Conectado com

Suínos

O que esperar da suinocultura para 2019?

Especialista fala sobre o que esperar do setor relacionando a guerra comercial ChinaxEUA, novo presidente do Brasil e embargos internacionais

Publicado em

em

O Presente Rural entrevistou especialistas da Safras & Mercado, uma das mais importantes e conceituadas consultorias em agronegócio do Brasil, para saber quais os desafios e oportunidades que a proteína animal brasileira e a produção de grãos devem experimentar em 2019. Tudo sob a perspectiva do novo governo brasileiro, do presidente eleito Jair Bolsonaro, da guerra comercial entre China e Estados Unidos, dos mercados e embargos internacionais e de outros fatores que vão implicar na lucratividade de produtores e da agroindústria.

Com a eleição de Jair Bolsonaro, o principal e imediato impacto ao agronegócio é referente ao câmbio. O dólar, que vinha em queda desde as eleições sob a perspectiva da vitória do direitista, deve se desvalorizar ainda mais nos próximos meses frente ao real, os preços dos grãos podem cair, o que é não é interessante para agricultores, mas bom para a agroindústria e para os produtores de proteína animal.

O consultor Fernando Henrique Lopes lglesias, do Departamento de Produção da Safras & Mercado, fala sobre o setor de carnes. Aproveite para se manter informado. Boa leitura.

OP Rural – Como deve ser a dinâmica de exportações suínas para o próximo ano?

FI – Alguns pontos importantes devem ser considerados. O primeiro é a resolução ou não em relação ao embargo russo à carne suína brasileira. O segundo, a continuidade das compras da China e por último o câmbio.

Historicamente o Brasil exporta carne suína em volume expressivo para um pequeno grupo de países, o que preocupa, uma vez que algum empecilho pode levar a uma queda vertiginosa nos embarques, como pode ser visto ao longo de 2018, com o caso do embargo russo. O impacto do embargo foi profundo, considerando que apenas em 2017, cerca de 40% da carne suína exportada pelo Brasil teve como destino o país europeu. A lacuna deixada não foi suprida mesmo com o avanço significativo dos demais compradores da proteína brasileira.

Caso o embargo russo caia, as exportações tendem a deslanchar, atingindo patamares recordes, o que certamente traria fôlego ao mercado interno. Se o embargo persistir, os números devem ficar um pouco acima de 2018, isso se a China continuar importando volumes expressivos do Brasil.

A China, maior consumidora de carne suína mundial, não é autossuficiente e deverá seguir buscando grandes volumes no mercado global. A tensão comercial entre o país e os Estados Unidos pode favorecer o Brasil, caso o produto brasileiro permaneça competitivo se comparado aos demais concorrentes globais. Neste sentido, entra o câmbio. A paridade entre R$ 3,50/4,00 por US$ 1,00 tende a favorecer as exportações.

O efeito eleitoral trouxe grande volatilidade ao câmbio. Com a definição do presidente o câmbio tende a se estabilizar. O mercado financeiro prefere o candidato Bolsonaro para presidente. Com sua eleição, o dólar tende a se estabilizar em um nível inferior ao registrado hoje (na casa dos R$ 3,70). Contudo, a partir de janeiro, haverá cobrança em relação às reformas do país. Caso elas andem, o mercado deve ficar mais calmo juntamente com o câmbio.

OP Rural – Como a economia tem relação com o consumo interno da carne suína?

FI – Em uma economia cambaleante, onde as famílias encontram-se com seu poder de compra deteriorado, apesar de uma inflação controlada, é natural a busca por uma proteína mais em conta, neste sentido a carne de frango tem a predileção do consumidor final. A demanda tende a avançar de maneira lenta, acompanhando o desempenho da economia. O processo é lento, uma vez que a taxa de desemprego é uma das últimas variáveis a sentir os efeitos do crescimento.

OP Rural – Alguns produtores tiveram prejuízos em 2018 em relação aos custos. O que esperar nos próximos meses?

FI – As margens de lucro devem apresentar ligeira melhora no último bimestre do ano, considerando que há um potencial de alta no período, favorecido pelo repique de consumo típico do período. Os custos estão cedendo neste momento, por conta da queda registrada em insumos utilizados na nutrição animal, como o milho.

Para o próximo ano, os custos tendem a acelerar, considerando que há expectativa de queda significativa na área plantada de milho safra verão, o que pode resultar em uma escalada nos preços do cereal.

OP Rural – Quais são as ameaças para o suíno brasileiro nos próximos meses?

FI – A continuidade do embargo russo, os custos de produção e excedente de oferta. Desde o início de 2018, o governo brasileiro vem negociando e atento aos requisitos pedidos pela Rússia para que os países voltem a negociar, contudo, o entrave segue abalando o mercado brasileiro. Caso o embargo se prolongue por grande período, o mercado brasileiro deve adequar-se a essa realidade, ajustando sua produção, caso contrário o mercado continuará com excedente de oferta e pressão sobre os preços.

OP Rural – Qual a dinâmica dos preços do suíno nos próximos meses?

FI – Tradicionalmente, o último bimestre do ano conta com o ápice do consumo para a carne suína no mercado doméstico e neste ano não deve ser diferente, o que tende a favorecer reajustes para os principais cortes do atacado e do animal vivo. Contudo, vale lembrar que a demanda sente o efeito da crise econômica e a exportação segue fraca sentindo o efeito do embargo russo. Além desses fatores, a produção brasileira está em um patamar elevado, fator que deve atuar como limitador de altas consistentes.

OP Rural – A relação de custos e lucro deve melhor em 2019?

FI – As margens devem seguir apertadas por conta da grande produção brasileira. Ao longo do ano de 2018, os preços estão sofrendo com a alta disponibilidade interna. O ajuste de oferta é fator chave para o equilíbrio dos preços e margens confortáveis.

OP Rural – Desafios sanitários em outros países podem favorecer a cadeia suinícola do Brasil?

FI – Sim. Como exemplo podemos citar os casos de peste suína africana registradas recentemente na China, no Leste da Europa, Ásia e África. Os países que registraram casos da doença enfrentam dificuldade para vender seu produto no mercado global. A Índia por exemplo suspendeu as compras da Bélgica e logo após abriu seu mercado para a carne suína brasileira.

Na China, o governo está fechando o cerco com a intenção de evitar a propagação do vírus, evitando o transporte de suínos das províncias afetadas para as demais regiões do país, o quadro gerou desequilíbrio no mercado chinês, com a oferta escassa no Sul resultando em forte alta sobre dos preços locais. Já nas regiões afetadas, há um excedente de oferta e preços deprimidos. Este quadro deve resultar em maior atuação dos chineses nas compras, o que pode favorecer as exportações brasileiras.

OP Rural – A que o produtor de suínos e a indústria devem se preocupar neste momento?

FI – Ao tamanho da produção principalmente. Chama atenção os números dos abates deste ano, levando em conta a crise prolongada pelo qual o setor enfrenta, fator que resulta em excedente de oferta no mercado doméstico, trazendo desequilíbrio aos preços. Além disso, as exportações não são suficientes para escoar todo este excedente. Uma produção ajustada frente ao potencial de consumo interno é o fator chave para o mercado brasileiro.

OP Rural – Quais as oportunidades do suíno brasileiro nos próximos meses?

FI – O Brasil está trabalhando na busca de novos mercados, o que pode abrir espaço para a ampliação das exportações. Recentemente a Índia abriu seu mercado para a carne suína brasileira. A tensão entre Estados Unidos e China também pode favorecer o mercado brasileiro de carne suína. Além disso, a China deve atuar com maior intensidade nas compras no mercado global, por conta dos recentes casos de peste suína africana registrado no país, fator que resultou em uma distorção no mercado local.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online. (NO “ONLINE” LINKAR COM http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=163&edicao=4504)

Fonte: Arquivo/OP Rural

Suínos

Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

Publicado em

em

Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.