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Ocepar fomenta iniciativas ESG no cooperativismo paranaense
Entidade estimula a sistematização e a organização das ações de ESG em todas as cooperativas paranaenses através do Projeto ESG+Coop do Plano Paraná Cooperativo.
O que hoje se torna uma realidade no mundo corporativo através de uma sigla, desenvolver e se preocupar com o social, o ambiental e a governança já fazem parte do DNA das cooperativas paranaenses desde o início de suas atividades, justamente porque essas condutas proporcionam um diferencial competitivo no mercado.
De acordo com o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, as premissas da Agenda ESG estão bastante enraizadas no cooperativismo, uma vez que fazem parte do modelo societário, focado no indivíduo. A base do movimento cooperativista são as pessoas e não o capital, por isso que as cooperativas buscam constantemente promover melhores condições de vida e renda aos cooperados, o que impacta na valorização do meio ambiente e no desenvolvimento local. “No cooperativismo todos são sócios do negócio e partilham de seus resultados, positivos ou negativos, na justa proporção que contribuíram para sua geração. E diante de um cenário de maior exigência do mercado, um relatório de atividade consistente, que demonstre as ações concretas de ESG, abre oportunidades de negócios e melhora o acesso a crédito aos empreendimentos cooperativistas”, destaca Ricken.
A Ocepar estimula a sistematização e a organização das ações de ESG em todas as cooperativas paranaenses através do Projeto ESG+Coop do Plano Paraná Cooperativo (PRC200). A iniciativa visa criar um programa de monitoramento, avaliação e certificação das cooperativas paranaenses, com o foco no atendimento a requisitos ambientais, sociais e de governança no mercado. “Vamos atuar para descomplicar o processo, organizando os indicadores do sistema, para que tenhamos padrões comparativos, facilitando a emissão de certificação às cooperativas que estiverem atuando conforme os preceitos exigidos pelo mercado”, evidencia Ricken.
Como resultados esperados do projeto estão o fortalecimento da imagem das cooperativas, com a sistematização e divulgação do que o setor faz para a melhoria das questões ambientais e os impactos sociais positivos da cadeia produtiva do cooperativismo. “Nossa intenção é sermos facilitadores na conscientização das cooperativas para que elas não percam a vanguarda das boas práticas e deixem de ser destaques em ESG por falta de informação organizada”, ressalta o presidente da Ocepar.
Conforme o gestor cooperativista, o Projeto ESG+Coop é uma construção conjunta com as cooperativas, com o objetivo de trabalhar com indicadores de confiança e relevância, criando um sistema consistente de acompanhamento destes dados, com uma visão abrangente do que o setor realiza. Por seus princípios e valores, as cooperativas têm diferenciais para se destacar como empreendimentos que atuam com boas práticas. Porém, não basta apenas dominar a teoria do ESG, é preciso organizar e sistematizar essas práticas. “A pauta das boas práticas ambientais, sociais e de governança está em destaque no mercado e por isso esta mentalidade de sistematização do ESG precisa avançar no cooperativismo brasileiro. Vivemos na era da informação e, por isso, é necessário compilar e consolidar os dados de forma coletiva, para divulgar seus resultados de maneira adequada e sistêmica”, salienta Ricken.
No Estado paranaense ainda são executados pelas cooperativas inúmeros projetos sustentáveis voltados à produção de energia renovável através de dejetos dos animais, sistema esse que possibilita aumento na escala de produção de alimentos, utilizando a inovação, com o propósito de transformar passivos em ativos ambientais, o que evita a liberação de causadores do aquecimento global.
Em outra frente, são realizados importantes investimentos em pesquisas, a fim de obter uma maior produtividade e qualidade da produção, garantindo assim produtos seguros na mesa dos consumidores brasileiros e de mais de 150 países.
Ramos de atuação
O Sistema Ocepar conta atualmente com 58 cooperativas do ramo agropecuário, que representam juntas cerca de 194 mil produtores cooperados. Além deste, abrange mais seis segmentos: crédito, com 54 unidades; saúde, com 36; transporte, com 34; infraestrutura, com 16; consumo e trabalho, produção de bens e serviços, com 14 cooperativas no Estado.
Impacto socioeconômico
As cooperativas paranaenses conseguiram, nos últimos anos, aproveitar bons momentos para planejar e investir. Atualmente, em torno de 48% do faturamento das cooperativas agropecuárias advém da agroindustrialização, o possibilita maior flexibilidade em momentos difíceis. “Não arriscaria dizer que vamos crescer nos mesmos percentuais do ano passado ou dos anteriores. Os desafios são muitos, principalmente das instabilidades econômicas e políticas que volta e meia estamos sujeitos, no entanto, as cooperativas têm uma característica muito forte que é a filosofia de trabalho e de valores, em que, os cooperados, dirigentes e funcionários pensam no longo prazo e trabalham com esta perspectiva”, analisa Ricken.
De acordo com o presidente da Ocepar, a entidade dará continuidade ao seu planejamento estratégico com o PRC200, para que mais cooperativas possam projetar seu futuro de forma sustentável, afinal, o sucesso das cooperativas é fruto de investimentos e de planejamento. “Todos os anos, o cooperativismo tem desenvolvido novos projetos para ampliar sua capacidade de atendimento aos cooperados e de processamento da produção”, relata.
Dos 399 municípios paranaenses, em 130 as cooperativas são as principais empresas, gerando emprego, renda e distribuindo riquezas. Em mais de 70 cidades, as cooperativas de crédito são a única instituição financeira. “São indicadores que demonstram o quanto o cooperativismo hoje faz parte da vida das pessoas. Por isso precisamos dar continuidade ao trabalho de representação, defesa e fomento para que nossas cooperativas tenham um ambiente favorável e continuem crescendo e desenvolvendo as regiões em que atuam”, enfatiza.
Em recente estudo realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), no Paraná, municípios que têm cooperativas contam com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais alto. Em muitos municípios do Paraná, as cooperativas são as mais importantes empresas, maiores empregadoras e geradoras de receitas.
Segundo Ricken, cerca de um terço dos produtores rurais do Estado do Paraná são cooperados. A expressiva participação dos pequenos e médios produtores – com área de até 50 hectares – nas cooperativas agropecuárias representam 77% do quadro associativo, evidenciando a importância das cooperativas para essa faixa de produtores. “Em 2021 a distribuição dos resultados (sobras) cresceu 32%, atingindo a marca de R$ 8,2 bilhões, recursos esses que ficam na própria região e são investidos nas atividades dos cooperados ou em bens de consumo que ajuda a girar a roda da economia local”, realça Ricken.
Arrecadação e geração de empregos
As 58 cooperativas do ramo agropecuário registradas no Sistema Ocepar foram responsáveis por uma movimentação financeira, em 2021, de R$ 134,8 bilhões. Juntas, incorporam 193.734 mil cooperados, geram 103.104 mil empregos diretos, e recolheram R$ 3,6 bilhões em tributos.
Na região Oeste do Paraná estão sediadas 12 cooperativas agropecuárias que contribuíram com 41,32% do total do faturamento do cooperativismo do ramo agro, crescimento de 39,9% se comparado com 2020.
Sustentabilidade ambiental
São inúmeras as ações voltadas à sustentabilidade ambiental desenvolvidas pelas cooperativas paranaenses. Um exemplo, é a busca de alternativas para gerar energia limpa e renovável através da biodigestão anaeróbia dos dejetos e resíduos da agroindústria abundante nos municípios, minimizando os impactos ambientais da atividade de produção de alimentos, promovendo e incentivando as boas práticas da sustentabilidade e da proteção ao meio ambiente.
“C. Vale, Castrolanda, Copacol, Frísia e a Lar são algumas cooperativas do ramo do agropecuário que produzem energia limpa e renovável através da reutilização dos dejetos dos animais”, evidencia Ricken.
Outras ações desenvolvidas pelas cooperativas paranaenses estão relacionadas à projetos que promovem recuperação e proteção de nascentes através do desassoreamento da mina d’agua e conservação da área de preservação permanente, incentivo à adoção do sistema de plantio direto como premissa básica de manejo e conservação do solo nas propriedades agrícolas, recuperação de áreas de pastagens degradadas e intensificação da produção agrícola, utilização de florestas plantadas para a produção de energia térmica nas cooperativas e produção de energia limpa renovável por meio de painéis solares na propriedade rural.
Contribuição à agenda ESG
Além do Projeto ESG+COOP, o Sistema Ocepar desenvolve algumas iniciativas direcionadas às premissas do ESG como, por exemplo, a realização de seminários de inovação e sustentabilidade e a oferta de cursos de pós-graduação, via Sescoop-PR, voltados à temática ESG, que estimula os colaboradores das cooperativas a multiplicarem seus conhecimentos, possibilitando que as cooperativas executem projetos que performem em um retorno rápido do investimento.
Atuação
O Sistema Ocepar é formado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR) e pela Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar). Estas três entidades trabalham em estreita parceria para fomentar o desenvolvimento das cooperativas do Paraná.
Com 51 anos de atividade, a Ocepar atua na representação política e institucional, o Sescoop/PR na capacitação, promoção social e monitoramento, e a Fecoopar na representação sindical das cooperativas.
Para saber um pouco mais de como a agenda ESG está movimentando o cooperativismo brasileiro acesse a versão digital da edição Especial de Cooperativismo clicando aqui.
Notícias
Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.