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Bovinos / Grãos / Máquinas Editorial

O futuro da Pecuária começa nas decisões de hoje

Além das questões sanitárias, o manejo nutricional é outra chave para o sucesso na pecuária durante a estação chuvosa.

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Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A chegada da estação chuvosa é um momento aguardado com ansiedade pelos pecuaristas brasileiros. As chuvas trazem o renascer da paisagem, o verde exuberante das pastagens e a promessa de uma terra fértil. No entanto, junto com as chuvas, a pecuária enfrenta os desafios para garantir a saúde e a produtividade do rebanho bovino.

É nessa época do ano que os pecuaristas devem redobrar sua dedicação e conhecimento técnico para enfrentar as adversidades impostas pelo clima. As chuvas e o calor podem ser o gatilho para a disseminação de doenças que infectaram o gado leiteiro e de corte. As altas taxas de umidade e o aumento da temperatura criam um ambiente propício para de patógenos, colocando em risco a saúde do rebanho.

Para enfrentar esse cenário, a antecipação é uma palavra de ordem. O produtor precisa estar um passo à frente, atento aos sinais e pronto para agir. A implementação de medidas preventivas, como a vacinação adequada, o controle de parasitas e a garantia de um ambiente de criação saudável, tornam-se inevitáveis para minimizar o impacto das doenças sazonais.

Além das questões sanitárias, o manejo nutricional é outra chave para o sucesso na pecuária durante a estação chuvosa. O rápido crescimento das pastagens exige ajustes na dieta do rebanho, garantindo que os animais tenham acesso a nutrientes essenciais para uma boa saúde e produção. A escolha adequada dos alimentos, a oferta balanceada de concentrados e suplementos e a gestão inteligente das pastagens são estratégias que possibilitam ao produtor otimizar a produtividade mesmo diante das intempéries do clima.

A busca pela eficiência e pela sustentabilidade na pecuária não é uma tarefa simples, mas é justamente a antecipação que torna o produtor um verdadeiro protagonista nessa jornada. O conhecimento técnico e a capacidade de adaptação permitem tomar decisões assertivas, planejar ações e implementar soluções inovadoras para enfrentar os desafios com coragem e experiência.

Na pecuária brasileira, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico do país, é imperativo que os produtores estejam preparados para se antecipar aos desafios que cada estação apresenta. Somente através dessa postura proativa será possível garantir mais rentabilidade, mais sustentabilidade e mais sucesso em meio ao cenário dinâmico da agropecuária.

Nesta edição, O Presente Rural convida todos os pecuaristas a embarcar nessa jornada de aprendizado e descoberta. Explore as melhores práticas de manejo, conheça as estratégias nutricionais mais eficazes e entenda como a antecipação pode ser a chave para o futuro promissor da pecuária brasileira. Afinal, o futuro começa com as decisões que são tomadas hoje.

A era da pecuária inteligente está apenas começando

A tecnologia tem sido a força motriz por trás das transformações em diversos setores da sociedade, e a pecuária brasileira não está imune a essa revolução. Nesse contexto, surge a inteligência artificial como uma aliada poderosa, capaz de sustentar a produção, elevar a eficiência e garantir a sustentabilidade do setor.

A pecuária brasileira enfrenta desafios complexos em um cenário global cada vez mais competitivo. A demanda por carne e leite cresce, e é na inteligência artificial que encontramos um arsenal de ferramentas capazes de aprimorar a gestão e maximizar a produtividade das propriedades rurais.

A coleta e análise de dados são pilares fundamentais para o uso eficiente da inteligência artificial na pecuária. Sensores, dispositivos de monitoramento e sistemas de gestão permitem a captura de informações precisas sobre o comportamento, saúde e desempenho dos animais. Com base nesses dados, algoritmos avançados podem identificar padrões, prever tendências e auxiliar na tomada de decisões estratégicas pelos produtores.

A eficiência reprodutiva é uma área onde a inteligência artificial se destaca. Com a aplicação de técnicas como a inseminação artificial, a detecção de cio e a análise da qualidade seminal, aumenta-se a taxa de fertilidade e o sucesso dos programas de reprodução. O resultado? Menor intervalo entre partos e maior produtividade do rebanho.

Outra vantagem é a melhoria no manejo nutricional. Sistemas inteligentes analisam dados sobre o consumo e comportamento alimentar dos animais, otimizando a oferta de nutrientes e garantindo uma dieta balanceada e personalizada para cada indivíduo. Isso resulta em animais mais saudáveis, com melhor desempenho e menor desperdício de recursos.

A saúde animal também se beneficia do uso da inteligência artificial. Algoritmos de aprendizado de máquina auxiliam no diagnóstico precoce de doenças, permitindo um tratamento mais eficaz e a prevenção de epidemias. A detecção de anomalias e o monitoramento contínuo da saúde dos animais ajudam na redução do uso de medicamentos e promoção do bem-estar animal.

Além dos benefícios diretos à produção, a inteligência artificial também tem impacto positivo no aspecto ambiental. Com o uso mais eficiente de recursos como água, energia e alimentos, a pecuária se torna mais sustentável e assegurada aos princípios da preservação ambiental.

No entanto, é fundamental destacar que a implementação da inteligência artificial na pecuária requer investimento em capacitação e infraestrutura tecnológica. Os produtores precisam estar preparados para adotar novas práticas e integrar soluções tecnológicas ao seu dia a dia.

O futuro da pecuária brasileira se constrói com base na inovação e na busca contínua pelas melhores práticas. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa que veio para somar, proporcionando ganhos em produtividade, eficiência e qualidade na produção de carne e leite.

A inteligência artificial tem o potencial de revolucionar a pecuária brasileira e desbravar um novo horizonte. Vamos juntos explorar os benefícios, desafios e possibilidades dessa tecnologia e trabalhar para consolidar uma pecuária ainda mais competitiva, sustentável e próspera para o Brasil e para o mundo. Afinal, a era da pecuária inteligente está apenas começando!

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, editor-chefe do O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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CBNA – Cong. Tec.

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