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Oferta e demanda mantêm alta generalizada do leite
De queijos a fluidos, cenário foi positivo em agosto e mercado começa setembro de forma aquecida
Com um menor volume de captação e de comercialização e com a demanda aquecida, os preços do leite se mantiveram valorizados semana a semana ao longo de agosto e entraram em setembro em alta. Se nos dois meses anteriores os queijos sustentavam os preços, agora a alta é generalizada por todos os derivados. O movimento registrado no Paraná reflete o que ocorre no restante do país.
O cenário foi apresentado em reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústria do Paraná (Conseleite-PR), realizada por meio de videoconferência, na terça-feira (15). O colegiado aprovou o valor de referência projetado de R$ 1,9860 para o leite entregue em setembro a ser pago em outubro – o maior patamar desde o início da série histórica.
“Os preços continuaram subindo de forma sistemática. Até o momento, meados de setembro, ainda não percebemos sinal de recuo dos preços, nem mesmo de estabilidade. Eles seguem em alta”, disse o professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos responsáveis pelo levantamento. “Preço não é causa de nada. É resultado. Resultado das forças de oferta e demanda”, acrescentou.
De modo geral, o mercado de lácteos paranaense vem se recuperando desde maio, quando o valor de referência projetado chegou a R$ 1,2767. Desde então, os queijos vinham puxando os preços – principalmente, o mussarela, que respondeu por 49% do mix de comercialização e que chegou a ter valorização de 75,7% entre maio e o primeiro decêndio de setembro. Com representatividade expressiva, o queijo prato oscilou positivamente em 57,7% no período. Requeijão e provolone também registraram alta.
Agora, no entanto, a alta também chegou aos derivados fluidos. O leite pasteurizado também vem em variações positivas sucessivas. O UHT, por sua vez, teve valorização acumulada de 37,6%, desde maio. Apesar da alta expressiva, o produto – que é representativo por ser consumido de forma significativa por todas as classes sociais – não chegou ao seu recorde de preço, já que houve picos maiores em julho de 2016 e de 2018. Outro produto com valorização acentuada é o leite em pó, que oscilou 48,3%, entre maio e o primeiro decêndio de setembro. Mesmo produtos que vinham em estabilidade, como a bebida láctea e o doce de leite, agora registraram alta de preço.
A única exceção do levantamento é a manteiga, cujo preço permanece estável, no mesmo patamar. “O movimento foi positivo como um todo. As capacidades de pagamento continuam elevadas não só entre os queijos, mas também entre os outros produtos. Poucas vezes assistimos variações de capacidade de pagamento desta magnitude”, observou a professora Vânia Guimarães, da UFPR.
O setor vê o movimento como reflexo do mercado, mas avalia que o momento é de cautela. “Tivemos uma pequena queda na captação e, até por causa da manutenção do auxílio emergencial, a demanda se manteve aquecida. Isso se refletiu nos preços, de acordo com a lógica da relação oferta e demanda”, avaliou o presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP, Ronei Volpi. “Com a redução pela metade no valor do auxílio emergencial, precisamos ver se haverá reflexos na demanda”, acrescentou.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.