Bovinos / Grãos / Máquinas
Oito passos para uma fazenda de sucesso
Seguir alguns passos do que e como fazer são alternativas para pecuarista que busca por lucratividade na propriedade
Como tornar a fazenda ainda mais produtiva? Essa é a pergunta que passa pela cabeça de todo pecuarista. A dúvida do que e como fazer é constante para aqueles que pensam na expansão e lucratividade da atividade. Mesmo não havendo segredo ou fórmula mágica, algumas dicas sempre são bem-vindas para o aprimoramento das atividades na propriedade. O zootecnista e coordenador do Instituto Inttegra, Antônio Chaker, dá oito dicas de como tornar a fazenda mais lucrativa; dicas essas que são usadas pelas fazendas observadas pelo profissional com maior produtividade.
“Todos os anos fazemos uma pesquisa e observamos as fazendas que são, pelo menos, três vezes mais lucrativas que a média. Vemos o que estas propriedades têm em comum”, informa. No ano passado foram 185 fazendas observadas, para então chegar às oito características que tornam estas fazendas acima da média.
Um
Enumerando cada uma delas, Chaker explica que a primeira característica é ter um “líder liderando”. “Existe a figura da liderança que atrai para si a responsabilidade do sucesso, ele mostra o caminho”, explica. O profissional conta que o primeiro aspecto é encontrar líderes com duas características básicas: visão clara do que quer, do que significa sucesso para ele; e atrair a responsabilidade para si. “O líder ainda mostra o caminho e cria as condições para que as pessoas sigam esse caminho. Pode parecer algo obvio, mas na prática, a quantidade de fazendas em que o líder simplesmente faz aquilo que sempre fez é muito grande”, destaca.
Dois
Ele diz que a primeira característica é fundamental para a segunda: ter um gerente empoderado, sendo um líder que cria uma liderança subordinada a ele. “O dono da fazenda cria um gerente que tem poder dentro da empresa. Sempre falamos: gerente forte, fazenda forte, gerente fraco, fazenda fraca”, afirma. Ele observa que todas as fazendas que ganham três vezes mais que a média têm um gerente empoderado, e que tem este mesmo comportamento com os seus subordinados. “São pessoas empoderadas, que conseguem tomar decisões e têm autonomia”, afirma. Segundo ele, para construir isso, ter esta característica de empoderamento, é preciso ter duas iniciativas: alinhamento – todos sabem para onde estão indo e o que indica o certo; e ambiente de pertencimento – a opinião de todos vale, tem o sentimento de fazer parte de tudo. “Ter um gerente que é líder e uma equipe empoderada é essencial”, destaca.
Três
A terceira característica é a fazenda ter alinhamento do conhecimento da equipe com o grau tecnológico que existe na propriedade. “A equipe tem que ter conhecimento do que está manuseando”, afirma. Chaker ainda destaca que é preciso que a fazenda tenha as metas muito bem definidas: a meta reprodutiva, produtiva, operacional, financeira, e os compromissos comportamentais. “Ter as metas claras e bem gerenciadas é outro detalhe fundamental”, assegura.
Quatro
Outra característica que estas fazendas acima da média têm são cronogramas de atividades muito bem acompanhados. “É aquela coisa de combinou, está combinado”, conta. Ele explica que as pessoas envolvidas estão focadas em cumprir o cronograma das atividades, e não somente da semana. “São atividades da semana, que estão dentro de um grupo de atividade do mês, que está no grupo do semestre e do ano”, conta. De acordo com Chaker, é interessante ter um cronograma de atividades, porque acaba se transformando no ditado “tarefa dada é tarefa cumprida”. “Com uma turma empoderada, a meta clara e o líder mostrando bem o caminho, é fácil de executar as atividades”, afirma.
Cinco
A quinta peculiaridade é a projeção e o acompanhamento do fluxo de caixa. “De todos os acompanhamentos que podem existir na empresa, o mais importante é o fluxo, porque a previsão de entrada e saída de dinheiro é importante”, diz. Segundo o zootecnista, fazer um balancete do caixa todo mês para ver como foi e olhar para os próximos 12 meses faz com que a fazenda nunca tenha surpresas de caixa. “Se era percebido que em algum mês teria o caixa mais apertado, o gerente conseguia antecipar as situações”, diz.
Seis
Ter excelência na produção e colheita da forragem é a sexta característica destacada pelo profissional. Para ele, as fazendas acima de média têm visão e uma preocupação operacional de como produzir e colher pasto. “Estas fazendas entenderam que a pecuária é sustentada pela fase da pastagem, pela operação em pasto. Então, essa é a principal alavanca de performance dessas propriedades, que tinham excelência na produção e colheita de forragem”, afirma Chaker. Para ele, isso traz dois índices importantes: o aumento de lotação e o aumento de ganho médio diário, que são coisas que interferem na performance da pecuária.
Sete
A sétima característica importante é investir bem, segundo Chaker. “São fazendas que entenderam que gastar com custos indiretos, como administração, impostos e manutenções, devem ser muito bem direcionados, porque são dois grandes grupos de desembolso”, explica. Os custos fixos e os variáveis, que interferem diretamente na produção, como nutrição e sanidade, são os comentados pelo especialista. “São fazendas que se preocupam muito em gastar pouco na mão de obra. O interessante que gastar pouco na mão de obra não significa ter uma equipe que ganha pouco, muito pelo contrário, é contratar pessoas melhor que a média para, quanto essa pessoa na média cuida de um rebanho de 700 cabeças, as pessoas acima ganha 10% a mais, mas cuida de mil cabeças”, explica. “Resumindo: sempre há a discussão do que fazer para gastar menos”.
Oito
A última característica para ter uma fazenda mais lucrativa, de acordo com Chaker, é ter pessoas que aprendam consigo mesmas e que sempre achem que podem melhorar. “Elas sempre pensam que ainda dá para gastar menos, ainda tem como produzir mais, ainda há como fazer mais”, diz.
Mas, como fazer?
De acordo com Chaker, a maior dificuldade está no líder principal aceitar que ele é o único responsável por fazer isso acontecer. “Porque são processos de cima para baixo. Então, quando o dono realmente quer e ele entenda que precisa construir esse ambiente é fácil”, afirma. Para ele, para ter tudo isso estabelecido dificilmente acontece em menos de quatro anos, isso porque há grande rotatividade de equipe, de entendimento de todas as características. “Mas a grande dificuldade é o entendimento do dono em querer fazer, e depois ele se dedicar de corpo e alma e montar uma equipe, porque ele precisa atrair, treinar e segurar pessoas para que isso aconteça”, destaca.
Chaker ainda destaca o atual momento que vive a pecuária nacional. “Todos estão falando em crise, mas os problemas da fazenda são resolvidos dentro da porteira. Acho importante lembrar isso. Fazendas boas conseguem superar R$ 1 mil por hectare, enquanto a média ganha R$ 130”, diz. Para ele, é preciso acreditar na pecuária nacional, que tem potencial de produzir mais de 20@/ha, quanto a média não chega a 4@/ha. “Tem muito do que devemos fazer para construir uma nova pecuária”, pontua.
Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

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Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história
Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.
Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

Fotos: Shutterstock
“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.
Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.
Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025
Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.
A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.
A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).
O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil
Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.
“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.
A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.
A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.
Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.
“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.
