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Operação Carne Fraca vai atingir o produtor rural, alertam lideranças

Preocupação é ainda maior em regiões produtoras, como o Oeste do Paraná, um dos principais polos avícola e suinícola do país

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A Operação Carne Fraca, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal (PF) contra frigoríficos e fiscais federais agropecuários por conta da venda ilegal de carnes e derivados, vai ter reflexos negativos para o produtor rural. Os prejuízos para a cadeia, que movimenta R$ 180 bilhões por ano, já começam a ser contabilizados. A União Europeia não recebe mais produtos das indústrias citadas na operação. A China, maior importadora das carnes brasileiras, e o Chile, entre outros países, barraram temporariamente as compras. Para lideranças ligadas ao agronegócio, os reflexos incluem perda na imagem do setor frente ao consumidor e queda nos preços já para os próximos dias, afetando diretamente a lucratividade do homem do campo. Também entendem que o caso foi superestimado pela PF e pela imprensa, fragilizando uma cadeia com quase cinco mil frigoríficos – apenas 21 são investigados.

A preocupação é ainda maior em regiões produtoras, como o Oeste do Paraná, um dos principais polos avícola e suinícola do país. Suplente na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa, o deputado Elio Rusch está temeroso com os reflexos para a cadeia. “Quando tomei conhecimento da operação no fim da semana, fiquei muito preocupado, pois é uma coisa que mexe com o mercado internacional e o Brasil é exportador. As consequências já estão aí, com o Chile, China e União Europeia restringindo os embarques de carne. Além disso, o consumo interno de carne deve cair nos próximos dias, pois as pessoas estão desconfiadas. Isso tudo vai afetar a cadeia e, por consequência, o produtor rural. Na nossa região, somos uma quantidade muito grande de produtores de aves, suínos e também de bovinos. O que vai acontecer com esses produtores é o que me preocupa”, cita Rusch.

Perdas

Para o líder ruralista na Câmara Federal, deputado Dilceu Sperafico, o produtor deve sentir os reflexos negativos nos próximos dias. “Em um primeiro momento o produtor rural vai ser penalizado. Isso porque há uma tendência de que os preços vão cair, e isso é muito ruim, pois os preços já não estão muito bons. O agricultor, que é a mola mestra de todo o agronegócio brasileiro, vai sofrer com perdas”, comenta.

Corrigir Erros

O deputado federal Sérgio Souza garante que o momento é para corrigir erros, mas proteger a ampla maioria dos produtores e indústrias que agem com rigor nos processos de produção. “Temos que enfrentar a crise gerada no setor separando a realidade dos fatos e protegendo os produtores daqueles que eventualmente se envolveram em irregularidades”, orienta.

Queda de Preços

O presidente do Sindicato Rural de Marechal Cândido Rondon, PR, Valdemar Kaiser, explica que a saturação do mercado de carnes pode promover uma queda nos preços. “A gente fica preocupado com essa operação porque fatalmente vai prejudicar o produtor rural, principalmente da nossa região, que é uma grande produtora de suínos e aves. Mais do que isso, vai atingir o produtor de soja e milho e o fabricante de ração. Todo o agro está sendo prejudicado por causa da ganância de meia dúzia. O problema é que há o risco de cair o preço. Sem as exportações, esses produtos precisam ser desovados no mercado brasileiro, o que deve pressionar os preços para baixo e deixar o produtor no prejuízo”, expõe. “É uma situação lastimável. Estamos sendo sacrificados pela ganância de meia dúzia de pessoas. Vai sobrar respingo para quem produz e quem produz não tem culpa de nada do que aconteceu”, lamenta.

Caso foi superestimado pela PF e imprensa, criticam deputados

Lideranças ouvidas pela reportagem de O Presente concordam com a operação, mas discordam da forma como ela foi tratada. De acordo com eles, o agronegócio brasileiro é um dos mais seguros do mundo, mas agora colhe a depreciação da imagem frente à opinião pública causada por uma minoria.

Rusch lembra de alguns casos que afetaram o agronegócio brasileiro no passado e que depois não se confirmaram. “A forma como a operação foi divulgada foi precipitada. Na minha opinião, essa investigação tinha que ter caráter sigiloso por envolver um setor tão importante. As pessoas envolvidas teriam que ser condenadas, mas toda a cadeia deveria ser preservada. Lembro de casos como a peste suína africana, a febre aftosa e depois a doença da vaca louca, que depois não se confirmaram, mas causaram grandes prejuízos”, comenta o deputado rondonense. “As pessoas precisam ter seriedade para tratar desses assuntos porque eles afetam diretamente a economia”, avalia.

Para o parlamentar, o país precisa trabalhar rápido para recuperar a imagem do setor. “Vamos precisar resgatar a confiança e a credibilidade do mercado nacional e internacional. O governo federal e as entidades que representam o setor produtivo devem se unir porque o momento demanda um grande trabalho para mostrar à população efetivamente que o setor de carnes não é o que se divulgou no primeiro momento”, avalia. “Nossa carne felizmente é de qualidade”.

O deputado federal Dilceu Sperafico tem a mesma linha de raciocínio. “A notícia foi recebida de uma forma muito ruim. Foi feito um carnaval em cima de pouca coisa. Esse tipo de situação deveria ter sido corrigido sem alardes, com punição para fiscais e empresas. O que ficou parecendo é que a nossa sanidade é ruim, mas, pelo contrário, ela é ótima”, diz. “Não é isso tudo que foi apresentado. O Brasil tem feito o dever de casa, com um controle sanitário que é um dos mais rígidos do mundo. A Polícia Federal está correta em fazer a investigação, mas não precisava fazer pirotecnia”, avalia.

Segundo o deputado Sérgio Souza, o erro de poucos foi generalizado para a cadeia toda. “Estão transformando a exceção em regra. Acredito que uns poucos frigoríficos, que já foram fechados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fraudavam alimentos. Temos um mercado de R$ 180 bilhões sob ataque. Temos que defender o Brasil”, afirma Souza.

Fonte: O Presente

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Frete em declínio nas principais regiões produtoras, mesmo com o aumento das exportações de milho

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

As exportações de milho em agosto deste ano atingiram 6,06 milhões de toneladas, contra 3,55 milhões registrado em julho, um aumento de 70,7% impulsionado pelo desempenho do estado de Mato Grosso, principal produtor do cereal no país. Mesmo com essa alta nos embarques, os preços praticados no mercado de frete nas rotas que têm origem no estado mato-grossense seguiram o comportamento de queda. A análise consta no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira (23).

“É importante destacar que a safra de milho colhida em Mato Grosso é de grande magnitude e há indícios de que o mercado possa virar com o avanço da entressafra, acarretando alta nos preços do cereal e desencadeamento de negócios, o que,  consequentemente, tende a aquecer a movimentação de cargas. Porém isso ainda não ocorre em âmbito estadual”, explica o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.

Outro importante estado produtor de milho, Goiás também apresentou menores preços para o serviço de transporte de grãos. O principal produto transportado durante o mês foi o milho, apesar da baixa demanda. Mesmo com o fim da segunda safra do grão, os produtores optam por segurar seus estoques na expectativa de melhores cotações. A Conab verificou redução também na Bahia, com o fluxo logístico com o transporte de grãos e fertilizantes em agosto apresentando queda, o que reflete em uma diminuição nas cotações dos fretes e no volume transportado em relação ao mês anterior.

Já em São Paulo o cenário é de estabilidade no mercado de fretes. Apenas nas praças de Ourinhos e de Sertãozinho foi registrada ligeira alta de 1%. Esse leve aumento foi atribuído a  alta na demanda pelo serviço, puxada pelo transporte de açúcar.

No Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul o comportamento não foi uniforme. No DF foram identificadas variações positivas nas praças de Imbituba, em Santa Catarina, e Santos, em São Paulo, com incrementos de 5% e 1% respectivamente. Já as rotas para Araguari e Uberaba em Minas Gerais e Paranaguá/PR, apresentaram recuos de 6%, 9% e 4%, respectivamente. As variações negativas verificadas nas rotas citadas foram motivadas, sobretudo, pela menor disponibilidade de frete principalmente de soja, enquanto que as variações positivas foram justificadas pela maior procura por fretes, principalmente de fertilizantes.

Em Mato Grosso do Sul, os fretes agrícolas mostraram pequenas variações em relação ao mês anterior em praticamente todas as praças acompanhadas. Com a colheita do milho segunda safra praticamente encerrada e mais de 80% da soja 2023/24 comercializada, os fretes direcionados ao mercado consumidor interno permaneceram em destaque nas ofertas de embarque. Já as movimentações de mercadoria com destino a exportação ainda são tímidas.

Altas nos preços de frete

Apesar de importantes regiões registrarem queda nos preços para o serviço de transportes, esse comportamento não é uniforme nos estados analisados pela Companhia. No Maranhão, por exemplo, foi constatado aumento dos preços de fretes rodoviários, na maior parte dos roteiros pesquisados, em razão da menor oferta de caminhões.

No Paraná, a demanda por fretes foi positiva, impactando nos preços em praticamente todas as praças pesquisadas. A exceção fica em Toledo que teve participação negativa. Já em Minas Gerais, o aumento no preço médio dos fretes para as diferentes origens e destinos é explicado pela elevação nos preços  dos combustíveis, uma vez que houve manutenção do ritmo na movimentação dos grãos no estado.

No Piauí, o mercado de fretes no estado apresentou duas situações antagônicas. Uma em relação ao mercado externo com a continuação da forte demanda e outra, referente ao mercado interno, com registros de estagnação. Ainda assim, a  média de preços praticados para o serviço de transporte de grãos ficou cerca de 9% superior em comparação com o mês anterior, aumento puxado pela soja que continuou impactando as cotações, visto que o escoamento da oleaginosa continua aquecido sobretudo para exportação.

Confira a edição completa do Boletim Logístico – Setembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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Prêmio Queijos do Paraná amplia categorias e abre concurso de muçarela

Inscrições serão abertas em dezembro deste ano. Premiação está programada para 30 de maio de 2025.

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Foto: Divulgação

Fotos: Divulgação/Sistema FAEP

Queijeiros e agroindústrias do Paraná já podem se preparar. No dia 18 de setembro ocorreu o lançamento da 2ª edição do Prêmio Queijos do Paraná, iniciativa que coloca em posição de destaque os derivados lácteos produzidos em território paranaense e que mobiliza toda essa cadeia produtiva. O prêmio traz novidades que incluem novas categorias e um concurso específico para o queijo tipo muçarela, aplicado à gastronomia. A expectativa é de que a nova edição bata recordes do número de queijos e de queijarias inscritos.

“Os produtores que tiveram queijos premiados na 1ª edição puderam colocar o selo em seus produtos, que, com isso, foram reconhecidos pelo mercado como queijo de melhor qualidade. Conseguiram, assim, gerar maior valor agregado. Isso significa mais renda para nossos produtores. Também demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade. É isso que buscamos: uma cadeia inteira qualificada, da matéria-prima até o produto final”, ressalta o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

Realizado por um comitê gestor – formado por Sistema FAEP, Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite-PR e Sistema Fecomércio-PR –, o prêmio terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Para participar, os produtores ou as agroindústrias precisam estar regularizados, com certificado de inspeção municipal, estadual ou federal. Os organizadores esperam a inscrição de mais de 600 derivados lácteos, o que superaria os 450 inscritos na primeira edição. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro deste ano e a premiação está marcada para 30 de maio de 2025.

Formação de júri

Para julgar os queijos, o prêmio vai promover a formação de pelo menos 60 jurados. O júri fará a avaliação dos queijos por categoria emque forem inscritos. Serão três

jurados por mesa, que vão atribuir notas aos derivados, de acordo com critérios técnicos e sensoriais, atribuindo notas a cada quesito. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze.

Realizado por um comitê gestor – formado por Sistema FAEP, Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite-PR e Sistema Fecomércio-PR –, o prêmio terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Para participar, os produtores ou as agroindústrias precisam estar regularizados, com certificado de inspeção municipal, estadual ou federal. Os organizadores esperam a inscrição de mais de 600 derivados lácteos, o que superaria os 450 inscritos na primeira edição. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro deste ano e a premiação está marcada para 30 de maio de 2025.

Formação de júri

Para julgar os queijos, o prêmio vai promover a formação de pelo menos 60 jurados. O júri fará a avaliação dos queijos por categoria em que forem inscritos. Serão três jurados por mesa, que vão atribuir notas aos derivados, de acordo com critérios técnicos e sensoriais,

atribuindo notas a cada quesito. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze.

Uma segunda fase será destinada exclusivamente aos queijos que conquistarem a medalha de ouro. O júri vai selecionar os dez melhores, que conquistarão a medalha super ouro. Estes participarão de uma nova disputa, em que cada jurado vai defender um dos queijos, apontando suas principais características. Após a argumentação verbal, será escolhido o “Melhor Queijo do Paraná 2025”. Além da medalha, os dez super ouro vão ganhar uma viagem técnica, em local ainda a ser definido.

Além das cinco instituições que compõem o comitê gestor, o prêmio conta com o apoio de outras 37 entidades públicas e privadas. Toda essa união se justifica pela importância do setor leiteiro para a economia do Estado. Todos os 399 municípios do Paraná produzem leite, atingindo uma média de 13 milhões de litros por dia – dos quais 6 milhões são destinados à fabricação de queijos. Isso coloca o Estado em segundo lugar no ranking de produção de leite. Juntos, os Estados da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – respondem por 40% do leite produzido no país, mesmo ocupando apenas 7% do território nacional.

“A região Sul é a ‘Meca’ do leite e dos produtos lácteos. E a cadeia láctea é a mais complexa, mais sensível e pulverizada, o que amplia o nosso desafio e a nossa responsabilidade. Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”, aponta Ronei Volpi, idealizador do prêmio. “Continuamos com foco na produção, promoção e na qualidade”, ressalta.

Concurso Excelência em Muçarela

O Prêmio Queijos do Paraná traz, ainda, uma nova iniciativa: o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza. “O Paraná é o maior produtor de muçarela do país. Quase 50% do mix de produtos lácteos do Estado correspondem à muçarela”, justifica Volpi. A disputa será voltada à aplicação desse tipo de queijo na gastronomia, mais especificamente como ingrediente de uma pizza.

O concurso contará com duas etapas: uma avaliação técnica, em que o júri observará as características técnico-funcionais do queijo, como derretimento, elasticidade, gordura livre e fatiabilidade; e uma avaliação sensorial, em que os jurados levarão em conta a utilização da muçarela em uma pizza.

Ao término, o Concurso Excelência em Muçarela vai selecionar as cinco melhores muçarelas. Os vencedores ganharão uma viagem técnica. A expectativa é de que 80 queijeiros e/ou indústrias se inscrevam nessa modalidade.

Fonte: Assessoria Sistema FAEP
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Transição energética: a aliança dos setores público e privado para o avanço da agenda verde no Brasil

País está em uma trajetória promissora rumo à transição energética, com um forte apoio do mercado financeiro e parcerias estratégicas que visam promover a sustentabilidade e a descarbonização da economia.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O ser humano e o processo evolutivo são indissociáveis. Nestes milhares de anos, nossos antepassados descobriram diferentes formas de gerar energia, da força animal à queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo. Tantos anos depois, a transição energética continua sendo um dos maiores desafios do século.

A matriz energética brasileira passou por uma evolução significativa entre 1970 e 2022. Em 1970, era dominada por fontes não renováveis, como petróleo e outros derivados. Nas duas décadas seguintes, o país iniciou sua diversificação, com participação de fontes renováveis como hidroelétrica e biomassa.

Nos anos 2000, houve um aumento significativo no uso de energia eólica e solar. Vinte e dois anos depois, a matriz energética era formada por 55,2% de fontes não renováveis e 44,8% de renováveis.

Atualmente, a matriz é majoritariamente composta por fontes renováveis, como energia hidráulica, que representa 56,8% de toda a eletricidade produzida no Brasil.

O assunto ganhou uma outra conotação devido às questões ambientais envolvidas. O planeta não vai suportar por muito tempo as emissões de carbono, responsáveis pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas.

No Brasil, o processo ganha destaque com o Programa de Transição Energética (PTE) desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). O PTE tem como objetivo discutir cenários de transição energética de longo prazo, com metas ambiciosas e estratégias detalhadas para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

No ano passado, foram publicados importantes estudos que dão um norte sobre o futuro e o cenário para a transição energética no país. Os relatórios mostram que o Brasil deve alocar cerca de R$233 bilhões até 2050 para alcançar a descarbonização estipulada pelo PTE.

Alcançar essa meta ambiciosa implica na formação de uma aliança entre os setores público e privado para atingir um objetivo comum e benéfico para todos: um futuro mais verde e sustentável para as próximas gerações.

Em 2023, o Brasil registrou um recorde anual de expansão da geração de energia elétrica, adicionando 10,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada, sendo 87% oriundos de usinas fotovoltaicas e solares, segundo o Ministério de Minas e Energia. Ao todo, 291 empreendimentos entraram em funcionamento no ano passado. Esses avanços não apenas aumentam a capacidade energética do país, mas também impulsionam a economia e criam oportunidades de emprego.

As parcerias estratégicas têm sido fundamentais para o avanço dessa agenda. Em fevereiro de 2024, o Banco Mundial, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciaram uma parceria para impulsionar investimentos públicos e privados relacionados ao clima.

As áreas de colaboração incluem soluções técnicas e financeiras para apoiar instrumentos de resiliência climática, como o Plano de Transformação Ecológica e o Fundo Clima. Na prática, a iniciativa representa um importante avanço para a otimização de recursos para financiar soluções que combatam os efeitos das mudanças climáticas.

O Brasil está em uma trajetória promissora rumo à transição energética, com um forte apoio do mercado financeiro e parcerias estratégicas que visam promover a sustentabilidade e a descarbonização da economia. Mas vale ressaltar que os atuais episódios climáticos como; excesso de chuvas ou falta dela, demonstram como os investimentos robustos, regulamentações em constante evolução e uma matriz cada vez mais diversificada, são mais que necessárias no cenário atual dando a oportunidade do país aproveitar seu o potencial e se tornar um líder global em energia limpa e soluções sustentáveis, contribuindo significativamente para a mitigação e adaptação as mudanças climáticas e para um futuro mais alinhado com os ciclos naturais do nosso planeta.

Fonte: Por Marcos Lima, coordenador de Negócios Sustentáveis do BV.
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