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O senhor que atrai o mundo com sua rotação de culturas
Produtividade vem de manejo diferenciado e rotação de culturas, com participação de milho, trigo e aveia
“Aqui já veio gente do México, do Canadá, dos Estados Unidos, de toda parte do Brasil e do mundo. Eles querem ver como a gente consegue esses resultados, como a gente trabalha”, revela o produtor rural Angelo Celestino, de 83 anos, que toca 77 alqueires com a ajuda dos filhos Tania e Sidnei, no município de Ivatuba, a cerca de 50 quilômetros de Maringá. Tamanha notoriedade vem da produtividade acima da média da região que, seguidamente, conta Angelo, ele consegue nas safras de soja. O segredo, confidencia, está na rotação de culturas. “Essa é a minha vantagem”, conta o agricultor. Mesmo no verão, 20% da área é destinada ao milho, que ele vê como uma espécie de coringa. No inverno, o cereal ganha a companhia da aveia e do trigo.
A propriedade é bastante movimentada, não somente pelos afazeres diários, mas pela atenção que ela causa. Na semana em que a Reportagem de O Presente visitou Angelo, uma equipe de fotógrafos também fez um ensaio de equipamentos agrícolas na propriedade. Assim é desde quando começou a se diferenciar dos demais produtores, há cerca de 17 anos.
“Há 17 anos estou fazendo a rotação de culturas aqui na nossa fazenda. Isso nos dá uma produtividade muito boa, geralmente acima da média. Conseguimos até 30 sacas a mais por alqueire, dependendo dos anos”, comenta. Na última safra, 2018/19, a produtividade foi de 171 sacas por alqueire, recorda. Mas há lugares que a produção é bem maior. Na palhada da aveia, conseguimos 203 sacas por alqueire”. De acordo com ele, as expectativas eram melhores para a colheita de verão 17/18, mas não se confirmaram porque eles não acertaram na escolha de uma variedade plantada em um dos talhões. “A gente esperava 180 sacas (por alqueire), mas plantamos uma variedade que não se adaptou e deu uma quebrinha”, avalia.
Outros benefícios
Frare explica que a rotação de cultura gera benefícios que vão além da maior produtividade. Ele conta que usa menos agentes químicos para controlar doenças e pragas que afetam as lavouras e que a qualidade da terra é mais apropriada para o plantio subsequente. “A rotação de cultura gera mais produtividade, mas tem outros benefícios. Ele ajuda na conservação do solo, já que a palhada mantém a humidade, ajuda a eliminar doenças e a controlar as ervas daninhas. A economia com herbicida é grande. Entre 15 e 20 alqueires, não passo nada de herbicida”, menciona o experiente produtor.
Trato com a terra
Para alcançar essa produtividade, Angelo Celestno aposta no trato com a terra. Ele explica que as curvas de nível de sua propriedade são um pouco diferentes das demais. Elas têm ângulos maiores, que melhoram, segundo o produtor, a relação com a água da chuva. Ele explica que evita que ela escorra e, assim, evita a erosão. “Evitar que a erosão castigue a plantação e a terra chegue até o rio”, explica. Tudo, enaltece, com apoio da palhada do ciclo produtivo anterior.
Conforme Angelo, é para ter uma terra fértil é preciso investimento e alguns manejos que, em sua opinião, são decisivos. “A gente procura fazer sempre bem feito a nossa parte. É preciso investimento, por exemplo, em correção do terreno, com calcário, gesso, para que a terra garanta uma boa produtividade. Por outro lado, aqui nós não mexemos a terra, como vejo muita gente fazer por aí. Eu não roço a palhada, muito menos passo grade no solo. Na terra a gente não tem que ficar mexendo. Isso acaba com toda a matéria orgânica dela”, sugere o produtor.
Aos 83 anos, Angelo já trabalhou bastante, mas sempre se mantém antenado nas coisas da fazenda. “O Sidnei cuida mais da lavoura. A Tania faz as questões de banco, essas coisas, eu só administro”, brinca o produtor. “Eles são meus companheiros de luta”, menciona.
Outras notícias você encontra na 7° edição do Anuário do Agronegócio Paranaense de 2019 ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran