Bovinos / Grãos / Máquinas Agronegócio
O excelente momento que o agro brasileiro encontrou na pandemia
Dólar alto e mais exportações ajudam agro a ter boas expectativas para os próximos meses e anos
A Consultoria Cogo lançou em maio seu relatório que trata do desempenho das principais e mais importantes culturas e traça uma visão geral dos rumos da agropecuária brasileira em 2020 e 2021. Para a instituição, o ano será marcado por estabilidade, com banhos ganhos em dólares nas exportações, especialmente de carnes e grãos. As commodities devem ser destaque com preços em alta, com uma pequena ressalva para o milho segunda safra, que enfrenta períodos agressivos de estiagem em suas principais regiões produtoras, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
A bovinocultura de corte, de acordo com o relatório, é uma das atividades que estão e ficarão favorecidas. No primeiro quadrimestre, as exportações aumentaram quase 30%. Grande parte da justificativa vem da China, que tem comprado cada vez mais carnes brasileiras, incluindo ainda suínos e aves. Com mais embarques, tanto de commodities quanto de carnes, o dólar valorizado se torna um atrativo a mais para acreditar em bons resultados. A bovinocultura de leite e os laticínios, aponta o estudo, terão mais desafios a enfrentar.
De acordo com a Cogo Inteligência em Agronegócio em relação ao milho 2ª safra 2020, “partes dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná estão em prolongado período sem chuvas, o que poderá afetar o potencial produtivo do milho. Ainda há riscos, também, de geadas nas regiões que tiveram atraso na semeadura da soja, com plantio do milho fora da janela ideal de cultivo”.
O relatório destaca que o milho tem um cenário positivo, apesar de que os preços perderam fôlego de alta, após atingir níveis recordes no 1º trimestre do ano. A forte pressão para baixa sobre os futuros, com perda da competitividade do etanol de milho nos Estados Unidos, que segundo a Cogo, absorve 40% da oferta. A ainda “projeção de safra recorde em 2020/2021”, com “tendência de recuo dos preços no 2º semestre, limitado pela forte alta do dólar”.
Milho: cenário positivo
➔ Preços perderam fôlego de alta, após atingir níveis recordes no 1º trimestre do ano.
➔ Forte pressão baixista sobre os futuros, com perda da competitividade do etanol de
milho nos EUA (que absorve 40% da oferta) e projeção de safra recorde em 2020/2021.
➔ Tendência de recuo dos preços no 2º semestre, limitado pela forte alta do dólar.
Preços históricos da soja
Conforme relatório da Cogo, observa-se ainda para os próximos meses “tendência de alta e sucessivos recordes de preços, com a forte alta do dólar no Brasil”. De acordo com a consultoria, 75% da safra atual já está comercializada e 35% da safra 2020/2021 também já foi vendida a preços fixados. A previsão de aumento da área de plantio nos Estados Unidos, no entanto, pode reduzir os preços da oleaginosa. A Cogo menciona demanda firme nas exportações e no mercado interno, puxados pelo uso da soja nas rações animais.
Soja: cenário positivo
➔ Tendência de alta e sucessivos recordes de preços, com a forte alta do dólar no Brasil.
➔ 75% da safra atual já comercializada e 35% da safra 2020/2021 com preços fixados.
➔ Pressão baixista sobre cotações futuras, com aumento da área nos EUA em 2020/2021.
➔ Demanda firme para exportações (recordes em maio) e no mercado interno (rações).
Entressafra e alta do dólar melhoram cenário do trigo
A tendência de alta dos preços internos do trigo, de acordo com a Cogo, é baseada na forte alta do dólar frente ao real e à entressafra no Brasil. A expectativa é que a área dedicada ao cereal nesse inverno seja maior, entre 5 e 10%, com preços que podem ser mais atrativos ao produtor rural. A Cogo destaca que essa, por exemplo, pode ser uma boa alternativa de renda para produtores do Rio Grande do Sul, que tiveram fortes perdas na safra de verão.
Trigo: cenário positivo
➔ Tendência de alta dos preços internos, com forte alta do dólar e entressafra no Brasil.
➔ Moinhos pedem isenção da TEC para importar grão de fora do Mercosul.
➔ Área deverá crescer 5% a 10% na safra 2020 com preços atuais em níveis elevados.
➔ Alternativa de renda para produtores do RS que tiveram fortes perdas na safra de verão.
Exportações do agronegócio em receita
Segundo o relatório, as exportações do agronegócio cresceram 17,5% no 1º quadrimestre de 2020, em receita, em relação ao mesmo período de 2019, com destaques para soja e carnes. “Apesar do impacto da pandemia sobre a economia chinesa, as exportações brasileiras para a China cresceram 11,3% no mesmo período. Em dólares, no 1º quadrimestre de 2020, a China importou do Brasil o triplo do importado pelos Estados Unidos e o dobro demandado pela União Europeia.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran