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Orgulho da Terra premia agricultores que adotam boas práticas na produção
Em depoimento para os homenageados, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que, ao unir produção e sustentabilidade, os produtores paranaenses tornam o agronegócio do Estado cada vez mais competitivo.

Produtores rurais e técnicos agrícolas comprometidos com as boas práticas do agronegócio, que levam em conta os pilares social, ambiental e econômico, receberam na quinta-feira (30) o Prêmio Orgulho da Terra 2023. A premiação homenageou 20 personalidades, entre produtores de 17 categorias e especialistas que contribuem com o desenvolvimento do setor no Paraná, além da Personalidade do Ano Orgulho da Terra.

Fotos: Divulgação/IDR-Paraná
Em depoimento gravado para os homenageados, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que, ao unir produção e sustentabilidade, os produtores paranaenses tornam o agronegócio do Estado cada vez mais competitivo. “O Paraná é, hoje, exemplo em sustentabilidade e também na produção de alimentos de qualidade para a nossa população e para toda parte do mundo. O bom momento que o Paraná vive é fruto desse trabalho e dessa união, que faz uma agricultura de ponta que consegue produzir respeitando o meio ambiente”, disse.
Lançado em 2021, o Orgulho da Terra é uma iniciativa do Grupo RIC, em parceria com o Governo do Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), e com o Sistema Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. O prêmio é apresentado pela Coamo, tem patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Globoaves e C.Vale.
“A gente sempre ouve falar muito da força do agronegócio do Paraná, mas às vezes esquece das pessoas que estão por trás disso. Esse é um prêmio que nos orgulha muito, porque reconhece as pessoas que no seu dia a dia desenvolvem práticas fantásticas, que ajudam muito na produção paranaense”, afirmou o presidente do Grupo RIC, Leonardo Petrelli.
Esta edição teve como tema Desenvolver sem Esgotar, destacando a importância da produção sustentável em 17 categorias: Aves, Feijão, Bovinocultura de Leite, Suínos e Piscicultura, Agricultura Orgânica, Agroindústria, Café, Bovinocultura de Corte, Inclusão Social, Mulheres no Agro, Sericicultura, Soja e Milho, Sucessão, Tecnologia, Turismo Rural e Erva-Mate.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou o conjunto das cadeias produtivas, que fazem com que a produção paranaense se destaque. “É

sempre agradável e útil, faz bem aos negócios, incentivar, motivar, distinguir e premiar aqueles que, de alguma forma, se sobressaem nesse processo, principalmente por congregarem a produção a técnicas adequadas e sustentáveis”, salientou.
O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance, ressaltou que o prêmio também reforça o trabalho dos técnicos e extensionistas rurais paranaenses. “Esse trabalho mostra que é possível fazer uma agricultura competitiva, que gera renda, sem desmerecer a natureza e a sustentabilidade”, disse. “É um estímulo para os agricultores e para aquele profissional, nosso colega, que está lá na ponta lutando para que os produtores adotem essas práticas”.
Prêmio
O prêmio recebeu a indicação de 58 nomes do setor, e o processo de avaliação movimentou dezenas de técnicos extensionistas e pesquisadores de instituições públicas e associativistas ligadas ao agronegócio do Paraná.
Os homenageados foram escolhidos por um comitê formado por técnicos da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná (Fetaep).

Cases
Produtor de erva-mate sombreada em Cruz Machado, Edvino Domianski foi premiado na categoria Erva-Mate, que foi incluída neste ano na premiação. “É um orgulho muito grande, um grande reconhecimento pelo trabalho que fazemos na propriedade, é muito gratificante”, disse. “Nossa erva é produzida junto com a mata nativa. Com o aquecimento global, é preciso preservar mais a natureza e as árvores nativas, e é dessa forma que produzimos erva-mate”.
Valdeir Martins recebeu a homenagem na categoria Bovinocultura de Leite por adotar uma série de práticas na propriedade de Londrina, que inclui a implantação de um biodigestor para gerar energia a partir dos dejetos dos animais, além de abastecer o local com energia fotovoltaica. “A gente faz o que faz por amor, com vontade de acertar, tentando tornar a propriedade e a atividade mais sustentáveis. O reconhecimento de uma premiação vem mostrar que a gente está no caminho certo”, afirmou.
Além dos premiados em cada categoria, uma votação que envolveu mais de 1,1 mil profissionais do agro escolheu o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneghetti, como a Personalidade do Ano Orgulho da Terra.
Ric Rural
Após a definição dos premiados, as 17 propriedades receberam a equipe de produção do programa RIC Rural. O jornalista Sérgio Mendes percorreu mais de 5 mil quilômetros para

gravar as reportagens, que serão transmitidas no programa, que vai ao ar aos domingos, até o dia 17 de dezembro.
O RIC Rural é exibido pela RICtv Record e também fica disponível em seu canal no YouTube. O programa tem boletins diários nas rádios Jovem Pan News, do Grupo RIC. O portal R7 fará a divulgação nacional do prêmio, dando visibilidade às propriedades premiadas.
Confira os vencedores:
Aves
Ilseu Peretti
Bovinocultura de Corte
Auro Kaid Bazo
Bovinocultura de Leite Grande
Nico e Ellen Biersteker
Bovinocultura de leite
Valdeir Martins
Piscicultura
Maikon Hilgert
Agricultura Orgânica
Odete da Luz de Paula Silva
Agroindústria
Miguel Gomes Celestino
Café
Thadeu Luciano Batista
Feijão
Juliano Gurkowski
Inclusão Social
Neide Batista Gonçalves de Oliveira
Mulheres no Agro
Sonia Mara de Oliveira
Sericicultura – criação de bicho-da-seda
Lucineia Furlan Alves
Soja e Milho
Claudio Vicente D’Agostini
Sucessão
Fernando Rosetto
Tecnologia
Antonio Jung
Turismo Rural
Carolina de Paula Baptista
Erva-Mate
Edvino Domianski
Feijão Grande
Nelson André de Bortoli
Piscicultura Grande
Maria Regina Rodrigues Varolo
Suíno
Arlindo Teixeira de Almeida Junior

Notícias
Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional
Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.
Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves
A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.
A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.
Fatores que influenciam mercado
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.
1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves
Fatores de alta:
- Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
- Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.
Fatores de baixa:
- Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
- Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
- Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
- Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.
2. Oferta e mercado interno
Fatores de alta:
- Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
- Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.
Fatores de baixa:
- Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.
3. Safra e clima
Fatores de baixa:
- Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

Foto: Claudio Neves
ciclo 2025/26;
- Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.
Acordo China-EUA
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.
Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra
Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.
No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.
Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.
No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon
lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.
O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.
No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.
A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro
Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.
No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.
Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.
A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil
Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.
Planilha de Custos
Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS



