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Oportunidades de mercado e desafios serão debatidos no 5º Simpósio de Sementes Forrageiras do CBSementes
Reunindo especialistas da área, evento contará com três painéis importantes sobre as sementes de forrageiras

O 5º Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras, que vai acontecer em paralelo ao 22º Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), de 10 a 13 de setembro em Foz do Iguaçu (PR), promete ser um grande ponto de encontro entre os congressistas. Coordenado pela pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, de Jaqueline Verzignassi, e pelo Manoel de Souza Maia, da Universidade Federal de Pelotas,este evento vai reunir nomes renomados da área para debater as oportunidades, perspectivas, mercado e regulamentação das sementes forrageiras, temas de grande relevância para o futuro da produção agropecuária no Brasil.
A também Coordenadora do Comitê de Sementes de Espécies Forrageiras, Jaqueline Verzignassi, fará a abertura do simpósio, que irá ocorrer no terceiro dia do CBSementes (13/09). Logo em seguida, inicia o Painel 1 com o tema Mercado e regulação: oportunidades e perspectivas, que será moderado pelo presidente da Associação dos Produtores de Sementes e Mudas de Mato Grosso do Sul (Aprossul), Celso Pess Junior. A palestra “Forrageiras nos serviços ambientais: melhoria do sistema produtivo vigente e recuperação de áreas degradadas – remuneração direta e indireta”, ministrada por Marco Antônio Fujihara, diretor da Infrapar Capital Partners, trará sua visão sobre como as forrageiras podem contribuir para a sustentabilidade ambiental e produtiva.
Em seguida, Marcio Portocarrero, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentará estratégias de valorização pela certificação socioambiental, utilizando o caso do algodão brasileiro como exemplo de sucesso. Glaucy da Conceição Ortiz, gerente de Inspeção e Defesa Sanitária Vegetal da Iagro – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul, completará o painel com uma explanação sobre a “Integração e fortalecimento da defesa agropecuária na melhoria da qualidade da semente e no combate à concorrência desleal”.
Álvaro Antônio Nunes Viana, sócio-proprietário da AgroSigna – Assessoria e Consultoria em Assuntos Regulatórios, conduzirá uma palestra muito aguardada, sobre “O autocontrole e seus reflexos na regulação do setor de produção de sementes no Brasil”, tema que tem gerado grande interesse em muitas dúvidas entre os produtores.
As discussões do Painel 1 contarão com a participação de quatro especialistas: Izabela Mendes Carvalho, Coordenadora-Geral de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura e Pecuária; Marcos Roveri José, gerente-executivo da Unipasto e coordenador do Comitê de Forrageiras da Abrasem; Rogério Tomithão Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul e; Tiago Pilon, gerente de Marketing e Vendas da SICPA América do Sul.
No período da tarde, o Painel 2 focará no “Mercado e avanços no sistema de produção”, moderado pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, Allan Kardec Braga Ramos. Este painel começará com uma análise do “Mercado do boi gordo”, seguida pela palestra de Pedro Henrique de Almeida Gonçalves, Analista de Mercado da Scot Consultoria, que trará uma visão atualizada sobre o tema. Esteban Alberto Pizarro, consultor, discutirá os “Obstáculos e oportunidades para melhorar a produção de sementes de forrageiras tropicais”, enquanto Francisco Humberto Dübbern de Souza, da Progreseed Consultoria Sementes para Pastagens, encerrará com o tema “Abordagens genética e agronômica à produção de sementes de gramíneas forrageiras”.
Para enriquecer as discussões do Painel 2, foram convidados Ademilson Marcos Facholi, presidente da Unipasto; Cláudio Machado Lopes, presidente da Sulpasto – Associação Sul-Brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageiras; Cláudio Takao Karia, pesquisador da Embrapa Cerrados e; Daniel Portella Montardo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.
O Painel 3, que tratará de “Avanços industriais e sanitários”, será moderado por Jaqueline Verzignassi. Luciany Favoreto, pesquisadora Visitante da Embrapa Soja, abrirá com uma palestra sobre “Nematóides em sementes de espécies forrageiras: importância e avanços no controle”. O consultor Ademir Calegari falará sobre “Mix forrageiras/plantas de serviço: da ciência à prática” e José Silvio dos Santos, diretor-executivo da Sementes Germisul e Sementes Pasto Brasil, falará sobre o papel da indústria de sementes de forrageiras na qualidade do produto.
Para encerrar o evento, as discussões deste painel incluirão a participação de Álvaro Peixoto, diretor-geral da Barenbrug do Brasil; Ceci Castilho Custódio, professora da Unoeste – Universidade do Oeste Paulista e Enos Ma, diretor-presidente da AG Croppers, garantindo uma troca de ideias rica e diversificada.
Evento
O CBSementes é voltado para pesquisadores, agrônomos, produtores rurais, acadêmicos, representantes de empresas do setor agrícola, formuladores de políticas públicas e interessados na temática da sustentabilidade e inovação no setor de sementes.

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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional
Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.
Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves
A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.
A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.
Fatores que influenciam mercado
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.
1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves
Fatores de alta:
- Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
- Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.
Fatores de baixa:
- Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
- Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
- Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
- Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.
2. Oferta e mercado interno
Fatores de alta:
- Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
- Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.
Fatores de baixa:
- Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.
3. Safra e clima
Fatores de baixa:
- Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

Foto: Claudio Neves
ciclo 2025/26;
- Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.
Acordo China-EUA
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.
Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra
Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.
No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.
Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.
No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon
lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.
O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.
No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.
A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.



