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O Brasil e a nobre missão de alimentar o mundo
O mundo precisará produzir 70% mais alimentos para atender a demanda; cerca de 90% do aumento da produção de alimentos virão dos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil
Alimentar a crescente população mundial de forma sustentável é o maior desafio de países com vocação para produção, como o Brasil. Mas não basta ter oferta suficiente. É preciso produzir mais com menos, garantindo a segurança alimentar. Segundo a FAO, órgão da ONU para a alimentação, o número de pessoas atingidas pela fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas há ainda cerca de 805 milhões famintas – ou seja, um de cada nove habitantes do planeta não tem alimentos suficientes. Não podem existir fronteiras para os alimentos e temos que atacar o desperdício de frente.
O desafio é real e imediato. Há 10 mil anos, éramos 1 milhão de habitantes no planeta. Em 1800, ou seja, há pouco mais de 200 anos, chegamos a 1 bilhão de pessoas. Em 1970, 50 anos atrás, portanto, atingimos 3 bilhões de bocas. Agora, somos mais de 7 bilhões de pessoas, e em 2050, nossos filhos e netos estarão em um planeta com outras 9,8 bilhões de pessoas.
A população mundial cresce atualmente à taxa de 2,5 pessoas a cada segundo. Serão 2,2 bilhões de pessoas a mais daqui a três décadas. E com características específicas. A população idosa (mais de 60 anos) representará 22% do total (hoje é de 10%) e a população urbana chegará a 6,3 bilhões de pessoas – no ritmo atual, a cada semana 1,5 milhão de pessoas passam a viver nas cidades. A classe média deverá atingir 4,9 bilhões de pessoas até 2030: aumento de 172%. Projetando para 2050, o consumo per capita de leite e derivados crescerá 53% e o de carnes, mais de 75%.
A combinação de crescimento populacional, urbanização e aumento do poder aquisitivo provocará crescimento exponencial na demanda por alimentos. Os números são impressionantes mesmo. Os últimos 8.000 anos equivalem aos próximos 35 anos em termos de volume necessário de alimentos.
Assim, o mundo precisará produzir 70% mais alimentos para atender essa demanda. E cerca de 90% do aumento da produção de alimentos virão dos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
Nosso país, aliás, é um agente fundamental nesse desafio. De acordo com estimativas da FAO, o Brasil precisará aumentar sua produção em 40% para suprir a demanda mundial em 2050.
Condições para isso temos de sobra. O Brasil é essencialmente agrícola. O agronegócio representa 22% do PIB brasileiro. Entre 1997 e 2017, a produção de carne suína saltou de 1,5 para mais de 3,8 milhões toneladas: mais que dobrou. A carne bovina também cresceu de forma significativa: de 6 para 9,5 milhões de toneladas. E a produção de carne de aves saiu de 4,4 para 14 milhões de toneladas. Triplicou em apenas 20 anos.
Em grãos, a produtividade do Brasil no final da década de 1970 era de cerca de 600 kg por hectare. Nos últimos dois anos, superamos a marca de 3,5 toneladas por hectare plantado. E sem subsídios.
Há no mundo apenas três países (Estados Unidos, China e Brasil) com área total acima de 5 milhões de km2, PIB anual maior que US$ 1 trilhão e população superior a 150 milhões de habitantes. Estados Unidos e China estão localizados no hemisfério norte, com limitações climáticas para a agricultura durante vários meses no ano. A temperatura anual média na China é de 7°C e nos Estados Unidos, 8,5°C.
O Brasil, ao contrário, com temperatura média de 25°C, tem disponibilidade de água e sol, o que nos dá condição única para maximizar o uso da terra na produção de alimentos.
Já somos fortes em termos globais e nos tornaremos ainda mais relevantes. Somos número 1 em produção e exportação de suco de laranja, café e açúcar; na soja e no milho ocupamos a 2ª posição mundial em exportação e o 2º e o 3º lugares, respectivamente, entre os maiores produtores. Em breve, seremos o maior produtor mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos.
No complexo carnes não é diferente. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e carne de frango e o segundo maior produtor em ambas as atividades. Em carne suína, estamos conquistando mercados de forma acelerada. Já somos o 4º em produção e em exportação, com muito espaço ainda para crescer. Em ovos e leite, ainda não temos participação relevante no mercado mundial, mas somos o 7º maior produtor mundial de ovos e o 4º maior de leite.
No mercado interno, temos o terceiro maior consumo anual per capita de carnes (87 kg por habitante), atrás somente dos Estados Unidos, que alcança 114 kg/habitante/ano, e da Argentina, com 107 kg.
Em 2018, o Brasil deverá atingir o extraordinário patamar de US$ 100 bilhões em exportações de alimentos. Os principais mercados importadores são União Europeia, Estados Unidos e China. De um total de US$ 1,1 trilhão negociados no mundo, o Brasil detém 9%.
Mas cada vez será mais difícil crescer, seja por barreiras comerciais protecionistas ou mesmo sanitárias. A sanidade, aliás, é outra vantagem competitiva do Brasil, um país sem vaca louca e sem influenza aviária, mas que deve redobrar a atenção para que não sejamos impactados por ocorrências que podem ser prevenidas.
Outra característica fantástica do nosso país é a produção sustentável. Grande produtor de alimentos, energia e fibras, o Brasil é uma potência também em preservação ambiental, com mais de 66% de seu território recobertos por vegetação nativa. E esse percentual sobe para quase 75% quando agregadas as áreas de pastagem nativa do Pantanal, Pampa, Caatinga e Cerrados, somando 631 milhões de hectares: área equivalente a 28 países da Europa somados.
Toda a produção brasileira de grãos (milho, arroz, soja, feijão etc), fibras (algodão, celulose etc) e agroenergia (cana-de-açúcar, florestas energéticas etc) ocupa apenas 9% do país. As pastagens plantadas representam 13,2% do nosso território.
Assim, estamos entre os maiores fornecedores de alimentos do mundo destinando 22,2% da área territorial para a produção. Os dados são da Embrapa Territorial, que também mostra que a área total destinada à preservação, manutenção e proteção da vegetação nativa representa 2/3 de todo o território brasileiro.
Isso não é tudo. Os produtores rurais brasileiros são responsáveis pela preservação de mais de 218 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a um quarto do território nacional (25,6%). Os agricultores preservam mais vegetação nativa no interior de suas propriedades que todas as unidades de conservação juntas. Ainda segundo a Embrapa, o valor do patrimônio fundiário imobilizado em preservação ambiental chega a R$ 3,1 trilhões. Esse compromisso exige custo de manutenção superior a R$ 20 bilhões anuais. Esta área preservada pelos agricultores e pecuaristas equivale a todo o território somado da Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, Portugal, Benelux, Reino Unido e França.
Importante destacar que o Brasil, que já é campeão da preservação territorial, exige por lei que os agricultores e pecuaristas assumam o ônus de preservar porções significativas de seus imóveis rurais, partindo de 20% num crescendo que chega a 80% da área da propriedade na Amazônia.
Números do Banco Mundial referentes ao percentual de áreas preservadas em diferentes países em relação ao território total mostram que o Brasil preserva 4 vezes mais que os Estados Unidos, Rússia e Austrália, por exemplo. Produzir sempre mais com menos. De forma sustentável. Esse é o principal destaque do currículo do Brasil, líder entre os grandes produtores mundiais de alimentos. Esse desafio está sendo vencido. E com sustentabilidade.
Fonte: Assessoria
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Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25
São abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a primeira estimativa do Valor Bruto da Produção para a safra 2024/2025. O valor atingirá R$1,31 trilhão, um aumento de 7,6%. Desse montante, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%).
Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7%, e a pecuária avançou 9,5%.
Para as culturas de laranja e café a evolução dos preços foram fatores mais relevantes nestes resultados e, para a soja e arroz foi o crescimento da produção a maior influência. Nos rebanhos pecuários foi a melhoria dos preços o mais significativo no resultado.
Considerando a participação relativas das principais culturas e rebanhos pecuários no resultado total (em R$ bilhão):
O Valor Bruto da Produção é uma publicação mensal do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base nas informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos preços coletados nas principais fontes oficiais.
No estudo, são abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
A publicação integral pode ser acessada clicando aqui.
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Com apoio do Estado, produtores discutem melhorias na qualidade do queijo artesanal
Evento em Itapejara d´Oeste reúne produtores de leite e queijo, com objetivo de colocar o leite paranaense e subprodutos da cadeia no mercado mundial.
A busca pela excelência de qualidade do queijo paranaense, desde a produção do leite até o consumidor final, foi discutida nesta quinta-feira (21) em Itapejara d’Oeste, no Sudoeste do Estado, durante o Inova Queijo. O evento reúne produtores e queijeiros da agricultura familiar da região Sudoeste e conta com apoio do Governo do Estado.
“Nossos queijos estão entre os melhores do Brasil e até do mundo, com premiações que enchem de alegria e orgulho todos nós que estamos nesta caminhada”, disse Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Pato Branco.
“O Paraná é grande na produção de leite, abrigando em seu território a segunda maior bacia do País e caminhamos para ser também um dos principais produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, afirmou.
Segundo ela, o Estado tem contribuído com programas de apoio à produção leiteira e à transformação em agroindústrias, como o Banco do Agricultor Paranaense, com equalização integral de juros para financiamentos à agricultura familiar. E também ajuda na comercialização, com a regulamentação do programa Susaf, que possibilita ampliar o mercado estadual para agroindústrias familiares que demonstrarem excelência no cuidado higiênico-sanitário.
“Temos que ter em vista o mercado mundial. Ninguém vai dizer que isso é fácil. Mas todos vão concordar que é um caminho a traçar, de preferência olhando sempre em frente, que não tenha volta”, disse Leunira.
Segundo dados da Aprosud, o Sudoeste conta com 20 agroindústrias vinculadas à associação, que comercializam por mês mais de 17 toneladas do produto. Além disso, a notoriedade do Queijo Colonial do Sudoeste também está atrelada a existência de produtores em todos os 42 municípios da região.
A gerente-regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rosane Dal Piva Bragato, destacou que o setor não é apenas fonte de emprego e renda para a região Sudoeste. “É também um símbolo da nossa identidade e tradição”, afirmou. “O trabalho em parceria e a troca de conhecimentos são fundamentais para fortalecer o setor e para abrir novas oportunidades de mercado”.
Além da prefeitura de Itapejara d’Oeste, que sediou o evento deste ano, e dos órgãos estaduais, o Inova Queijo tem em 2024 o apoio da Associação de Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sebrae/PR, Vinopar e Cresol.
Indicação geográfica
Em 2023, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com tradição e notoriedade devido a produção do Queijo Colonial, a expectativa é que o Sudoeste do Paraná em breve obtenha o reconhecimento na forma de registro com Indicação de Procedência (IP)
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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná
Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.
De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.
A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!
A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.
Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.
Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!