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Avicultura Tecnologia a serviço da imunidade

O futuro das vacinas avícolas

Médico-veterinário, especialista em Sanidade Avícola, Christopher Dechandt, destaca o papel dos oligonucleotídeos CpG na potencialização da resposta imune e na otimização de vacinas multivalentes, garantindo proteção mais duradoura e sustentável para as aves.

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Artigo escrito por Christopher Dechandt, médico-veterinário, especialista em Sanidade Avícola e assistente técnico de Aves da Zoetis

A avicultura moderna enfrenta desafios cada vez mais complexos para garantir a saúde e a produtividade das aves, especialmente em sistemas que exigem alta eficiência e manejo simplificado. Entre os principais pontos de atenção estão a imunidade maternal, a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de vacinas capazes de proteger contra múltiplas doenças, fatores decisivos para o sucesso dos programas vacinais.

A imunidade maternal é a primeira linha de defesa dos pintinhos, transmitida pela mãe por meio de anticorpos, principalmente as imunoglobulinas do tipo IgY, presentes no ovo. Esses anticorpos são essenciais nas primeiras semanas de vida, sobretudo em ambientes com alta densidade populacional e períodos curtos de vazio sanitário, onde a exposição a patógenos ocorre rapidamente. Nesses cenários, uma transferência eficiente de anticorpos maternos garante proteção inicial sólida, fundamental para a sobrevivência e o desenvolvimento saudável das aves, enquanto seu sistema imunológico ainda está em formação. Entre os antígenos presentes nas vacinas multivalentes, os relacionados ao Reovírus e à Doença Infecciosa da Bolsa (Gumboro) se destacam por sua importância na imunidade maternal. A inclusão desses antígenos nas vacinas assegura que os pintinhos recebam proteção específica e eficaz desde os primeiros dias, reduzindo a incidência de doenças que afetam diretamente o desempenho zootécnico.

Exemplo de sítio CpG, ou seja, sequência de nucleotídeos “ 5’-C-fosfato-G-3’ ” em um oligonucleotídeo sintetizado artificialmente

Por outro lado, a aplicação das vacinas enfrenta um cenário desafiador devido à escassez de profissionais qualificados para realizar o processo manualmente. Essa limitação dificulta múltiplas intervenções, tornando essencial o uso de vacinas multivalentes, que reúnem diversos antígenos em uma única dose. Essa abordagem otimiza o manejo, reduz custos e minimiza o estresse das aves. No entanto, ela também traz desafios imunológicos: vacinas multivalentes tendem a apresentar uma conversão imunológica inferior em comparação às vacinas mono ou bivalentes, devido à interação entre os antígenos e à complexidade na estabilização das formulações.

Bioimunomoduladores

É nesse contexto que os bioimunomoduladores, como os oligonucleotídeos CpG (CpG ODNs), ganham destaque. Os CpG são pequenas moléculas sintéticas de DNA de fita simples que contêm sequências específicas de nucleotídeos citosina (C) seguida de guanina (G), comuns em genomas bacterianos e virais, mas raras em vertebrados. Essas sequências não metiladas são reconhecidas pelo sistema imunológico inato por meio das células apresentadoras de antígenos, como macrófagos e células dendríticas.

A ativação do sistema imune pelo CpG desencadeia uma cascata imunológica que inclui a produção de citocinas pró-inflamatórias, a maturação das células dendríticas e a ativação dos linfócitos T e B, resultando em uma resposta imune mais robusta e duradoura. Essa potencialização é especialmente relevante para vacinas inativadas, que deverão fornecer anticorpos circulantes que persistam por toda vida da ave. Ao incorporar CpG às vacinas multivalentes, é possível compensar essa menor imunogenicidade, aumentando a eficácia, a intensidade e a durabilidade da proteção conferida.

Estudos recentes mostram que vacinas inativadas contendo CpG promovem níveis superiores de soroconversão e proteção contra doenças como Reovírus, Gumboro e outras enfermidades relevantes, reforçando o papel dos bioimunomoduladores como aliados estratégicos na saúde avícola. Essa tecnologia não apenas maximiza a proteção das aves vacinadas, como também fortalece a imunidade maternal, garantindo a transferência eficiente de anticorpos para os pintinhos.

Solução integrada

Tal inovação permite que programas vacinais mais complexos sejam aplicados com menos intervenções, mantendo a eficácia imunológica e contribuindo para a sustentabilidade e eficiência da produção avícola. A combinação de vacinas multivalentes com bioimunomoduladores representa uma solução integrada, que atende às exigências do campo e oferece proteção abrangente e duradoura às aves.

Com isso, a avicultura moderna passa a contar com estratégias vacinais que unem ciência e prática, garantindo que os pintinhos iniciem sua vida protegidos, mesmo em ambientes de manejo desafiador. O fortalecimento da imunidade maternal, aliado à inovação dos bioimunomoduladores, abre caminho para uma produção mais segura, eficiente e com menos intervenções; um avanço essencial para o futuro da avicultura brasileira.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: gleidson.salles@zoetis.com

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

APA abre seleção para médicos veterinários no Programa Estadual de Sanidade Avícola

Processo busca profissionais com experiência comprovada em avicultura. Inscrições vão até 12 de dezembro.

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A Associação Paulista de Avicultura (APA) anuncia a abertura do processo seletivo para médicos-veterinários que integrarão o Programa Estadual de Sanidade Avícola, executado com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, por meio de Termo de Colaboração vigente entre as instituições. A iniciativa tem como objetivo fortalecer as ações de vigilância sanitária no estado e ampliar o suporte técnico às regionais.

O processo busca profissionais com notório conhecimento em avicultura, disponibilidade para viagens, possibilidade de mudança de endereço e experiência comprovada no setor. Os candidatos passarão por análise curricular e entrevista de avaliação.

De acordo com o diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, a seleção representa um movimento estratégico de reforço institucional. “O Programa Estadual de Sanidade Avícola é fundamental para garantir que São Paulo mantenha seu padrão elevado de biosseguridade e resposta rápida frente aos desafios sanitários da cadeia produtiva. A contratação de profissionais qualificados é essencial para sustentar a vigilância ativa e fortalecer a defesa sanitária em todas as regiões do estado”, afirma Bottura.

Requisitos e envio de currículo
Os interessados devem enviar Curriculum Vitae para o e-mail josiane.meira.apa@gmail.com até 12/12/2025.
O currículo deve obrigatoriamente conter:
• Nome completo e endereço;
• Estado civil;
• Ano de graduação;
• Instituição onde concluiu a graduação;
• Cursos de especialização;
• Experiência profissional comprovada em avicultura.

Encerrado o prazo, a APA realizará análise curricular seguida de contato com os candidatos selecionados para entrevista.
A iniciativa reforça o compromisso da Associação Paulista de Avicultura com a qualificação técnica, a segurança sanitária e o desenvolvimento sustentável da avicultura paulista, setor que segue como referência nacional em produtividade e conformidade sanitária.

Fonte: Assessoria APA
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Avicultura

Submissão de trabalhos científicos ao 23º Congresso APA de Ovos entra na reta final

Pesquisadores e profissionais têm até 15 de dezembro para enviar estudos. Evento será realizado de 09 a 12 de março de 2026, em Limeira (SP).

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Foto: Divulgação/OP Rural

A Associação Paulista de Avicultura (APA) reforça que está aberto o período de submissão de trabalhos científicos para o 23º Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos, considerado o principal encontro técnico da avicultura de postura no Brasil. O prazo final para envio é 15 de dezembro de 2025, exclusivamente pelo site oficial.

A edição de 2026 acontece de 09 a 12 de março, no Zarzuela Eventos, em Limeira (SP), e conta com apoio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP).

Professora e coordenadora dos Trabalhos Científicos, Sarah Sgavioli: “A submissão segue até 15 de dezembro” – Foto: Divulgação/APA

De acordo com a professora e coordenadora dos Trabalhos Científicos, Sarah Sgavioli, a chamada contempla temas que representam o eixo central da produção de ovos: manejo, nutrição, sanidade e outras áreas. “A submissão segue até 15 de dezembro. Nesta edição, serão selecionados 80 trabalhos, que serão publicados nos anais do congresso e apresentados em formato de pôster. Cada trabalho aprovado garante inscrição gratuita ao autor principal e a possibilidade de concorrer ao prêmio de melhor trabalho por área, no valor de um salário-mínimo”, destaca.

A avaliação será conduzida por uma comissão especializada, com foco em rigor técnico, relevância para o setor e aderência às normas do congresso. “Reconhecer a produção acadêmica é parte essencial do nosso papel como entidade técnica. Incentivar, avaliar e dar visibilidade a esses estudos fortalece toda a avicultura de postura”, complementa.

Fonte: Assessoria APA
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Avicultura

Paraná intensifica fiscalização e reforça biosseguridade em granjas avícolas do Sudoeste

Ação da Adapar vistoria estruturas, rotinas e protocolos sanitários para prevenir doenças de alto impacto e manter a credibilidade da cadeia produtiva de aves no Estado.

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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), por meio da Divisão de Sanidade Avícola (Disav) e do Escritório Regional de Dois Vizinhos, na região Sudoeste, promoveu entre os dias 24 e 28 de novembro, uma força-tarefa de fiscalização da biosseguridade em granjas avícolas da região. A iniciativa reforça o compromisso do Estado com a proteção sanitária do plantel paranaense e com a manutenção dos padrões da cadeia produtiva de aves, reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade e segurança.

Fotos: Adapar

O objetivo a ação é a verificação rigorosa de práticas essenciais para a prevenção de enfermidades de grande impacto sanitário e econômico, como a Influenza Aviária e a Doença de Newcastle. Durante as fiscalizações, equipes técnicas da Adapar aplicam um checklist estruturado de biosseguridade, avaliando aspectos como o controle de acesso às propriedades, limpeza e desinfecção das instalações, manejo sanitário, uso adequado de equipamentos, barreiras de contenção e monitoramento dos plantéis.

Participam diretamente da operação 10 servidores. A atividade abrange estabelecimentos avícolas comerciais registrados na Adapar e localizados na área de atuação do Escritório Regional de Dois Vizinhos. O trabalho é conduzido de forma coordenada, padronizada, preza pela eficiência e pelo detalhamento no levantamento das condições estruturais, operacionais e sanitárias das granjas vistoriadas.

Parceria

A força-tarefa foi organizada com o setor produtivo. Em reuniões prévias com empresas integradoras e representantes da cadeia avícola regional, a Adapar apresentou os objetivos da ação e alinhou procedimentos para facilitar o processo de fiscalização.

Como resultado, os produtores puderam revisar previamente suas estruturas e rotinas, garantindo que as equipes fossem recebidas em melhores condições de avaliação. Esse diálogo facilita o cumprimento das exigências legais e reforça a cooperação entre a iniciativa privada e o serviço oficial de defesa agropecuária.

Histórico

As forças-tarefas promovidas pela Disav integram o conjunto de atividades permanentes da Adapar no âmbito da defesa sanitária animal. No Paraná, todas as granjas registradas devem cumprir os requisitos de biosseguridade previstos na Portaria Adapar nº 242/2022 e na Instrução Normativa MAPA nº 56/2007, normas que estabelecem padrões técnicos indispensáveis para garantir a sanidade dos plantéis, prevenir a entrada de agentes patogênicos e assegurar a conformidade dos estabelecimentos junto ao serviço oficial.

Desde o alerta nacional para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em 2023, o Estado intensificou as ações de vigilância ativa e ampliou a periodicidade das fiscalizações, com foco na prevenção de riscos que possam comprometer a produção avícola. Esse trabalho contínuo contribui diretamente para a manutenção da saúde animal, a proteção econômica do setor e a credibilidade do Paraná como um dos maiores produtores e exportadores de carne de frango do país.

Fonte: Assessoria Adapar
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