Suínos Piscicultura
Oeste do Paraná é grande produtor de peixe
Oeste representa mais de 70% da produção estadual de peixes


Ricardo Krause é Engenheiro de Pesca e auxilia o produtor de tilápia
Na região Oeste são cerca de 160 toneladas de tilápia produzidas por dia nas 24 indústrias destinadas ao beneficiamento
Não é só na época de Páscoa que o brasileiro tem consumido mais peixe, mesmo que o ano de 2018 tenha sido atípico na comercialização final desse produto, principalmente por contratempos com a crise. O Oeste Paranaense tem se consolidado como um dos mais fortes redutos de produtores do país, impulsionado inclusive, pela mão-de-obra qualificada dos profissionais desse mercado.
Para termos uma ideia, a Região Oeste comporta atualmente algo em torno de 1.800 propriedades rurais de forma comercial e produzindo em torno de 85 mil toneladas de peixes, em média, nos últimos anos.
Segundo dados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a produção de peixes cresce em um ritmo acelerado de 15 a 20% ao ano na região. Os modelos de produção empresarial e cooperativa se destacam e ditam novos tempos para essa atividade ainda considerada nova no Brasil. A região tem destaque nacional pela sua produção que representa 73% da produção estadual e em torno de 10% da produção nacional e com destaque para a tilapicultura, relata a Emater.
O Engenheiro de Pesca Ricardo Krause observa que, para esses números terem sido alavancados dessa maneira, foi fundamental um processo de melhoria continuada. “O produtor tem se tecnificado e isso melhora a produção. As orientações de um profissional especializado também é um fator determinante, uma vez que há meandros dentro dessa cultura que devem ser respeitados”.
Para Krause, o crescimento se dará pela qualificação dos profissionais envolvidos. “Segundo as previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) divulgadas neste ano de 2018, o Brasil deverá ter um acréscimo de 89% na produção de pescados através da aquicultura até o ano de 2030. Desse modo, o profissional Engenheiro de Pesca tem, e ainda terá, papel de destaque nessa história que promete muito mais sucesso”, anima-se ele.
A “rainha da água”
Longe da praia, do mar e das brisas marítimas, é quase que natural para quem mora no interior, ter seu peixe de água doce predileto. Na Região Oeste, por exemplo, a “rainha” da preferência do consumidor tem sido a tilápia.
Os números mostram que no Brasil foram produzidas 485,2 mil toneladas de peixes em 2017, segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Desse total, a tilápia representou 58% da produção nacional de peixes com 283,3 mil toneladas despescadas.
O Paraná é o estado líder na produção aquícola nacional com 98 mil toneladas produzidas só no ano de 2017, das quais 91,7 mil toneladas foram representadas somente por tilápias. A região Oeste Paranaense representa a maior parte da produção do Estado, afinal em 2017 foram abatidas e processadas cerca de 160 toneladas de tilápia por dia nas 24 indústrias destinadas ao beneficiamento, nas quais o produto final predominante é o filé.
“O tempo de produção dessa espécie leva entre 7 e 10 meses. É uma safra que depende de como o peixe é alocado na água. Se for de 1 grama por exemplo, leva 10 meses. Se for 50 gramas, leva 7 meses”, explica Krause. “A grande questão ainda na produção da piscicultura é a qualidade da água, fator que determinará, no final de todo o processo, a qualidade do produto”, finalizou.
Fiscalização
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná – Crea-PR, esclarece e alerta aos produtores de pescados devem contar com a presença de profissional habilitado nos projetos de execução de viveiros de terra e no projeto de manejo e na acompanhamento da produção, também da produção dos alevinos devem ser acompanhados por engenheiros de pesca, que estão sempre envolvidos com pesquisas que contribuem, para a evolução de produção, na segurança alimentar e técnica da atividade.
“O Crea-PR fiscalizou aproximadamente 100 produtores de peixes da região, no ano de 2018, sendo que no início de 2019 será intensificado a fiscalização juntos aos produtores e frigoríficos de pescado, onde todas os produtores de peixe com a finalidade comercial devem ter um profissional habilitado pela produção”, relata Geraldo Canci, gerente do Crea-PR em Cascavel.
Sobre o Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), criado no ano de 1934, é uma autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização dos profissionais da empresa das áreas da engenharias, agronomias e geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de atualização e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via Editais de Chamamento.

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
