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O porquê de selênio levedura em aves?

Fonte de selênio levedura se caracteriza como uma excelente opção, sendo única fonte orgânica a proporcionar diferentes tipos de selenoproteínas necessárias para os animais

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Fernando Augusto de Araujo, médico veterinário e gerente técnico Aves Latam da Phileo; e Marcos Aronovich, zootecnista PhD e gerente de serviços técnicos Brasil da Phileo

Em 1817, o selênio (Se) foi isolado pela primeira vez por Berzelius. O selênio passou a ser um elemento conhecido, porém, sem utilidades fisiológicas. Apenas sua importância toxicológica era motivo de interesse, uma vez que atuava como o principal causador de envenenamentos de animais de fazenda. Estes apresentavam emagrecimento, perda de pelos e anemia. Naquela época pouco se sabia sobre a sua função biológica, até que a exigência nutricional foi revelada cerca de 140 anos mais tarde por Schwarz e Foltz em 1957. Desde então, o Se tem sido reconhecido como um elemento traço essencial e a suplementação deste aos animais de produção tornou-se uma prática comum em todo o mundo, a deficiência de Se aumenta a susceptibilidade a várias doenças e diminui os desempenhos produtivos e reprodutivos dos animais de produção.

Funções e Metabolismo

O selênio desempenha um papel fundamental para a resistência da ave ao estresse oxidativo. A essência do Se em exercer os respectivos efeitos positivos, reside na construção do 21º aminoácido, a selenocisteína (SeCys). A SeCys pode ser encontrado no local ativo de uma vasta gama de proteínas, também chamadas selenoproteínas, que desempenham papéis importantes na defesa antioxidante e na função imunológica. Uma das mais importantes enzimas produzidas através da selenoproteínas é a glutationa peroxidase (GPx), que funciona como que transformando diretamente os peróxidos de hidrogênio (H2O2) e, portanto, reduzindo do nível de oxidação de lipídios e proteínas na célula.

Hoje em dia, os animais de produção podem ser suplementados com Se sob forma inorgânica ou orgânica. Estas formas inorgânicas são principalmente sais minerais, como o selenito de sódio (SS) ou selenato, enquanto formas orgânicas podem ser encontradas como selenometionina sintética (SeMet) ou como leveduras selenizadas ricas em componentes naturais do Se. As leveduras selenizadas também chamadas de selenoleveduras, são submetidas a diferentes processos de produção no qual, como resultado pode-se observar produtos de diferentes concentrações e características.

As selenoleveduras de alta qualidade são obtidas a partir cultivo específico de cepas exclusivas de Saccharomyces cerevisiae num processo totalmente padronizado e controlado o que lhe garante um produto final estável (figura1). Durante o crescimento da levedura, o selenito de sódio (SS) será transformado em seleneto de hidrogênio (H2Se) que será  utilizado pela levedura para sintetizar diferentes selenomoléculas orgânicas, tais como como a selenometionina (SeMet) e  a selenocisteína (SeCys), mas também muitos outros componentes seleno-ativos.

A absorção de selenito ocorre por difusão passiva e, portanto, proporcional à quantidade presente no lúmen intestinal em comparação a esta fonte, a absorção da fonte orgânica de selenolevedura ocorre por transporte ativo. Pouco do Se elementar é absorvido no intestino devido a sua baixa solubilidade e, portanto, passa a ser excretado nessa forma pelas fezes.

As selenoleveduras também apresentam em sua constituição uma fonte de selenocisteína, que não é reconhecida pelo metabolismo como um aminoácido, ao contrário da selenometionina. Esta propriedade confere uma disponibilidade imediata para uma nova síntese de selenocisteína no metabolismo animal e um efeito rápido no caso de estresse. Ela é realmente necessária no local ativo da enzima antioxidante mais importante, a glutationa peroxidase.

O primeiro benefício deste fato é uma melhoria significativa do desempenho animal. Estudos recentes comparando o desempenho de diferentes fontes de selênio têm mostrado bons resultados no caso da selenolevedura apresentando um aumento da produção de ovos em galinhas de postura, assim como melhoria na intensidade e na taxa de sobrevivência (figura 2).

Outras publicações recentes confirmam o segundo benefício na qualidade nutricional e sensorial dos alimentos. A suplementação com selenolevedura na dieta dos animais possibilitou o enriquecimento em ovos e carne com selênio, melhorando a maciez e a qualidade visual de carne exposta ao consumidor através de uma menor oxidação lipídica que possibilita um tempo maior de prateleira destes alimentos.

Em um ensaio, as poedeiras foram suplementadas durante 32 semanas (de 18 a 50 semanas de idade) com diferentes fontes de Se: Os resultados mostram claramente que a fonte de selenolevedura foi capaz de reduzir a mortalidade (A) das poedeiras, melhorando simultaneamente a frequência de postura (B) e a taxa de conversão alimentar (FCR) por ovo (C), em comparação com as outras fontes de Se.

Em um segundo ensaio feito em frangos de corte, evidências adicionais comprovaram que a fonte de selenolevedura é mais eficiente em melhorar o desempenho de frangos de corte em comparação com outras fontes de Se, tal como demonstrado pelo peso corporal final aos 42 dias de idade (Fig. 3).

O selênio em humanos, da mesma forma como descrito acima em animais, tem papel muito importante na imunidade e defesas antioxidantes. A deficiência de Se está associada a vários distúrbios, como diabetes, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e baixa fertilidade. A incidência de doenças, como câncer de próstata, câncer de mama e câncer colorretal, está frequentemente relacionada ao baixo nível de selênio presente nos alimentos consumidos, resultando em baixa selenemia em humanos. 

Tendo em vista todos os aspectos discutidos fica claro a importância de mineral para melhora da manutenção da saúde mantendo equilibrado o sistema antioxidante dos animais sendo refletido na melhoria de índices produtivos assim como benefício para melhoria de frescor de tempo de prateleira dos alimentos. A fonte de selênio levedura, neste contexto se caracteriza como uma excelente opção, sendo a única fonte orgânica a proporcionar diferentes tipos de selenoproteínas necessárias para os animais.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração

Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

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Foto: Shutterstock

O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).

O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.

A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.

A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.

No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).

Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.

No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.

Fonte: O Presente Rural com informações Boletim Deral
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Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

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A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

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O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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