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Óleos essenciais: potenciais antimicrobiano e antioxidante

Complexidade de trabalhar com extratos naturais exige estudos das dosagens e combinações de modo a conhecer de forma aprofundada os mecanismos de ação e interações

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Divulgação/AENPr

 Artigo escrito por Mariana Ornaghi, MSc, PhD e analista de Departamento Técnico da Safeeds

As reações químicas no metabolismo das plantas são divididas em dois tipos, metabolismo primário e secundário. O metabolismo primário está relacionado com as reações que desempenham papeis essenciais para planta, por exemplo, fotossíntese, respiração, entre outros. As reações envolvidas no metabolismo secundário são ligadas as interações das plantas com o meio ambiente, como, herbivoria, ataque de patógenos, competição entre plantas, e outros. Dentre os compostos do metabolismo secundários encontramos os óleos essenciais conhecidos por seus benefícios e atividades biológicas, como atividade bactericida, virucida, fungicida, antiparasitária, inseticida e efeitos antioxidantes.

Atualmente, há um maior interesse no uso dos óleos essenciais em cosméticos, aromas e conservantes de alimentos, possivelmente devido a crescente percepção negativa de aditivos sintéticos pelos consumidores.

Os óleos essenciais (OE) são compostos de terpenos, terpenóides, compostos aromáticos derivados de fenilpropano e compostos alifáticos. São misturas complexas que podem conter muitos compostos diferentes. Até mais de 200 compostos podem ser identificados em um óleo essencial. A composição (compostos e respectivas concentrações) de OE podem variar significativamente, dependendo do método de extração, partes utilizadas, estação de colheita e a origem da planta. Esses compostos ativos nas plantas são dependentes dos fatores bióticos (isto é, espécie, porção, etc.) e abióticos (isto é, temperatura, umidade, etc.).

Atualmente os OE mais estudados são, cravo, orégano, tomilho e canela, os quais apresentam altas atividades biológicas e dentre os potenciais mais visados estão a capacidade antioxidante e antimicrobiana.

A atividade antimicrobiana de um óleo essencial tem alta correlação com os compostos majoritários presentes, ou seja, cada um dos compostos dos OE apresenta efeitos individuais e alguns até efeito sinérgico, além disso, podemos observar efeito aditivo e interações antagônicas entre eles. As propriedades desses compostos permitem a ação em microrganismos: bactérias, fungos, protozoários e vírus. Sua característica hidrofóbica permite “rompimento” da membrana causando a coagulação de diversos constituintes do citoplasma, ou até, através de difusão podem entrar na membrana pelas proteínas de membranas (porinas), ainda, podem inibir diversas enzimas utilizadas para manutenção e crescimento bacteriano, como ATPases, além de diminuir a síntese de RNA, DNA e proteínas.

Alguns compostos possuem ampla utilização e são alvo de estudos na medicina como preventivos ao câncer, isso devido sua toxicidade em células cancerígenas os quais podem inibir seu crescimento ou até aumentar a taxa de apoptose. Não obstante, por apresentar alto potencial antioxidante pode reduzir espécies reativas ou até aumentar enzimas como SOD (superóxido dismutase) que auxiliam na redução de estresse oxidativo, o qual é “precursor” de diversas doenças.

A ação antioxidante está ligada a capacidade de se ligar a radicais livres e inibir processos de estresse oxidativo que potencializam a oxidação dos lipídeos presentes na carne, os quais ocasionam o off-flavor (cheiro e sabor indesejável) oriundo da rancidez do produto.

Geralmente, a proteção celular contra o estresse oxidativo é mediada por dois mecanismos de capacidade antioxidantes, que geralmente apresentam baixo massa molecular, assim como os compostos secundários presentes nas plantas. Primeiramente temos os compostos que exercem sua função como antioxidantes diretos, são redox ativo e inibem a ação de espécies reativas ao oxigênio (ROS), enquanto que no segundo tipo os antioxidantes atuam de forma indireta como indutores de antioxidantes e outras enzimas citoprotetoras. Muitos óleos essenciais, cujos principais componentes são monoterpenos e sesquiterpenos, possuem propriedades antioxidantes.

Diante da complexidade de se desenvolver produtos à base de extratos de plantas é pertinente ressaltar a necessidade do aprofundamento dos estudos, sabe se da eficácia dessas moléculas, porém, estudos sobre dosagens e combinações devem ser realizados para um melhor aproveitamento desses produtos, além de conhecer de forma aprofundada os mecanismos e interações.

Atualmente a busca por produtos naturais e saudáveis está em expansão. O uso de compostos sintéticos está sendo limitado ou até banido por órgãos da saúde, tanto na indústria alimentícia humana como no uso de promotores de crescimento na produção animal.

No sistema de produção animal, o uso de aditivos torna se necessário tendo em vista os desafios sanitários e metabólicos em que os animais são submetidos. Neste contexto, é inevitável o desenvolvimento de substâncias alternativas não invasivas na alimentação animal. Assim sendo, as substâncias naturais tornaram-se promissoras substitutas, pois, apresentam ação similar e algumas vezes mais ampla devido a diversos mecanismos de ação. Além disso, por serem substâncias bioativas atuam no nível de vários alvos o que reduz a probabilidade de desenvolvimento de resistência em microrganismos.

Entretanto, para sua adição na alimentação animal é necessário caracterizar os vários produtos de plantas, bem como conhecer o modo de ação destas substâncias. Os óleos essenciais, funcionais e seus compostos apresentam ação antimicrobiana, antioxidante, antiviral, entre outras características. Essas propriedades provem principalmente do efeito sinérgico dos constituintes o que podem potencializar seus efeitos benéficos.

Na literatura encontramos vários relatos científicos da melhora de saúde intestinal em frangos e aumento da resposta imune com a utilização de óleos essenciais de tomilho e canela. Ainda, resultados em frangos e ratos recebendo óleos essenciais na dieta apresentaram maior produção de enzimas antioxidantes nos tecidos e menores valores de ROS (espécies reativas ao oxigênio) e consequentemente menores valores de produtos da oxidação lipídica (Malonaldeído) o qual é um indicador de estresse oxidativo.

Uma das maiores preocupações na produção animal vem de encontro a contaminação por patógenos, o que desafia pesquisadores e técnicos a cada dia, pois, são microrganismos de difícil controle. Dentre esses microrganismos podemos destacar as Salmonelas. Diversos extratos de plantas se mostraram eficazes no controle desses microrganismos em experimentos in vitro e in vivo, como timol, eugenol, carvacrol, resveratrol, cinamaldeído, entre outros. Sabemos que a nível intestinal o controle desses microrganismos é ainda mais complexo devido a diversas interações biológicas, nesse contexto é interessante lançar mão de tecnologias como a microencapsulação e o uso de misturas sinérgicas entre os compostos.

Na produção de suínos existem diferentes pontos a serem levados em consideração, como, por exemplo, a palatabilidade da dieta e microrganismos alvos. Inúmeros trabalhos com um composto ou misturas deles mostraram aumento no ganho de peso ou melhoria da eficiência alimentar. Além de demonstrar efeito eficaz no controle de microrganismos como, Escherichia coli, Clostridium, C. perfringens, Staphylococcus; pode se observar aumento de Lactobacillus e em alguns estudos reduzindo diarreias e lesões causadas por oocistos. Efeito observado utilizando diferentes extratos de plantas, como, carvacrol, timol, eugenol, cúrcuma, pimenta, alecrim, p-cimeno, menta, entre outros.

Para nutrição de ruminantes no desenvolvimento de qualquer aditivo a complexidade se dá pelas interações ruminais as quais são de grande dimensão e ainda pela heterogeneidade de dietas que encontramos a campo. Os resultados científicos acompanham a complexidade desse sistema, onde, podemos observar aumento do desempenho animal, redução da produção de metano, modulação na fermentação ruminal, e até melhora na qualidade de carne de animais recebendo esses produtos na dieta.

Concluindo, essas substâncias conhecidas como aditivos naturais se mostram efetivas na nutrição animal, agindo em diferentes mecanismos essenciais para uma melhor saúde animal permitindo que este reflita em maior desempenho.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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