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Suínos / Peixes Segundo presidente da Peixe BR

Objetivo da piscicultura é aumentar consumo em 2020

Com campanhas voltadas ao consumidor, após um 2019 de bons resultados intenção para 2020 é mostrar ao brasileiro que o peixe é nutritivo e fácil de ser preparado

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Arquivo/OP Rural

O ano de 2020 está para peixe. Pelo menos essa é a visão do presidente-executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros. A reportagem do O Presente Rural entrevistou a liderança para comentar sobre como foi o ano de 2019 para a piscicultura nacional e o que esperar para este ano.

Medeiros informa que é preciso destacar que o mercado de peixe em 2019 teve duas características importantes, uma oposta à outra. “No primeiro semestre tivemos uma demanda grande por tilápia no mercado interno. Isso acabou promovendo a redução da margem para o consumidor. Porém, em compensação, acabou gerando uma maior oferta de tilápia a preços competitivos para o consumidor”, explica. Já no segundo semestre, continua Medeiros, houve um quadro diferente. “Aconteceu uma grande procura por tilápia e aquele estoque que estava acima acabou, e hoje temos uma maior demanda para consumo”, conta.

Para ele, o setor está em um momento em que o produtor está tendo uma boa remuneração e uma pequena recuperação nos preços ao consumidor. “Mas isso não acompanhou a mesma alta de preços que aconteceu com outras proteínas, como o frango, suíno e bovino. Isso significa que o consumidor de peixe de cultivo, mas especificadamente de tilápia, continua com um produto bastante acessível”, diz.

A liderança destaca que outro produto muito importante de cultivo no Brasil é o tambaqui. “Este peixe passou um ano de preços e consumo estável. Não tivemos variações significativas, ou seja, foi um momento bastante positivo, se mantendo como aconteceu em 2018”, conta. De acordo com ele, o único diferencial deste peixe foi o aumento significativo de produção no Maranhão. “Até 2018 o Estado comprava tambaqui do Mato Grosso e Rondônia. Mas em 2019 eles se tornaram autossuficientes. Foi a mudança mais significativa para esta espécie, mas o mercado do tambaqui no Brasil foi baixo”, informa.

Perspectivas

Medeiros comenta que para 2020 a expectativa é que o consumo continue crescendo. “Isso especificadamente puxado pela tilápia. Temos fatores importantes no suprimento de tilápia este ano”, afirma. O primeiro fator de destaque dado pela liderança foi que na última quinzena de dezembro o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atendeu a um antigo pleito da Peixe BR e outras instituições e liberou a lista de aditivos que podem ser incorporados ao processamento de produtos derivados da tilápia. “São produtor como filé pré-processado, nuggets, hambúrguer e mais outros 40 produtos que estava aguardando essa liberação”, explica.

De acordo com ele, essa liberação significa que nos próximos meses haverá uma grande oferta variada de produtos prontos e semiprontos de derivados de tilápia, semelhante ao que acontece hoje com suínos, aves e bovinos. “Isso tem como principal resultado o aumento do consumo, onde vamos atingir classes sociais e mercados específicos, que pela dificuldade e desconhecimento do preparo de peixe acaba não consumindo a proteína. Essa mudança foi muito significativa para todo o setor”, destaca.

Outro ponto importante, segundo Medeiros, é quanto ao incremento da presença de tilápia nos atacarejos, mercados que pegam atacado e varejo e que está crescendo muito no Brasil. Além disso, há ainda a presença da proteína nos cardápios de restaurantes. “É obrigatório que todo restaurante tenha um prato com tilápia. Isso é um movimento que acaba puxando o consumo. Por isso, temos uma expectativa boa, inclusive melhor que em 2019”, diz.

Já quanto ao tambaqui as expectativas são mais a longo prazo. “Para 2021, com o advento de algumas tecnologias que ajudam no processamento desta espécie, que estão em fase de desenvolvimento, teremos o incremento do consumo. Mas isso só a partir do ano que vem”, comenta.

Coma mais peixe

Medeiros informa que, infelizmente, o Brasil tem hoje um dos menores consumos per capita de peixe do mundo, menor, inclusive, que do Continente Africano. “O nosso consumo fica na faixa de 9,7 a 10 kg/habitante/ano”, diz. Para a liderança, o setor tem o desafio de aumentar este consumo. “Mas, mesmo assim, temos também uma grande oportunidade. O brasileiro é um grande consumidor de proteína animal do mundo, estando atrás apenas dos EUA”, conta.

Para melhorar o cenário de consumo, Medeiros conta que a Peixe BR desenvolveu uma campanha chamada “Coma Mais Peixe”. “É exatamente com o propósito do peixe de cultivo, cada dia mais, estar presente no prato do consumidor em quantidades muito maiores. A campanha vem com esse propósito”, afirma. Segundo ele, a campanha já obteve bons resultados, sendo uma ação que começou e não termina. “A gente espera uma mudança significativa no hábito alimentar do brasileiro”, diz.

Entre os públicos trabalhados na campanha, está principalmente o jovem. “Estamos trabalhando com os jovens, principalmente incorporando a tilápia aos restaurantes japoneses, e temos tido um bom retorno. Temos campanhas específicas objetivando esses resultados, principalmente para que o consumidor saiba que peixe de cultivo não é caro”, destaca.

Cooperativas estão sendo fundamentais

Muito além do consumo, o próprio cultivo de peixe no Brasil aumentou. Esse incremento se deve, e muito, pelas cooperativas que estão investindo também nesta proteína. “Elas são fundamentais. Quem puxa a produção de tilápia no Brasil são as cooperativas. Elas que estabelecem modelos de negócios e produção, além de regras de mercado. São reguladoras hoje, principalmente de tilápia”, comenta Medeiros.

Para ele, o investimento das cooperativas no setor é uma iniciativa fantástica. “Esperamos que nos próximos três a cinco anos o número de cooperativas que devem entrar na tilapicultura aumente”, diz. Segundo ele, não somente pelo know-how que elas possuem em produção e comercialização, mas principalmente porque as cooperativas são extremamente importantes e se tornam competitivas a nível mundial a partir do trabalho que é feito pelo pequeno produtor. “Isso nos mostra que o pequeno produtor organizado por ser muito competitivo”, afirma.

Além disso, os pequenos produtores estão cada vez mais trabalhando com a piscicultura. “É uma alternativa de renda. O último Censo Agro, de 2017, demonstrou que 230 mil estabelecimentos rurais no Brasil têm peixe. Isso é muito significativo, porque é uma proteína que está presente em muitas propriedades. Agora, o nosso grande desafio é transformar isso em negócio”, avalia.

Muitos desafios pela frente

Medeiros destaca que hoje a piscicultura brasileira tem dois grandes desafios. “O primeiro desafio é com a legislação ambiental, quanto ao licenciamento. Nós da Peixe BR temos feito um trabalho de Estado por Estado e percebemos que a maioria não tem legislação e quanto tem, praticamente, impossibilita a atividade, tornando-a ilegal. A atividade ilegal não tem futuro, porque o produtor precisa produzir, comercializar e vender. O principal entrave aqui é a segurança jurídica ambiental”, lamenta.

Medeiros explica ainda que outro obstáculo está na utilização das águas da União para produção de peixe. “É uma pauta antiga, de 2003. No entanto, ainda hoje as empresas que solicitaram autorização, na sua maioria, ainda estão esperando a tramitação. Temos muitos processos no Mapa que já estão esperando dez anos”, conta a liderança. Segundo ele, sem essa legalidade, também não é possível fazer a comercialização ou mesmo financiamentos. “Ou seja, o produtor fica na marginalidade. Então, o nosso maior desafio hoje não é o mercado, mas sim os poderes estaduais e federal, a legislação”, afirma.

A liderança comenta que no caso da utilização das águas da União existe a legislação, porém, é o governo que não está fazendo a parte que lhe diz respeito. “Fica empacado. Hoje temos 1.814 processos no Ministério da Agricultura esperando, muitos deles com 10 anos de idade, que caso fossem liberados teríamos um aumento significativo na nossa produção de peixes”, declara.

Exportações

Com o aumento da produção de peixe brasileiro, o país está trabalhando também com o mercado internacional. “Em 2018 a Peixe BR e outros estabelecimentos fizeram uma política de exportação de peixe de cultivo brasileiro, com uma parceira com a Apex-Brasil e as relações exteriores, aumentamos as exportações em 2019 significativamente”, conta. Para isso, foi implantado o drawback, que exonera de impostos federais todos os destinos da produção. “Com isso estamos no momento fazendo um reconhecimento de mercado e nosso principal destino (90%) são os EUA, que hoje é o principal mercado mundial de tilápia”, diz.

Segundo Medeiros, a intenção é aumentar as exportações nos próximos anos. “Existe mercado, não somente o norte-americano, mas também o colombiano, mexicano, equatoriano. Nós não estamos fazendo mercado, mas participando de um que já existe. E nós temos condições para isso”, acredita.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de janeiro/fevereiro de 2020.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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