo aos produtores?

José Zeferino Pedrozo – O Paraná é um grande produtor de cereais e, no passado, quando Santa Catarina precisava de grãos buscava no estado vizinho, que é pertinho. No entanto, as cooperativas e outras empresas do Paraná hoje são altamente industrializadas. Não temos como competir porque não temos insumos. Se tivéssemos continuaríamos na vanguarda da avicultura e não correríamos riscos de perder a posição de liderança na suinocultura. 

O que fazer para manter os produtores de leite e ampliar a produção em SC? O senhor vê possibilidade de exportação em curto prazo?

José Zeferino Pedrozo – Santa Catarina teve um crescimento constante nos últimos anos na produção leiteira. Mas, temos uma deficiência que não é somente nossa e impacta outros estados também. Nosso custo de produção de leite é maior do que de outros países do Mercosul. Na pequena propriedade temos condições de competir, mas nos na falta escala. SC já produz muito mais do que consome. A nossa agroindústria está numa posição confortável porque pratica a lei da oferta e da procura. O preço sobe e eles aumentam também para o produtor. Acontece o inverso quando os preços caem. Estamos trabalhando para melhorar cada vez mais a qualidade do leite produzido aqui no estado. Precisamos organizar a cadeia produtiva para que possamos ser competitivos internacionalmente.

  Além do leite, quais as cadeias que têm potencial para exportação no Estado?

José Zeferino Pedrozo – Em Santa Catarina o agro não parou e teve lugar privilegiado nas cifras exportadas. A exportação de suínos e aves segue em alta. Temos produção de leite e estamos tentando abrir novos mercados. O mel da pequena propriedade tem grande potencial.

O governo de Santa Catarina anunciou recentemente investimentos de R$ 24 milhões para incentivar o cultivo de cereais de inverno. Qual é a importância disso para ampliar a produção de milho? 

José Zeferino Pedrozo – Com esses investimentos temos condições de ampliar, mas não vamos resolver o problema da escassez de insumos para os nossos planteis. Temos participado do Fórum do Milho e debatido com muita força, mas o que precisamos é de uma estrutura para o transporte dessa matéria-prima em condições mais vantajosas. Hoje com a distância temos que buscar alternativas. Nossa expectativa de buscar milho do Paraguai é interessante, mas precisamos melhorar a nossa logística. Ainda não vemos uma luz no fim do túnel para o abastecimento de milho no Estado.

Fonte: Assessoria

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira

Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

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A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel

Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.

Exemplo

O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.

Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.

A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.

 

Fonte: Assessoria Coopavel
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro

Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

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A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.

Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol

Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.

Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.

Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.

Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.

A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.

Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”

Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.

“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.

Atrações

Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.

“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.

Critérios de avaliação

Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.

Fonte: Assessoria Copacol
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais

Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

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A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.

Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .

Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .

Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .

A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .

Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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