Empresas Lesões articulares
Os desafios com a Reovirose e os impactos no abatedouro
Para frangos de corte medidas de biosseguridade e altos níveis de anticorpos maternais são fundamentais para proteger as aves nas primeiras semanas de vida

Artigo escrito por Josias Rodrigo Vogt – Assistente Técnico | Zoetis – Aves
O Reovírus aviário pertence à família Reoviridae e ao gênero Orthoreovirus. O vírus possui RNA de fita dupla e não possui envelope, o que confere maior resistência aos desinfetantes em geral. O vírus pode ser rapidamente disseminado em todo o ambiente de criação. A maioria das cepas encontradas no campo não são virulentas. Porém, pelas características próprias dos vírus RNA, as cepas podem sofrer alterações ou mutações, tornando-se virulentas. (Martins, 2000).
- Representação esquemática do Reovírus. Fonte: Pavoni et al., 2018. Avian reovirus infection: an overview.
Algumas cepas podem ser transmitidas verticalmente, porém a transmissão horizontal é a mais frequente na produção avícola. O vírus pode infectar as aves tanto pelo trato respiratório, digestivo ou por lesões na pele. Nenhum tecido é considerado alvo específico, entretanto, o Reovírus possui maior tropismo para replicação no intestino, articulações, fígado e pâncreas. O Reovírus pode ficar latente por longos períodos, principalmente nas tonsilas cecais e articulações. A idade da ave é um fator importante para a manifestação dos sinais clínicos, sabe-se que quanto mais jovem a ave se infecta, mais graves serão as lesões clínicas. (Martins & Resende, 2009).
Os quadros mais comuns associados à infecção de Reovírus nas aves são: artrite/tenossinovite, síndrome da má absorção e imunossupressão. As lesões articulares têm severidade aumentada nas aves pesadas, devido ao maior esforço articular. As aves doentes têm dificuldade locomotora e andar claudicante em consequência do edema e dor articular. O processo inflamatório articular (edema) pode impedir o trabalho dos tendões que travam e não deslizam pelas bainhas tendinosas. O travamento dos tendões, já fragilizados pelo edema, pode resultar na sua completa ruptura. Essas alterações conferem um quadro popularmente conhecido como “joelho verde” gerando um aspecto repugnante nas carcaças para consumo. (Sellers, 2017).
- (A) Lesões clínicas de frangos de corte com 14 dias de idade com artrite/tenossinovite
- (B) ruptura do tendão flexor digital em frango de corte com 32 dias
- (C) lesão observada no frigorífico conhecida como “joelho verde” em ave com 42 dias
Lesões clínicas de frangos de corte com 14 dias de idade com artrite/tenossinovite (A); ruptura do tendão flexor digital em frango de corte com 32 dias (B); lesão observada no frigorífico conhecida como “joelho verde” em ave com 42 dias (C). Fonte: Adaptado de Sellers, 2017.
Nos últimos anos, no Brasil, em frangos de corte, observou-se um aumento significativo de condenas nos frigoríficos por artrite/tenossinovite com a presença de edema unilateral ou bilateral na região da articulação tibiometatársica. Alguns autores consideram a artrite como como a 4ª maior causa de condenações parciais no Brasil.
A presença de aves com artrite/tenossinovite ocasionadas ou não por Reovirose, obrigatoriamente exige a condenação parcial ou total, dependendo do comprometimento do estado da carcaça (RIISPOA, 2017). O corte deve ser realizado na articulação acima da área afetada, influenciando significativamente na tonelagem condenada e tornando-se um grande problema principalmente para empresas que produzem frango inteiro do tipo griller (devido ao baixo aproveitamento de carcaças). Em consequência, observa-se redução da velocidade de abate devido a necessidade de retirada das carcaças afetadas da linha para direcioná-las à linha do DIF (Departamento de Inspeção Final).
Nos últimos anos algumas empresas optaram pela não utilização das vacinas de Reovírus nas matrizes e visualizaram aumento nos percentuais de condenas por artrite/tenossinovite no frango de corte associado ao aumento nos diagnósticos de Reovirose, tornando necessário reavaliar tal ação. Portanto, o olhar integrado entre os veterinários de matrizes e frango de corte é fundamental para o controle da enfermidade, considerando que os pintos dependem dos anticorpos maternais para se protegerem na fase mais suscetível contra o desafio horizontal. Além disso, os impactos já mencionados no frigorífico precisam ser quantificados e demonstram viabilizar a utilização constante dos programas de imunização.
Diagnóstico
Fechar o diagnóstico de Reovírus não é tarefa fácil. Tanto a sorologia positiva como seu isolamento são indicativos de sua presença e a existência de atividade viral, nada mais. Portanto, o diagnóstico presuntivo da artrite viral é baseado principalmente nos sinais clínicos e lesões macroscópicas. O exame histopatológico é fundamental para assegurar que a lesão é compatível com infecção viral. Os órgãos de eleição para essa análise são tendões e articulações, coração e intestinos. Os métodos moleculares (RT-PCR) também podem ser utilizados para a detecção de Reovírus em tecidos infectados. Porém, a metodologia de sequenciamento do genoma está sendo mais utilizada com objetivo epidemiológico do que diagnóstico, permitindo a classificação filogenética dos isolados de Reovírus de uma determinada empresa. (Cardoso, 2020; Nicholds & Sellers, 2020).
Prevenção
Para frangos de corte medidas de biosseguridade e altos níveis de anticorpos maternais são fundamentais para proteger as aves nas primeiras semanas de vida contra a reovirose. Nas matrizes os principais objetivos da vacinação são: prevenir a transmissão vertical, transmitir anticorpos para a progênie e prevenir a doença clínica. As cepas mais comuns presentes nas vacinas são: S1133 tanto em vacinas vivas como inativadas; 1733, 2177 e 2408 ambas em vacinas inativadas. As cepas foram isoladas de diferentes quadros de tenossinovite e síndrome de má absorção. (Jones, 2000; Palomino-Tapia et al., 2018). Os programas de vacinação variam, podendo ser utilizadas vacinas inativadas (1 ou 2 doses), apenas vacinas vivas, ou a combinação de ambas. Regiões de alto desafio podem utilizar a estratégia de hiper-imunização das matrizes, com duas doses da vacina inativada, para produzir e transferir altos níveis de anticorpos à progênie.
Portanto, o conhecimento do agente etiológico, métodos assertivos para realização do diagnóstico e ferramentas de prevenção são essenciais para manter os desafios de Reovirose sob controle e reduzir os impactos da doença nas plantas frigoríficas.
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Aurora Coop inaugura indústria de frango griller em Tapejara
Unidade recebeu investimentos totais de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação.

Foi oficialmente inaugurada na terça-feira (18) a ampliação e modernização do Frigorífico Aurora Coop Tapejara I (FATA I), localizado na Linha São Silvestre, município de Tapejara (RS). A unidade recebeu investimentos totais de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação.
A modernização do FATA I representa um marco para a economia regional. A reforma ampliou a área construída para 18,5 mil metros quadrados e revitalizou 74% da estrutura, o frigorífico retorna praticamente como uma nova indústria. A capacidade de abate aumenta em 80%, chegando a 10 mil aves/hora, abastecidas por produtores rurais integrados da região, fortalecendo a cadeia produtiva local. A diversificação do mix, que prioriza frango Griller e cortes temperados, amplia oportunidades de mercado e valor agregado. Com certificação SIF e Halal, a unidade passa a exportar para o Oriente Médio e outros mercados, projetando faturamento anual de R$ 238 milhões.

A indústria recebeu investimentos totais da ordem de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação – Fotos: Sara Bellaver/MB Comunicação
O impacto social é expressivo: a unidade inicia com 520 empregos diretos, podendo chegar a 980 com o segundo turno. Considerando os indiretos, serão mais de 1.500 novos postos de trabalho, todos com recrutamento regional. Os municípios do entorno também serão beneficiados com R$ 2,95 milhões anuais em ICMS, impulsionando serviços, comércio e renda.
Aurora Coop em crescimento
Em seu pronunciamento, o presidente Neivor Canton realçou que a Aurora Coop está presente no Rio Grande do Sul desde 2001, mantendo uma base produtiva, no campo, formada por 9.585 produtores rurais. Em relação a Tapejara declarou que “a Aurora Coop, cumprindo com o seu dever, após ter feito a aquisição das unidades industriais da empresa Agro Danielli, de imediato cuidou de fazer uma ampliação, recuperando em muito a capacidade produtiva da unidade de São Silvestre. Esta unidade passa a produzir o frango griller voltado mais especificamente para o mercado árabe de consumo, aos países do Oriente Médio, para o qual estamos completando o nosso portfólio de produto de preferência daquele consumidor”.
O diretor industrial Christian Klauck apresentou todas as informações sobre os investimentos realizados na unidade, destacou a aplicação

Em seu pronunciamento, o presidente Neivor Canton realçou que a Cooperativa Central está presente no Rio Grande do Sul desde 2001, mantendo uma base produtiva, no campo, formada por 9.585 produtores rurais
de R$ 60 milhões em sistemas ambientais que garante operação sustentável, com tecnologia avançada, eficiência energética e tratamento moderno de efluentes. A gerente do Frigorífico Aurora Tapejara I (FATA I) Keli Delazeri discorreu sobre o início da operação, a geração de empregos e as características do funcionamento da unidade.
Participaram da cerimônia a diretoria da Aurora Coop e os dirigentes das cooperativas filiadas. Também prestigiaram o ato o representante do governador Eduardo Leite, secretário do de trabalho e desenvolvimento profissional do Rio Grande do Sul, Gilmar Sossella; o senador Luis Carlos Heinze, o prefeito de Tapejara, Evanir Wolff e o vice-prefeito Rodinei Bruel, o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Eduardo de Oliveira, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do Ministério da Agricultura Juliana Satie, o secretário de Turismo Ronaldo Santini e o Secretário de Agricultura Eduardo Bortolotto, entre outras autoridades.
O novo FATA I consolida Tapejara e o noroeste gaúcho como polos estratégicos da produção avícola, combinando desenvolvimento econômico, inovação industrial e responsabilidade ambiental.
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Aniversário de 36 anos da Credicoamo é marcado por lançamentos
Dia de celebrar uma história de cooperação, solidez e compromisso com o desenvolvimento financeiro dos associados.

Na manhã desta segunda-feira (17), as comemorações pelos 36 anos da Credicoamo movimentaram a Administração Central e as agências no Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Dia de celebrar uma história de cooperação, solidez e compromisso com o desenvolvimento financeiro dos associados. A Credicoamo nasceu do propósito de oferecer mais do que crédito, nasceu para formar uma cultura de prosperidade e gestão eficiente de recursos.
Gestão eficiente de recursos, inclusive, foi o tema abordado na palestra deste ano, que contou com o professor Reinaldo Domingos, referência nacional em educação financeira. “Esse ecossistema entre empresa do agronegócio e empresa-família precisa ter conexões suficientes para poder gerir recursos com sustentabilidade, resultados positivos e sonhos realizados”.
Antes da palestra, o presidente Executivo da Credicoamo, Alcir José Goldoni, deixou sua mensagem, evidenciando o dia de gratidão e emoção. Convidou os presentes a acompanharem um vídeo, que fez o público voltar ao ano de 1989, em que, o Diretor Administrativo-Financeiro da Coamo, Antonio Sérgio Gabriel, fazia a leitura da criação da Credicoamo. Goldoni aproveitou o momento festivo para reconhecer e homenagear o diretor pelo empenho e seriedade na constituição da cooperativa.
O idealizador e presidente do Conselho de Administração da Coamo e da Credicoamo, José Aroldo Gallassini, relembrou momentos da fundação da cooperativa de crédito, contando que ela surgiu para propiciar uma vida financeira segura e próspera aos associados.
Estiveram presentes no aniversário, em Campo Mourão (PR), associados, conselheiros, diretores e convidados.
Atos que constituíram o aniversário

Educação Financeira: Após a palestra, o diretor Financeiro e Riscos, Elton Alexandre Scramocin, lançou o Programa de Educação Financeira da Credicoamo, reforçando o propósito de formar uma cultura financeira sólida, consciente e sustentável entre os associados e suas famílias. O assunto já faz parte do dia a dia da cooperativa de crédito e agora ganha o reforço de uma plataforma (acesse aqui). “Contamos com o apoio e utilização da plataforma para desenvolvermos uma vida financeira sustentável”, destacou o diretor.
Divulgação da 3ª edição do Aniversário Automotivo: Feita pelo diretor de Negócios Dilmar Antônio Peri, o qual reforçou as condições especiais de financiamento de veículos, prazos ampliados e taxas diferenciadas, sendo uma oportunidade exclusiva aos associados.
Lançamento do consórcio: Dilmar falou do novo produto, que representa uma forma inteligente de conquistar patrimônio, sem custo financeiro adicional, fortalecendo o planejamento e o uso eficiente dos recursos. “Nós queremos realizar os sonhos dos associados, com condições muito especiais”, afirmou Dilmar.
Lançamento do programa de relacionamento Bônus de Seguro: Na renovação do seguro contratado em 2025, será conferido um bônus que será concedido no mês seguinte ao pagamento, como forma de valorização da parceria e confiança depositada na Credicoamo Seguros, explicou o presidente Executivo Alcir José Goldoni. “As boas notícias apresentadas nesta manhã cooperam por um mundo próspero, sendo gratificante poder divulgar produtos e serviços benéficos ao associado”, finalizou o presidente.
No canal do Youtube da Coamo, confira a palestra e mais detalhes do aniversário:
https://www.youtube.com/watch?v=HZo4slCC39M
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Vetanco Brasil anuncia a contratação de Ana Luiza Lora como Coordenadora Técnica de Biológicos
Com trajetória iniciada no setor de avicultura, ela assumiu a função em agosto e traz experiência adquirida em uma empresa do Paraná, reconhecida pela forte atuação na exportação de proteína de frango e por sua cadeia de produção integrada e controlada, do campo ao varejo.

A médica-veterinária Ana Luiza Lora é a nova Coordenadora Técnica de Biológicos da Vetanco do Brasil. Com trajetória iniciada no setor de avicultura, ela assumiu a função em agosto e traz experiência adquirida em uma empresa do Paraná, reconhecida pela forte atuação na exportação de proteína de frango e por sua cadeia de produção integrada e controlada, do campo ao varejo.
Ao longo de sua carreira, acumulou sólidos conhecimentos atuando como extensionista e sanitarista de frango de corte. Na Vetanco, seu foco será a plataforma Biotech Vac, uma das grandes inovações da companhia. Entre seus avanços mais recentes, destaca-se a Biotech Vac Salmonella, considerada a vacina mais inovadora do mercado no controle das salmonelas paratíficas.
Ana Lora é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e possui pós-graduação em Sanidade Avícola pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), formação que complementa sua experiência prática e reforça sua qualificação para atuar na linha de biológicos da empresa.
Com sua chegada, a Vetanco reafirma o compromisso de seguir inovando no desenvolvimento de soluções para a saúde animal, fortalecendo sua equipe técnica e ampliando sua atuação junto ao setor avícola brasileiro.







