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O que a produção de suínos moderna tem feito para evitar as superbactérias?

Em situações onde ocorre um desequilíbrio entre a proporção de bactérias benéficas e as bactérias patogênicas os animais ficam mais suscetíveis às enfermidades

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Arquivo/OP Rural

Uma das mais renomadas pesquisadoras brasileiras na área de suínos a professora da Universidade federal do Paraná campus de Palotina, Daiane Güllich Donin, docente de Suinocultura do Departamento de Zootecnia, tem uma série de preocupações com o surgimento cada vez mais frequente de superbactérias. Mas o que são? Como agem? Quais os prejuízos e o que a produção animal brasileira está fazendo para evita-las. O Presente Rural foi atrás das respostas.

“Quando pensamos em bactérias a primeira coisa que nos vêm à cabeça é doença, mas devemos ter ciência que as bactérias são parte integral e inseparável da vida na Terra. São encontradas em qualquer lugar, desde revestindo a pele até as mucosas e trato intestinal dos homens e dos animais. Estão intrinsecamente ligadas à vida dos organismos e ao correto funcionamento e manutenção da homeostasia dos mesmos”, aborda inicialmente.

De acordo com ela, algumas são consideradas comensais ou benéficas, pois residem no organismo e não trazem prejuízo a este; pelo contrário, protegem contra a colonização por bactérias consideradas patogênicas. Outras, no entanto, denominadas patogênicas, podem causar doenças em humanos, animais e plantas.

“Em situações onde ocorre um desequilíbrio entre a proporção de bactérias benéficas e as bactérias patogênicas os animais ficam mais suscetíveis às enfermidades. Quando as doenças se estabelecem o tratamento se faz necessário para combater os sinais clínicos e o agente infeccioso com potencial patogênico que encontrou as condições ideais para se manifestar. Nestas situações, os antimicrobianos são muito importantes, pois são os fármacos de eleição para tratamento de enfermidades causadas por bactérias”, explica a especialista.

E segue: “Antes do desenvolvimento dos antimicrobianos, muitas pessoas (e animais) morriam de doenças que hoje não são mais consideradas perigosas. Com a descoberta do primeiro antimicrobiano, a penicilina, por Alexander Fleming, em 1928, muitas infecções bacterianas puderam ser tratadas com sucesso e muitas mortes foram evitadas desde o início do emprego destas substâncias na terapia dos pacientes. São, portanto, medicamentos que revolucionaram a história da Medicina, protegendo o homem e os animais de bactérias antes mortais. Milhões de infecções potencialmente fatais foram curadas por intermédio do uso da terapia antimicrobiana”.

Contudo, cita a professora Daiane, esses fármacos encontram-se entre os mais empregados de maneira errada e abusiva, resultando no desenvolvimento de microrganismos resistentes, o que torna necessário o emprego, cada vez maior, de antimicrobianos mais fortes. “A resistência microbiana aos antimicrobianos vem aumentando rapidamente em todo o mundo e, em particular, no ambiente hospitalar, o que faz com que estejam em alerta todos os setores envolvidos no emprego dos antimicrobianos nas terapias, sejam humanas ou animais”, pontua.

“O fato de as bactérias apresentarem curto tempo de geração faz com que elas apresentem capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente. Quando uma colônia de bactérias recebe pequena dose de um determinado antimicrobiano, ocorre a morte da maioria delas, sobrevivendo apenas aquelas portadoras de variações que conferem resistência ao medicamento. Os descendentes das bactérias sobreviventes não morrem com a mesma dose do antimicrobiano, evidenciando que as variações são hereditárias. Se a dose do medicamento for aumentada, novamente algumas resistentes à nova dose sobreviverão. Enfim, prosseguindo com o aumento progressivo das doses dos antibióticos obtém-se, ao final, bactérias resistentes a altas dosagens do antimicrobiano. Não é a presença do antimicrobiano que provoca o aparecimento das mutações; na realidade elas surgem espontaneamente, e o antimicrobiano apenas seleciona as bactérias mais resistentes. Portanto, a resistência aos antimicrobianos é uma consequência natural da habilidade bacteriana de se adaptar”.

Uso indiscriminado

De acordo com a doutora Daiane Donin, “o uso indiscriminado de antimicrobianos, tanto na Medicina quanto na produção de animais, aumenta a pressão seletiva, selecionando as bactérias resistentes, e permitindo o surgimento das superbactérias. Os antibióticos matam as bactérias sensíveis; entretanto as que sobrevivem transmitem para as gerações futuras os genes de resistência até criar uma bactéria super-resistente”, menciona.

Ela argumenta que as superbactérias representam grande risco aos pacientes em hospitais, pois são capazes de criar “escudos” contra os medicamentos mais potentes e podem infectar os pacientes debilitados e se espalhar rapidamente pela falta de antimicrobianos capazes de contê-las. “Por isso, as superbactérias são consideradas grande ameaça global em saúde pública, e são foco de amplas discussões no meio científico”, justifica.

Para a professora e pesquisadora, a velocidade com que as bactérias desenvolvem resistência aos antimicrobianos é maior do que a velocidade com que novos fármacos são elaborados, “e desta forma, surtos provocados por bactéria comuns, como Staphylococcus aureus, porém resistente à meticilina (MRSA), podem afetar milhares de pessoas, e fazem com que estes agentes se apresentem como desafio para a indústria farmacêutica na busca novas drogas capazes de combater as superbactérias”.

Produção animal

A professora cita que a utilização de antimicrobianos na produção animal e o possível surgimento de bactérias resistentes é uma fonte de preocupação para a saúde humana por várias razões. “Primeiro porque bactérias associadas aos animais podem ser patogênicas para os humanos, podendo ser facilmente transmitidas para os humanos via alimento obtido de animais de produção. Somado a isto, os dejetos dos animais podem espalhar estas bactérias no meio ambiente de uma forma ampla”, aponta.

“O receio de que o uso de princípios antimicrobianos na produção de suínos possa espalhar resistência bacteriana para infecções em humanos foi agravado pelo fato registrado na China de resistência à Colistina. Um novo gene que tornou as bactérias comuns (como a E. coli) resistente a esta droga foi descrito na China em novembro de 2015. Em abril de 2016 foi reportada a presença deste gene em isolados de bactérias de origem animal no Brasil (encontrados em frangos oriundos do Paraná). Este gene foi encontrado em amostras de humanos, comprovando a possibilidade de surgimento nos animais de bactérias resistentes a antimicrobianos que podem infectar humanos”, revela a professora.

Neste contexto, amplia, ponto crucial e bastante criticado por profissionais ligados à saúde é o uso dos antimicrobianos (como o que era feito com a Colistina) para “incentivar o crescimento dos animais” ao invés de tratar sua infecção. “Devemos ressaltar que este uso de antimicrobianos como promotores de crescimento vem sendo banido gradativamente ao longo dos últimos anos, e isto estende-se à Colistina, por exemplo, que teve seu uso banido para esta finalidade”, sustenta.

One Health

Ainda conforme a pesquisadora, “a Organização Mundial da Saúde, através da Organização Internacional de Epizootias, tem se preocupado de sobremaneira com a ocorrência de resistência bacteriana na medicina humana e na produção animal, e aponta que apenas com uma abordagem integrada envolvendo o homem, os animais e o meio-ambiente, batizada como “One Health”, poderemos ter sucesso na resolução desse problema”.

“A abordagem sistêmica One Health talvez seja a única maneira de tentar deter a marcha rumo à resistência antimicrobiana. Devemos disciplinar a utilização de antimicrobianos na Medicina Veterinária e, em especial, evitar aqueles princípios ativos de uso compartilhado com a Medicina humana. A cultura da prevenção da ocorrência de doenças deve ser a tônica das ações de todos envolvidos na produção de suínos. Quando da necessidade da utilização de substâncias com caráter antimicrobiano nos sistemas produtivos é fundamental ter a assessoria de médicos veterinários que devem estar devidamente capacitados no assunto”, avalia a profissional.

Conforme Daiane Donin, o plano de ação global prevê como metas melhorar o conhecimento sobre a resistência a antimicrobianos, aumentar o monitoramento da resistência a antimicrobianos, reduzir a incidência de infecções, otimizar o uso de antimicrobianos e ampliar os investimentos em novos antimicrobianos, ferramentas de diagnóstico, vacinas e outras intervenções alternativas.

Ainda segundo a pesquisadora, “melhorias na gestão do uso de antimicrobianos em animais de produção, particularmente reduzindo aqueles criticamente importantes para a Medicina humana, são passos relevantes para a preservação dos benefícios dos antimicrobianos para o ser humano”, reforça.

Uso racional

Ela reitera que vale destacar que não somente a produção animal é responsável pelo surgimento de superbactérias, mas sim, a prescrição banalizada de antimicrobianos na Medicina humana é a principal responsável pela expansão de bactérias resistentes. “Desta forma, se desejamos conter o surgimento destas bactérias, devemos não somente nos preocupar com a forma como lidamos com os antimicrobianos nas produções animais, mas também reduzir a medicalização na Medicina humana, visando frear o uso de antimicrobianos em situações em que terapias alternativas poderiam ser utilizadas para solucionar as enfermidades”, aponta.

E garante: “Racionalizar o uso de antimicrobianos tanto na Medicina humana quanto na Medicina Veterinária é o caminho para contermos o aparecimento de bactérias resistentes e sabemos que isto tem sido foco das discussões e das ações nas cadeias de produção animal, em especial na produção de aves e suínos. A atividade suinícola vem assumindo o compromisso de usar racionalmente os antimicrobianos e implementar práticas que permitam a produção eficiente e rentável sem o uso indiscriminado destes produtos. As empresas estão investindo fortemente na tentativa de validar novos produtos que possam ser utilizados como melhoradores desempenho dos animais alternativos aos antimicrobianos, como probióticos, prebióticos, simbióticos e outros”.

Pontos chave

Neste contexto, insiste a professora, seguem alguns pontos chave para obtenção de sucesso na redução e uso prudente de antimicrobianos: utilização de eubióticos: aditivos que auxiliam na manutenção do ótimo balanço da flora gastrointestinal sendo assim, benéficos para a saúde intestinal dos animais e contribuindo para o bem-estar e aumento do desempenho produtivo. Na prática, ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos e óleos essenciais são os eubióticos que têm sido amplamente pesquisados para uso nas criações comerciais de suínos, e validados ao terem seus benefícios comprovados. “Citando alguns exemplos, a modulação de flora das matrizes minimizando a excreção de agentes patogênicos pelas fezes e consequente contaminação das leitegadas através da utilização de ácidos orgânicos e probióticos nas semanas anteriores ao parto já é prática consolidada em alguns países, bem como a utilização de ácidos orgânicos e probióticos na maternidade e dietas pós-desmame visando prevenção e controle de enfermidades entéricas”.

Outro ponto chave: “Adoção dos manejos básicos: respeitar vazio sanitário das instalações, estimular os leitões a ingerirem o máximo de colostro, respeitar o fluxo de produção, adotar sistema “todos dentro – todos fora”, promover a utilização adequada de quarentenário na introdução de animais, desinfecção adequada de caminhões, entre outros. A adoção de práticas eficientes de biossegurança e manejo são imprescindíveis na manutenção do status sanitário dos sistemas de produção, evitando dessa forma a necessidade da utilização dos antimicrobianos. Neste quesito, no Estado do Paraná a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou recentemente a Instrução Normativa nº 265, instrumento que regulamenta as boas práticas voltadas à prevenção e controle de doenças infecciosas nos locais onde ocorre a criação de suínos. O Estado é o primeiro entre todas as unidades da federação a ter um regulamento dessa natureza.

A professora segue: “Diagnóstico adequado de enfermidades: a coleta de material e diagnóstico adequado das doenças que acometem os animais permite adotar diferentes práticas de manejo no controle, além da utilização de classes de antimicrobianos menos prejudiciais aos animais, evitando dessa forma a utilização preventiva de antimicrobianos de amplo espectro, bem como grande quantidade de princípios ativos”. Ambiente adequado aos animais: “outro ponto importante a ser considerado no uso prudente de antimicrobianos é a promoção de ambiência adequada aos animais, permitindo a expressão de seu máximo potencial genético sem a necessidade do suporte medicamentoso”.

A professora cita ainda a eliminação de doenças: “diversos protocolos de eliminação de diferentes enfermidades que acometem os suínos já foram validados e, de acordo com as características de cada sistema de produção, são possíveis de serem adotados, minimizando também dessa forma a utilização massiva de antimicrobianos. Neste contexto, em granjas com um perfil sanitário livre de algumas enfermidades, a observação das práticas de biossegurança e origem de animais de reposição deve ser cuidadosamente respeitada visando garantir a manutenção deste status”.

Desta forma, aponta a pesquisadora, “observa-se que os sistemas de produção de suínos têm investido na implementação e melhoria dos programas de biossegurança, têm revisado e melhorado os programas vacinais, e têm feito o uso prudente de antimicrobianos visando promover a saúde dos animais, prevenir a entrada de enfermidades e garantir o bom desempenho zootécnico dos mesmos. A Medicina Veterinária preventiva é a melhor ferramenta para conter o avanço do uso inadequado de antimicrobianos nos animais e reduzir os riscos de aparecimento de superbactérias”, sugere a professora da Universidade Federal do Paraná.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Suínos

Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.

Cooperado da Coopavel, Adriano Trenkel

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.

Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.

Empenho coletivo

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.

VBP

A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.

Fonte: Assessoria Coopavel
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Suínos

Práticas sustentáveis e eficiência energética guiam produção de suínos da Coopavel

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Com desafios crescentes relacionados à eficiência no uso de recursos, à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao manejo adequado de resíduos, a cadeia suinícola brasileira tem dado exemplo ao implementar práticas sustentáveis que, além de preservar o ambiente também melhora a imagem do produtor e atende às exigências de consumidores e mercados cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem.

Entre as maiores cooperativas agroindustriais do Brasil e uma das poucas que dominam todas as etapas da produção de suínos, a Coopavel é um belo exemplo de como a sustentabilidade na suinocultura é possível e rentável ao investir em soluções ao longo da cadeia produtiva que conciliam crescimento econômico e respeito ao meio ambiente.

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos. Esse processo resulta na geração de biogás, que é capturado e convertido em energia elétrica. “Essa energia oriunda do processo de tratamento dos dejetos é considerada limpa e renovável, o que contribui para reduzirmos de maneira significativa as emissões de GEE na atmosfera”, aponta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Além da produção de energia, o sistema de biodigestores gera biofertilizantes, que são utilizados na fertilização do solo e na adubação de florestas de eucalipto, reaproveitamento que beneficia tanto a agricultura quanto o meio ambiente.

A Coopavel também foca na melhoria contínua da dieta dos suínos, o que contribui para reduzir a liberação de gases como amônia. “A eficiência alimentar diminui as concentrações de gases nocivos nos dejetos, colaborando para a mitigação dos impactos ambientais da atividade suinícola”, salienta Grolli, enfatizando que essa abordagem faz parte de um plano mais amplo da cooperativa, que inclui o uso de tecnologias avançadas nas unidades industriais para o tratamento de resíduos e efluentes, alinhando a produção com a missão de produzir alimentos sustentáveis.

Uso eficiente de energia

O uso eficiente de energia é outro pilar das ações sustentáveis da Coopavel. Nas unidades de produção e processamento de suínos, a geração de energia renovável e o reuso de água fazem parte da rotina. “Investimos na reutilização de parte do efluente tratado em algumas atividades específicas dentro da granja, como limpeza de pisos e canaletas, desta forma conseguimos reduzir a extração de água subterrânea”, afirma Grolli.

Práticas sustentáveis na UPL

Foto: Shutterstock

Para garantir a melhoria contínua, a Coopavel realiza o monitoramento regular das emissões de GEE em sua Unidade de Produção de Leitões (UPL), utilizando os dados para nortear ações de melhorias no processo produtivo. Somado a isso, está em andamento um projeto de expansão do sistema de tratamento de dejetos na UPL, que inclui a ampliação da capacidade de produção de biogás. “Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade do efluente final e ampliar a capacidade da usina para produção de biogás”, expõe o presidente.

Integração de boas práticas ambientais

Além de cumprir todas as exigências ambientais impostas pelos órgãos reguladores e atender aos mercados nacional e internacionais, a cooperativa busca continuamente aprimorar seus processos, trazendo práticas ainda mais sustentáveis. “O objetivo não é apenas garantir a conservação dos recursos naturais, mas também promover a geração de renda e riqueza para toda a cadeia produtiva”, salienta.

Grolli frisa que a Coopavel reconhece a necessidade crescente de aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento populacional global. No entanto, ressalta que esse aumento deve ser realizado de forma sustentável, uma vez que o planeta possui limites em sua capacidade de suporte e exploração de recursos naturais. Por essa razão, a adoção de práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis precisa acompanhar, e até mesmo antecipar, o aumento da produção. “Esse equilíbrio é essencial para garantir que as demandas alimentares da população mundial sejam atendidas, ao mesmo tempo em que se preserva a qualidade de vida na Terra”, evidencia.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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