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O passo a passo para oferecer silagem de qualidade no confinamento

Produção no confinamento é economicamente viável e a silagem de milho está entre as opções adequadas de nutrição

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Luis Keplin, mestre em Zootecnia e da Brasil NK Nutrição Animal

Os avanços tecnológicos cada vez mais presentes no rebanho brasileiro e o desenvolvimento de técnicas específicas aos sistemas produtivos permitiram nos últimos anos aumentar os índices de produtividade do rebanho, resultando em uma pecuária bovina mais eficiente e sustentável tanto para a produção de leite, como de carne, e silagem de milho de qualidade, apresentando  melhor custo por unidade produzida (litros de leite ou quilos de carne).

A produção no confinamento é economicamente viável e a silagem de milho está entre as opções adequadas de nutrição, por se tratar de um alimento de alto valor energético, com ótima aceitação pelos animais e facilidade de cultivo e de fermentação.

Para o gado de corte, além dos fatores inerentes ao animal, do tempo preconizado para o abate e do sistema de produção adotado no confinamento, podemos optar por uma dieta a base de grãos inteiros, grãos reidratados com alto nível de concentrado ou com alto volumoso. A silagem de milho é um dos volumosos de melhor custo benefício, com um custo de produção entre R$ 70 e R$ 100 a tonelada, considerando uma matéria seca superior a 35%.

Os sistemas de produção que preconizam obter animais acabados mais cedo e com maior peso, se faz necessário o uso de alimentos energéticos, como silagens de alta qualidade, além de suplemento mineral, concentrado proteico, concentrado energético e aditivo, podendo atingir ganhos em peso ao redor de 1,5 quilo/cabeça/dia.

Uma silagem de alta qualidade sugere os seguintes padrões:

Padrões bromatológicos

Para a obtenção de silagem de alta qualidade, vários aspectos devem ser considerados, dentre eles, os mais importantes são: escolha correta do híbrido, tecnologia de produção, ponto de colheita, altura de corte, tamanho de partículas, compactação, uso de inoculante, enchimento do silo, fechamento, retirada da silagem e fornecimento para os animais.

O híbrido de milho para silagem é fonte de energia, fibras e açúcares e parte desta energia é proveniente dos grãos. Há um aumento significativo da energia na forma de nutrientes digestíveis totais (NDT) à medida que mais grãos participaram da massa ensilada, entretanto, as outras partes da planta que são ricas em fibras como: colmo, folhas, palha e sabugo, também devem ser de alta digestibilidade, pois em geral representam mais de 50% da composição da planta. Como regra, “um bom híbrido para silagem também é bom para produção de grãos”. O produtor, para a escolha do híbrido, deve dar preferência a empresas que tenham pesquisa e desenvolvimento para silagem com resultados comprovados.

Além da produção de grãos, outras características de grande importância na escolha do melhor híbrido para silagem são: produção de massa verde e seca, excelente janela técnica de colheita, relação de amido na matéria seca, adaptação à região e estabilidade de produção.

Uma silagem de alta qualidade deve apresentar plantas que na sua composição equivalente tenham como referência: 15% de folhas; 18% de colmo e 67% de espigas; A espiga, por ser uma parte importante da planta, deve apresentar ao redor de 74% de grãos; 11% de palha e de 15% de sabugo, os grãos semi-dentados são mais indicados, pois esses são mais facilmente quebrados ou triturados, permitindo melhor aproveitamento da energia neles contida.

Ponto de colheita e tamanho de partículas

De todos os requisitos para se obter uma silagem de qualidade, o ponto de colheita é um dos que mais interfere na qualidade da silagem produzida. O ideal é fazer colheita quando as plantas apresentarem um teor de matéria seca entre 34 e 37%.  Nesse momento, os grãos de milho se encontram entre as fases de textura farináceo (linha do leite em 1/2 do grão) a farináceo-duro (linha do leite em 2/3 do grão).

Na faixa ideal de matéria seca, na colheita efetuada (34-37%), teremos um aumento significativo de matéria seca por área, redução das perdas de armazenamento, facilidade de corte e de obtenção de partículas de tamanho mais uniforme (analisado pelo separador da Penn State), favorecendo a compactação e consequentemente, melhorando as condições de fermentação.

Altura de corte

A altura de corte no milho para silagem é importante quando se tem como objetivo colher uma silagem de qualidade com maior digestibilidade, mais grãos e maior resposta em leite e carne. Temos diferentes épocas de plantio, população, espaçamento, primeira safra, segunda safra. Estas inúmeras variáveis existentes na cultura do milho para silagem a altura de corte é uma das ferramentas de ajustes para matéria seca, níveis de FDA e FDN, assim como teor amido, NDT e digestibilidade. É fundamental que o produtor estime e analise em quantidade e qualidade o que estará armazenando no seu silo. À medida que aumentamos a altura de corte, melhora-se a digestibilidade, a concentração de espiga, amido e matéria seca, reduzindo os teores de FDA e FDN na silagem. Encontrar o equilíbrio entre produção e qualidade é fundamental para que a nutrição dos animais seja ajustada e constante.

Quando cortamos o milho a uma altura de aproximadamente 50 cm, deixaremos um resíduo na lavoura, com digestibilidade inferior a 40%, rico em fibra, com folhas mortas e com alta concentração de água, representando uma cobertura de solo rica em potássio.

Ex.: Terminação de Novilhos, em confinamento, com peso inicial de 380 kg e peso final de 500 kg de peso vivo. Com dieta a base de silagem de milho (70%). Considerando uma silagem dentro dos padrões ideais da tabela 1, com um consumo médio de matéria seca de 2,4% do peso vivo. Obs.: É muito importante que cada produtor analise a sua realidade e faça sua própria simulação dependendo da região, tamanho do confinamento, controle do custo de produção, tipo de estrutura existente na propriedade e metas futuras de crescimento do confinamento, isto para a tomada de decisão de qual tipo de tecnologia a ser adotada na terminação dos novilhos.

Considerações para produzir silagem de qualidade

Quatro fatores importantes

1 – Fazer 100% do que temos controle na condução da lavoura;

2 – Estar atento às coisas que não controlamos;

3 – Utilizar híbridos de empresas com pesquisa na área de silagem;

4 – Utilizar as inovações tecnológicas existentes.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Exportações recordes de carne bovina reforçam preços no mercado interno

Com 96% do volume anual já embarcado até outubro, o ritmo forte das exportações e o avanço nas vendas de animais vivos reduzem a oferta doméstica e sustentam as cotações, apesar da resistência recente de compradores a novos ajustes.

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As exportações brasileiras de carne bovina continuam avançando em ritmo expressivo e já impulsionam diretamente o mercado interno. De acordo com a análise quinzenal do Cepea, os embarques acumulados até outubro alcançaram 96% do total exportado em 2024, configurando um novo recorde para o setor.

Além da carne bovina, as vendas de animais vivos também registram alta. No acumulado do ano, o volume enviado ao exterior chegou a 842 mil toneladas, crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse fluxo intenso para o mercado externo reduz a oferta doméstica e, somado à baixa disponibilidade de animais terminados, mantém as cotações firmes no mercado interno. A demanda por carne bovina e por boi gordo permanece consistente, com estoques enxutos e vendas estáveis.

Por outro lado, compradores começam a demonstrar resistência a novas elevações, indicando uma possível acomodação dos preços no curto prazo.

Fonte: O Presente Rural com informações Deral
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Retirada da sobretaxa pelos EUA devolve competitividade à carne brasileira

Decisão tem efeito retroativo, pode gerar restituição de valores e reorganiza o fluxo comercial após meses de retração no agronegócio.

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A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou  grande satisfação com a decisão dos Governo dos Estados Unidos de revogar a sobretaxa de 40% imposta sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida representa um reforço da estabilidade do comércio internacional e a manutenção de condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para o Brasil.

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A sobretaxa de 40% havia sido imposta em agosto como parte de um conjunto de barreiras comerciais aos produtos brasileiros, afetando fortemente o agronegócio, carne bovina, café, frutas e outros itens. A revogação da tarifa foi anunciada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, com vigência retroativa a 13 de novembro. A medida também contempla potencial restituição de tarifas já pagas.

De acordo com veículos internacionais, a retirada da sobretaxa faz parte de um esforço para aliviar a pressão sobre os preços de alimentos nos EUA, que haviam subido em função da escassez de oferta e dos custos elevados, e reduzir tensões diplomáticas.

Reação da ABIEC 
Na nota divulgada à imprensa na última semana, a ABIEC destacou que a revogação das tarifas demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, resultando num desfecho construtivo e positivo.

A entidade também afirmou que seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença da carne bovina brasileira nos principais mercados globais.

Comércio exterior 
A retirada da sobretaxa tem impacto direto sobre exportadores brasileiros e o agronegócio como um todo. Segundo dados anteriores à

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aplicação do tarifaço, os EUA representavam o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

O recente bloqueio causava retração nas exportações para os EUA e aumentava a pressão para que produtores e frigoríficos redirecionassem vendas para outros mercados internacionais. Com a revogação da sobretaxa, abre uma nova perspectiva de retomada de volume exportado, o que pode fortalecer as receitas do setor e ajudar a recompor a fatia brasileira no mercado americano.

Próximos desafios
Apesar da revogação das tarifaço, a ABIEC e operadores do setor devem seguir atentos a outros desafios do comércio internacional: flutuações de demanda, concorrência com outros países exportadores, exigências sanitárias, regime de cotas dos EUA e eventual volatilidade cambial.

Para a ABIEC, o caso também reforça a importância do protagonismo diplomático e da cooperação institucional, tanto para garantir o acesso a mercados como para garantir previsibilidade para os exportadores brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Abates de bovinos disparam e pressionam preços no mercado interno

Alta oferta limita valorização do boi gordo, apesar de exportações recordes e forte demanda internacional.

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Os abates de bovinos cresceram no terceiro trimestre, impulsionados pelo bom momento dos confinamentos. Em outubro, as exportações também tiveram desempenho excepcional, mas o aumento da oferta de carne no mercado interno acabou limitando uma valorização maior do boi gordo. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, mesmo com a recuperação recente dos preços, a relação de troca para quem trabalha com recria e engorda piorou, já que o custo do bezerro avançou mais que o preço do boi no período de um ano.

Dados do IBGE mostram que os abates de bovinos subiram 7% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Só em setembro, o crescimento foi de 13% sobre o resultado do ano anterior. Informações preliminares do Serviço de Inspeção Federal (SIF) indicam que, em outubro, os abates podem ter aumentado cerca de 15% na comparação anual.

As boas margens dos confinamentos em 2025, especialmente para produtores que fizeram gestão eficiente de riscos e aproveitaram momentos favoráveis de mercado para travar preços, atraíram um grande volume de animais para a engorda intensiva. Esse movimento reforçou ainda mais a oferta de gado pronto para abate, que já vinha em alta desde o início do ano. Um exemplo foi o contrato futuro com vencimento em outubro, que negociou acima de R$ 330 por arroba durante boa parte de março a agosto e encerrou o mês a R$ 317.

Do lado da demanda, as exportações de carne bovina registraram resultados impressionantes em setembro e outubro, com dois recordes consecutivos: 315 mil e 320 mil toneladas de carne in natura embarcadas, respectivamente, um avanço anualizado de 16,7% sobre o acumulado de janeiro a outubro de 2024.

Mesmo assim, o forte aumento dos abates elevou a oferta de carne no mercado interno, acima do esperado para o período. Ainda assim, o preço do boi gordo reagiu a partir do fim de setembro. Entre o início de outubro e 14 de novembro, a arroba subiu 5,6%, e a carcaça casada avançou ainda mais, 7,9%.

Apesar dessa recuperação, a relação de troca para recria e engorda se deteriorou no intervalo de um ano: enquanto o boi gordo de São Paulo ficou 4,8% mais barato em outubro na comparação anual, o bezerro de Mato Grosso do Sul ficou 15,4% mais caro.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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