Notícias Opinião
O agro responsável do Brasil na vitrine
País é um dos maiores players do mercado global de alimentos e commodities agropecuárias e, como tal, desperta atenções de todo o mundo, seja pelo interesse de comprar o que produzimos, seja por se tratar de concorrente preocupado com o que acontece nas nossas fazendas.


Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Artigo escrito por Aline Locks, engenheira ambiental e CEO da Produzindo Certo
Não faltam olhos a acompanhar os movimentos do agronegócio brasileiro. O Brasil é um dos maiores players do mercado global de alimentos e commodities agropecuárias e, como tal, desperta atenções de todo o mundo, seja pelo interesse de comprar o que produzimos, seja por se tratar de concorrente preocupado com o que acontece nas nossas fazendas.
Mas talvez 2025 seja o ano em que a vitrine em que o país costuma estar esteja mais iluminada e, por isso, estejamos mais expostos ao escrutínio global, sobretudo no que se refere à sustentabilidade da nossa produção. Isso acontece por conta da COP30, conferência global anual promovida pela Organização das Nações Unidas para discutir as mudanças climáticas. Ela acontece em novembro, em Belém. À medida em que o megaevento se aproxima, o tamanho do desafio da sua organização fica mais evidente, deixando claro que ainda há muito para se fazer.
A indicação pelo governo federal do embaixador André Correa do Lago como presidente do evento deve ajudar a dar um ritmo maior à organização e, principalmente, buscar os caminhos para fazer com que, ao invés de uma COP de discursos e promessas, como foram as anteriores, esta seja uma COP de resultados.
O Brasil festejou a possibilidade de trazer a conferência para o coração da Amazônia, foco de tantos debates globais sobre sua preservação e, claro, sua ocupação. Entendeu como uma oportunidade de apresentar ao mundo um discurso de desenvolvimento sustentável na região, acompanhado de cases reais de projetos nesse sentido.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Da mesma forma, setores do agronegócio vislumbraram a COP como uma importante vitrine para as iniciativas brasileiras, no campo agropecuário. Não nos falta, de fato, o que mostrar, com as tecnologias como os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto e soluções tropicais para remoção de carbono.
Pratica-se, aqui, modelos aferidos e comprovados de agropecuária de baixo carbono, que aliam capacidade de produção em escala com mitigação de emissões. Exemplos como o uso de bioinsumos, monitoramento por satélite e projetos de agricultura regenerativa provam nossa capacidade de aliar produtividade e sustentabilidade.
Essas soluções devem ser apresentadas como parte de uma visão integrada, que beneficie não apenas o Brasil, mas o mundo. Vistas de perto, iniciativas já recorrentes nas propriedades rurais brasileiras ganham mais cores do que quando mostradas à distância, em vídeos e apresentações no PowerPoint.
Juntamente com a oportunidade, entretanto, o país comprou um risco. A conferência reúne autoridades e ativistas de todos os matizes e cobranças, in loco, sobre questões como desmatamento ilegal serão inevitáveis.
Assim, não basta ter o que mostrar. É preciso embalar o discurso com coerência, dados concretos e transparentes que demonstrem avanços, que referendem a eficiência dessas tecnologias e que permitam capitalizar a oportunidade conquistada.
Os setores público e privado precisam alinhar seus esforços e narrativa, apresentando o país como um bloco unido e preparado. Como vamos passar nossa mensagem ao mundo é algo que já deveria estar sendo trabalhado internamente. Mais do que palavras em discursos impactantes, é essencial que a mensagem brasileira seja baseada em evidências.

Foto: Gabriel Faria
COP não é palco para entretenimento. É bastidor, onde é preciso fazer política climática com seriedade, com base em objetivos claros e metas realistas.
Reside, aqui, o calcanhar de Aquiles da participação brasileira no evento. A COP no Brasil só será a COP do Brasil se soubermos tirar dela resultados. E o presidente da COP não é o responsável pela estratégia brasileira.
O embaixador Correa do Lago tem seus próprios desafios, como administrar um possível esvaziamento da representação política no evento, com a possível redução da presença oficial dos Estados Unidos, por orientação do presidente Donald Trump.
O antídoto a isso está no âmbito privado. As empresas americanas, com negócios globais e compromissos assumidos, estarão aqui. Os investimentos em alternativas de baixo impacto climático, em agricultura regenerativa, em ativos florestais privados, continuam acontecendo.
O Brasil pode estar na vitrine. Mas não estamos sós.
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Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
Notícias
Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
Notícias
Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



