Conectado com

Avicultura 25 anos de SBSA

O simpósio que acompanhou a ascensão da avicultura brasileira

Desde a sua primeira edição, o evento se estabeleceu como um fórum técnico e científico, reunindo pesquisadores, médicos veterinários, zootecnistas, empresários e profissionais do setor para discutir os desafios e oportunidades da avicultura.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo Nucleovet

No final do século 20, a avicultura brasileira já demonstrava sua vocação para a grandiosidade. Em 1999, o Brasil produzia aproximadamente 5,5 milhões de toneladas de carne de frango, ganhando espaço como um dos maiores produtores globais. O setor crescia a passos largos, impulsionado pelo avanço genético, pelo desenvolvimento de rações mais eficientes, pelo aprimoramento das condições sanitárias e pela modernização de fazendas e agroindústrias.

Foi nesse cenário de expansão e transformação que surgiu o Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que em 2025 chega a sua 25ª edição (2020 não foi realizado por conta da pandemia). O objetivo era ser um espaço de disseminação de conhecimento, inovação e troca de experiências entre os principais agentes da cadeia produtiva na região Sul do Brasil, já que eventos técnicos aconteciam somente em São Paulo. Alicerçado em empresas como Sadia, Perdigão e Aurora, que transformariam Santa Catarina no maior produtor de frangos do país à época, o Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) encabeçou o desafio. “A ideia do primeiro Simpósio surgiu porque só tínhamos eventos técnicos em São Paulo. Nesses congressos participavam um gerente, um ou dois técnicos de cada uma das empresas instaladas aqui na região de Chapecó e nada mais. Então a gente pensou. Ao invés de ir 300 pessoas para lá, vamos trazer para Chapecó cinco ou seis profissionais para fazer as palestras. Nossa ideia era trazer conhecimento para a região, já que aqui já era consagrado como centro produtor da avicultura, mas ainda faltava a parte da academia. Nós pensamos principalmente para atender o técnico que estava a campo. Queríamos, e fizemos, um evento que fosse técnico, não muito caro e que fosse em busca de resolver os problemas que a avicultura tinha naquele momento”, lembra o ex-presidente do Nucleovet, Luis Carlos Farias.

Desde a sua primeira edição, o evento se estabeleceu como um fórum técnico e científico, reunindo pesquisadores, médicos veterinários, zootecnistas, empresários e profissionais do setor para discutir os desafios e oportunidades da avicultura. “O Simpósio Brasil Sul de Avicultura surgiu em um período estratégico para o desenvolvimento da avicultura brasileira, consolidando-se rapidamente como um importante espaço de diálogo técnico-científico e atualização profissional. Ao longo de seus 25 anos, o evento acompanhou e, de certa forma, protagonizou as transformações do setor, atuando como um catalisador de conhecimento, inovação e boas práticas”, destaca o atual presidente do Nucleovet, Tiago José Mores.

O crescimento da avicultura brasileira e o papel do SBSA

Foto: O Presente Rural

Os primeiros anos do SBSA acompanharam de perto a ascensão do Brasil no cenário mundial da avicultura. Em 2004, o país se tornou o maior exportador de carne de frango do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. A produção nacional aumentava em ritmo acelerado, com 8,5 milhões de toneladas produzidas naquele ano. O mercado internacional exigia novos padrões de qualidade, sanidade e bem-estar animal, temas que passaram a ocupar o centro das discussões no Simpósio.

Na década de 2010, o Brasil consolidava sua liderança no mercado global. Em 2016, a produção atingia 12,9 milhões de toneladas, e as exportações alcançaram 4,4 milhões de toneladas, abastecendo mais de 150 países. O SBSA acompanhou cada mudança regulatória, cada novo desafio sanitário e cada inovação tecnológica que ajudou o setor a alcançar esses números.

As discussões promovidas ao longo das edições do Simpósio influenciaram a adoção de práticas mais sustentáveis, a melhoria no controle de doenças aviárias e o fortalecimento das cadeias produtivas. O evento também se tornou um palco para debates sobre os avanços da nova era da internet, da automação, da rastreabilidade e mais recentemente do uso de inteligência artificial na avicultura. “É difícil medir a importância do Simpósio na avicultura brasileira, mas muitas soluções de problemas começaram a ser discutidas no evento. Na época a gente discutia o controle de doenças metabólicas e hoje nem falamos mais nisso, provavelmente com a ajuda do conhecimento difundido naquela época”, menciona Farias.

Um simpósio que reflete as necessidades da indústria

Diferente de muitos eventos técnicos que seguem um modelo engessado, o SBSA sempre se destacou por sua capacidade de adaptação às demandas da avicultura. A cada edição, os temas das palestras e painéis são definidos com base nos desafios mais urgentes enfrentados pelo setor. “Buscamos sempre atender as demandas da indústria”.

Ao longo desses 25 anos, o evento abordou desde as grandes crises sanitárias, como os surtos de Influenza Aviária que impactaram os mercados internacionais, até questões ligadas ao bem-estar animal, rastreabilidade e exigências do consumidor moderno. Com isso, o Simpósio se consolidou como um fórum essencial para a tomada de decisões estratégicas por parte das agroindústrias, integradoras e produtores.

Além do conteúdo técnico, o evento sempre promoveu debates sobre a sustentabilidade da produção, o impacto da economia no agronegócio e a evolução do comportamento do consumidor. Essa abordagem multidisciplinar fez do SBSA um espaço para profissionais que querem se manter atualizados e preparados para as constantes transformações da cadeia produtiva.

A feira de negócios e as grandes inovações

Ao lado do Simpósio, a Poultry Fair surgiu, em 2009, como uma vitrine para as inovações do setor. A feira de negócios sempre foi um espaço estratégico onde empresas de nutrição, sanidade, equipamentos, genética e tecnologia apresentaram seus lançamentos. “A primeira feira já começou muito bem porque havia uma demanda reprimida de empresas querendo expor. Os laboratórios perceberam esse crescimento do Simpósio e passaram a querer participar também”, lembra o presidente do Nucleovet na época, Miguel Ângelo Breda Canal.

Foi na Poultry Fair que muitas das grandes inovações da avicultura brasileira foram introduzidas ao mercado. Sistemas de ventilação e climatização, novas gerações de probióticos e prebióticos, vacinas de última geração e equipamentos de automação tiveram suas primeiras apresentações ao público durante o evento. A cada ano, novas soluções são exibidas, demonstrando o dinamismo da indústria e o compromisso do setor com a inovação.

O ambiente da feira também sempre foi propício para a geração de negócios e networking, criando conexões entre empresas, produtores e pesquisadores. O SBSA não apenas dissemina conhecimento, mas também contribui ativamente para o desenvolvimento comercial da avicultura, aproximando os principais elos da cadeia produtiva.

O Presente Rural: mídia oficial e parceira do evento

Foto: Arquivo/O Presente Rural

Desde 2009, o jornal O Presente Rural acompanha de perto cada edição do SBSA, atuando como mídia oficial do evento. A cobertura realizada pela equipe do jornal vai além da simples divulgação dos acontecimentos: é um compromisso com a informação de qualidade e com o fortalecimento da avicultura brasileira.

Além das reportagens e entrevistas exclusivas, o jornal tem um papel fundamental na produção de conteúdo audiovisual para as empresas participantes, destacando seus lançamentos, inovações e estratégias de mercado. Essa parceria fortalece o evento, ampliando o alcance das informações discutidas no Simpósio e garantindo que as principais novidades do setor cheguem ao maior número possível de profissionais.

Um legado para a avicultura brasileira

Ao completar 25 anos, o SBSA é reconhecido entre o setor produtivo por seu papel como um evento indispensável para a avicultura brasileira e latino-americana. O que começou como um simpósio técnico voltado a médicos veterinários hoje é um dos mais importantes encontros do setor avícola mundial.

A avicultura nacional evoluiu e em 2025 pode chegar a 15,5 milhões de toneladas produzidas, tornando-se mais eficiente, mais tecnológica e mais sustentável. O SBSA esteve presente em cada etapa dessa evolução, seguindo como um dos principais motores de conhecimento e inovação da cadeia produtiva.

O Presente Rural – O SBSA nasceu em um momento de crescimento da avicultura brasileira e, ao longo dos anos, acompanhou as transformações do setor. Como o senhor enxerga o papel do Simpósio na evolução da avicultura nacional e quais impactos mais significativos o evento gerou para a cadeia produtiva?

Tiago José Mores – O Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) surgiu em um período estratégico para o desenvolvimento da avicultura brasileira, consolidando-se rapidamente como um importante espaço de diálogo técnico-científico e atualização profissional. Ao longo de seus 25 anos, o evento acompanhou e, de certa forma, protagonizou as transformações do setor, atuando como um catalisador de conhecimento, inovação e boas práticas.

O papel do SBSA na evolução da avicultura nacional é indiscutível. Ele contribuiu significativamente para a disseminação de informações atualizadas, para a formação contínua de profissionais e para o fortalecimento do elo técnico entre a pesquisa acadêmica e a aplicação prática nas granjas. Por meio da atuação do Nucleovet, cuja missão é justamente a capacitação técnica e científica de médicos-veterinários, zootecnistas e demais profissionais da área, o simpósio se tornou um importante instrumento de suporte à tomada de decisão em toda a cadeia produtiva. A participação ativa e voluntária dos nossos associados, oriundos de diversas áreas do conhecimento, reforça o caráter multidisciplinar do evento, enriquecendo as discussões e ampliando o impacto positivo sobre a avicultura nacional.

O Simpósio começou como uma iniciativa regional, mas hoje é uma referência para o setor avícola na América Latina. O que, na sua opinião, fez com que o evento se consolidasse como um dos principais fóruns técnicos da avicultura, atraindo empresas, pesquisadores e profissionais de diferentes países?

Tiago José Mores – A consolidação do SBSA como referência internacional se deve, em grande parte, à seriedade, ao comprometimento técnico e à visão estratégica do Nucleovet. Desde sua origem como uma iniciativa regional, o simpósio foi concebido com foco na qualidade do conteúdo, na excelência dos palestrantes e na relevância dos temas abordados. Esses pilares permitiram que o evento transcendesse as fronteiras locais e se tornasse um fórum respeitado por profissionais de toda a América Latina.

Outro fator essencial foi a construção de um ambiente de integração entre ciência, prática e indústria. A atuação do Nucleovet, com seu corpo de associados voluntários e multidisciplinares, tem sido fundamental para garantir que o simpósio se mantenha alinhado às necessidades reais do setor, promovendo debates relevantes, fomentando networking e estimulando parcerias. Esse espírito colaborativo e técnico é, sem dúvida, um diferencial que tornou o SBSA um evento aguardado anualmente por empresas, instituições de ensino e profissionais do Brasil e do exterior.

Ao longo desses 25 anos, o SBSA abordou temas que refletiam os desafios e avanços da avicultura em cada época. Na sua percepção, quais foram os debates mais marcantes promovidos pelo evento e de que forma essas discussões ajudaram a direcionar o futuro do setor?

 

Foto: Divulgação/MB Comunicação

Tiago José Mores – Os debates promovidos pelo SBSA ao longo de sua trajetória sempre refletiram os grandes desafios e inovações que moldaram o setor avícola. Desde discussões sobre biosseguridade, sanidade avícola, nutrição de precisão e bem-estar animal, até temas mais recentes como sustentabilidade, resistência antimicrobiana e uso de tecnologias emergentes na produção, o simpósio se manteve como um espaço atual e necessário para o avanço do setor. Um dos pontos altos foi a interação de grandes players da produção avícola brasileira com o setor público de inspeção, visando o melhor entendimento dos critérios e traçando estratégias para a redução das perdas que ocorrem na linha de abate.

Outro pilar importante do SBSA é sua capacidade de antecipar tendências e colocar em pauta temas que, mais tarde, se tornam centrais nas políticas e estratégias da cadeia produtiva. Isso só é possível graças ao olhar atento e técnico dos profissionais que compõem o Nucleovet, em sua maioria voluntários que atuam em diversas frentes da produção animal. Essa equipe multidisciplinar contribui para que o simpósio seja construído com equilíbrio, profundidade e aplicabilidade prática. Dessa forma, o SBSA não apenas discute o presente, mas contribui diretamente para construir o futuro da avicultura brasileira e latino-americana.

Como o Nucleovet avalia as 24 edições promovidas até o momento?

Tiago José Mores – É com imenso prazer que avalio as 24 edições anteriores do Simpósio Brasil Sul de Avicultura como extremamente bem-sucedidas. Ao longo desses anos, o evento se consolidou como uma referência técnica na América Latina, destacando-se pela integração e participação de grandes marcas do setor avícola. O SBSA tem sido um fórum essencial para a disseminação de conhecimento, inovações e práticas que contribuem significativamente para o avanço da avicultura na América latina.

Como o evento contribui para o fortalecimento da avicultura internacional?

Tiago José Mores – O Simpósio facilita a formação das redes de contato entre profissionais, promovendo uma integração maior entre os países. Essa troca de experiências e conhecimentos contribui significativamente para elevar os padrões de qualidade e eficiência em toda a indústria latino-americana. A colaboração internacional fomentada pelo evento também abre portas para parcerias estratégicas e desenvolvimento conjunto de soluções inovadoras que beneficiam o setor como um todo. Portanto, o impacto do SBSA vai além do avanço técnico e científico, ele também fortalece as bases para um desenvolvimento sustentável e cooperativo da avicultura em toda a América Latina.

Depois de 25 edições, qual é o legado que o Simpósio deixa para o setor e para os profissionais que dele participam?

Presidente do Nucleovet, Tiago José Mores: Desde sua origem como uma iniciativa regional, o simpósio foi concebido com foco na qualidade do conteúdo, na excelência dos palestrantes e na relevância dos temas abordados – Foto: Divulgação/UQ Eventos

Tiago José Mores – Ao completar 25 edições, o legado do Simpósio Brasil Sul de Avicultura para o setor avícola e para os profissionais que dele participaram é profundo e multifacetado. Este evento não apenas moldou as práticas e estratégias dentro da indústria, mas também ajudou a formar uma comunidade de profissionais altamente qualificados e interconectados. O SBSA tem sido uma plataforma primordial para a disseminação de avanços científicos e inovações tecnológicas. A cada ano, o simpósio traz painéis com assuntos do momento no campo da avicultura. Isso garante que o setor permaneça na vanguarda das práticas de produção sustentável e eficiente.

Além disso, o SBSA disponibiliza espaços anexos ao evento para servir de marco para as empresas fazerem lançamentos de novos produtos ou tecnologias disruptivas, tudo isso dentro do maior evento de avicultura da América Latina. Para os profissionais, o SBSA oferece uma oportunidade inestimável de desenvolvimento e capacitação. Participar do evento permite que eles aprimorem suas habilidades, ampliem seus conhecimentos e se atualizem com as tendências globais que afetam a indústria. Isso é fundamental para a progressão da carreira e para manter a competitividade no mercado de trabalho.

Qual mensagem o presidente do Nucleovet gostaria de deixar para os participantes, patrocinadores e parceiros do SBSA nesta edição tão especial?

Tiago José Mores – Como presidente do Nucleovet, gostaria de expressar minha sincera gratidão e entusiasmo a todos os participantes, patrocinadores e parceiros que estarão conosco na 25ª edição do Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). Esta edição não será apenas um marco na história do SBSA, mas também uma celebração de tudo o que alcançamos juntos ao longo dos anos. Para nossos participantes, quero agradecer pela dedicação contínua em buscar conhecimento e excelência em suas práticas. É o seu compromisso com o aprimoramento profissional que impulsiona a evolução da nossa indústria. Esperamos que este evento seja uma fonte de inspiração e inovação que você possa levar para suas atividades diárias, contribuindo para o crescimento sustentável da avicultura. Aos nossos patrocinadores e parceiros, nosso profundo agradecimento pelo apoio constante. Sua colaboração é fundamental para o sucesso deste evento. A parceria que construímos ao longo dos anos é a base que nos permite oferecer um simpósio de alta qualidade, repleto de oportunidades, de aprendizado e de networking. Sem o seu envolvimento, não seríamos capazes de alcançar nossos objetivos em comum de promover a excelência no setor avícola. Nesta 25ª edição, renovamos nosso compromisso de proporcionar um evento que não só aborda as questões atuais, mas também antecipa as tendências da avicultura. Estamos aqui para aprender, discutir e colaborar, garantindo que o legado do SBSA continue a influenciar positivamente o setor. Que o Simpósio seja um espaço de renovação de conhecimentos e de fortalecimento de laços entre todos nós que compartilhamos a paixão pela avicultura. Juntos, continuaremos a fazer história, impulsionando o progresso e a inovação em nossa indústria. Aproveitem ao máximo cada momento do evento, e que ele seja um ponto de partida para novas oportunidades e sucessos.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na avicultura de corte e postura do Brasil acesse a versão digital de Avicultura Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

Publicado em

em

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
Continue Lendo

Avicultura

MBRF avança na sustentabilidade com transição global para ovos cage-free

Empresa anunciou a conclusão da mudança para ovos livres de gaiolas em todas as suas operações internacionais, um marco que reforça o compromisso com o bem-estar animal e a ética produtiva.

Publicado em

em

Foto: Freepik

A MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a conclusão da transição para o uso exclusivo de ovos cage-free em seus processos industriais globais. O compromisso, já cumprido no Brasil desde 2020, agora se estende às operações internacionais, consolidando um importante avanço em sustentabilidade e bem-estar animal e antecipando a meta global prevista para dezembro de 2025.

A implementação do uso de ovos cage-free nas operações internacionais envolveu uma construção conjunta com fornecedores locais, especialmente em mercados como Turquia e Emirados Árabes Unidos, onde a produção de ovos livres de gaiolas ainda representa um desafio. A companhia trabalhou em parceria com os produtores para viabilizar investimentos, incorporar novas práticas e assegurar a oferta de insumos alinhados aos mais altos padrões de bem-estar animal. Além disso, implementou protocolos voltados à rastreabilidade e à conformidade com referências internacionais, mantendo acompanhamento contínuo para garantir a sustentabilidade da meta alcançada.

A adoção global do sistema cage-free reflete o compromisso da MBRF com práticas produtivas mais éticas e sustentáveis. “O modelo elimina o confinamento das aves em gaiolas, permitindo que expressem comportamentos naturais e movimentem-se livremente. Alinhada aos princípios de Saúde Única na produção de alimentos, essa prática contribui de forma significativa para o bem-estar animal e atende às expectativas de clientes e consumidores cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das empresas,” explica Josiane Busatta, consultora de bem-estar animal da MBRF.

A conclusão da transição para o sistema cage-free é apenas uma entre as diversas metas de bem-estar animal estabelecidas pela MBRF. A companhia já atingiu outros compromissos relevantes, como garantir que 100% das aves do sistema de integração sejam criadas livres de gaiolas. Além disso, concluiu a certificação de 100% das unidades de abate em bem-estar animal globalmente e a eliminação da castração cirúrgicas na cadeia de suinocultura. Como resultado desses e outros avanços, a companhia se mantém entre as mais bem posicionadas do setor em importantes rankings e índices internacionais, como o BBFAW (Business Benchmark on Farm Animal Welfare), o mais importante índice global de gestão do bem-estar dos animais de fazenda.

Sustentabilidade na MBRF

O bem-estar animal é um dos seis pilares que sustentam a Plataforma de Sustentabilidade da MBRF, que busca conciliar produtividade com a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. A companhia adota práticas que protegem biomas, promovem o bem-estar animal e respeitam os direitos humanos. As iniciativas incluem o uso eficiente de água e energia, o melhor aproveitamento dos alimentos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a gestão responsável da cadeia de fornecimento — com foco no controle de origem, no combate ao desmatamento e na promoção da inclusão social.

A MBRF adota altos padrões de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva, com compromissos voltados à criação de aves, suínos e bovinos, guiados por diretrizes nacionais e internacionais que asseguram cuidados adequados e abate humanitário, tanto nas operações próprias quanto junto aos fornecedores.

Durante o manejo do gado, das aves e dos suínos — desde a propriedade rural até as unidades de produção —, a companhia garante o respeito aos Cinco Domínios dos animais: nutrição adequada, boa saúde, ambiente confortável, comportamento natural e estado mental. Esses princípios surgiram como uma expansão das Cinco Liberdades dos Animais, oferecendo uma abordagem mais abrangente e holística para avaliar o bem-estar animal que foram estabelecidos pelo Farm Animal Welfare Council, conselho britânico independente que é referência global na definição de parâmetros de bem-estar animal.

Fonte: Assessoria MBRF
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.