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O mercado de carnes na visão do consumidor

Cada vez mais o consumidor mostra uma preocupação e exige por qualidade e informações sobre os produtos de origem animal

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Arquivo/OP Rural

Uma tendência muito grande nos últimos anos é a importância de o setor de proteína atender às necessidades do consumidor. Seja na forma de produção, cortes ou em qualidade e preço do produto, a necessidade de conquistar e atender aos pedidos que são feitos é de grande interesse para toda a cadeia. Para explicar um pouco o que este consumidor está buscando e quais exigências estão sendo feitas, o zootecnista e gerente de Desenvolvimento das Cadeias de Carnes e Pescados do Grupo Pão de Açúcar, André Machado, falou sobre o mercado de carnes e a visão do consumidor durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que aconteceu em abril, em Chapecó, SC.

O profissional explica que o consumidor, de uma maneira geral, se baseia no fator preço para a realização de suas escolhas de proteínas de origem animal. “O hábito de consumo do consumidor varia conforme a classe social na qual ele se encontra”, diz. Machado informa que existem movimentos e tendências de mercado, como é o caso da certificação, rastreabilidade, bem-estar animal, entre outros, que não refletem o Brasil como um todo, mas sim a população concentrada nas áreas urbanas. “O desafio do varejo e indústria é conscientizar o consumidor e melhorar o canal de comunicação da cadeia como um todo, desmitificar e desconstruir algumas visões que os consumidores possuem com relação ao mercado de carnes, como a questão de parasitas na carne suína, os hormônios e antibióticos na carne de frango e a limitação de cortes bovinos nos preparos culinários, por exemplo”, afirma.

Ele acrescenta que há um esforço para que essas informações sejam cada vez mais claras e transparentes ao consumidor. “Como por exemplo, atualmente temos uma forte demanda pelo conhecimento da origem do produto, práticas de bem-estar animal e estamos ganhando corpo nas questões de sustentabilidade na cadeia produtiva”, conta.

De acordo com Machado, cada vez mais o consumidor mostra uma preocupação e exige por qualidade e informações sobre os produtos de origem animal. “Neste setor observamos linhas de tendências que se modificam e se intensificam ao longo da história. O acompanhamento dos movimentos que ocorrem no mercado, tanto interno quanto externo, é de suma importância, ainda mais com relação às exportações, uma vez que as exigências requeridas exercem contribuição na transformação do cenário”, diz.

Outro ponto que o profissional destaca é que os consumidores buscam por conhecimento da procedência dos produtos, mas não estão dispostos a pagar muito a mais por isso. “Ainda se nota uma morosidade no momento da compra, uma vez que os consumidores gostariam de um produto com estas qualidades no mesmo preço ou minimamente mais caro”, esclarece. Além disso, Machado explica que no momento da compra o consumidor busca um produto que vá atender as suas expectativas, tanto de qualidade quanto sensoriais. “Há um movimento crescente revelando que o consumidor não compra somente a proteína animal e sim todo um contexto e história da produção daquele produto, valorizando os produtores, a adoção de técnicas sustentáveis, bem-estar animal, rastreabilidade, entre outros”, afirma.

O profissional conta ainda que no momento da compra, o consumidor se detém, primeiramente, à aparência do produto, seguido da identificação de qual corte corresponde aquele produto e, somente depois ao preço. “Há uma tendência de porções menores, o que contribui para a diminuição do valor final do produto, para atender ao cenário que temos hoje em dia, de famílias menores ou refeições individuais”, diz.

Machado acrescenta que em decorrência deste momento em que o consumidor vem se mostrando cada vez mais exigente, o mercado vem adotando uma série de medidas para acompanhas as tendências, como é o caso da incorporação e adição de práticas de bem-estar animal, rastreabilidade dos produtos no decorrer da cadeia produtiva, padrões de qualidade, entre outros. “São nestes momentos que a diferenciação se torna crucial e vantajosa no mercado”, confirma.

Antibióticos e carne de laboratório

Dois assuntos bastante discutidos na cadeia de proteína animal é quanto a utilização dos antibióticos como promotores de crescimento e as carnes de laboratório. Segundo Machado, na Europa o uso de antimicrobianos como promotores de crescimento é proibido, sendo liberado apenas o uso terapêutico. “Isso cria um movimento e a cobrança dos consumidores para a retirada dos antimicrobianos registrados como promotores de crescimento”, conta. Ele menciona que no Brasil há uma lista de antimicrobianos registrados para uso como promotores de crescimento, e o país se encontra atrás da China e EUA, em termos de uso destes produtos na produção animal.

Já quanto às carnes de laboratório, o profissional alerta que é um momento em que movimentos estão surgindo, propondo novos conceitos e hábitos de consumo, em função do dispêndio de recursos naturais envolvidos no processo produtivo e a questão do bem-estar animal. “Embora o assunto de carnes produzidas em laboratório esteja aquecido, acredito que até o momento em que o produto estiver pronto para ser consumido, barreiras terão que ser vencidas para a aceitação do mesmo. Tudo o que é novo necessita de informação e conhecimento para que o pré-conceito seja quebrado.  Atualmente temos outras alternativas de carnes no mercado, que utilizam proteínas vegetais para imitar a carne, com o apelo: “a base de plantas””, conta.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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