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O que esperar do setor da avicultura para 2019?

Consultor Fernando Henrique Lopes lglesias, do Departamento de Produção da Safras & Mercado, fala sobre o setor

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O Presente Rural entrevistou especialistas da Safras & Mercado, uma das mais importantes e conceituadas consultorias em agronegócio do Brasil, para saber quais os desafios e oportunidades que a proteína animal brasileira e a produção de grãos devem experimentar em 2019. Tudo sob a perspectiva do novo governo brasileiro, do presidente eleito Jair Bolsonaro, da guerra comercial entre China e Estados Unidos, dos mercados e embargos internacionais e de outros fatores que vão implicar na lucratividade de produtores e da agroindústria.

Com a eleição de Jair Bolsonaro, o principal e imediato impacto ao agronegócio é referente ao câmbio. O dólar, que vinha em queda desde as eleições sob a perspectiva da vitória do direitista, deve se desvalorizar ainda mais nos próximos meses frente ao real, os preços dos grãos podem cair, o que é não é interessante para agricultores, mas bom para a agroindústria e para os produtores de proteína animal.

O consultor Fernando Henrique Lopes lglesias, do Departamento de Produção da Safras & Mercado, fala sobre o setor de carnes. Aproveite para se manter informado. Boa leitura.

OP Rural – Como deve ser a dinâmica de exportações de frango para o próximo ano?

FI – Para a carne de frango em especial a situação é bastante complicada. O Brasil ainda atravessa por uma grave crise de credibilidade no setor, ainda como consequência da Operação Carne Fraca, que resultou em uma maior rigorosidade em torno da inspeção sobre as proteínas nacionais nos mais diversos países importadores. Esse quadro resultou nas restrições impostas pela União Europeia devido a presença de salmonela na carne de frango brasileira. Outros fatores prejudicaram as exportações, como as mudanças em relação ao abate Halal. E ainda mais importante que isso, a imposição de tarifas antidumpings impostas pela China. A acusação é que a proteína animal brasileira de causar danos à avicultura local por possuir preços muito mais competitivos. A medida impõe uma tarifa de 18,8% a 38,4% aos importadores chineses no valor de suas compras de frango brasileiro. O Brasil tentou remover a medida na última reunião do BRICS, entretanto não houve efeito prático, uma vez que a China decidiu por estender esse embargo por mais seis meses, alegando ser um caso de grande complexidade e que exige estudos mais profundos. Com todos esses problemas o Brasil pode enfrentar dificuldades nas exportações de carne de frango no próximo ano, exaltando a necessidade do controle de oferta em relação ao potencial de consumo.

OP Rural – O que esperar sobre custos e lucros na avicultura nos próximos meses e em 2019?

FI – O padrão de custos em 2018 são um dos grandes empecilhos ao crescimento da margem operacional da atividade. Com uma menor área plantada de milho na safra verão é possível que os consumidores voltem a apresentar dificuldade na composição de seus estoques, com uma possível escalada de preços no primeiro quadrimestre do ano. A dificuldade logística é um adicional a ser considerado, com a prioridade em escoar soja neste período em especial.

OP Rural – Quais são as ameaças para o frango brasileiro daqui em diante?

FI – Custos de produção e a crise de credibilidade no mercado internacional podem ser apontados como principais obstáculos a serem superados nos próximos meses. O primeiro é solucionado com um planejamento sério em torno da aquisição de insumos. Enquanto isso, a segunda é um pouco mais complexa por depender da aceitação de exigentes importadores, dependendo de uma presença bastante ativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de outras entidades que regem o setor.

OP Rural – Qual a dinâmica dos preços do frango nos próximos meses?

FI – Da mesma forma que a carne bovina, para o último bimestre o ápice do consumo costuma ampliar a venda de aves e de outros cortes nobres, aumentando a propensão a reajustes. Já no primeiro trimestre a dinâmica costuma mudar com a população descapitalizada o consumo costuma ser mais discreto produzindo queda dos preços ao longo da cadeia.

OP Rural – A relação de custos e lucro deve ser boa ao produtor/indústria de aves?

FI – Essa correlação passa diretamente pelo controle de oferta. A tendência é que o alojamento de pintos de corte siga reduzindo, avaliando o padrão de demanda externo e interno delimitado para o próximo ano. Os custos devem ser elevados no primeiro semestre de 2019, tornando esse controle de oferta ainda mais necessário.

OP Rural – Desafios sanitários em outros países podem favorecer a cadeia avícola do Brasil?

FI – Os casos de Influenza Aviária que assolaram alguns países como Europa, Estados Unidos e China parecem controlados no momento, sem grandes sobressaltos nesse aspecto para nossos principais concorrentes.

OP Rural – A que o produtor de frango e a indústria devem se preocupar neste momento?

FI – Custos de produção e as dificuldades no mercado internacional são as principais preocupações setoriais.

OP Rural – Quais as oportunidades do frango brasileiro nos próximos meses?

FI – Contar com a predileção do consumidor médio no mercado interno segue como grande trunfo da avicultura de corte.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online. (NO “ONLINE” LINKAR COM http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=163&edicao=4504)

Fonte: Arquivo/OP Rural

Avicultura Em Porto Alegre

Asgav promove evento sobre prevenção de incêndios nas indústrias

Encontro contou com especialistas do Corpo de Bombeiros.

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Presidente Executivo da O.A.RS, José Eduardo dos Santos - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Na última terça-feira (19), a Asgav realizou um importante evento via web, onde participaram integrantes das indústrias de aves e suínos de diversos estados do Brasil, com mais de 150 participantes inscritos.

O evento abordou o tema “Prevenção de Incêndios: Regras e Práticas de Prevenção na Indústria” e contou com uma palestra especial do Tenente Coronel Éderson Fioravante Lunardi do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

A inciativa da Asgav também contou com apoio da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, propiciando a participação de indústrias e cooperativas de aves e suínos de diversos estados do Brasil.

“Nos últimos anos, temos registrado diversos incêndios em indústrias do setor e buscar informações atualizadas com especialistas, discutir leis e procedimentos e a troca de informações entre diversas indústrias do setor também é uma forma de intensificar a prevenção”, comentou José Eduardo dos Santos – Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/Sipargs).

Na apresentação do representante do corpo e bombeiros foram abordados alguns registros de incêndios em outros países e no Brasil, as causas, falhas e fatores que propiciaram os sinistros.

As regras e leis dos programas de prevenção contra incêndios também foram amplamente abordadas e dialogadas com os participantes.

Segundo o representante da Asgav, o tema também será objeto de encontros presenciais e troca de informações entre estados, principalmente na área de Segurança e Saúde do Trabalho, contado com a participação dos especialistas do corpo de bombeiros.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 começa nesta segunda-feira (25), com governador em exercício do Rio Grande do Sul Gabriel Souza e outras autoridades

Na palestra de abertura, Souza vai discutir os desafios deste ano, medidas de enfrentamento e a superação.

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Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza - Fotos: Divulgação/Asgav

A cidade de Gramado, na serra gaúcha, vai sediar a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, evento promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O encontro, que acontece a partir de segunda-feira, dia 25, vai reunir líderes políticos, empresariais e investidores de destaque de todo o país para debater oportunidades e desafios da cadeia produtiva e suas perspectivas para 2025 e além.

A Asgav propõe que durante três dias Gramado seja a sede da avicultura brasileira, afirma o presidente Executivo da Asgav e organizador do evento, José Eduardo dos Santos. “Porque todas as atenções estarão voltadas para a Conbrasfran 2024, evento de expressão que vai acontecer no Hotel Master. Lá vamos reunir empresas do setor, agroindústrias, órgãos oficiais e líderes de diversos segmentos da cadeia produtiva”, disse Santos.

Entre os nomes confirmados, estão o governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abrir a programação, a partir das 18h30, com um debate sobre os desafios enfrentados pelo estado neste ano e a superação durante a palestra O desafio que a natureza nos trouxe: Como estamos superando, como evoluímos e os caminhos para o fortalecimento. Após a palestra de abertura, haverá um coquetel de boas-vindas aos participantes.

A programação da Conbrasfran segue nos dias 26 e 27 com programações técnicas no período da manhã, tratando temas como a reforma tributária e seus impactos na avicultura, estratégias para uma produção mais sustentável, nutrição e saúde animal, os desafios de logística e seus impactos na atividade e estratégias comerciais para a carne de frango, entre outros temas. No período da tarde, debates conjunturais tomarão conta da programação com análises exclusivas e discussões sobre o ambiente de negócios no Brasil e no exterior.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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