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O uso de enzimas nas fases de creche de suínos melhora o desempenho dos animais

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João Paulo Pereira de Souza - Zootecnista - Nutrição de Suínos - Vaccinar

A suinocultura é segunda maior produção econômica e a que mais fornece proteína animal, da qual a China ocupa o local com maior produção, seguida pela União Europeia e Estados Unidos. O plantel de suínos no Brasil é atualmente em torno de 39,7 milhões de cabeças, desses, 53,9% se concentram na região Sul do país. Além desse número, a suinocultura tem recebido valor, uma vez que, a mesma tem recebido investimentos substanciais e grande evolução em relação a desenvolvimentos tecnológicos em toda a sua cadeia produtiva (BERNARDO, MIRANDA & FILHO, 2020).

A suinocultura industrial brasileira vem ganhando destaque no cenário mundial por ser o quarto maior produtor mundial de suínos e o quarto maior exportador de carne suína. Os índices de produtividade advêm de vários fatores, como: mão de obra qualificada, genética, estado sanitário, nutrição e manejo (DALLA COSTA et al., 2020). Da qual um dos principais focos da produção de suínos é maximizar a produção de carne suína. Em contrapartida, devido à industrialização crescente o mercado requer animais que cresçam rapidamente e tenha uma melhor performance (DOS ANJOS, GOIS & PEREIRA, 2018).

A alimentação de suínos tem uma representação em torno de 70% dos custos de produção. Os cereais são comumente usados na alimentação animal e tem por finalidade um alto valor energético, principalmente se apresentarem um alto teor de amido em seus grãos. Já o farelo de soja é um alimento com alto teor de proteínas, tendo em sua composição proteica um excelente balanço de aminoácidos, sendo de suma importância na nutrição animal, principalmente para não ruminantes (PELISSARI et al., 2016).

Para que ocorra mais rapidamente esse desempenho animal, o uso de antibióticos promotores de crescimento entra em ação, com a finalidade profilaxia e terapêutica, pela qual é uma atividade bastante comum, visando uma melhor produtividade. No entanto há um risco e uma preocupação pela sociedade pelo uso exagerado da indústria com o uso desses promotores, podendo causar resistência bacteriana dos patógenos humanos (CEZÁRIO et al., 2020). Sendo assim o uso desses antibióticos promotores de desempenho foram banidos ou reduzidos internacionalmente, da qual o mercado produtor teve como foco buscar alternativas aos mesmos (MICHELLE DE ALMEIDA et al., 2017).

Outra questão é sobre os principais ingredientes da dieta de suínos, nesse caso o milho e a soja, da qual possuem seus custos elevados, devido a concorrência com o consumo humano e a indústria de biocombustíveis através da extração de óleos desses ingredientes (LEE et al., 2019). Desse modo torna-se imprescindível a busca por alimentos alternativos e aditivos capazes de suprir e melhorar o uso desses alimentos, além de atender as exigências dos animais, buscando os melhores índices possíveis de produção (HORWAT et al., 2021).

O milho e a soja são a base da alimentação de suínos, empregados como fonte de energia e proteína para os mesmos. Por outro lado, há nesses alimentos fatores anti-nutricionais como: lectinas e oligossacarídeos, capazes de causar grandes problemas na produção de suínos, além de inibidores de tripsina e proteínas antigênicas, as quais causam a redução da utilização da proteína pelos suínos, consequentemente coibindo a secreção enzimática pancreática, aumentando assim perdas de secreções endógenas desses animais (MIN et al., 2019).

De acordo com Vieites et al., (2020), comentam que um dos principais problemas do milho e da soja é o fato de possuírem em sua composição biomoléculas que são pobremente ou não podem ser digeridas pelos animais e alguns fatores anti-nutricionais. Algumas dessas biomoléculas formam determinados produtos resistentes à digestão, da qual pertencem ao grupo dos carboidratos, denominados assim polissacarídeos não amiláceos (PNAs), que podem inibir a utilização de proteínas pelos suínos (LEE et al., 2019).

Os PNAs possuem características específicas, possuindo em sua composição moléculas particulares, como a celulose, pectina e a hemicelulose, da qual só são disponibilizadas para o organismo do animal através da digestão enzimática exógena, ou pela ação fermentativa no intestino grosso. Além desses fatores, as PNAs possuem peculiaridades, da qual vem a impactar o desempenho animal dependente da nutrição, isso ocorre pelo fato dessas encapsularem determinados nutrientes agindo como uma barreira física, causando problemas na digestibilidade pelo intestino delgado (VIEITES et al., 2020).

As dietas formuladas para os suínos são muitas das vezes compostas por moléculas relativamente grandes e altamente insolúveis em água, como proteínas, lipídios, amido e celulose respectivamente, onde sua utilização depende que esses sejam degradados em partículas menores. Para metabolizar os compostos provindos da dieta, torna-se necessário processos bioquímicos complexos. Um desses processos é a hidrolise, reação espontânea e exotérmica, ocorrendo a uma velocidade muito baixa, podendo ser melhorada e acelerada (GOMES et al., 2019).

As enzimas são tecnologias utilizadas na alimentação animal para aumentar o valor nutricional dos ingredientes ofertados na dieta, segmentando os fatores anti-nutricionais presentes nos alimentos de origem vegetal, aumentando a disponibilidade de proteínas, minerais e amido, hidrolisando ligações químicas, haja visto que, as enzimas endógenas dos animais não são capazes de fazer essa hidrólise e por último acrescentando a coleção enzimática, beneficiando os processos de digestão e absorção pelo animal (OWUSU-ASIEDU et al., 2010).

A utilização de enzimas é um fato real na produção de suínos. Essas por sua vez, de forma exógena são capazes de potencializar o aproveitamento dos polissacarídeos não amiláceos (PNAs), aumentam a digestibilidade dos ingredientes, disponibilizando os nutrientes, minimizando os problemas de má absorção pelos animais e com isso melhorando o desempenho produtivo dos mesmos, proporcionando uma performance mais natural (KRABBE et al., 2019).

De acordo com Pelissari, et al., (2016), o emprego das enzimas na nutrição convencional, sendo os principais componentes o milho e a soja, obtém-se efeito no aumento da absorção e desempenho do animal, além melhorar a digestibilidade dos nutrientes provindos desses grãos. Além de mostrar-se como uma importante alternativa para aumentar o valor nutritivo e diminuindo a viscosidade da dieta (TEIXEIRA et al., 2005). O alto potencial nutricional e suplementação das enzimas teve total interesse para os fabricantes de ração, empresas essas, voltadas para a produção animal, da qual o produtor de suínos tem como seu principal foco melhorar o desempenho e crescimento dos animais (LIU, YIN & KIM, 2019).

Segundo Luise et al., (2020), o uso de enzimas exógenas está sendo incluídos entre os aditivos na nutrição animal com a finalidade de liberar polímeros menores e de menor peso molecular das variáveis tipos de carboidratos da fibra dietética, com o intuito de melhorar a digestão. Os autores citam a xilanase, com uma importância indispensável, pelo fato de favorecer a diminuição da viscosidade, devido principalmente à ação em arabinoxilanos solúveis, fazendo com que nutrientes indisponíveis e aprisionados se tornem disponíveis ao animal.

Atualmente trabalhos vem sendo desenvolvidos e demonstrando bons índices em função da melhora da digestibilidade em desempenho de animais não ruminantes alimentados com rações a base vegetal, da qual se estabelece o milho e a soja, quando suplementados com enzimas exógenas. Porém nos dias de hoje ainda existe uma série de demandas por pesquisas para que haja uma validação de matrizes nutricionais voltadas para cada tipo de enzima existente no mercado e utilizada na nutrição animal (KRABBE et al., 2019).

O estresse pós desmame pode ser um fator a ser levado em consideração, devido ao fato desse evento desencadear problemas como a mudanças na morfologia intestinal do animal, resultando em redução da produção devido a perdas de enzimas digestivas. Fato é, que o trato digestório desses animais ainda é imaturo, ou seja, estão em desenvolvimento, pois o sistema secretor não estar totalmente formado. Tornando necessário a utilização de ingredientes de alto valor nutricional e biológico (EINECKE et al., 2019).

A digestibilidade e disponibilidade de proteína bruta em suínos recém-desmamados é baixa devido a imaturidade do seu sistema digestivo. Quando não digeridas de forma correta, a proteína pode vir a se tornar um problema, da qual a mesma pode se tornar uma fonte patogênica de bactérias no intestino, causando assim uma fermentação, consequentemente podendo contribuir para um quadro de diarreia pós-desmame e até a morte do animal. Outro fato é que a não absorção dessa proteína pode se tornar um grande problema para o meio ambiente, haja visto que, venha a ser um grande poluente, como a emissão de nitrogênio (LEE et al., 2020).

As enzimas intestinais vão desenvolvendo suas atividades a medida que o animal vem apresentando seu crescimento, ou seja, desenvolvendo-se. Essas enzimas são na maioria responsáveis pela digestão de carboidratos que compõem as reservas energéticas presentes nas células vegetais, onde nos animais pós-desmame podem vir a não apresentar atividades satisfatórias capazes de promover atividade suficiente para a digestão das dietas durante essa fase (AUMAITRE, & CORRING, 1978).

Diante do contexto apresentado, faz se necessário a utilização de enzimas exógenas em dietas iniciais, uma vez que são capazes de promover e melhorar o aproveitamento dos alimentos e nutrientes presentes nessas dietas. Por outro lado, como forma de melhorar a os índices de produção do animal o uso das enzimas acelera o desenvolvimento imunológico do animal, promovendo melhor ganho de peso, melhorando o aproveitamento da dieta, além de contribuir para redução dos custos na produção dos animais nessa fase (PEREIRA, 2017).

Teixeira et al., (2005), testando dois níveis de proteína, inclusão ou não de farinha de carne e ossos; suplementação ou não com complexo enzimático composto por protease, amilase e celulase para suínos em fase de creche desmamados aos 14 dias de idade, demonstra que a adição de níveis crescentes de enzimas exógenas na dieta de suínos durante essa fase possui a capacidade de melhorar o desempenho dos animais, quando o nível de proteína foi testado a 21%, da qual não foi afetado pela adição de 5% de farinha de carne e ossos.

Long et al., (2020), em pesquisa utilizando um complexo enzimático a base de Amilase, protease, xilanase e B-glucanase em comparação a uma dieta basal na alimentação de supinos recém-desmamados, avaliando o desempenho e digestibilidade dos nutrientes presentes na dieta, observou um melhor desempenho quanto a GPD para animais que foram suplementados com o complexo enzimático. Para o efeito digestibilidade de nutrientes; o autor observou melhores efeitos do tratamento contendo o complexo enzimático, onde a digestibilidade da MS, MO, PB e EB foram melhorados.

Duarte et al., (2019), estudando protease e xilanase em conjunto ou individual, em relação a dietas sem a adição dessas enzimas no desempenho, digestibilidade de nutrientes e saúde intestinal na alimentação de animais recém desmamados, não verificaram efeito da inclusão dessas enzimas individuais ou em conjunto sobre a digestibilidade dos nutrientes, no entanto os autores verificaram que a inclusão dessas enzimas em combinação melhora o desempenho do animal, quanto a GPD, CRD e peso vivo final.

Ruiz et al., (2008), afirma que dietas para animais recém-desmamados apresenta boms resultados contendo complexos enzimáticos a base de lipase, amilase e protease individualmente ou separadamente, afirmando que essas enzimas podem resultar em 0,26 a 2,31% nos coeficientes de digestibilidade da PB, em relação a dietas sem a adição dessas enzimas. O autor ainda cita que a mistura de carboidrases, α-galactosidase, mananase e manosidase promoveu na eficiência alimentar, digestibilidade e maior altura de vilocriptas intestinais em leitões recém-desmamados.

Diante desse contexto, é importante reduzir dos custos de dietas pré-iniciais e iniciais substituindo antibióticos promotores de crescimento pela inclusão de aditivos alternativos capazes de melhorar o desempenho e digestibilidade dos nutrientes para animais em fase pós-desmame. E ainda, é possível verificar que as enzimas possibilitam todos esses aspectos, melhorando o desempenho zootécnico dos animais, além de melhorar a digestibilidade dos nutrientes e a saúde intestinal dos leitões em fase de creche.

Fonte: João Paulo Pereira de Souza - Zootecnista - Nutrição de Suínos - Vaccinar
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Sanex realiza I Convenção Nacional

A empresa reuniu colaboradores, distribuidores e representantes para compartilhar sua visão de futuro, discutir resultados e tendências para o setor de nutrição e saúde animal, e contou com a participação de pesquisadores renomados

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A Sanex, empresa brasileira de saúde, nutrição e bem-estar animal realizou, nos dias 12 e 13 de novembro de 2025, no Pestana Conference Hotel, em Curitiba (PR), a 1ª Convenção Nacional Sanex. O encontro reforçou o compromisso da empresa com a inovação, ciência aplicada e o fortalecimento de parcerias estratégicas. Ao reunir colaboradores, distribuidores e representantes de diferentes regiões do país, das áreas técnica e comercial, o encontro proporcionou alinhamento interno, troca de conhecimento e construção de diretrizes para os próximos anos.

A programação abrangeu temas diversos relacionados a inovação, gestão técnica e estratégias para o futuro da nutrição animal nas cadeias de suinocultura, avicultura, bovinocultura e aquacultura. Os participantes contaram com apresentações técnicas, tendências do setor e palestras com pesquisadores reconhecidos nacionalmente, que levaram conhecimento científico para aplicação no campo. As atividades tiveram início com a abertura oficial realizada pelos sócios: Fernando Albieri, Gustavo Machado, Joel Grzybowski e Marcelo Huber.

A palestra de abertura da I Convenção Nacional Sanex foi apresentada pelo sócio e diretor executivo da empresa, médico-veterinário Marcelo Huber com o tema “Sanex – Visão de Futuro”. Marcelo destacou a ampliação das linhas Sanex para os mercados de aves, suínos, ruminantes e, em 2026, para aquacultura, hoje presente em 26 estados brasileiros e com parceiros globais.

De acordo com Marcelo, o mercado de proteína animal está em expansão e exige eficiência, inovação e conformidade regulatória, especialmente diante do Plano de Ação Nacional para Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Agropecuária, o PAN-BR Agro, que reforça práticas de saúde única e redução do uso de antimicrobianos. Enquanto o setor de rações cresce a uma taxa de 5,1% ao ano, os aditivos apresentam crescimento cinco vezes superior, impulsionados pela busca por eficiência, sustentabilidade e conformidade regulatória.

Nesse cenário, cresce a migração para soluções de maior valor agregado, como ácidos orgânicos, emulsificantes e microminerais de alta biodisponibilidade. A pressão de custos, a dependência de commodities e o PAN-BR Agro aceleram a adoção de tecnologias de precisão e soluções com ROI comprovado.

Na sequência, as equipes técnicas e comerciais conduziram sessões dedicadas às principais cadeias produtivas: suinocultura, avicultura, bovinocultura e aquacultura, além da discussão sobre novos mercados. Foram apresentados relatos de casos e resultados de cada área com os programas e produtos Sanex: NeoAcid Pig, Prozinco, Acidificante Solúvel Sanex (ASS), Eletrólito Pré-Inicial, Diatex, NeoAcid, Eletrólitos e PowerBov.

A médica-veterinária Flávia Silva, coordenadora Técnica Nacional de Suinocultura da Sanex, destacou que o acompanhamento técnico dos clientes é essencial para os bons resultados na utilização dos produtos. E para que isso aconteça, é preciso que o conhecimento e atuação de todos seja padronizado. “Quando se reúne todos em um mesmo lugar para discutir os bons resultados, potencializamos essa transferência de informação com padronização. Quando fui contratada, o desafio era padronizar tudo que produzíamos dentro da empresa até que o último representante tivesse a mesma qualidade de informação. E esse tipo de evento contribui com essa padronização”.

A zootecnista Ana Paula Pereira, coordenadora Técnica Nacional Avicultura, avalia de forma positiva o encontro. “A convenção contribuiu para atualizar conhecimentos, aumentar a integração da equipe, além de motivar os parceiros comerciais, deixando todos mais preparados e alinhados com as metas e propósitos da empresa”, destaca.

Na área de ruminantes, quem apresentou os produtos e cases foi a médica-veterinária Márcia Skorei, coordenadora Técnica Nacional Ruminantes. Ela ressalta que é a primeira vez que as equipes técnica e comercial são reunidas em um mesmo evento, e é interessante ver o trabalho e a realidade de todas as espécies. “Eu, por exemplo, sou da área de ruminantes e aprendi muito sobre as outras áreas como avicultura, suinocultura e piscicultura. A cadeia produtiva da proteína animal é muito parecida no sentido de todos estarem em busca da eficiência produtiva, com um menor número de animais, produzindo mais de forma sustentável”, ressalta Márcia.

Oportunidades aquacultura e novos mercados

O conteúdo sobre o mercado de aquacultura foi apresentado pelo sócio e diretor executivo da empresa, médico-veterinário Marcelo Huber. A apresentação abordou os principais desafios sanitários em tilápias e camarões, destacando impactos da pressão de infecção, estresse crônico, imunossupressão e suas consequências sobre desempenho, conversão alimentar e mortalidade.

Marcelo apresentou a linha de produtos da Sanex aplicáveis à aquacultura, incluindo Aquapower, Aquanat, Neoaqua e Eletrólito Alto Desafio, explicando seus mecanismos de ação, especialmente o papel dos ácidos orgânicos, da microencapsulação em camarões e da modulação de microbiota e digestibilidade. O material também revisou os principais patógenos bacterianos e virais das duas espécies, relacionando cada desafio às estratégias de uso dos aditivos e às recomendações práticas.

Foram apresentados dados técnicos de desempenho com Neoaqua em juvenis de tilápias, com 96,5% de sobrevivência, 163 g de ganho de peso e CA 0,89 em 91 dias. Além dos aspectos técnicos relacionados a aquacultura, Marcelo destacou as oportunidades que a Sanex está explorando nos mercados de equinocultura, pets, ingredientes funcionais e produtos customizados. Reforçando o posicionamento da Sanex no desenvolvimento de soluções inovadoras, eficazes, seguras, e sustentáveis para diferentes espécies.

O primeiro dia encerrou com um jantar de integração oferecido pela empresa.

Ciência aplicada no campo

Bovinocultura

O segundo dia da 1ª Convenção Nacional Sanex foi marcado por palestras de especialistas de universidades de referência. O dia começou com o engenheiro agrônomo e doutor Mikael Neumann, professor na Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava (PR).

Em sua palestra “Melhorador de desempenho com ação emulsificante: validações, oportunidades e resultados”, Dr. Mikael apresentou os resultados de dietas experimentais de ruminantes em confinamento com a utilização do PowerBov. Segundo o pesquisador, além de melhor conversão do ganho de peso em carcaça, os resultados de espessura de gordura, marmoreio e área de olho de lombo comprovaram que os benefícios da utilização de dietas lipídicas com emulsificantes foram superiores a dietas com fontes energéticas amiláceas.

Na sequência, o médico-veterinário e professor de nutrição animal na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), doutor André Ostrensky, ministrou a palestra “Mais energia, mais eficiência: entendendo o uso de emulsificantes em vacas de leite”. Antes de falar sobre os experimentos, Dr. André falou sobre as peculiaridades do trato digestivo e absorção dos ruminantes.

Em seguida, mostrou alguns estudos com a tecnologia do PowerBov, que permite melhor aproveitamento dos lipídeos pelos ruminantes que possuem limitação em absorver de forma eficiente a gordura. Com isso, o produto age como como melhorador de desempenho, devido ao aumento da digestibilidade da fibra e principalmente da fração lipídica.

Suinocultura

Na área de suínos, o médico-veterinário, professor e doutor Robson Antunes, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) trouxe o tema “Melhoramento genético de suínos e respostas correlacionadas desfavoráveis”. Dr. Robson destacou os avanços mais recentes do melhoramento genético em suínos e os desafios que acompanham esse processo. Segundo o professor, o setor mantém um ritmo de 2% a 3% de ganho genético ao ano, especialmente em eficiência alimentar, qualidade de carcaça e prolificidade.

No entanto, esses progressos vêm acompanhados de respostas correlacionadas desfavoráveis, que exigem atenção tanto dos programas de seleção quanto das granjas comerciais, como o aumento de fibras musculares do tipo IIb, associado à carcaça mais magra, que pode comprometer a qualidade da carne.

Avicultura

Seguindo a programação do segundo dia, e dando espaço para a área de avicultura, foi a vez do zootecnista, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor Alex Maiorka, com a palestra “Qualidade de ingredientes e saúde intestinal”. Entre os principais desafios alimentares discutidos, destacam-se fitato, micotoxinas, inibidores de tripsina, proteínas não digestíveis e polissacarídeos não amiláceos.

Em sua apresentação, Dr. Alex ressaltou que todos os ingredientes possuem fatores antinutricionais, e que compreender sua variabilidade e impacto na mucosa intestinal é essencial para formular rações mais eficientes e seguras. Ele também destacou que uma microbiota estável, influenciada pela dieta e pelo ambiente, aumenta a resiliência do hospedeiro a estresses e patógenos. Assim, compreender a natureza e os impactos desses fatores, bem como aplicar tecnologias e estratégias nutricionais para mitigá-los, é essencial para garantir saúde intestinal, eficiência produtiva e melhor aproveitamento dos nutrientes.

Piscicultura

A piscicultura também ganhou espaço na programação da 1ª Convenção Nacional da Sanex. E para falar sobre o tema, o convidado foi o engenheiro de pesca e professor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), doutor Robie Bombardelli, que trabalha no Laboratório de Tecnologia da Reprodução de Animais Aquáticos. Em sua palestra “Saúde e bem-estar em peixes: Perspectivas para uma cadeia produtiva em expansão”, falou sobre as oportunidades de explorar a área que ainda carece de profissionais especializados, apontou os novos conceitos de nutrição de peixes e o foco do mercado atual.

Estratégias de comunicação e vendas de valor

E para fechar a programação de palestras na 1ª Convenção Nacional Sanex, o consultor Alessandro Lunardon da BR Gestão Agro, abordou o tema “Estratégias de comunicação e vendas de valor”. Durante a apresentação, o palestrante fez diversas atividades dinâmicas com os participantes.

O profissional fez um diagnóstico sobre os principais entraves da força de vendas no agronegócio, destacando a “cultura do preço”, a dificuldade de acesso ao produtor e a falta de preparo em abordagens comerciais. Segundo Lunardon, a saturação de visitas desorganizadas e focadas apenas em produto e cotação aciona mecanismos de defesa nos produtores, que passam a rejeitar contatos e postergar decisões.

Lunardon propôs a adoção da “venda reversa”, metodologia que substitui o discurso de produto por uma abordagem consultiva centrada no manejo, no diagnóstico de problemas e na construção de valor.

Celebração

Para comemorar a 1ª Convenção Nacional Sanex, a empresa ofereceu aos participantes um happy hour no bar da Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Um momento de descontração após dois dias de imersão em muito conhecimento e trocas de experiências. A Sanex agradece a todos os participantes!

 

 

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Elanco projeta novo ciclo de crescimento sustentável em Dia do Investidor

Empresa prevê avanço anual da receita, expansão de margem e geração de até US$ 1 bi em caixa livre entre 2026 e 2028.

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Foto: Divulgação Elanco/Elanco Saúde Animal

A Elanco Saúde Animal (NYSE: ELAN) apresentou, em seu primeiro Dia do Investidor em cinco anos, um novo plano estratégico para impulsionar um ciclo de crescimento sustentável apoiado em três frentes: Inovação, Portfólio e Produtividade (IPP). As projeções incluem crescimento orgânico anual da receita em um dígito médio, expansão do EBITDA ajustado em um dígito alto e evolução do lucro por ação ajustado em dois dígitos  baixo a partir de 2026. A companhia também prevê gerar ao menos US$ 1 bilhão em caixa livre entre 2026 e 2028, além de reduzir sua alavancagem líquida para menos de 3x em 2027.

“Estamos entrando em um novo ciclo de crescimento sustentável”, afirmou Jeff Simmons, presidente e CEO da Elanco. “Nossa estratégia está funcionando, nosso motor de inovação nunca foi tão forte e nossas equipes têm construído relações profundas com clientes ao redor do mundo. Isso reforça nossa confiança na capacidade da Elanco de liderar o futuro da saúde animal.”

Durante o evento, a empresa anunciou um pacote de investimentos para os próximos cinco anos, que inclui a ampliação das operações de P&D na sede global em Indianápolis e no OneHealth Innovation District. A expansão da planta de anticorpos monoclonais no Kansas deve acelerar a produção de novas imunoterapias. O USDA concedeu um caminho acelerado de aprovação condicional para um imunoterápico promissor que pode se tornar blockbuster em saúde pet nos próximos anos.

A Elanco projeta ainda US$ 1,1 bilhão em receita gerada por inovação em 2026, um aumento de mais de US$ 200 milhões sobre as estimativas de 2025. A nova fase do pipeline inclui oito áreas estratégicas e duas plataformas internas — anticorpos monoclonais e imunoterapia — com mais de dez projetos com potencial blockbuster. Entre cinco e seis deles podem chegar ao mercado entre 2026 e 2031, representando valor de pico estimado superior a US$ 2 bilhões.

No pilar Produtividade, a companhia prevê capturar entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões em economias no EBITDA ajustado até 2030, por meio do programa Elanco Ascend, com cerca de 30% desse valor já sendo entregue em 2026.

Elanco Brasil – no país, a Elanco segue em trajetória de crescimento, impulsionada pelos lançamentos de Zenrelia™, Elura™ e Varenzin™ em Pet Health; SuiShot Circo-ONE™ e Proteck™ em Suínos ; e pelas novas soluções para Ruminantes, Bovigam™ XTRA VACAS SECAS e Ezatect™. Outro avanço importante no último ano foi a aprovação, pelo MAPA, da indicação do Zimprova™ para redução de emissões de metano — o primeiro aditivo melhorador de desempenho para bovinos com indicações para melhora de desempenho e redução de emissões de metano.

Segundo Fernanda Hoe, diretora-geral da Elanco no Brasil, o portfólio robusto e o foco contínuo em inovação fortalecem o relacionamento com clientes. “Nosso compromisso é entregar soluções que elevem a qualidade de vida dos pets, apoiem médicos-veterinários em decisões clínicas ainda mais assertivas e fortaleçam a eficiência e a sustentabilidade dos sistemas de produção. Atuamos para gerar valor real em toda a jornada do cuidado, do tutor ao produtor, conectando inovação, ciência e responsabilidade com o futuro do setor”, afirma.

Para ler o release global na íntegra, clique aqui.

Fonte: Assessoria Elanco Saúde Animal
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Bem-estar animal e biosseguridade elevam a qualidade da proteína de frango e suína nas ceias de fim de ano

Boehringer Ingelheim reforça que cuidados do campo ao prato entregam alimentos mais seguros e saborosos

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Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim

À medida em que as famílias se preparam para as festas de fim de ano, a qualidade das proteínas que chegam à mesa, especialmente de frango e carne suína, ganha destaque. A garantia de um alimento seguro começa muito antes da cozinha: é construída diariamente nas granjas, por meio de práticas de bem-estar animal e biosseguridade. Esses cuidados reduzem o estresse dos animais, contribuem para a saúde no campo e resultam em carnes mais saudáveis e livres de doenças para o consumidor.

A Boehringer Ingelheim reforça que a biosseguridade é um investimento contínuo na qualidade, com benefícios para toda a cadeia. Do ponto de vista prático, trata-se de manter ambientes limpos e organizados, controlar o acesso às granjas e assegurar boas condições de saúde, alimentação e manejo dos animais. Na avicultura e na suinocultura, essas rotinas ajudam a prevenir problemas e garantem um produto de alto padrão.

“A biossegurança deve ser prioridade dentro das granjas para que o alimento chegue à mesa com a maior qualidade possível, principalmente no final de ano, em que as famílias se reúnem para as festividades”, afirma Patricia Aristimunha, médica veterinária e gerente sênior de marketing de aves e suínos da Boehringer Ingelheim.

O impacto desses cuidados trazem benefícios diretos para o prato: cadeias que priorizam bem-estar e sanidade entregam proteínas com melhor textura e sabor, além de mais segurança para a família. Para que essa qualidade se mantenha em casa, a companhia recomenda atitudes simples:

. Escolher marcas com inspeção oficial e com selos que atestam a qualidade do produto
. Verificar a validade e a integridade da embalagem
. Manter o produto refrigerado
. Separar utensílios para alimentos crus e prontos
. Lavar bem as mãos e as superficies
. Evitar lavar o frango cru

“Trabalhamos lado a lado com parceiros no campo para que o consumidor receba um alimento confiável e de alto valor.”, reforça Aristimunha. “Ao escolher produtos de cadeias que adotam padrões rígidos, as famílias brasileiras poderão celebrar o fim de ano com sabor, segurança e muita paz”, finaliza.

Fonte: Assessoria Boehringer Ingelheim
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