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Órgãos trabalham para reduzir aplicações nas lavouras

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Os irmãos Odário e Bruno Webber, da Linha Guarani, interior de Marechal Cândido Rondon, plantaram neste ciclo seis alqueires e meio de soja. A semeadura aconteceu dias 08 e 09 de outubro e, nos próximos dias, devem fazer a primeira aplicação de inseticida para combater pragas da lavoura. No ano passado, na safra de verão, eles também aplicaram pouco produto químico nas suas áreas. Foram duas interferências contra pragas e uma de fungicida. Conforme o coordenador regional de Meio Ambiente do Instituto Emater em Toledo, Adalberto Telesca Barbosa, a maioria dos agricultores tem entrado na lavoura com cerca de 5,5 aplicações na safra de verão. Os Webber reduziram esse número ao darem ênfase ao manejo integrado da soja, que também executam no milho safrinha. 
Órgãos de governos e entidades estão trabalhando mais assiduamente para que exemplos como o dos irmãos rondonenses se multipliquem. No Paraná, a Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento lançou a campanha Plante Seu Futuro, que visa elevar o Estado a um novo patamar de sustentabilidade com a conscientização de produtores e técnicos para que eles adotem práticas sustentáveis de plantio e de condução das lavouras. A iniciativa visa a retomada de técnicas já conhecidas do agricultor como o Manejo Integrado de Solos e Águas, Manejo Integrado de Pragas, Manejo Integrado de Doenças, Manejo Integrado de Plantas Invasoras, Tecnologias de Aplicação de Agrotóxicos e Controle de Formigas Cortadeiras. São parceiros nessa campanha empresas da iniciativa privada, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar),  Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), entre mais de 40 outras entidades e órgãos. 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também está engajada em trabalho de incentivo para que o produtor valorize e aplique mais os manejos integrados das culturas. O objetivo é o mesmo, melhorar a sanidade das culturas com menor volume possível de produtos químicos no combate a pragas, ervas daninhas e doenças.
Monitoramento
Para mostrar que o monitoramento eficiente para execução do manejo integrado dá resultados, a Emater está acompanhando o monitoramento em lavouras de todo o Paraná. Ontem (28), junto com Adalberto Barbosa, esteve em Marechal Rondon o coordenador regional da Emater de Cascavel, Jorge Gheller. Eles estiveram na propriedade dos irmãos Webber, onde o instituto está fazendo o acompanhamento de infestação de pragas e também de doenças fúngicas como a ferrugem. No local foi implantado um coletor de esporos da ferrugem asiática. Através do escritório de Marechal Cândido Rondon é feito o trabalho de acompanhamento periódico. Assim como nesta área, há na regional sete lavouras com coletor de esporos e oito com controle de pragas acompanhadas por extensionistas da Emater.
A lavoura de Odário e Bruno Webber está em estágio R2 – de reprodução com flores e formação de vagens. A área, conforme os profissionais, reflete bem a região. “Estamos em um momento de decisão para aplicação de inseticida contra lagartas”, expõe Barbosa. Contudo, esclarece ele, foram encontradas lagartas típicas da cultura da soja, como a falsa medideira, e não houve registro de Helicoverpa armígera, que vem causando problemas na Bahia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Decisão
Gheller e Barbosa expõem que um dos objetivos do Plante o Seu Futuro é reduzir o número de aplicações de produtos químicos nas lavouras. Na soja de verão, a intenção é chegar a cerca de duas por ciclo apenas. Conforme eles, estamos em um extremo de seguir calendários fixos para aplicações, sem que haja realmente uma infestação na lavoura causando perda econômica. Eles mencionam, ainda, que muitos produtores aplicam inseticidas aproveitando as interferências com herbicidas e fungicidas e, pior, nem sempre são utilizados produtos seletivos (para praga específica). Aplicações desnecessárias, alertam, eliminam os inimigos naturais e provocam desequilíbrio ambiental. Mais ainda, essa postura pode favorecer a seleção de insetos resistentes a determinados ingredientes ativos. 
Análise
Assim, na contramão do meio comercial, o incentivo é para que os produtores evitem aplicações preventivas indiscriminadamente.
Segundo os extensionistas da Emater, até mesmo quando há presença de pragas ou esporos, é preciso análise aprofundada, das primeiras com relação à nocividade às plantas e consequente prejuízo; e dos esporos se há viabilidade de germinação. “Praga é problema quando causa dano econômico”, declaram.
Conforme Adalberto Barbosa, o clima é um fator que interfere bastante na relação de aplicações de produtos e desenvolvimento de pragas e doenças, que são favorecidas quando há excesso de chuva. Além disso, ressaltam a importância de preservar os processos biológicos e naturais de controle. Na visita à área de Odário e Bruno Webber, flagramos percevejos comendo lagartas. Para os irmãos, a cena é natural, já que diariamente estão percorrendo a lavoura. Eles também trabalham para retirar plantas de buva que emergem. A ideia é evitar que desenvolvam-se e ganhem proporção incontrolável.
Trabalho
Produtores e técnicos reconhecem: um manejo integrado dá muito trabalho. Carece de visitas mais constantes e atenção redobrada. Em caso de dúvida, é preciso recolher amostras para mostrar a um técnico. “Ao invés de agir preventivamente, é preciso agir no momento certo, nem antes e nem depois, e para isso precisa muito cuidado e atenção. Mas a redução de aplicações de inseticidas vai garantir um custo de produção menor, que é o que todo produtor deseja”, conclui Adalberto Barbosa.

Fonte: O Presente Rural

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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Produção de leite no Brasil se mantém estável e polos regionais se destacam

Produção nacional alcançou 35,74 bilhões de litros em 2024, com liderança do Sudeste, crescimento expressivo do Nordeste e destaque do Oeste Catarinense e municípios do Paraná entre os maiores produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

A produção de leite no Brasil manteve estabilidade em 2024 e evidenciou a força regional da atividade, conforme dados atualizados do IBGE. O levantamento mostra que o país produziu 35,74 bilhões de litros no ano passado, ligeiro avanço frente aos 35,25 bilhões registrados em 2023.

O destaque ficou com a Região Sudeste, que liderou a oferta nacional com 12,03 bilhões de litros, o equivalente a 34% de toda a produção do país. Em seguida aparecem as Regiões Sul, com 11,95 bilhões de litros (33%), e Nordeste, responsável por 6,43 bilhões (18%). O desempenho nordestino chamou atenção: a região registrou o maior crescimento entre as cinco grandes regiões, com alta de 5% na comparação anual. O Sudeste cresceu 3% e o Sul, 1%.

Na direção oposta, Centro-Oeste e Norte tiveram retrações de 3% e 5%, respectivamente, somando 3,66 bilhões e 1,67 bilhão de litros em 2024.

Oeste Catarinense segue entre os maiores polos leiteiros do país

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A análise por mesorregiões reforça a importância do Sul na atividade. O Oeste Catarinense ocupou a segunda posição entre as dez maiores regiões produtoras, com 2,54 bilhões de litros. O volume fica atrás apenas do Noroeste Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, que liderou com 2,73 bilhões de litros.

Juntas, as duas mesorregiões responderam por 15% de toda a produção nacional. Outras regiões de destaque foram o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (2,41 bilhões) e o Sul/Sudoeste de Minas (1,67 bilhão).

Municípios do Paraná e de Minas Gerais dominam o ranking nacional

Entre os dez maiores municípios produtores do Brasil, aparecem cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Sergipe. Essas localidades somaram 1,94 bilhão de litros em 2024, representando 5% da produção nacional.

Castro (PR) manteve a liderança com 480 milhões de litros, seguido de Carambeí (PR), que produziu 290 milhões. Minas Gerais também marcou forte presença no ranking, com Patos de Minas (230 milhões), Patrocínio (160 milhões), Coromandel (140 milhões) e Lagoa Formosa (140 milhões).

A lista inclui ainda Itaíba (PE), Arapoti (PR), Orizona (GO) e Poço Redondo (SE), todos com produção entre 120 e 130 milhões de litros.

Os números reforçam a pulverização da atividade leiteira no país e a importância de polos regionais consolidados, que seguem impulsionando a produção mesmo em um cenário de crescimento moderado.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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