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Operação Carne Fraca prejudica mercado de frango em março
Exportações vinham apresentando bom desempenho no primeiro bimestre, com números superiores aos registrados em 2015 e 2016
O mês de março se aproxima do final e pode ser avaliado como desastroso para a avicultura de corte brasileira, segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias.
Ele destaca que o mercado avícola vinha trabalhando com cotações estáveis na primeira metade do mês, mas o ambiente de negócios acabou seriamente fragilizado na segunda metade de março com a deflagração, pela Polícia Federal, da “Operação Carne Fraca”.
Iglesias ressalta que as exportações vinham apresentando bom desempenho no primeiro bimestre, com números superiores aos registrados em 2015 e 2016, movimento que foi interrompido no terceiro mês do ano.
De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, as exportações de carne de frango "in natura" do Brasil renderam US$ 461,6 milhões em março (18 dias úteis), com média diária de US$ 25,6 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 275,4 mil toneladas, com média diária de 15,3 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.675,80.
Na comparação com fevereiro, houve baixa de 8% no valor médio diário exportado, queda de 8,5% na quantidade média e valorização de 0,5% no preço médio. Em relação a março de 2016, houve alta de 10,5% no valor médio diário da exportação, perda de 8,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 20,9% no preço médio.
“A Operação Carne Fraca redundou em graves prejuízos no que diz respeito às exportações e também no que tange ao mercado interno, uma vez que as grandes empresas apontam para uma produção mais comedida enquanto não houver garantias para a retomada dos volumes de embarques”, avalia.
Conforme o analista, este cenário forçou as integrações a disponibilizar seus excedentes no mercado independente, o que acabou pressionando as cotações do frango vivo. “Os preços da carne também cederam e as preocupações do setor seguem presentes neste período de virada de mês”, comenta.
No atacado e na distribuição os preços tiveram queda em março na comparação com o fechamento de fevereiro. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição caiu de R$ 4,65 para R$ 4,55, o quilo da coxa de R$ 3,60 para R$ 3,50 e o quilo da asa de R$ 7,00 para R$ 6,50. No atacado, o quilo do peito recuou de R$ 4,55 para R$ 4,40, o quilo da coxa de R$ 3,45 para R$ 3,40 e o quilo da asa de R$ 6,70 para R$ 6,30.
Nos cortes resfriados, Iglesias afirma que os preços também se modificaram. O preço do quilo peito na distribuição passou de R$ 5,00 para R$ 4,70, o quilo da coxa de R$ 3,70 para R$ 3,50 e o quilo da asa de R$ 7,10 para R$ 6,50. No atacado, o preço do quilo do peito recuou de R$ 4,75 para R$ 4,50, o quilo da coxa de R$ 3,55 para R$ 3,40 e o quilo da asa de R$ 6,85 para R$ 6,40.
O levantamento mensal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo recuou de R$ 2,90 para R$ 2,55. Em São Paulo o quilo vivo caiu de R$ 2,70 para R$ 2,55.
Na integração catarinense a cotação do frango retrocedeu de R$ 2,45 para R$ 2,35. No oeste do Paraná o preço baixou de R$ 2,40 para R$ 2,30. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo teve queda de R$ 2,50 para R$ 2,40.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango passou de R$ 2,80 para R$ 2,45. Em Goiás o quilo vivo também teve desvalorização de trinta centavos e chegou a R$ 2,50. No Distrito Federal o quilo vivo caiu de R$ 2,90 para R$ 2,55.
Em Pernambuco, o quilo vivo recuou de R$ 4,10 para R$ 3,70. No Ceará a cotação do quilo vivo baixou de R$ 4,15 para R$ 3,70 e, no Pará, o quilo vivo passou de R$ 4,25 para R$ 3,80.
Fonte: SAFRAS & Mercado
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Depois de quatro meses de alta, preço do suíno vivo estabiliza
Veja um panorama completo do mercado de suínos em setembro de 2024!
Desde que as cotações do suíno começaram a subir de forma consistente, em maio deste ano, o setor se perguntava qual seria o teto. Depois de mais de 20% de aumento no preço do suíno vivo, tanto na Bolsa de Belo Horizonte/MG (tabela 1), quanto nas principais praças de comercialização do Brasil (gráfico 1), atingiu-se o maior patamar do ano em meados de agosto/24, se mantendo relativamente estável desde então.
A cotação da carcaça suína na Grande São Paulo, ultrapassou a marca dos R$ 13,00 em setembro/24 (gráfico 2), algo que só ocorreu em novembro de 2020 (gráfico 3)
Certamente, uma das explicações para o preço do suíno atingir este teto momentâneo é a competitividade em relação às outras proteínas, com o preço da carcaça suína se aproximando da bovina e se afastando da de frango (tabela 2). Na referida tabela observa-se que a menor competitividade em preço no ano foi atingida em agosto/24 e nas primeiras semanas de setembro/24.
O IBGE publicou em 05 de setembro os dados completos de abate do segundo trimestre/24, reforçando, no acumulado do 1° semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a estabilidade na produção e disponibilidade interna das carnes de frango e suína e destacando a alta oferta de carne bovina (tabela 3). Na referida tabela a projeção de consumo per capita nos primeiros 6 meses do ano representa um aumento de 6,5% no consumo somado das três carnes, sendo quase praticamente todo este incremento se deve somente à carne bovina. Ou seja, o brasileiro está comendo 6 kg a mais de carne bovina no ano, sem diminuir o consumo das demais carnes.
Analisando exclusivamente o mercado de carne suína, se por um lado houve estabilização da produção, com crescimento insignificante do abate no 1° semestre em relação ao mesmo período do ano passado e retração em relação ao segundo semestre de 2023 (tabela 4 e 5), as exportações no acumulado do ano, até agosto/24, continuam superando os volumes do ano passado (tabela 6), com quase 5% a mais de embarques de carne suína in natura, sendo que, pela primeira vez na história, dois meses consecutivos (julho e agosto/24) ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas de carne in natura exportadas.
O mercado chinês e Hong Kong continuam em retração, enquanto Filipinas, Chile, Singapura, Japão, México e Coreia do Sul mais que compensam esta queda (tabelas 7 e 8), seguindo o tão esperado processo de pulverização das exportações.
A pergunta do momento é: “será que o último trimestre apresentará um novo patamar de preço, acima do que estamos vendo neste 3° trimestre?”
Ainda é cedo para responder a esta pergunta de forma categórica, mas, se analisarmos o histórico dos últimos 9 anos (gráfico 4), sempre o preço médio do suíno no 4° trimestre supera o preço médio do terceiro trimestre.
Resta saber se os demais fatores contribuirão para que esta alta se repita no final de 2024. Exportações de carne suína em bom ritmo e carcaça bovina em alta (melhorando a competitividade da carne suína) são favoráveis à concretização deste novo ciclo de elevação de preço no fim de ano, mas é a relação oferta e procura da carne suína o maior determinante. Como não se espera crescimento expressivo da produção de suínos nos próximos meses e o mercado consumidor doméstico, com desemprego em baixa e a entrada do 13° salário, deve manter o viés de alta, especialmente nos meses de novembro e dezembro.
Milho sobe após a colheita, mas relação de troca está muito favorável ao suinocultor
O custo dos principais insumos, principalmente o milho (gráfico 5), cuja segunda safra se encerrou, teve alta nas últimas semanas, mas não na mesma intensidade da alta do preço do suíno. Da mesma forma, o farelo de soja tem se mantido estável. Este comportamento do mercado resultou em um momento de melhor relação de troca do suíno com o mix de milho e farelo de soja (gráfico 6).
Segundo o levantamento mensal de custos da Embrapa, cruzando com dados de preço do suíno do CEPEA (tabela 9), o mês de agosto foi o melhor dos últimos anos em termos de margens financeiras para o produtor nos três estados do Sul.
Ainda é cedo para projetar a safra 2024/25. O plantio do milho 1ª safra (verão) já foi iniciado nos estados ao Sul. Segundo a consultoria MBagro, por enquanto há pouca informação disponível. O plantio da soja, embora já autorizado para início de setembro, avança a partir de meados do mês. O clima mostra precipitações no Brasil restritas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, mas com baixos acumulados. No restante do país o tempo seco e com temperaturas acima da média prevalece, mas está dentro do calendário normal. Segundo a mesma consultoria até o momento não há comprometimento da safra verão ou perspectiva de que o plantio da segunda safra fique fora da janela ideal.
Considerações finais
Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “Com o mercado externo e doméstico aquecidos, a suinocultura brasileira consolida margens positivas e se prepara para o período historicamente mais favorável, o último trimestre. Todas as atenções ficam por conta do plantio da safra 2024/25 que, conforme o clima pode colocar pressão sobre os custos de produção”, finaliza.
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Centro de inteligência e mercado em aquicultura chega aos cinco anos
Iniciativa da Embrapa e de parceiros reúne dados e informações do setor.
Neste mês de setembro, o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui), coordenado pela Embrapa, completa cinco anos. Num mesmo espaço digital (https://www.embrapa.br/cim-centro-de-inteligencia-e-mercado-em-aquicultura), os usuários podem acessar diferentes tipos de dados e informações dessa cadeia produtiva de valor que cresce a cada ano. Mesmo ainda longe de transformar todo o seu potencial aquícola em realidade, o Brasil vem aprimorando a atividade. Disponibilizar conteúdos de maneira organizada e constante ajuda no crescimento da aquicultura nacional.
Manoel Pedroza é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) na área de economia aquícola e coordena o centro, que vem evoluindo com o tempo. “Ao longo desses cinco anos, o CIAqui incorporou novos painéis de dados, tais como cotações de alevinos e filés de peixe, infomapas, custos de produção de tilápia e novos dados de produção. Além disso, passou por mudanças no seu design, o tornando mais funcional. Atualmente, o centro conta com uma média de 1.500 acessos por mês, por pessoas de todo o Brasil e também do exterior”, explica.
Um dos principais produtos disponibilizados é o Informe de Comércio Exterior da Piscicultura, editado a cada trimestre. Desde 2020, ele divulga números e outros conteúdos sobre as movimentações do Brasil na venda e na compra de produtos do setor, com natural destaque para a tilápia, principal espécie tanto na produção como na exportação nacionais. A próxima edição do boletim (de número 19) sairá em outubro, compreendendo o terceiro trimestre de 2024. Segundo Manoel, o informativo é “utilizado por diversos atores da cadeia produtiva. Os
dados de exportações apresentados também podem ser acessados de forma interativa por meio dos painéis do CIAqui”.
Uma das pessoas que costuma acessar o centro é Rui Donizete Teixeira, chefe de divisão do Departamento de Indústria do Pescado (DIP) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “Geralmente, tem sido utilizado como consulta para auxiliar em levantamento estatístico de
balança comercial do pescado. Com os dados obtidos, tenho feito comparação com outras fontes de informações, gerando material para auxiliar nas políticas públicas do departamento”, relata.
Confiabilidade e melhorias – Rui elogia a iniciativa de construção do CIAqui: “a base para se fazer gestão pública e governança de uma cadeia produtiva inicia com informações confiáveis. Portanto, a consulta a um site confiável, como o CIAqui, oriundo de uma instituição conceituada e de referência como a Embrapa, nos tranquiliza quanto aos dados disponibilizados”.
Entre os tipos de conteúdos disponíveis, estão a produção nacional por ano, cotações e custos de produção. Para os próximos meses, uma novidade está sendo preparada: “em breve, lançaremos um aplicativo voltado especificamente para dados de comércio exterior da
piscicultura. Além disso, pretendemos implementar novas parcerias com instituições e empresas visando a levantar e disponibilizar novos ndados e estudos. A implementação da versão em inglês é outra melhoria prevista para o CIAqui”, adianta Manoel.
Os parceiros da Embrapa nesse trabalho são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), as secretarias estaduais da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Aquicultura e Pesca (Sepea) do Tocantins, além dos ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura e
Pecuária (Mapa).
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Frísia é uma das maiores organizações do Brasil
Informação foi apresentada na edição especial Valor 1.000, elaborado pelo jornal Valor Econômico.
A Frísia, com presença nos estados do Paraná e Tocantins, é uma das maiores organizações do Brasil. A cooperativa está na posição 198 de 1.000 empresas ranqueadas na edição especial Valor 1.000, elaborada pelo jornal Valor Econômico. Já na região Sul, a Frísia está alocada na 40ª posição.
O faturamento da cooperativa em 2023, ano de análise da edição, foi de R$ 6,45 bilhões. Ano passado, a Frísia produziu 334,7 milhões de litros de leite, crescimento de quase 7% sobre o período anterior.
A produtividade média diária dos cooperados saltou de 3.342 litros para 3.680 litros. Em relação a grãos, as unidades operacionais do Paraná e Tocantins receberam, em conjunto, mais de um milhão de toneladas, sendo 818.066 toneladas no Paraná e 186.143 toneladas no Tocantins.
O caderno especial tem a parceria do Serasa Experian e do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef).
A análise é baseada em dados contábeis e financeiros públicos ou fornecidos pelas empresas para avaliar os diferentes aspectos de negócios.