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“O grande problema da formação de preços de suínos no Brasil está em confundir torcida com análise”

Alvimar Lana e Silva Jalles, que conduziu o projeto da Bolsa de Suínos do Interior de Minas Gerais, fala sobre gestão financeira e relação com resultados na produção de suínos.

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Foto: Arquivo/OP Rural

“O ponto-chave na formação de preços é entender que o mercado é soberano, não tem dono e nem é manipulável”, crava Alvimar Lana e Silva Jalles, que coordenou e conduziu o projeto da implantação da Bolsa de Suínos do Interior de Minas Gerais e atua como consultor de Mercado da Associação dos Suinocultores do mesmo Estado (Asemg). “O grande problema da formação de preços de suínos no Brasil está em confundir torcida com análise”, emenda o profissional, que faz palestra sobre o papel dos produtores na formação de preços dos suínos durante a PorkExpo 2022, que acontece nos dias 26 e 27 de outubro, em Foz do Iguaçu, PR.

Alvimar Lana e Silva Jalles: “Por muitos anos a dedicação exclusivamente às métricas de produtividade sem o mesmo nível de avaliação do lucro começa a cobrar seu preço” – Foto: Arquivo pessoal

Alvimar apresenta a tônica de um tema que tem cada vez mais permeado o mercado produtivo de suínos, que é a gestão financeira e, por consequência, resultados que gerem lucro ou, como alguns apontam, que mantenham a atividade durante os ciclos difíceis. “Se você, ao invés de procurar culpas, passar a entender a formação de preços, certamente fará melhores escolhas e entre elas está não liquidar produção no pico dos momentos de baixa (de preços) e conseguir vender mais nos momentos de altas. Não se esquecendo que não é o preço sozinho que resolve um problema de crise. Ele é parte importante da equação de solvência e lucro, mas não é único”, explica o profissional, reforçando que uma suinocultura de sucesso vem do equilíbrio de produtividade, gestão e, principalmente, que seja capaz de construir solidez a partir da sua história de lucro no longo prazo.

Olhando para esse modelo de governança dentro da suinocultura, Alvirmar apresenta a palestra para profissionais da suinocultura do Brasil e países produtores vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele, que é por formação médico veterinário, foi produtor de suínos e empresário no setor, participou de associações do segmento, professor de gestão de custos e resultados na UniViçosa e consultor de Mercado, fez a coordenação e condução (2017 a 2019) do projeto BSim – Bolsa de Suínos do Interior de Minas Gerais da Assuvap (Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga). “A BSim é uma ferramenta de compartilhamento de informações de produção, com objetivo de conhecer as condições de oferta de animais ao mercado pré e pós-venda para preparação para a Bolsa de Suínos”, explica.

Em relação à atuação dos produtores e a conexão na formação de preço, o profissional discorre sobre fundamentos de mercado, “muitas vezes desprezados nos debates”, e então aprofunda a temática com exemplos práticos de como a Plataforma de Dados da Bolsa de Suínos de Minas Gerais apresenta fatos e dados aos profissionais da área, para então discutir as ações a serem tomadas junto com os constituintes do setor.

O profissional destaca ainda a necessidade de obter informações precisas para a tomada de decisão e que congressos como a Pork proporcionam um ambiente favorável para obter informações de qualidade. “Antes os congressos cumpriam um papel de levar a informação que era escassa, agora se inverteu: há excesso de informação circulando. O detalhe chave é localizar as fontes de conteúdo de qualidade. Esse é o desafio e os congressos são bons filtros”, destaca.

Métricas em mãos

Alvimar chama a atenção ao mencionar sobre o entendimento do produtor e do mercado, com um olhar para o modelo de produção e a relação entre produtividade e lucro. “Na suinocultura independente, ele está apenas começando! Por muitos anos a dedicação exclusivamente às métricas de produtividade sem o mesmo nível de avaliação do lucro começa a cobrar seu preço. Isso porque realmente produtividade, apesar de indispensável, não é garantia de lucro. E sem métricas você não é capaz de tomar ações conscientes”. O palestrante ainda pontua sobre a gestão financeira completa, onde cada empresa é única e boas decisões somente são tomadas com métricas na mão, “fora disso é opinião, que “funciona” na fase boa e pode ser fatal na fase ruim. “Parece estranho que a gente esteja falando da necessidade de fazer balanços financeiros. Deveria ser prática corriqueira, mas não é”, chama a atenção o profissional, relacionando com exemplos conhecidos da alta qualidade da gestão da produtividade padrão no Brasil.

“O grande problema da formação de preços de suínos no Brasil está em confundir torcida com análise, acreditar que o que se fala irá alterar um mercado de carnes enorme, pulverizado e com forte concorrência. Isso não acontece. Mas isso interdita o debate que é indispensável para promover o desenvolvimento individual e coletivo na cadeia. Assim, a cadeia segue alternando euforia e depressão sem discutir antecipadamente os cenários futuros”, alerta o profissional, que chama a atenção para uma visão mais ampla e de longo prazo no modelo de produção e de gestão, integrando operacionalização e financeiro, com foco em produtividade, lucros e sustentabilidade por meio de viés comercial e econômico.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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