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O sucesso começa de dentro para fora

Liderança eficaz, centrada no desenvolvimento e bem estar dos colaboradores, estabelece uma base sólida que permite que a organização prospere.

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Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Apresento o cooperativismo como modelo de negócio que se baseia na colaboração e nos esforços coletivos na busca dos resultados. Neste contexto, as pessoas são o principal pilar. A junção de habilidade, conhecimentos e experiências é o que trará vida e resiliência ao negócio, por isso acredito que o sucesso de qualquer empresa, seja ela ou não no modelo cooperativista, começa de dentro para fora.

Durante esta leitura você encontrará estratégias e conceitos em gestão e liderança que, colocados em prática, servirão de impulso para o crescimento do seu negócio.

O caminho da vida é permeado pelo relacionamento com pessoas e, como já ouvimos em um ditado popular, “sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos podemos ir mais longe”. Como líderes, temos o grande desafio de exercermos um papel que vai além da administração.

Acredito que tudo começa pelas pessoas. Pessoa + Processos + Gestão = Resultado, uma equação simples, mas ao mesmo tempo poderosa, que destaca a importância de investir de forma estratégica nos colaboradores de uma organização.

Sem pessoas, não conseguimos executar as atividades definidas por processos. Não é possível fazer a gestão e medir resultados. Como uma das piores e maiores consequências, não serão alcançados os objetivos traçados no planejamento estratégico.

Transforme sua mentalidade, deixe-a aberta para novas ideias e possibilidades: a liderança e gestão humanizada são o futuro das empresas de sucesso.

Todos nós temos a forma de ser, pensar e agir e mindset é exatamente isso, configurações mentais que são construídas ao longo da nossa vida através das nossas crenças e valores. Convido você a trabalhar a mentalidade de crescimento. Ela será uma grande chave para contribuir com a adaptabilidade e mudanças propostas ao longo da sua leitura.

Um dos primeiros passos de uma organização que busca evoluir de dentro para fora é promover a transformação organizacional. É compreender que as pessoas saem de casa todos os dias para contribuir com o seu melhor em suas atividades profissionais.

Para gerenciar bem uma equipe, mais do que processos e políticas, é preciso entender e cultivar o capital humano. Ouvir as pessoas e entender seus objetivos, alinhando as expectativas pessoais e profissionais com o propósito da empresa, é um movimento crucial para o processo de evolução e transformação dos resultados.

O conceito de capital humano refere-se ao valor econômico que os colaboradores trazem para dentro da empresa através das suas competências e experiências. Não é um valor tangível, assim como o capital financeiro. Porém, são valores que levarão ao alcance das metas e objetivos. Investir e valorizar o capital humano é crucial para maximizar o potencial da empresa.

Um dos caminhos é a realização e a busca de uma gestão humanizada: um estilo de liderança que coloca de forma estratégica as pessoas no centro das decisões e operações organizacionais. Em outras palavras, é ressignificar o modelo tradicional de gestão que, em muitas vezes, focam exclusivamente em resultados financeiros e produtividade.

A gestão humanizada reconhece que colaboradores satisfeitos, engajados e valorizados são mais produtivos e, assim, são mais comprometidos com o sucesso da organização.

Como empresa e como líderes, somos responsáveis por promover o engajamento dos colaboradores; já a motivação ficará a cargo de cada um deles. Ser ou não motivado depende de cada pessoa, e dentro deste pensamento, a escolha pela gestão humanizada não apenas melhora a qualidade de vida dos colaboradores, ela irá fortalecer a lealdade, reduzir a rotatividade e aumentar a capacidade de atração e retenção de talentos para dentro da organização.

Liderança eficiente: o alicerce por trás de toda equipe de resultado

Liderar significa estar sempre um passo à frente dos seus liderados, abrindo portas e construindo junto soluções de desafios diários. É ser o farol, a luz que conduz ao resultado, a liderança de impacto, que influencia e inspira um olhar além dos números. O líder cuida de pessoas.

Líderes ditam o ritmo da empresa e dos resultados, por isso são um dos principais alicerces de uma gestão de dentro para fora. Isso nos alerta sobre a importância de sermos assertivos ao promover um colaborador a um cargo de liderança.

A gestão humanizada exige líderes que tenham empatia e inspiração como comportamentos fundamentais, que trará maior conexão junto aos seus liderados.

O líder comunica de forma clara, objetiva e inspiradora a visão e valores da empresa, mostrando como o trabalho de cada colaborador contribui para o resultado. Investe no desenvolvimento de talentos, identificando necessidades de formação e desenvolvimento; oferece aprendizado continuo e crescimento de carreira, ponto crucial para atração de talentos da nova geração.

O líder deve criar canais de comunicação que promovam a segurança psicológica dos seus liderados, garantindo que eles sintam-se ouvidos e respeitados.

Líderes de impacto criam ambientes de trabalho positivo e inclusivo, enxergam a diversidade como oportunidade e inovação.

A empresa que adota a visão de uma gestão humanizada reconhece que o sucesso sustentável e duradouro depende do bem estar e do engajamento dos seus colaboradores.

Ao inspirar, desenvolver, comunicar, empoderar e reconhecer sua equipe, o líder cria uma base sólida para alcançar os objetivos organizacionais de maneira eficiente e harmoniosa.

Ressignificar o papel dos colaboradores e promover um ambiente de trabalho positivo não são apenas estratégias para melhorar o clima organizacional. São ações fundamentais para alcançar resultados duradouros.

A liderança eficaz, centrada no desenvolvimento e bem estar dos colaboradores, estabelece uma base sólida que permite que a organização prospere.

Para finalizar, a verdadeira força de uma empresa reside em sua capacidade de maximizar e cultivar o potencial das pessoas, transformando a gestão e a liderança em verdadeiros pilares de sucesso.

Comece de dentro para fora e lembre-se: Pessoas + Processos + Gestão = Resultado.

Fonte: Por Paula Gomides, gerente Geral Cooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova e Região (Coosuiponte)

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Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
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Segurança alimentar na América Latina e Caribe: progresso, desafios e o compromisso de avançar

Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

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Foto: Ari Dias

A última publicação do relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2024 (SOFI, na sigla em inglês), lançada em julho passado durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, oferece uma visão detalhada dos avanços e retrocessos na luta contra a fome. Em nível global, embora tenhamos alcançado alguns progressos, persistem desigualdades significativas: enquanto a África continua sendo a região mais afetada, a América Latina apresenta sinais positivos de recuperação, refletindo o impacto dos esforços conjuntos para melhorar a segurança alimentar na região.

O caminho não tem sido fácil. Após a pandemia de COVID-19, nossa região foi uma das mais afetadas pela fome, atingindo em 2021 seu ponto mais alto, com 6,9% da população afetada, enquanto 40,6% enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave. Durante vários anos, observamos como os avanços obtidos no início dos anos 2000 foram rapidamente revertidos.

No entanto, nos últimos dois anos, houve uma diminuição nos níveis de fome, com uma taxa de 6,2% da população, o que representa uma redução de 4,3 milhões de pessoas, impulsionada principalmente pela América do Sul.

Investimentos em programas de proteção social em vários países da região têm sido fundamentais para impulsionar essa recuperação. Através dos sistemas sociais, foi possível responder rapidamente e direcionar os recursos financeiros disponíveis de maneira mais eficaz para as populações mais vulneráveis.

Apesar dos progressos na região, as sub-regiões do Caribe e da América Central continuam a enfrentar desafios no aumento da fome. Não podemos nos permitir retroceder. É fundamental que aprofundemos a análise das visões e estratégias que mostraram resultados positivos para continuar avançando nesse caminho.

A seis meses da Conferência Regional da FAO em Georgetown, Guiana, nos comprometemos a dar respostas tangíveis às prioridades estabelecidas pelos países para transformar os sistemas agroalimentares e alcançar uma Melhor Produção, uma Melhor Nutrição, um Melhor Meio Ambiente e uma Vida Melhor.

Na FAO, iniciamos um processo de reflexão de alto nível junto aos governos para compartilhar experiências de políticas públicas orientadas a garantir a segurança alimentar e nutricional.

Nossa região, assim como o resto do mundo, deve estar preparada para enfrentar riscos crescentes como a mudança climática, conflitos, crises econômicas, entre outros desafios.

A América Latina e o Caribe demonstraram que, com políticas adequadas, podemos avançar e oferecer respostas concretas e sustentáveis. Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

Fonte: Por Mario Lubetkin, subdiretor-geral e Representante Regional da FAO na América Latina e Caribe
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Recursos hídricos, queimadas e cinzas: a urgência do necessário equilíbrio na busca pela sustentabilidade ambiental

Com a chegada das chuvas, ou mesmo transportada pelo ar, parte desse material atinge carreando uma os recursos hídricos, série de elementos químicos capazes de alterar a qualidade da água, prejudicando seu grau de potabilidade.

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Lagoa Bonita, na Estação Ecológica Águas Emendadas (DF), após incêndio em 2010 - Foto: Arquivo Laboratório de Ecotoxicologia da Embrapa Cerrados

A água e o fogo são elementos que não se misturam, mas que se influenciam e podem comprometer significativamente a saúde das pessoas e toda a vida na Terra. A água é um elemento essencial à vida, mas em excesso pode trazer várias consequências negativas, como os episódios de enchentes e alagamentos vistos recentemente no Brasil. O fogo já era manipulado pelos povos primitivos há milhares de anos, e hoje é uma ferramenta fundamental para diversas atividades humanas. Contudo, se utilizado sem o controle necessário ou de formas criminosas, pode também ser extremamente nocivo e perigoso.

Resultados de estudos recentes mostram as interações entre esses dois elementos e, principalmente, as influências negativas do fogo sobre a água no nosso planeta. Vários artigos científicos têm relatado os efeitos das queimadas na redução da quantidade de água disponível, afetando, entre outros aspectos, a umidade do ar. Essas consequências estão amplamente relacionadas às mudanças climáticas e ao aquecimento global propriamente dito.

E sobre a qualidade da água, o que se fala? Pouco. Como o fogo e a água não se misturam, são os resíduos deixados pelo fogo que interagem na água, causando interferências diretas e redução na sua qualidade.

Os impactos das cinzas de incêndios florestais sobre os recursos hídricos têm sido amplamente estudados em regiões temperadas, na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o tema ganhou relevância no âmbito do projeto de pesquisa “Queimadas e recursos hídricos no Cerrado: efeitos das cinzas sobre aspectos limnológicos e ecotoxicológicos” (2010-2012) e, posteriormente, no “Projeto Cinzas: aspectos motivacionais de uso do fogo e efeitos sobre a água e o solo como subsídios para mitigação dessa prática na agricultura” (2013-2016), ambos liderados pela Embrapa Cerrados (DF) e financiados pelo Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq).

No entanto, ainda há muitas lacunas a serem preenchidas e várias questões a serem investigadas. O que se sabe é que as queimadas são eventos frequentes e naturais no Cerrado brasileiro, por exemplo, mas a ação humana tem ampliado a sua frequência e gerado diversos problemas ambientais. Além das perdas verificadas após o término do fogo, efeitos não facilmente visíveis também são detectados. As cinzas e a fuligem geradas pelo fogo são compostas por elementos químicos constituintes dos seres vivos queimados (vegetais ou animais) ou mesmo de materiais minerais, que podem ser degradados dependendo da intensidade do fogo.

Com a chegada das chuvas, ou mesmo transportada pelo ar, parte desse material atinge carreando uma os recursos hídricos, série de elementos químicos capazes de alterar a qualidade da água, prejudicando seu grau de potabilidade e, principalmente, a sobrevivência das espécies que habitam os ecossistemas aquáticos. A presença de macronutrientes como potássio, fósforo e nitrogênio, além de micronutrientes como vários metais, é marcante nas cinzas, e as quantidades disponíveis de cada um desses elementos são o aspecto de maior relevância para a determinação das consequências.

Em contato com a água, parte desses compostos se dissolve, alterando diversos parâmetros físico-químicos do meio aquático, entre eles o pH e o oxigênio dissolvido, fatores limitantes para a sobrevivência de algumas espécies. Nesse caso, ambientes com baixa vazão ou fluxo de água, tais como lagos, lagoas e reservatórios, podem ser mais comprometidos.

A contaminação da água subterrânea pelas cinzas também foi estudada, e pode ser um ponto de atenção com relação a distúrbios digestivos em indivíduos que consomem água de poço, ou até mesmo um problema para irrigantes que utilizam essa água, visto que elementos como o cálcio e o magnésio podem prejudicar o funcionamento dos equipamentos de irrigação.

Dados relacionados ao comportamento humano mostram que o uso errôneo do fogo pode e deve ser minimizado, sobretudo com maior envolvimento de órgãos públicos, por meio da promoção de atividades instrucionais e de educação ambiental para as comunidades, além do combate a práticas que podem ser prejudiciais ao ambiente e à saúde humana.

O fato é que o equilíbrio na interação entre água, fogo e ações humanas precisa urgentemente ser reestabelecido, de modo a reduzir os danos observados, garantindo assim a sobrevivência humana e a sustentabilidade ambiental do planeta.

Fonte: Por Eduardo Cyrino Oliveira-Filho, Pesquisador da Embrapa Cerrados
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