Suínos
O importante papel da biosseguridade na cadeia de suínos
Inúmeros são os fatos e as bases científicas que demonstram porque a biosseguridade é ou deveria ser a base de qualquer programa de controle de doenças
Artigo escrito por André Maurício Buzato, médico veterinário especialista em Sanidade Suína e gerente Técnico Comercial de Suínos da Vetoquinol Saúde Animal
Os atuais modelos de produção de suínos estão cada vez mais intensivos, com um aumento significativo no tamanho dos planteis. Isto favorece o aumento da pressão de infecção e a disseminação de doenças infectocontagiosas, oriundas de agentes emergentes ou reemergentes, sejam eles bacterianos ou virais, que associados a fatores de risco culminam em um quadro de perdas econômicas em função dos prejuízos causados nos principais ínidices zootécnicos, reprodutivos e sanitários das granjas.
Em função dessa perda de lucrativatidade e aumento adiconal de despesas relacionadas com as doenças, se faz necessário um amplo esforço para que toda cadeia do agronegócio (produtores, agroindústrias, cooperativas, técnicos, veterinários, governo e organizações) implemetem, executem e auditem programas de controle de doenças que sejam práticos e efetivos. Inúmeros são os fatos e as bases científicas que demonstram porque a biosseguridade é ou deveria ser a base de qualquer programa de controle de doenças.
No Brasil, para muitos veterináios a palavra biosseguridade é um neologismo do termo em inglês biosecurity ou do termo em espanhol bioseguridad sendo utilizado como sinônimo de biossegurança. Em 1999, a Organização Mundial de Epizootias (OIE) publicou o Dicionário de Epidemiologia Veterinária, em que não consta a palavra biossegurança, somente biosseguridade sendo esta definida como “um conjunto de medidadas que visam proteger uma população de agentes infecciosos transmissíveis”. Biossegurança é frequentemente e erradamente utilizado em substituição a biosseguridade e embora à primeira vista pareça ter o mesmo significado esses termos tem significados diferentes.
Sobestiansky definiu o programa de biosseguridade com sendo o desenvolvimento e implementação de um conjunto de normas e procedimentos, interdependentes e econômicos, que visam reduzir os riscos de introdução de determinados agentes patogênicos infecciosos no sistema, bem como limitar a expressão dos agentes patogênicos infecciosos já existentes no sistema de produção que causam elevadas perdas econômicas/e ou interferem na obtenção de um produto final seguro do ponto de vista alimenar.
A biosseguridade em uma unidade de produção de suínos pode ser divida em biosseguridade externa e interna. A biosseguridade externa dever reduzir a introdução de doenças endêmicas e impedir a introdução de doenças exóticas no sistema de produção. A biosseguridade interna deve reduzir a propagação das doenças e reduzir a pressão de infecção dentro do sistema de produção.
Vale salientar que o sistema de produção de suínos é um gerador de resíduos de serviços de saúde (RSS), desta forma, também fica sujeito a legislação vigente que define os resíduos de serviços de saúde (RSS) como todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com à saúde humana ou animal, incluse os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua destinação final.
O programa de biosseguridade é composto por diversos elos que formam uma corrente. Muitos destes elos já foram mencionados no quadro sobre biosseguriade externa e interna, mas gostaria de citar alguns destes elos que não foram mencionados: monitoramento sanitários (clínicos, patológicos, laboratoriais e de abate), programas de controle e erradicação de doenças, plano de contingência para doenças emergenciais, educação continuada e avaliação da eficiência das medidas de biosseguridade através de auditorias. O que adianta realizarmos um enorme esforço para implementar, investir e executar um programa de biosseguridade se não tivermos métodos ou plataformas que mensurem os resultados obtidos? Um exemplo de sucesso é o programa de auditoria denominado Biocheck.ugent, desenvolvido pelo departamento de veterinária preventiva da Universidade de Gent, na Bélgica.
Quanto melhor for a biosseguridade no sistema de produção de suínos, menos doenças teremos, consequentemente conseguiremos melhores resultados sanitários, reprodutivos e zootécnicos. A biosseguridade reduz a pressão de infecção do sistema de produção, contribuindo diretamente na diminuição do uso de antimicrobianos sem prejudicar a produtividade. A biosseguridade é o melhor caminho para conseguirmos colocar em prática o uso prudente, sustentável e consciente dos antimicrobianos.
O controle das doenças é a base para a obtenção da saúde animal que é o maior patrinômio do nosso agronegócio. Com muita propriedade, Sobestiansky resumiu em um dos seus livros a estreita relação entre saúde animal e biosseguridade, e a importância de ambas para cadeia de produção. “ Saúde animal sempre foi, é e sempre será uma das principais, senão a principal barreira não tarifaria para embargo das exportações brasileiras ao resto do mundo. Assim sendo, um programa de biosseguridade é, e será cada vez mais, o certificado básico de nossos produtos, tanto para o consumidor interno, cada vez mais exigente, quanto para o mercado de exportação”.
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2017.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
