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O clima é determinante para definição da safra de soja e milho?

O clima é um fator decisivo para uma produção agrícola, sendo ele um balizador do calendário e velocidade de plantio, da maturação e desenvolvimento das lavouras e do potencial produtivo.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Nos últimos dias, as altas temperaturas têm sido pauta do cotidiano brasileiro. Ar condicionado, ventilador, sombrinha, água gelada e protetor solar são itens essenciais para uma pessoa se proteger do calor. Mas e uma plantação de grãos? Como uma safra de soja e milho pode não ser prejudicada devido a elevação térmica?

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de grande perigo por conta das temperaturas acima da média para 15 estados e o Distrito Federal, com previsões podendo alcançar a casa dos 43°, como é o caso de Cuiabá, no Mato Grosso.

country manager da Biond Agro, Enrico Manzi: “A chuva não pode, em hipótese alguma, vir concentrada de uma única vez, ela necessita ter a cadência necessária para cada fase da planta, principalmente na fase reprodutiva. Com essa onda de calor, essa situação pode não acontecer” – Foto: Divulgação

O clima é um fator decisivo para uma produção agrícola, sendo ele um balizador do calendário e velocidade de plantio, da maturação e desenvolvimento das lavouras e do potencial produtivo. O calor é um fator determinante para uma safra. No momento, estamos vivenciando o plantio para uma colheita futura, nesse processo, a umidade do solo, luminosidade e regularidade hídrica são necessárias para toda e qualquer cultura prevalecer. “A soja possui um ciclo médio de 90 a 120 dias de cultivo. O processo é formado basicamente por três grandes fases: Vegetativa, reprodutiva e maturação. Em seu ciclo, a soja necessita de volumes de chuva na ordem de 550-650 mm/ciclo. Já o milho um ciclo médio de 115 a 130 dias, necessitando de 400-700 mm/ciclo. Essa chuva não pode, em hipótese alguma, vir concentrada de uma única vez, ela necessita ter a cadência necessária para cada fase da planta, principalmente na fase reprodutiva. Com essa onda de calor, essa situação pode não acontecer”, avalia o country manager da Biond Agro, Enrico Manzi.

Clima em 2024 

Quando se fala de clima, trabalha-se com probabilidades de ocorrência já que há grande variação ao longo do tempo. O NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) prevê que o El Niño, fenômeno climático que ocasiona alterações na temperatura da superfície do oceano pacífico, seja presenciado até abril de 2024 com mais de 95% de probabilidade, interferindo diretamente no clima brasileiro.

Atualmente, todos os mapas meteorológicos futuros apontam alguma anomalia hídrica (falta ou excesso de chuvas) em várias regiões produtoras do país, especialmente a escassez de chuvas no Centro-Oeste. Caso a seca continue, haverá impactos de área e produtividade agrícola. “As projeções produtivas de soja da Biond Agro apontam um corte inicial de 100 mil hectares e uma baixa produtiva de 4,4 milhões de toneladas ante a nossa última projeção realizada, totalizando então 45,5 milhões de hectares plantados e 159,4 milhões de soja produzidas”, ressalta Manzi.

Influência dos fenômenos climáticos nas plantações

O Brasil vivencia a atuação de dois fenômenos climáticos principais, El Niño e La Niña. O primeiro provoca tipicamente secas nas regiões Norte e Nordeste do país, enquanto a La Niña favorece a formação de chuvas nessas mesmas regiões. Já a região Sul é marcada por maiores volumes de chuva durante o El Niño e, de forma contrária, menores volumes pluviométricos ocorrem na La Niña.

Quanto mais intensos forem esses fenômenos, mais propensos serão os riscos nas safras, seja por excesso ou falta de chuva, por altas ou baixas temperaturas.

É possível evitar condições climáticas adversas? 

Os efeitos climáticos são naturais, não sendo possível evitá-los de acontecer. No entanto, para aliviar as consequências deles no processo de uma safra é necessário utilizar a estratégia de acompanhamento dos mapas climáticos para plantar na janela ideal de plantio.

Outras possibilidades são tecnologia de sementes, manejo de solo e a irrigação (famosas áreas de pivô), sendo fatores de contenção. É válido lembrar que a irrigação também está sujeita a seca/calor extremo uma vez que o seu reservatório ou fonte de captação pode ser interrompido

As condições climáticas brasileiras trazem certa vantagem em comparação com outras regiões do mundo devido ao clima tropical. Por conta desse fator,  conseguimos ter mais de uma safra e realizar o plantio de soja e milho na mesma área, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, precisa escolher se plantará cultura x ou y no verão ou no inverno. “Atualmente estamos na fase de plantio da safra verão, um plantio que está atrasado devido às condições climáticas adversas, esse prolongamento do plantio resultará também em um prolongamento da janela de colheita, ou seja, quanto mais tarde se planta, mais tarde se colhe. Sendo assim o atraso na janela de plantio da soja tem impacto direto na janela de plantio do milho”, expõe.

Fonte: Assessoria Biond Agro

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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