Suínos
Oito passos para não errar o diagnóstico da sua granja
Profissional diz que no dia a dia da granja os profissionais se deparam com resultados laboratoriais e muitas vezes possuem dúvidas de como utilizar essa importante e útil ferramenta.
Ter uma gestão sanitária eficiente na granja é primordial para a excelência na produtividade. Quem defende essa ideia é a médica-veterinária e PhD em Ciência Animal, Amanda Gabrielle de Souza, coordenadora técnica Suínos da MSD Saúde Animal. Nesta matéria, ela aborda de forma prática a importância dos laudos e apresentou oito passos para coletar os materiais e interpretar os dados de forma eficiente. Conforme Amanda, no dia a dia da granja os profissionais se deparam com resultados laboratoriais e muitas vezes possuem dúvidas de como utilizar essa importante e útil ferramenta.
Ela enalteceu sobre a disparidade existente no Brasil em relação à disponibilidade de laboratórios que emitem laudos médicos para animais, observando que essa situação tem mostrado progressos ao longo dos anos. “Enquanto alguns estados desfrutam de uma assessoria robusta nessa área, outros carecem desse suporte”, reflete, acrescentando que na atualidade existem diversas técnicas à disposição e que elas são muito importantes para que um produtor ou veterinário consiga finalizar um laudo médico. “Tem muita tecnologia disponível, mas é preciso saber analisar”, reforça.
De acordo com ela, a suinocultura moderna tem caminhado para um grande progresso de intensificação da produção, o que acarreta em alta densidade de animais na granja e a rápida transmissão de patógenos. “Atualmente os suínos são criados em um ambiente com certo estresse, por isso precisamos trabalhar de alguma forma para minimizar as problemáticas que surgem, como a alta taxa de transmissão de doenças”, sustenta.
Eficácia do bom diagnóstico
É neste contexto que a especialista enaltece a importância de fazer um diagnóstico preciso, que pode servir como uma ferramenta excelente para auxiliar na gestão sanitária da granja. Ela acrescenta a necessidade de uma conversa constante entre aqueles que atuam nos laboratórios e aqueles que trabalham diretamente no campo. “O campo e o laboratório precisam estar bem alinhados para que a resposta do exame tenha validade e seja útil”, sugere.
Amanda enfatiza que o diagnóstico representa uma ferramenta valiosa para a gestão eficiente da saúde na granja, permitindo o controle estratégico de várias doenças, já que por meio da realização de um antibiograma é possível selecionar cuidadosamente os tratamentos que contribuirão para o controle das enfermidades, empregando de maneira adequada as ferramentas disponíveis para combater as doenças. “Isso também permite o uso prudente de antimicrobianos, conforme estipulado pelas normativas vigentes, o que demanda uma reflexão mais aprofundada sobre essa questão. Nosso trabalho é melhorar os índices zootécnicos e a saúde dos animais”.
Por onde começar?
A profissional destaca que o primeiro passo para um bom diagnóstico é ter bem definido o objetivo. “Eu preciso saber o que quero buscar”, pontua. Ela acrescenta que o segundo passo é ter conhecimento a respeito das doenças que podem afetar os animais. “Quer sejam respiratórias, entéricas, sistêmicas. É importante saber que as doenças mais comuns na suinocultura também atingem os animais por fase. É fundamental conhecer isso, porque facilita e auxilia muito no entendimento de qual ferramenta buscar”, orienta.
Em terceiro lugar, a profissional pontua que é extremamente necessário ter conhecimento sobre quais são as ferramentas que estão disponíveis para a obtenção do diagnóstico e em quarto lugar, e muito importante, está a necessidade de saber interpretar os resultados. “A interpretação é uma atividade muito complexa e que precisa ser bem trabalhada”, expõe.
A profissional salientou que muitos produtores e técnicos não utilizam os laudos para a tomada de decisão. “Isso me deixa muito frustrada, pois eles não estão valendo-se de ferramentas que podem ser essenciais na superação de enfermidades”, lamenta.
8 PASSOS
De forma prática, a PhD em Ciência Animal explicou que existem 8 passos para fazer um diagnóstico correto a campo. O primeiro é a avaliação clínica do rebanho, seguido pela avaliação dos fatores de risco para ocorrência. “Para isso, ter conhecimento sobre o histórico da granja é fundamental”, informa. Em terceiro vem a seleção correta dos animais para necropsia. “Não adianta selecionar animais de forma aleatória, pois aí eu não vou conseguir chegar no resultado que eu desejo.
Também precisa ter cuidado para não pegar o laudo de um animal e achar que é preciso mudar o manejo de toda a granja. Para que seja efetivo, é necessário ter uma visão de rebanho”, explica. O quarto passo é a prática de necropsia com coleta de amostras. “Nesta etapa, é preciso respeitar todos os protocolos para que a coleta seja feita com excelência. Saber coletar o material de forma asséptica é fundamental”, recomenda.
O quinto passo é o envio das amostras ao laboratório. “A atenção ao resfriamento e ao envio para o laboratório no tempo correto, bem como um bom armazenamento, é extremamente importante”, enfatiza. Solicitar os exames corretos é o próximo passo. “Eu preciso ter um objetivo e preciso saber o que devo procurar para então solicitar os exames que me ajudarão a pontuar e resolver meu problema”, reforça.
Em sétimo está a interpretação dos resultados. “Este é um momento crucial. Quando eu vou interpretar os resultados é necessário que eu esteja munido com todas as informações necessárias, como o laudo, histórico clínico, produção e fatores de risco. Desta forma, eu consigo ter uma visão de qual é o meu problema e o que eu posso fazer para superá-lo”, afirma. O oitavo passo é o plano de ação. “Por último, o diagnóstico precisa me ajudar a elaborar, executar, monitorar, discutir os resultados e adequações necessárias para que eu consiga uma transformação positiva na granja”, defende.
“Precisamos interagir as informações que temos, o que nos diz a clínica, a lesão e o tipo de patógeno, pois essas combinação é a chave que a gente precisa buscar para fechar um diagnóstico”, acrescenta.
Surtos, monitorias e necropsias
De acordo com Amanda, quando o assunto é fechar um diagnóstico para um caso de surto é necessário que sejam feitos testes diretos, já que é primordial encontrar o causador dos problemas. Já nos casos de monitoria, ela defende que o melhor é utilizar testes indiretos, como a sorologia. “Preciso ter cuidado e coletar de várias faixas etárias para eu ter um perfil do quadro de infecção daquele agente”, recomenda.
Com relação à necropsia, a médica-veterinária defende que não existe uma técnica perfeita para fazer este procedimento. Ela alega que existem inúmeras possibilidades. “A necropsia deve ser feita de forma sistemática, completa e ordenada, sendo que a coleta precisa ser de forma asséptica. Esse é o ponto e é isso que vai fazer a diferença, independentemente da forma que vou analisar”, reforça.
Termômetro é item essencial na granja
Com respeito à avaliação clínica, Amanda diz que é necessário buscar sempre os animais que apresentam sintomas de doenças na fase aguda, pois é nesta etapa que é possível isolar o animal, já que na fase crônica há mais chances de haver doenças secundárias e que podem atrapalhar o diagnóstico correto. “Para encontrar o suíno neste estágio é essencial que o termômetro seja item constante na granja”, defende.
Mais recomendações importantes
A especialista também alertou a respeito da importância de buscar uma forma de eutanásia que seja segura para quem está fazendo, que respeite o bem-estar animal e que seja seguida de uma sangria. “A sangria bem feita é extremamente útil para eu conseguir acompanhar melhor a lesões”, sugere. Outra recomendação oportuna é a de que cada exame laboratorial possui um protocolo e que o mesmo deve ser seguido para que seja eficiente a análise dos materiais. “Temos a microbiologia, biologia molecular, sorologia, patologia e muitos outros. É preciso ter visão crítica para cada um deles, pois existem técnicas que são muito acessíveis economicamente e eficazes”, orienta.
O que fazer quando receber o laudo?
Esta é a fase na qual é preciso ter competência para conseguir interpretar os resultados. “É essencial ter o histórico, entender os resultados dos exames e buscar uma gestão integrada, ou seja, que leve em conta os dados do rebanho e os exames laboratoriais, pois desta forma o resultado do diagnóstico será muito melhor do que segmentando os resultados”.
A profissional reforçou que a colaboração entre o sanitarista e o laboratório é fundamental para resolver problemas. “Apoio laboratorial é indispensável, não tenha vergonha. Se precisar, ligue e tire dúvidas com o laboratório. Melhor do que gastar R$ 2 mil em um laudo e deixar ele na gaveta. Essa interação entre o sanitarista e o laboratório é muito importante, já que essa união de forças pode ser muito útil para resolver problemas da granja”, sugere.
Por fim, a especialista enalteceu que a escolha adequada de exames e a coleta de amostras são elementos cruciais na área da patologia. “Amostras mal colhidas ou mal acondicionadas nunca levam ao diagnóstico correto. Além disso, a gestão de dados hoje é muito importante e eficaz, pois é preciso englobar os dados para trabalhar de forma mais consciente. Isso é o futuro da gestão sanitária na suinocultura”.
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Suínos
Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela
Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.
Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.
O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.
Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.
“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.
Exportações
Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.
Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.
Perspectivas
Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.
Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.
Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.
Segurança do trabalho
Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.
Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.
Suínos
Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos
Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.
O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.
Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.
Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.
Empenho coletivo
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.
VBP
A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.
Suínos
Práticas sustentáveis e eficiência energética guiam produção de suínos da Coopavel
Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos.
Com desafios crescentes relacionados à eficiência no uso de recursos, à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao manejo adequado de resíduos, a cadeia suinícola brasileira tem dado exemplo ao implementar práticas sustentáveis que, além de preservar o ambiente também melhora a imagem do produtor e atende às exigências de consumidores e mercados cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem.
Entre as maiores cooperativas agroindustriais do Brasil e uma das poucas que dominam todas as etapas da produção de suínos, a Coopavel é um belo exemplo de como a sustentabilidade na suinocultura é possível e rentável ao investir em soluções ao longo da cadeia produtiva que conciliam crescimento econômico e respeito ao meio ambiente.
Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos. Esse processo resulta na geração de biogás, que é capturado e convertido em energia elétrica. “Essa energia oriunda do processo de tratamento dos dejetos é considerada limpa e renovável, o que contribui para reduzirmos de maneira significativa as emissões de GEE na atmosfera”, aponta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Além da produção de energia, o sistema de biodigestores gera biofertilizantes, que são utilizados na fertilização do solo e na adubação de florestas de eucalipto, reaproveitamento que beneficia tanto a agricultura quanto o meio ambiente.
A Coopavel também foca na melhoria contínua da dieta dos suínos, o que contribui para reduzir a liberação de gases como amônia. “A eficiência alimentar diminui as concentrações de gases nocivos nos dejetos, colaborando para a mitigação dos impactos ambientais da atividade suinícola”, salienta Grolli, enfatizando que essa abordagem faz parte de um plano mais amplo da cooperativa, que inclui o uso de tecnologias avançadas nas unidades industriais para o tratamento de resíduos e efluentes, alinhando a produção com a missão de produzir alimentos sustentáveis.
Uso eficiente de energia
O uso eficiente de energia é outro pilar das ações sustentáveis da Coopavel. Nas unidades de produção e processamento de suínos, a geração de energia renovável e o reuso de água fazem parte da rotina. “Investimos na reutilização de parte do efluente tratado em algumas atividades específicas dentro da granja, como limpeza de pisos e canaletas, desta forma conseguimos reduzir a extração de água subterrânea”, afirma Grolli.
Práticas sustentáveis na UPL
Para garantir a melhoria contínua, a Coopavel realiza o monitoramento regular das emissões de GEE em sua Unidade de Produção de Leitões (UPL), utilizando os dados para nortear ações de melhorias no processo produtivo. Somado a isso, está em andamento um projeto de expansão do sistema de tratamento de dejetos na UPL, que inclui a ampliação da capacidade de produção de biogás. “Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade do efluente final e ampliar a capacidade da usina para produção de biogás”, expõe o presidente.
Integração de boas práticas ambientais
Além de cumprir todas as exigências ambientais impostas pelos órgãos reguladores e atender aos mercados nacional e internacionais, a cooperativa busca continuamente aprimorar seus processos, trazendo práticas ainda mais sustentáveis. “O objetivo não é apenas garantir a conservação dos recursos naturais, mas também promover a geração de renda e riqueza para toda a cadeia produtiva”, salienta.
Grolli frisa que a Coopavel reconhece a necessidade crescente de aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento populacional global. No entanto, ressalta que esse aumento deve ser realizado de forma sustentável, uma vez que o planeta possui limites em sua capacidade de suporte e exploração de recursos naturais. Por essa razão, a adoção de práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis precisa acompanhar, e até mesmo antecipar, o aumento da produção. “Esse equilíbrio é essencial para garantir que as demandas alimentares da população mundial sejam atendidas, ao mesmo tempo em que se preserva a qualidade de vida na Terra”, evidencia.
O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!