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Notícias PorkExpo 2020

O show do suíno brasileiro em 2019

Setor vive um bom ano depois de meses de prejuízo e se prepara para a PorkExpo 2020, em Foz do Iguaçu

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Arquivo/OP Rural

Os altos e baixos do ciclo de produção, preços e comercialização da carne suína sempre atormentaram os produtores, normalmente a cada dois anos. Mas o que ocorreu nos últimos 24 meses no Brasil foi um teste ainda mais duro teste para os suinocultores do país. Em 2017 e 2018, uma crise sem precedentes, marcada pela escalada de preços de insumos e grãos, além de consumo em declínio e valores historicamente baixos pagos pela proteína.

No ano passado, a Peste Suína Africana (PSA) avançou sobre os países do Sudoeste da Ásia e chegou com força a China, maior produtor e consumidor da carne, potência que devora quase 55 milhões de toneladas por ano. Não existe um só número considerado preciso sobre a quantidade de matrizes e suínos abatidos. Certamente, passam das dezenas de milhões. Um baque inigualável no mercado internacional, com reflexos sobre os segmento de avicultura, carne bovina e pescados.

E os especialistas garantem que é um movimento que vai permanecer com a mesma intensidade em 2020. “Pelo menos dois dos fatores que impulsionaram os preços das carnes em 2019 devem permanecer. Falta de proteína animal na China e o custo de produção. Logo, o cenário é de preços pressionados de novo”, analisou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Opinião compartilhada por dois profissionais do estado que faturou quase 60% do que embarcou no ano inteiro apenas para dois compradores, China e Hong Kong. “A China deve continuar aumentando suas importações. E temos condições de atender parte dessa demanda adicional por causa de nossa competitividade e boas condições sanitárias”, justificou o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Epagri/Cepa), Alexandre Gieh. “O país vive um momento muito delicado e deverá aumentar as importações de carne ao longo dos próximos meses, certamente”, opinou o secretário da Agricultura, Pesca e do Desenvolvimento Rural do Estado, Ricardo de Gouvêa.

É um sinal positivo para quem sofreu bastante e durante um longo período. 2019 fechou com um crescimento de 2,5% na produção, em torno de 4,1 milhões de toneladas, e exportação perto de 740 mil toneladas, quase 15% a mais do que o ano anterior. Mercado fervendo nas carnes suína, bovina e de frango, no Brasil e exterior. Os chineses foram às compras devido às perdas com carne suína e levaram mais da metade do produzido nas granjas daqui. Além disso, a arroba da proteína bovina brasileira deu um salto gigantesco no fim do ano, puxando a valorização de frango e ovos.

Para completar o quadro, o câmbio seguiu no mesmo ritmo, com o dólar batendo recorde de cotações. O ano ainda foi marcado pela habilitação intensa de mais plantas frigoríficas e novos mercados. Em suinocultura, foram seis novas unidades pela China (completando um total de 16), entrada da Moldávia e reabertura da Rússia. O preço do suíno CIF (Scot Consultoria) chegou a R$ 120 a arroba. A carcaça especial atingiu R$ 10,20 o quilo. Nos três estados do Sul, os valores foram quase o dobro do fim de 2018.

Os valores nominais de todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea – USP) atingiram recordes em dezessete anos. Dentre os cortes, os que registraram as maiores valorizações de 2018 para 2019 foram a paleta desossada, o pernil com osso e lombo. E as festas de fim de ano, data máxima de valorização, ajudou ainda mais a fechar o ano com ótimos resultados.

O panorama foi relativizado pelo presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Junior. “O ano não foi inteiramente assim em termos de preço e custo. No segundo semestre, os preços atingiram patamares nunca vistos, mas a rentabilidade foi prejudicada devido a altas nos preços de milho e farelo de soja. E o câmbio também prejudicou porque grande parte dos custos são com alimentação e medicamentos, que são dolarizados”, analisou. Porém, ele pondera que, nos primeiros dias de 2020, haverá menor oferta da carne, o que combina com o consumo reduzido do período. “Esse ajuste de menores consumo e oferta pode afetar os preços. Penso que o setor deva manter a cautela. O que ditará o comportamento da suinocultura brasileira será o mercado externo. E o nível de exportação que vamos ter pode manter os preços bastante aquecidos. O Brasil exporta de 18% a 20% de toda a carne que produz. A expectativa é de que em 2020 se atinja algo entre 25% e 28%”, complementou.

Os prognósticos seguem esses passos. Segundo a ABPA, a produção de carne suína do Brasil em 2020 deve crescer de 3 a 4%, atingindo 4,2 milhões de toneladas. Nas vendas externas, a previsão é de um salto de até 20%, passando a 900 mil toneladas. É mais um ano que coincide com a realização do maior evento de Suinocultura do Brasil, a “PorkExpo & Congresso Internacional de Suinocultura”, que entra na décima edição e vai reunir, nos dias 21 e 22 de outubro, em Foz do Iguaçu, milhares de profissionais de todo o mundo ligados à produção da carne mais consumida no planeta. Eles vão discutir o futuro do segmento dentro do tema proposto pelo evento neste ano: 2021 – O início de uma nova década de inovações para a suinocultura.

Mas a Pork traz mais: troca de experiências, relacionamento, inspiração, marketing, lançamento de novas tecnologias, feira de negócios, reuniões técnicas de empresas, mostra de trabalhos científicos, homenagem aos melhores, chopada nos estandes e ações de marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Várias empresas já garantiram presença na Feira de Negócios, como Avioeste, Sta, Jacto, Tonisity, Crystal Spring, Yes, Vaccinar, Suinorte, Ordemilk, Fair Tek, Equittec, Maxico, Maxsui, Vetoquinol, Vetanco, Microvet, Lallemand, MS Schippers, Polinutri, Roboagro, GX do Brasil, OPP Group, Forluz,  Maxsui, Lero Agro, Nuttria, Trouw Nutrition, MSD Nutrição Animal, Agromarau GSI, Boehringer Ingelheim, Alltech, Ceva, De Heus, , Bayer, Plasson, NTC, Farenzena, Choice e Big Dutchman. Todas de olho na recuperação sustentável do segmento. “Depois de vários meses de prejuízos, o produtor voltou a ter margens positivas, mesmo que à custa de uma enfermidade, o que não agrada nenhum suinocultor. É hora de arregaçar as mangas e trabalhar ainda mais pela carne do amanhã, que é a nossa missão. Esperamos que todos tenham um excelente ano e marquem presença em Foz do Iguaçu, para falarmos sobre tecnologia, qualidade, eficência, produtividade e negócios que tenham sustentabilidade e levem saúde para famílias brasileiras e do exterior”, convocou Flávia Roppa, Idealizadora e Presidente do evento.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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