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O campo está mobilizado contra a Helicoverpa armigera

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Depois que participou do processo de descobrimento da Helicoverpa armigera nas plantações brasileiras, a rotina da pesquisadora Silvana de Paula Moraes, da Embrapa Cerrados, nunca mais foi a mesma. Ela é constantemente requisitada para participar de seminários e dar entrevistas. E não é por menos: as lavouras de algodão, soja e milho na Bahia, neste ano, tiveram um prejuízo de mais de R$ 1,4 bilhão, causado pela lagarta Helicoverpa armigera,  levando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarar, por meio de portaria, emergência fitossanitária no país. Entre as medidas para combater a praga está a criação do Grupo de Gerenciamento Situacional, que propõe e articula ações emergenciais para o combate da praga e já  autorizou a importação e o registro da substância Benzoato de Emamectina para quebrar o ciclo biológico da lagarta, diminuindo assim a pressão populacional para, em seguida, iniciar manejo integrado. Além disso, outros cinco inseticidas foram registrados em caráter emergencial para o controle da lagarta, dois biológicos (Vírus VPN-HzSNPV e Bacillus Thuringiensis) e três químicos (Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe). 
Conforme Silvana, a H. armigera até então era considerada exótica no Brasil, devido aos níveis de sua infestação. Mas é quarentenária A1 (são consideradas de alto risco e potenciais causadoras de danos econômicos, como os já registrados). O maior grau de agressividade da praga está na fase de lagarta, quando ataca diferentes tipos de culturas em diferentes partes da planta. A preferência dela é pela parte de frutos, mas não se atém a isso, atacando outras partes vegetativas da planta. “Os danos  são diretos quando ataca os frutos, mas também indiretos pelos prejuízos às folhas e hastes”, explica.
Tão pequena e tão poderosa
A lagarta Helicoverpa tem apenas 35 mm e várias “irmãs” na família, mas nenhuma com potencial destrutivo tão amplo. Silvana expõe que a sua capacidade de causar injúria na planta, refletindo em dano econômico é muito grande. Além disso, ela tem uma gama maior de hospedeiros que as demais. Os relatos são de mais de 100 tipos de plantas que podem servir de alimento à espécie.  Até dezembro do ano passado, a H.armigera era exótica no Brasil, mas ainda não há certeza de como houve a sua introdução no país. Estudos ainda estão sendo feitos, observando vários aspectos, levando em conta o potencial de voo da praga enquanto mariposa, cujos registros são de até mil quilômetros. 
O ciclo de vida da lagarta é em média de 30 dias, variando muito conforme a temperatura. Ela não é resistente ao frio, mas no Brasil se torna tão perigosa porque encontra as condições ideais para desenvolver-se no clima tropical. “Pelos comparativos que fazemos com países que têm a lagarta há mais tempo, já temos essa certeza”, expõe Silvana, lembrando que os ataques da H.armigera no Brasil até então foram verificados no Oeste da Bahia, mas a Embrapa fez coletas também em Brasília, Mato Grosso e Paraná. “A identificação é muito complexa, para diferenciar da lagarta da espiga do milho, já presente no país, da H.armigera. Foi um tempo longo de análises e um trabalho de laboratório, com análises morfológica e molecular. Até agora não há um critério de identificação preciso no campo. Mas a Embrapa está trabalhando nisso para dar condições do agricultor e o técnico fazer essa verificação a campo”, explica Silvana de Paula Moraes.
Lagarta pode desenvolver resistência a agrotóxicos
Leia a reportagem completa na edição impressa de O Presente Rural ou na edição online:

Fonte: O Presente Rural

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Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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