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O legado inspirador de Ibrahim Faiad

Homem de fé, visão e generosidade, ele transformou desafios em oportunidades e marcou a história do cooperativismo brasileiro.

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Ibrahim foi presidente da Coopavel de 1989 a 1996

Nossa homenagem ao homem que fez da cooperação sua missão e deixou um legado que o tempo não apagará

A morte do ex-presidente da Coopavel, Ibrahim Faiad, na terça-feira, 14, aos 87 anos, encerra um dos capítulos mais intensos da história do cooperativismo brasileiro. Homem de visão ampla, serenidade rara e espírito generoso, Ibrahim foi daqueles líderes que transformam crises em oportunidades e sonhos em legados.

Presidente da Coopavel entre 1989 e 1996, ele assumiu a cooperativa em um dos períodos mais difíceis de sua trajetória. À época, a instituição enfrentava grave crise financeira e corria risco de colapso. Com sua sabedoria prática e um olhar estratégico, Ibrahim ajudou a recuperar a confiança dos cooperados e a restaurar o equilíbrio que permitiria à cooperativa crescer e prosperar. Foi no primeiro ano de sua gestão que nasceu o Show Rural Coopavel, evento que, em fevereiro de 2026, chegará à sua 38ª edição como um dos três maiores do mundo em tecnologia e inovação ao agronegócio.

“Ibrahim era um homem de generosidade, sabedoria e leveza únicas. Tinha uma presença que transmitia segurança, serenidade e inspiração. Foi um grande líder e deixa muitos legados para a Coopavel, que ajudou a recuperar de sua pior crise; para o agronegócio brasileiro, por sua contribuição extraordinária como diretor nacional de Política Agrícola, e para sua comunidade, pela qual sempre apoiou projetos que visavam ao bem coletivo”, afirma o atual presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Nascido em Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro do Paraná, em 1938, Ibrahim conheceu cedo o valor do trabalho. Filho de um pequeno comerciante e de uma dona de casa, cresceu em meio a privações, ajudando desde os sete anos com pequenas tarefas para complementar a renda da família. Foi engraxate, ajudante de padaria e, aos 13 anos, começou a trabalhar no Banco Bamerindus, ainda em seus primeiros passos.

O que parecia um simples emprego se transformaria em uma jornada de 33 anos de aprendizado e superação. Ibrahim galgou cargos e chegou a gerente de agência, tornando-se homem de confiança de Avelino Vieira, fundador do banco. “Guardo comigo lições valiosas aprendidas com o Avelino. Era um homem bom, doce, conselheiro. Foi um segundo pai que tive e com quem aprendi muito”, recordou Ibrahim em sua última entrevista à assessoria de imprensa da Coopavel. No Bamerindus, viveu o auge e a derrocada de uma das maiores instituições financeiras do País. A experiência o moldou e o preparou para outros desafios, inclusive aquele que marcaria definitivamente sua vida: recuperar a Coopavel.

O renascimento de uma cooperativa

Na metade da década de 1980, a Coopavel enfrentava uma de suas fases mais delicadas. Foi então que Ibrahim, cooperado desde 1971, recebeu o convite para compor um grupo que buscaria uma saída para a crise. A partir de 1989, já como presidente, liderou um processo de reestruturação que devolveu à cooperativa sua credibilidade e capacidade de investir no futuro.

Foi em sua gestão que nasceu, de uma ideia simples dos então diretores Dilvo Grolli e Rogério Rizzardi, um dos maiores eventos do agronegócio mundial. O Show Rural Coopavel começou como dia de campo, mas rapidamente se transformou em vitrine de tecnologia, conhecimento e cooperação. “Vocês marcam o começo de uma caminhada alicerçada na união, no compartilhamento de informações e na inovação”, dizia Ibrahim na abertura da primeira edição, há 37 anos.

A frase sintetiza o espírito de um homem que via no cooperativismo mais do que um modelo econômico, e sim um ideal divino. “Esse é um movimento no qual todos têm voz e vez. É uma obra de Deus. A cooperação é agente de transformação e são imensos os benefícios de participar”, costumava afirmar.

Legado

Após deixar a presidência da Coopavel, Ibrahim continuou contribuindo com o desenvolvimento do Estado e do agronegócio. Foi chefe da Casa Civil do governo de Jaime Lerner e criou a Agência de Fomento do Paraná, instrumento de apoio ao empreendedorismo. Mais tarde, a convite do ministro Francisco Turra, assumiu o cargo de diretor nacional de Política Agrícola. Ali, desempenhou papel decisivo em políticas que modernizaram o campo e garantiram bases sólidas para o crescimento do setor. Entre suas contribuições mais notáveis está o fim da correção monetária sobre financiamentos agrícolas, medida que abriu caminho para o avanço tecnológico e aumento exponencial da produção de grãos no Brasil.

De volta à vida simples em Céu Azul, Ibrahim dedicou seus últimos anos à família, à fé e à agropecuária. Casado com Sueli, criou seis filhos adotivos e celebrava com orgulho os dez netos que enchiam a casa de alegria. Aqueles que o conheceram guardam dele a imagem de um homem justo, íntegro e profundamente humano. Um exemplo de liderança que unia firmeza e ternura, disciplina e empatia. “Ibrahim deixará saudades, mas também um legado que continuará vivo em cada cooperado, em cada trabalhador e em cada conquista da Coopavel”, destaca Dilvo Grolli.

Fonte: Assessoria Coopavel

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Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul

Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

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Foto; Divulgação/Mapa

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.

A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.

Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.

Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.

Visita ao parque de inovações da LG

Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.

A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.

CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis

A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.

Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.

Fonte: Assessoria Mapa
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Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro

Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

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Foto: Shutterstock

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por RhizoctoniaFusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.

Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.

Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.

O desafio do manejo

O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.

Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP

A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.

Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.

Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.

Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.

A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.

Fonte: Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
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Notícias 02, 03 e 04 de dezembro

Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro

Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

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Fotos: Divulgação/C.Vale

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).

A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.

A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.

Antecipação estratégica

A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.

Raio X – Dia de Campo 2025/26

147 empresas participantes

45 cultivares de soja

58 híbridos de milho

16 cultivares de mandioca

65 parcelas de agroquímicos

17 parcelas de produtos biológicos

63 parcelas de programas nutricionais

17 parcelas com tratamento de sementes

14 parcelas de tecnologia de aplicação

16 espécies forrageiras

9 parcelas de plantas de cobertura de solo

4 instituições de pesquisa

1 instituição de ensino

4 instituições financeiras

Fonte: Assessoria C.Vale
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