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Obras no Porto de Paranaguá vão ampliar capacidade de operação e agilizar descarga de fertilizantes
O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou na terça-feira (29) as obras de implantação de novas esteiras transportadoras nos berços 211, 209 e 208. Investimento privado é de R$ 800 milhões.
A descarga de fertilizantes ficará ainda mais ágil e atrativa para quem opera no Porto de Paranaguá. O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou na terça-feira (29) as obras de implantação de novas esteiras transportadoras nos berços 211, 209 e 208, com investimento de R$ 800 milhões da iniciativa privada, das empresas Rocha e Fertipar. A solenidade foi no Palácio Iguaçu, em Curitiba (PR). As novas estruturas de correias serão instaladas no cais comercial, que é público.
“Nós temos que transformar o Paraná na central logística da América do Sul porque uma das preocupações das grandes empresas do mundo é a logística, que custa muito no dia a dia. E esses investimentos da iniciativa privada que estamos fechando são fruto desse planejamento para ampliar o porto mais eficiente do Brasil”, declarou o governador. Segundo ele, para acompanhar esse movimento do mercado, o Estado prepara duas modernizações que alcançam R$ 2 bilhões em investimentos: o Moegão e o Corredor de Exportações.
Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a ampliação do porto é fundamental, principalmente para as operações nos próximos anos. “Nós estamos concluindo mais uma etapa importante para as próximas décadas. Hoje, para nós do time da infraestrutura, é um momento de prestar contas à sociedade. São projetos ousados do governo em todos os modais, principalmente na Portos do Paraná, reconhecida como a melhor gestão e que está recebendo investimentos milionários”, disse.
O presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, reforçou a importância das obras para impulsionar a estrutura. “O Governo fez um planejamento estruturado na infraestrutura como um todo. Ferrovia, rodovia, e o porto tem que responder. Teremos condição de receber mais carga, gerar mais emprego, atrair mais investimentos, operando com um custo menor e mais eficiente”, afirmou.
Novas esteiras
Hoje há correias operando apenas no berço 209 e elas chegam até dois terminais – o Terminal Público de Fertilizantes (TEFER) e o Rocha. Com a expansão das dalas (estruturas onde ficam as correias), outros dois berços (o 208 e o 211) e novos terminais (como a Fertipar) poderão se interligar para a recepção dos granéis sólidos minerais.
Os adubos poderão ser descarregados de três navios, simultaneamente, utilizando as esteiras transportadoras. Além de aumentar a capacidade de descarga, o investimento vai dar mais agilidade, reduzindo a fila de espera para a atracação e, consequentemente, os custos da operação.
No Porto de Paranaguá, além dos três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante (208, 209 e 211), ainda há um píer privado, com outros dois berços exclusivos e interligados por esteiras (Fospar). No Porto de Antonina são mais dois berços para o segmento.
A descarga de fertilizantes é feita com o auxílio de guindastes (tipo MHC, de cais, ou os de bordo, do próprio navio). Aos equipamentos são conectadas uma espécie de concha (grab) que retira os produtos dos porões das embarcações e descarregam nos funis das esteiras transportadoras ou dos funis sob os quais passam os caminhões que levam as cargas para os terminais.
Obras
Os terminais portuários Rocha e Fertipar, ambos localizados na retroárea do Porto de Paranaguá, pretendem investir um total de R$ 800 milhões nesse projeto de expansão que prevê, além das novas esteiras, a construção de novos armazéns. Em geral, o projeto pretende criar um corredor para descarga de fertilizantes com duas novas linhas independentes. A nova estrutura possibilitará a atracação de navios com maior capacidade, como o Panamax, por exemplo.
Em detalhes, no cais será feita a demolição das atuais correias transportadora e torre de transferência e a implantação das novas esteiras nos três berços. Cada um terá capacidade de descarregar até mil toneladas de fertilizantes, por hora. No total serão 1.192 metros lineares de esteiras transportadoras. Também será montada uma nova balança de fluxo, com a mesma capacidade; três estruturas de funis sobre trilhos, com capacidade para 60 metros cúbicos cada; e equipamentos afastadores no berço 209.
Fora do porto, serão construídos três armazéns pela empresa Rocha adicionando uma capacidade estática de mais 192 mil toneladas, que serão somadas às atuais 445 mil toneladas que o terminal já tem para a recepção de carga. Estes, assim como a estrutura atual da empresa, também serão interligados às correias do cais.
A Fertipar, por sua vez, vai construir outros quatro armazéns que somarão mais 300 mil toneladas de capacidade estática às atuais 192 mil toneladas que a empresa já tem de armazenagem. Essas novas estruturas também serão interligadas às esteiras de recepção da faixa primária.
Para essas interligações dos novos armazéns, ainda na área de retaguarda do porto serão construídos mais 1.282 metros lineares de esteiras transportadoras. Toda essa expansão vai gerar 350 empregos diretos, em um período de cerca de dois anos o meio – tempo que devem durar as obras.
Investimentos públicos
No evento, o governador falou ainda sobre o edital de licitação do projeto de moega exclusiva para trens, o Moegão, que vai receber investimento de R$ 524 milhões. O projeto voltado a estrutura do Porto de Paranaguá tem como objetivo absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. A fase atual é de preparação para o certame. A previsão de início das obras é novembro deste ano, com conclusão a partir de julho de 2024.
O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a vida de quem mora em Paranaguá . “As interferências da ferrovia na cidade serão reduzidas de 16 para 5 pontos. O número de caminhões vai diminuir, tirando até 700 veículos por dia do trânsito local. As manobras também ficarão mais rápidas, operando até 180 vagões simultaneamente”, disse.
O projeto prevê, também, a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas destinadas ao depósito de grãos. A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva e interligada a três linhas independentes.
Ratinho Junior falou ainda sobre o andamento da modernização e ampliação do Corredor de Exportação (CORREX), no Porto de Paranaguá. A Portos do Paraná vai investir R$ 1,3 bilhão na obra. O projeto básico está sendo finalizado e vai permitir a construção de um píer em T, com 4 berços de atracação, ponte de acesso e 8 torres pescantes, cada uma com capacidade de embarque de quatro mil toneladas/hora.
“Para que essas cargas, que vão chegar num futuro próximo, tenham um tratamento eficiente, o porto precisa ajustar o Moegão, que dá uma condição muito melhor de recebimento ferroviário, olhando não só agora, mas o futuro. O novo corredor de exportação também. As mercadorias têm que chegar no navio com eficiência, tudo isso para que o Paraná seja visto não só como um ponto logístico muito bom, mas com custo ao importador e exportador muito barato”, complementou Garcia.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.