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O que granjas americanas sabem sobre doenças que o Brasil ainda precisa descobrir

Monitoramento integrado de dados laboratoriais permite antecipar surtos e criar estratégias eficazes de controle sanitário na suinocultura.

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Perdas econômicas diárias causadas por doenças endêmicas exigem uma abordagem precisa e organizada. Para isso, o monitoramento de dados de detecção e diagnóstico é fundamental, permitindo identificar rapidamente alterações no perfil sanitário dos rebanhos e transferir informações aos tomadores de decisão dos sistemas produtivos. Assim, é possível reagir com agilidade a doenças emergentes ou reemergentes.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Motivado por essa necessidade, o Sistema de Relatório de Doenças Suínas (SDRS, na sigla em inglês) foi estruturado nos Estados Unidos para agregar dados laboratoriais de diversas instituições em tempo real. Segundo o médico-veterinário Giovani Trevisan, doutor em Filosofia e Ciências Populacionais em Saúde Animal e professor na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Iowa, os dados são anônimos e não contêm informações sobre granja, produtor, sistema de produção ou veterinário. “Isso garante que a informação seja usada para evoluir coletivamente a saúde dos rebanhos, sem apontar culpado”, ressalta.

Depois de agregados, os dados são apresentados ao público em relatórios mensais em PDF ou por meio de painéis de informação online. “Os resultados laboratoriais, associados à análise de especialistas e produtores, são fundamentais para compilar os relatórios mensais de atividade de doenças endêmicas”, explica Trevisan.

Médico-veterinário Giovani Trevisan: “Os resultados laboratoriais, associados à análise de especialistas e produtores, são fundamentais para compilar os relatórios mensais de atividade de doenças endêmicas” – Foto: Arquivo pessoal

O sistema já se mostrou eficaz ao identificar e alertar a indústria americana sobre surtos e reemergências importantes. Entre os casos detectados estão a reemergência de Escherichia coli, surtos de Actinobacillus pleuropneumoniae, surto de coccidiose e emergência de novas variantes altamente patogênicas do vírus da PRRS (PRRSV).

Embora o Brasil ainda não possua um volume de diagnósticos equivalente ao americano para PRRSV, a experiência americana mostra que o monitoramento anônimo de dados laboratoriais gera avanço coletivo no entendimento dos padrões das doenças. “A saúde de um rebanho é tão boa quanto a do vizinho”, afirma Trevisan.

A rápida identificação de mudanças nos padrões de doenças permite questionamentos estratégicos: O que está acontecendo? Onde está ocorrendo? O que mudou? O que pode ser feito para conter a disseminação ou o impacto da doença?. Segundo Trevisan, a resposta a estas perguntas auxiliam a indústria na tomada de decisões e na implementação de medidas preventivas e corretivas.

No caso americano, toda a organização necessária para desenvolver o SDRS foi conduzida pela própria indústria. No Brasil, um programa similar poderia ser estabelecido, mas depende do engajamento conjunto de produtores, indústria e instituições de diagnóstico. “Com cooperação e transparência, podemos evoluir coletivamente a saúde dos rebanhos e reduzir os impactos econômicos das doenças endêmicas”, destaca Trevisan.

Fonte: O Presente Rural

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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