Bovinos / Grãos / Máquinas
O que esperar dos mercados de milho e soja nos próximos dias
Novas notícias vindo da China, referentes ao consumo da soja e seus derivados, poderão impactar as oscilações de Chicago.

Em recente relatório emitido pela startup agro Grão Direto, o analista de mercado, Ruan Sene faz uma análise de como se comportou os mercados de milho e soja na última semana e o que esperar desses mercados nos próximos dias.
A semana que passou ficou marcada pela atualização dos números de oferta e demanda, redução na estimativa de produção na Argentina e o anúncio da China sobre redução no consumo de farelo de soja. Diante disso, o contrato com vencimento em maio finalizou a semana sendo cotado a US$ 14,99 o bushel (+0,47%) e o contrato com vencimento em julho/23 encerrou a US$ 14,67 o bushel (+0,34%). Além disso, para o dólar, foram divulgados os dados de inflação em vários países, resultando numa queda de 2,57% (R$ 4,93).
No dia 11 de abril de 2023, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou o Relatório de Oferta e Demanda Global (WASDE), apresentando números que surpreenderam o mercado. A expectativa era de uma redução nos estoques norte-americanos e globais de soja, mas os números apresentados pelo USDA mostraram uma manutenção dos estoques norte-americanos e um aumento de 0,28 milhão de toneladas nos estoques globais. No mais, o relatório apontou um aumento de um milhão de toneladas na produção de soja no Brasil, o que contribuiu para o aumento dos estoques brasileiros.
No país vizinho, a Argentina, a bolsa de Rosário divulgou mais uma redução na produção de soja de mais de 4 milhões de toneladas, deixando as estimativas em 23 milhões de toneladas. A produção atual não possui qualidade aceitável para a comercialização e a Argentina não poderá operar em sua capacidade máxima como maior exportadora de farelo de soja do mundo até a próxima safra.
A China, nosso maior parceiro comercial para o farelo de soja, planeja reduzir o uso desse produto na alimentação animal até 2025. O objetivo é diminuir a dependência do grão norte-americano e evitar questões geopolíticas. Atualmente, a proporção do farelo de soja na alimentação animal na China é de 14,5%, e o governo quer reduzir para menos de 13,5%. Essa redução pode resultar em uma diminuição de cerca de três milhões de toneladas no volume de importação de farelo de soja pela China.
Já em relação ao dólar, durante a semana anterior, foram divulgados dados importantes sobre a inflação no Brasil, China e Estados Unidos da América. Os três países vieram com os números de inflação abaixo do esperado, e principalmente o dado norte-americano fez com que o mercado especulasse uma possível redução nas taxas de juros nas próximas reuniões do banco central. Diante disso, a moeda norte-americana fechou em queda de 2,57%, valendo R$ 4,93. Diante desses fatos, o mercado físico da soja brasileira sofreu leves baixas por conta da queda do dólar e dos prêmios de exportação.
O que esperar do mercado da soja
Esta semana, o mercado continuará de olho no clima norte-americano, no qual as temperaturas continuarão baixas nas regiões produtoras, e junto a isso, começam a surgir previsões de precipitações. Na segunda-feira (17), o USDA traz o relatório de avanço de plantio, e pode ser que haja o início de plantio da oleaginosa, visto que as condições de plantio relacionadas ao clima e solo estão melhorando.
Novas notícias vindo da China, referentes ao consumo da soja e seus derivados, poderão impactar as oscilações de Chicago. A demanda deve continuar fraca, impactando negativamente os prêmios de exportação.
Para o dólar, o mercado ficará de olho nas próximas reuniões do Banco Central a respeito das definições das taxas de juros, em virtude dos dados de inflação terem recuado. Além disso, na segunda-feira teremos os dados do PIB chinês que poderão alterar as expectativas de mercado em relação à demanda global.
Diante desse cenário, Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, afirma que o dólar pode manter a tendência de queda, e como consequência, deve continuar pressionando os preços da soja brasileira para baixo.
Comportamento do milho da última semana
A semana anterior foi marcada por diversos acontecimentos, como: a evolução do plantio norte-americano, aumento das exportações, pressão de oferta de milho da segunda safra brasileira e redução na expectativa de produção da Argentina. Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana em alta, sendo cotadas a US$ 6,68 o bushel (+3,89%) para o contrato com vencimento em maio. Contudo, o mercado físico brasileiro teve uma semana de desvalorização.
O mercado continua atento ao plantio e desenvolvimento das lavouras de milho na safra 2023/24 nos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o Texas é o estado mais avançado no plantio, com 61% da área já plantada, seguido da Carolina do Norte, com 12%. Os maiores estados produtores: Iowa, Illinois e Nebraska, ainda não iniciaram o plantio de forma significativa.
Ainda sobre os Estados Unidos, as exportações para China voltaram a acontecer nesta semana. De acordo com o USDA, o país asiático efetuou a compra de 708 mil toneladas, sendo cerca de 60% desse volume referente à safra atual, e o restante à safra 2023/24, que se encontra em andamento.
No Brasil, a evolução da 2ª safra segue sem problemas generalizados. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o plantio está tecnicamente concluído, com 98,9% da área projetada concluída. As lavouras que foram plantadas fora da janela ideal começaram a ser impactadas pelo déficit hídrico, no Noroeste de Minas Gerais e no Tocantins. Boa parte das lavouras do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais encontram-se em fase de floração, onde a falta de chuva gera impactos significativos na produção.
O que esperar do mercado
O mercado continuará atento às condições climáticas diante do desenvolvimento da segunda safra de milho no Brasil. Segundo informações da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), há previsão de chuvas significativas para todo o Brasil, com exceção do Nordeste e parte do Centro-Oeste. A falta de chuvas poderá gerar impactos significativos nas lavouras dessas regiões, principalmente as que foram plantadas fora da janela ideal.
Para os EUA, há previsões de chuvas em boa parte das regiões produtoras. No entanto, as temperaturas permanecerão baixas, o que dificulta o início do plantio na região central do cinturão produtor norte-americano.
A busca pelo milho produzido nos Estados Unidos deve permanecer alta, visto que há uma oferta suficiente e acessível para ser negociada. Nesse momento, os Estados Unidos possuem uma vantagem comparativa em relação a outros importantes produtores de milho, como Ucrânia e Brasil, que enfrentam dificuldades logísticas na distribuição do produto.
O desenvolvimento satisfatório das lavouras de milho vem apresentando uma forte pressão de queda nas cotações brasileiras. Diante deste cenário, a semana poderá ser marcada por continuidade de queda.

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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



