Empresas Alerta vermelho
O produtor precisa pensar em alternativas aos fertilizantes
A alta dos insumos e até o risco de um possível desabastecimento para as próximas safras desperta atenções no campo. Boa gestão e produtos alternativos como os biológicos podem ajudar a diminuir os impactos
A guerra entre Rússia e Ucrânia tem gerado preocupação na economia em todo o mundo. No Brasil, além das questões humanitárias, o que tem afligido os especialistas é a possibilidade do desabastecimento de importantes produtos, além da falta de insumos essenciais para a agricultura, como os fertilizantes.
Segundo informações da COGO Inteligência em Agronegócio, atualmente o Brasil é o 4º consumidor global de fertilizantes, responsável por 8% do total e é o maior importador mundial, com 39,2 milhões de toneladas, o que equivale a mais de US$ 14 bilhões. A pesquisa aponta ainda que os aumentos dos preços globais deste insumo já vinham acontecendo antes mesmo da guerra na Ucrânia, por causa da elevação na cotação do gás natural.
Isoladamente, a Rússia foi o maior exportador de fertilizantes para o Brasil no ano passado, com 23% do total, seguido de China (14%) e de Marrocos (11%). Diante da atual conjuntura, agora o País e suas autoridades buscam alternativas para evitar o eventual desabastecimento deste insumo fundamental à produção agrícola. Atualmente, há no Brasil em torno de 90 a 100 dias de estoques de fertilizantes e os fluxos de importação não foram completamente interrompidos: o fundamental é tê-los a tempo de plantar a próxima safra de verão (1ª safra 2022/2023).
Há também riscos de ocorrer a não entrega de insumos já vendidos, especialmente após a Rússia anunciar que não exportaria adubos a vários países, ainda que o Brasil não esteja na lista. O impacto na produtividade, no entanto, poderá ser mais relevante se a crise se estender até a 2ª safra de milho 2023, se houver dificuldade de obtenção de Nitrogênio (N). O maior problema ainda é o potássio, visto que dois dos três maiores fornecedores globais, Rússia e Belarus, estão no imbróglio, mas ainda não a ponto de prejudicar a semeadura. Contudo, haverá efeitos sobre os custos de produção, já que esses insumos respondem por 30% do custo dos grãos e, com as altas desde 2021, o percentual sobe para 35% a 40%.
Para Carlos Cogo, sócio diretor da Cogo Inteligência de Mercado, a situação que estamos passando hoje é inusitada, mas liga um sinal de alerta em todos os agricultores, cooperativas e revendas de insumos. “Mesmo com um eventual fim do conflito Rússia – Ucrânia, essa situação de risco de escassez de fertilizantes não será contornada no curto prazo. Tudo isso nos leva a crer que, diante da impossibilidade de nosso país se tornar autossuficiente no suprimento de fertilizantes e, também, de defensivos, no médio e até no longo prazo, está mais do que na hora a necessidade de buscarmos alternativas a essa dependência externa. E a principal alternativa é o fomento e expansão da produção interna de fertilizantes e defensivos biológicos”, sinaliza Cogo.
Planejamento é a saída
Segundo o produtor e engenheiro Agrônomo, José Bento Cavalcante Germano, conselheiro e diretor da Sementes Mutuca, que atualmente planta cerca de 2.500 hectares de lavoura em suas propriedades em Arapoti/PR, o segredo em momentos como este é o planejamento. “Esse ano deu certo porque nós já tínhamos nos programado. Compramos junto com produtores da região um volume grande e acabamos conseguindo condições comerciais melhores, tanto no preço, como no prazo”, destaca.
Com este planejamento, o produtor ainda não foi afetado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. “Para esse ano nós já tínhamos nos preparado, não foi tanto baque assim. Os preços das commodities melhoraram bastante, por mais que a relação de troca esteja menos vantajosa do que nos últimos anos, conseguimos garantir, o nosso pensamento é que nunca podemos deixar de produzir”, diz o engenheiro agrônomo.
Para Germano, mesmo tendo a garantia de que não faltará insumos na atual safra, é importante pensar em alternativas para as temporadas futuras. “Tudo isso que está acontecendo é uma chance de inovar e pensar em soluções diferenciadas, e menos no problema em si. Temos ainda a possibilidade de estar em contato com empresas que estão desenvolvendo soluções, testando novos produtos para aumentar a eficiência do que já usamos”, destaca.
Além da rotação de cultura, plantio direto, o produtor também tem apostado nos produtos biológicos, setor esse que tem crescido nos últimos anos e está entrando de uma forma bem sólida nas lavouras pelo País. Segundo Germano, já faz quatro anos que utilizam os biológicos da Biotrop, tanto na fazenda Mutuca quanto na Fazenda Lagoa onde cultivam milho, trigo, soja e feijão, como culturas de interesse econômico, e fazem rotação com aveia, milheto e nabo forrageiro.
Os produtos têm dado grande resultado, principalmente nesses últimos anos que foram mais secos. “Muitos produtores próximos a nós tiveram queda de rendimento na produção e nós não tivemos. Dou o crédito aos biológicos”, diz. Além disso, tivemos uma nutrição mais direcionada para a produção de sementes, pensando em rigidez e melhor qualidade fisiológica, e os bioprodutos acabam ajudando bastante”, acrescenta o engenheiro agrônomo.
Soluções direcionadas
Diante desse cenário de muitas incertezas, mais do que buscar alternativas, é importante encontrar soluções eficazes. Os produtos biológicos podem ser grandes aliados quando utilizados para complementar as aplicações, melhorando a eficiência dos insumos que estão em falta, como é o caso dos fertilizantes.
Segundo Ederson Santos, biólogo e gerente de portfólio da Biotrop, a empresa tem um portfólio que pode auxiliar nesse momento. Um dos produtos é o Biofree, um inoculante promotor de crescimento com ação de biodisponibilização comprovado pelo Ministério da Agricultura, composto pela combinação das bactérias Azospirillum brasilense Ab-V6 e Pseudomonas fluorescens CCTB03.
A primeira bactéria age por meio da síntese de fitormônio e consegue retirar o nitrogênio do ar, inacessível para a planta, e torná-lo disponível, contribuindo para a fixação de 20 a 30 quilos de N por hectare, na média. Além disso, aumenta a assimilação do elemento, fazendo com que a raiz cresça mais e explore um volume maior de solo.
A segunda bactéria que compõem o Biofree, Pseudomonas fluorescens CCTB03, tem a capacidade interagir com a planta e mobilizar o Fósforo (P) reduzindo as perdas e disponibilizando frações desse elemento no solo para as plantas. “Estas bactérias se alimentam de exsudados radiculares e excretam substâncias que atuam diretamente sobre o ciclo do fósforo, liberando fósforo fixado e tornando-o disponível para as plantas”, conta o profissional.
Na cultura da soja, por exemplo, a absorção do P está ligada diretamente ao aumento da fotossíntese, e como consequência o enchimento do grão. Por isso o elemento é extremamente importante para a planta, principalmente nessa fase.
Neste cenário atual, mesmo o agricultor optando em reduzir a sua adubação, utilizando soluções como o Biofree conseguirá a otimização de elementos como o NPK, além de cálcio, enxofre, magnésio e ferro. A solução pode aumentar em até 25% a eficiência da adubação. “Somado é isso, ele pode reequilibrar a biologia do solo e elevar a produtividade de outras culturas além da soja, como o milho”, destaca Santos.
Olhando para o mercado de pastagem, a Biotrop tem em seu portfólio o Pastomax, composto por Pseudomonas fluorescens CNPSo 2719, Azospirillum brasilense CNPSo 2083 e 2084 e aditivos protetores para melhor eficiência, maior resistência aos raios ultravioletas e condições climáticas adversas. Embasado nos resultados obtidos nos estudos da parceria da Biotrop com a Embrapa, identificou-se que o produtor pode substituir uma adubação nitrogenada com ureia, por exemplo, pela aplicação do produto, que equivale a até 40 quilos de N por hectare. “Isso olhando apenas nitrogênio, mas também melhora a eficiência de outros elementos, como por exemplo P, onde tivemos um incremento de 47%, K de 13%, em aplicação via semente, de 37% de P e 17% de K” via foliar, informa o biólogo.
“Biofree e Pastomax são exemplos de que o agricultor já possui tecnologias biológicas e naturais de ponta para incremento da produtividade e rentabilidade no campo, inclusive em momentos adversos.”, finaliza Santos.
Empresas
Parcerias estratégicas, inovação e bem-estar animal: Bases do crescimento sustentável da Granja Antunes no setor de produção de ovos
Empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência.
A Granja Antunes, localizada em Avaré, São Paulo, construiu uma trajetória marcada pela dedicação à qualidade e à inovação no setor de produção de ovos. Desde sua fundação, em 2009, a empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência. Atualmente, com uma produção diária de cerca de 2.500 caixas de ovos destinadas a atacadistas e varejistas de todo o Brasil, a Granja Antunes reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a modernização.
Essa história de crescimento e adaptação foi moldada pela superação de desafios significativos. Nos primeiros anos, a empresa enfrentou a volatilidade econômica e as dificuldades do setor avícola, como a alta nos custos de insumos e as exigências crescentes do mercado. Segundo Norberto Lemos, porta-voz da Granja Antunes, essas adversidades impulsionaram mudanças estratégicas e investimentos em tecnologia. “Superamos muitos desafios ao modernizar nossas operações e focar na sustentabilidade. Hoje, esses esforços resultam em processos mais eficientes e produtos de melhor qualidade”, afirma.
Nos últimos anos, a Granja Antunes passou por uma transformação tecnológica significativa, incorporando sistemas de automação e climatização que tornaram as operações mais eficientes e sustentáveis. A automação reduziu a dependência de trabalho manual e aumentou a precisão dos processos produtivos, enquanto a climatização proporcionou condições ideais para as aves, reduzindo doenças e elevando a produtividade. “Estamos investindo em tecnologia porque sabemos que é essencial para o futuro da avicultura. Esses sistemas garantem eficiência, qualidade e sustentabilidade, tanto para nós quanto para os clientes”, destaca Lemos.
Além disso, a modernização está alinhada a parcerias estratégicas que desempenham um papel fundamental no avanço das operações e na promoção do bem-estar animal. “A parceria com a Ceva Saúde Animal, por exemplo, reforça nosso compromisso com a proteção e saúde das aves. O uso de tecnologias inovadoras em vacinas não apenas maximiza a performance dos animais, mas também facilita as operações de vacinação e traz resultados econômicos expressivos para a empresa”, acrescenta Lemos. Esses esforços têm sido cruciais para garantir uma cadeia produtiva robusta e sustentável, refletindo diretamente na qualidade dos ovos.
Com esse foco, os avanços tecnológicos também têm preparado a Granja Antunes para expandir sua atuação e consolidar sua presença no mercado interno. Atualmente, grande parte da produção é destinada aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas a empresa planeja continuar investindo em modernização para atender à crescente demanda. Um exemplo dessa visão de futuro são os projetos voltados para a implantação de novas granjas, projetadas para serem ainda mais modernas e sustentáveis. “Essas unidades serão equipadas com tecnologia de ponta, desde sistemas automatizados de monitoramento até práticas inovadoras de manejo, reforçando nosso compromisso com a eficiência produtiva e o bem-estar animal”, explica o porta-voz.
“Olhamos para o futuro com a convicção de que a modernização é essencial para o setor avícola. As novas granjas serão uma extensão dessa visão, unindo tecnologia, sustentabilidade e qualidade em todas as etapas de produção”, afirma Lemos. Ele prevê que as novas unidades não apenas aumentarão a capacidade produtiva da empresa, mas também servirão como modelo de inovação e responsabilidade no setor.
Com a combinação de tradição e modernidade, a Granja Antunes reforça seu compromisso de continuar evoluindo e se destacando no mercado de ovos no Brasil. Os investimentos em tecnologia e as novas granjas refletem a determinação da empresa em se adaptar às transformações do setor e atender às demandas do mercado de forma responsável, garantindo produtos de alta qualidade para milhares de mesas.
Empresas Criando o sucesso juntos
Aviagen América Latina compartilha conhecimento técnico no OVUM 2024
A Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável
As equipes de vendas e atendimento ao cliente da Aviagen® América Latina, provenientes da Argentina, Brasil, América Central, México e Caribe (CAME), Colômbia, Peru e outros países da América do Sul, se reuniram no 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM) para compartilhar conhecimentos e fortalecer conexões. O evento, realizado bienalmente, ocorreu em Punta del Este, Uruguai, entre os dias 12 e 15 de novembro.
Com o compromisso “Criando o sucesso juntos”, a Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável. Especialistas da empresa compartilharam insights sobre áreas vitais da produção avícola, visando capacitar os produtores latino-americanos.
Disponibilidade de grãos em um ambiente em transformação
O consultor Paul Aho apresentou uma visão sobre a disponibilidade global de grãos, destacando as condições favoráveis previstas para os próximos 6 a 12 meses, enfatizando que mudanças no mercado podem ocorrer devido a fatores como tarifas, mudanças climáticas e questões geopolíticas.
Manejo inicial de frangos de corte
O gerente de Serviços Técnicos da Aviagen para a América do Sul excluindo o Brasil (SAEB), Santiago Lovera, enfatizou a importância do manejo eficaz na primeira semana de vida dos frangos de corte para o crescimento a longo prazo e o desempenho geral do plantel. “Dar o melhor começo aos pintinhos otimiza o crescimento, a conversão alimentar e a qualidade da carne”, afirmou.
Impacto da melhoria da sustentabilidade genética
O vice-presidente global de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Aviagen, Santiago Avendaño, natural do Uruguai, discutiu como os avanços genéticos estão tornando a produção avícola mais sustentável, com destaque para a redução de custos com ração e as emissões de carbono. Ele ressaltou que as melhorias na eficiência de conversão alimentar estão diminuindo a pegada de carbono da indústria, tanto regional quanto globalmente. Avendaño também abordou o impacto das diferentes fontes de soja na pegada de carbono e discutiu as tendências emergentes de bem-estar animal na Europa, que exigem um portfólio expandido de genótipos para atender às necessidades dos clientes. Além disso, apresentou o impacto ambiental das diversas fontes alimentares de origem animal e vegetal, no que diz respeito às exigências diárias de aminoácidos essenciais, destacando a posição vantajosa da carne de frango.
“O OVUM 2024 nos ofereceu uma valiosa oportunidade de nos conectarmos com a comunidade avícola latino-americana por meio de nossas diversas subsidiárias e equipes”, afirmou o presidente da Aviagen América Latina, Ivan Pupo Lauandos. “Na Aviagen, estamos comprometidos em compartilhar os mais recentes conhecimentos e inovações para ajudar nossa indústria a avançar no bem-estar das aves, em desempenho e sustentabilidade. Com operações locais na Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, e uma equipe dedicada de vendas e serviços, estamos posicionados de maneira única para nos manter próximos aos nossos clientes como nenhuma outra empresa de melhoramento genético. Nosso envolvimento de longa data com o Congresso Latino-Americano de Avicultura reflete esse compromisso, e esperamos continuar essa jornada na próxima edição do OVUM, em 2026, na Guatemala”.
Empresas
Equipe Hubbard na América Latina fortalece conexões com líderes da indústria avícola no 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura
Em seu estande, a empresa apresentou o Hubbard Efficiency Plus, além de uma ampla gama de produtos voltados para o segmento de aves Premium
A equipe latino-americana da Hubbard® estreitou laços com clientes e a comunidade avícola durante o 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado em Punta del Este, no Uruguai. Este importante encontro da avicultura mundial, que ocorre a cada dois anos, contou com a presença de mais de 3.200 participantes de 50 diferentes países, em um espaço dinâmico para a colaboração e dicas entre a comunidade avícola na América Latina.
O gerente geral da Hubbard na América Latina, exceto Brasil, Mark Barnes destacou a relevância do OVUM para a indústria avícola: “Participar de eventos como este é essencial para a troca de experiências e inovações no setor. Acreditamos que, ao estreitar laços com nossos parceiros, contribuímos para o crescimento e desenvolvimento da avicultura na região”, afirmou.
Em seu estande, a Hubbard apresentou seu produto Hubbard Efficiency Plus, além de uma ampla gama de produtos voltados para o segmento de aves Premium. A equipe manteve diálogos importantes com clientes e parceiros, reafirmando seu compromisso com a inovação e a satisfação das demandas do mercado latino-americano.
“A participação no OVUM 2024 não apenas solidificou a presença da empresa no mercado, mas também reafirmou seu papel como uma das líderes na indústria avícola na América Latina”, disse o diretor de Negócios da Hubbard no Brasil, Carlos Antonio Costa.
Celebração da aposentadoria de Dr. Arnoldo Ruiz
Durante o OVUM, a Hubbard organizou uma recepção especial para homenagear a aposentadoria do Dr. Arnoldo Ruiz, após mais de 25 anos de serviços prestados à empresa. O evento reuniu representantes do Grupo Neria, distribuidor de avós da Hubbard no México, e da Genher, distribuidora na Argentina. O Dr. Ruiz recebeu uma placa e presentes em reconhecimento ao seu profissionalismo e comprometimento com a empresa.