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O planejamento macro da Cooperalfa até 2030

Realizamos uma diversidade muito grande de atividades, o que propicia a sustentação da nossa cooperativa. Ter esta diversificação é muito importante porque uma ajuda a sustentar a outra.

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Presidente da Coopealfa Romeo Bt. Foto: O Presente Rural

Quando um grupo de pessoas sonha em abrir uma empresa, não basta ficar apenas sonhando, é necessário muito trabalho e dedicação. Esses atributos podem ser observados na trajetória da Cooperalfa, uma cooperativa gigante, com mais de 22 mil cooperados, fundada em 1967 por pessoas que tinham o mesmo propósito e que, a partir de suas demandas iniciais, fez surgir outra gigante do setor, a Aurora Coop.

Com sede em Chapecó, na região Oeste de Santa Catarina, e liderada pelo presidente Romeo Bet, a Coopealfa tem pela frente um horizonte de expansão territorial e produtivo. Confira os principais trechos na entrevista do presidente da Cooperalfa, Romeo Bet.

O Presente Rural – Conte um pouco sobre sua trajetória e envolvimento com o cooperativismo. Como chegou à posição que ocupa na Cooperalfa?

Romeo Bet – A trajetória da Cooperalfa teve início no dia 29 de outubro de 1967, quando 39 produtores rurais sentiram a necessidade de criar uma cooperativa para comercializar a produção que era produzida aqui na nossa região. A principal fonte de receita dos nossos produtores era a cultura do feijão e praticamente todas as propriedades contavam também com a criação de suínos. O problema é que em muitos momentos não encontrava-se compradores para essa produção e quando encontrava, eram esses comerciantes que faziam o preço, o que nem sempre era vantajoso para os pequenos produtores. Desta problemática surgiu a oportunidade de criar uma cooperativa. Desta forma iniciamos um trabalho de fomento, de associação e fomos ganhando forma e crescendo em nossa atuação. De início verificamos a importância de edificar uma estrutura física para receber a produção e começamos construindo armazéns.

Em apenas dois anos da formação já sentimos a necessidade de iniciar com a parte industrial, com o recebimento dos suínos que eram produzidos pelos nossos cooperados. Encontramos um frigorífico que estava desativado e pela iniciativa de oito cooperativas, formamos a Cooperativa Central Oeste Catarinense. Adequamos às instalações daquele frigorífico que estava parado e então começamos o abate. Foi assim que começou a Cooperalfa e a Aurora. Tudo isso foi bastante difícil, passamos por muitos desafios, porque iniciamos os trabalhos sem dinheiro para investir, sem capital de giro. Desta maneira, trabalhamos na conscientização e na importância de unir forças e fomos aumentando o número de cooperados. Dia após dia ganhamos novos cooperados e assim fomos crescendo e chegamos a este tamanho que estamos hoje. Com esta crescente e conseguindo bons negócios fomos incorporando outras cooperativas e assim fomos aumentando em tamanho.

O Presente Rural – Para o senhor, qual é a importância do cooperativismo no agropecuário?

Romeo Bet – Isso depende muito de cada região, pois o nosso país é muito grande. Na nossa região Sul e principalmente o estado de Santa Catarina temos pequenos produtores. Vejo que o cooperativismo agrícola tem uma importância muito grande, porque ele oferece uma excelente assistência técnica, bem como a segurança com relação à comercialização, pela agregação de valor que você tem. O cooperativismo em Santa Catarina teve um papel muito importante, principalmente no Oeste catarinense. Depois que surgiu a Cooperalfa, novas cooperativas foram sendo criadas, a Aurora também foi criada contribuindo para que a parte industrial de frangos, suínos e leite fossem produzidas.

As cooperativas trazem uma confiabilidade e segurança aos produtores, pois auxiliam na comercialização, na produção, na agregação de valor e ofertam um preço justo para quem produz.

O Presente Rural – O senhor pode explicar como a Cooperalfa trabalha para agregar valor e também nos falar sobre os diversos setores nos quais a cooperativa atua?

Foto: Divulgação/Cooperalfa

Romeo Bet – A Cooperalfa atua em vários ramos. Com relação a carne e leite somos sócios da Aurora. Contamos com um número grande de cooperados que produzem suíno, frango e leite e então, a Aurora é a responsável por fazer a industrialização e a comercialização desses produtos, nossa participação na Aurora é bastante expressiva. Além disso, a Cooperalfa também atua na industrialização de soja, trigo, fábricas de ração, linha de supermercados e lojas agropecuárias, e também atuamos no mercado de insumos. Ou seja, realizamos uma diversidade muito grande de atividades, o que propicia a sustentação da nossa cooperativa. Ter esta diversificação é muito importante porque uma ajuda a sustentar a outra, como por exemplo, quando não temos uma safra muito boa, temos outras linhas que ajudam na sustentação de toda a cooperativa, contribuindo para atuar com o princípio de cooperar. Desta forma, os supermercados e as lojas agropecuárias, bem como a parte industrial, tanto de soja, quanto de trigo, como as fábricas de ração são muito importantes para agregar valor e dar segurança para o produtor.

O Presente Rural – Como é a relação da Cooperalfa com seus associados e como a cooperativa tem auxiliado no trabalho de planejar a sucessão familiar nas propriedades rurais?

Romeo Bet – A relação dos cooperados com a cooperativa é muito próspera. Nossos associados possuem muita confiança na Cooperalfa. Realizamos trabalhos com jovens, com casais líderes, bem como com grupos de mulheres. Os resultados não são visíveis de forma imediata, pois é um trabalho de formiguinha que realizamos. É importante destacar que nossos cooperados enxergam isso com bons olhos e observamos uma mudança na postura de muitos jovens. Há quatro ou cinco ano, por exemplo, o índice de saída dos jovens do campo era bem alto. Hoje, este cenário está diferente, pois eles estão enxergando mais oportunidades no campo. Então muitos agricultores mandam seus filhos estudar algo relacionado ao campo e muitos voltam e aplicam o aprendizado em sua propriedade. Isso está contribuindo para melhorarmos os índices de jovens que estão atuando nas propriedades rurais. É claro que existem vazios, ainda vivemos a tendência de termos cada vez menos agricultores no campo, um dos fatores que contribuem para isso é o número de filhos que nossos produtores estão tendo, que são números bem parecidos com os da cidade. A maioria tem dois ou três filhos, bem diferente da realidade de antigamente, quando era comum que os agricultores tivessem mais de oito filhos. Desta forma, a permanência no campo também depende de oportunidade de trabalho.

O Presente Rural – Quais são os principais projetos que a Cooperalfa tem para os próximos anos?

Romeo Bet – Em todos os anos nós temos projetos para executar. Temos um planejamento macro até 2030 de crescimento. Estamos aproveitando as oportunidades que surgem, como a aquisição ou incorporação de novas cooperativas e também a expansão de área, como é o caso mais recente de Mato Grosso do Sul, que estamos entrando com atividade de suínos para abastecer o frigorífico da Aurora, em São Gabriel do Oeste. Nós temos a necessidade de aumentar a nossa capacidade de armazenagem. Também almejamos aprimorar o leque de negócios nos supermercados e lojas agropecuárias, além de estarmos observando algumas áreas na nossa região sul, como o Rio Grande do Sul. Iniciamos um crescimento lá e percebemos que temos muitas oportunidade de negócio para avançar. Também planejamos aumentar nosso parque industrial.

O Presente Rural – O senhor pode nos adiantar se existe a previsão da incorporação de alguma cooperativa ou empresa?

Romeo Bet – Momentaneamente não, mas sempre existe a possibilidade. A Alfa cresceu aproveitando boas oportunidades, incorporando, comprando ou alugando, como a Cooperchapéco, Cooperxaxiense, Cooper São Miguel, Coopercanoinhas. Em 2014, levamos a nossa cooperativa para o Mato Grosso do Sul e, em 2017, para o Rio Grande do Sul. Em todas estas regiões temos uma atuação muito forte. Então essas foram algumas das aquisições que conseguimos e a expansão na parte industrial sempre está presente. Temos um projeto para aumentar a capacidade de suínos em Mato Grosso do Sul e por consequência disso temos uma necessidade de construir uma fábrica de ração lá, mais especificamente em Sidrolândia. Ou seja, estamos sempre observando as oportunidades que surgem, sempre olhando para frente.

O Presente Rural – A adoção de tecnologias tem se traduzido em mais produtividade?

Romeo Bet – Sem sombra de dúvida. Se nós olharmos dez anos atrás, qual era a média que se produzia por hectare de milho? Era cento e poucas sacas, às vezes chegávamos em 180. Hoje já passamos das 200 sacas de milho por hectare e já temos produtores colhendo 300. Da mesma forma verificamos avanços significativos na produção de frango e suíno. Se antigamente precisávamos de três a quatro quilos de ração para produzir um quilo de carne, hoje conseguimos produzir com cerca de 2,8 quilos. Esses números são o resultado da evolução tecnológica e de uma equipe comprometida em levar o melhor para os produtores. Quem trabalha com a produção de alimentos precisa acompanhar as evoluções para continuar competitivo no mercado.

O Presente Rural – Explique como os produtores da Alfa conseguem chegar essas grandes produtividades, especialmente uma média alta de 32 suínos desmamados por porca ao ano?

Romeo Bet – É uma média alta e nós queremos mais. Veja bem, há cerca de 15 anos achávamos que era impossível produzir esta quantidade. Mas, hoje, já temos a meta de produzir ainda mais, estamos produzindo cerca de 33 ou 34 suínos desmamados ano por leitoa, mas queremos chegar aos 40 suínos. Melhorar a produtividade é uma evolução constante.

O Presente Rural – Como o senhor enxerga a importância da intercooperação entre a Cooperalfa e a Aurora?

Romeo Bet – Eu vejo que a intercooperação é muito importante. É claro que cada empresa busca os seus interesses e negócios, mas em todas as oportunidades que podemos trabalhar em conjunto estamos trabalhando e isso contribui para o crescimento dos nossos negócios.

Voz do Cooperativismo – Com relação ao futuro, como a Cooperalfa enxerga as oportunidades para os próximos anos?

Romeo Bet – A história da Cooperalfa é marcada por grandes conquistas. O início foi muito difícil, pois não tínhamos nada de estrutura física. Porém, todas as dificuldades foram superadas com sabedoria. Neste momento atual de muitas inseguranças e incertezas vamos manter os mesmos moldes que sempre trabalhamos. Continuamos com os pés no chão, dando passos dentro daquilo que a gente tem certeza que vai conseguir cumprir, vamos continuar trabalhando para crescer nas oportunidades que tivermos, buscando ter sabedoria em todos os momentos. Podemos andar devagar, mas continuamos crescendo.

Nos últimos anos crescemos cerca de 15% ao ano. Quando uma empresa não cresce, pelo menos acima da inflação, ela está fadada a quebrar, porque os custos operacionais sobem todos os dias e não conseguimos repassar ao consumidor este aumento e aí perdemos a competitividade. Desta maneira, para continuar bem no mercado é preciso aumentar o leque de negócios para poder se tornar competitivo. E é isso que estamos fazendo e desta maneira continuamos atuando de forma bastante forte no mercado brasileiro.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de cooperativismo acesse a versão digital de Especial Cooperativismo, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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