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Avicultura

Nutrição in ovo esbarra no custo/benefício

Profissional falou em que consiste, quais são os resultados até hoje e quais os desafios da ciência para que a técnica se torne comercialmente viável

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 A nutrição in ovo é uma técnica que há pouco tempo está em debate na cadeia avícola do país. Para saber mais sobre esse método de “turbinar” os embriões quando ainda estão em formação, o jornal O Presente Rural procurou a zootecnista Chayane da Rocha, mestre e doutora em Ciência Animal e professora adjunta da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estudiosa do assunto, ela concedeu entrevista exclusiva para falar em que consiste, quais são os resultados até hoje e quais os desafios da ciência para que a técnica se torne comercialmente viável.

O Presente Rural – O que é a nutrição in ovo e qual seu objetivo?

Chayane da Rocha (CR) – A nutrição in ovo, ou ainda referida como alimentação in ovo, é uma técnica que consiste na inoculação de soluções, normalmente no líquido amniótico, contendo nutrientes ou substâncias que melhorem o desenvolvimento do embrião. O principal objetivo da nutrição in ovo é fornecer ao embrião nutrientes, cofatores e/ou substâncias, além daqueles já depositados pela matriz, que proporcionem efeitos positivos ao animal, como antecipação no amadurecimento fisiológico do trato gastrointestinal (TGI), fornecimento de energia, melhoria na resposta imunológica contra organismos patogênicos, antecipação na colonização da microbiota do TGI por organismos benéficos, redução a morbidade e mortalidade pós-eclosão, melhoria no estado nutricional durante as fases pré e pós-eclosão, aumento no rendimento de carcaça, redução na incidência de desordens metabólicas e melhoria no desempenho zootécnico e rendimento produtivo das aves.

OP Rural – Essa técnica é recente. Já existem resultados positivos e práticos?

CR – A nutrição in ovo pode ser considerada extremamente recente e ainda encontra-se em fase de pesquisa e desenvolvimento. As primeiras patentes de produtos com a finalidade de inocular nutrientes in ovo foram registradas nos Estados Unidos entre o final dos anos 1990 e início de 2000, o que significa que os estudos começaram a ser delineados e realizados alguns anos antes. No entanto, o interesse e a intensificação dos estudos nessa área foi realizada a partir do início do ano 2000. Até então existiam poucos pesquisadores envolvidos com o tema.

De acordo com trabalhos publicados na literatura, é possível observar resultados positivos com relação aos efeitos da nutrição in ovo sobre o organismo das aves. O trabalho de Tako et al. (2004) demonstrou que a suplementação de soluções nutritivas no âmnio de embriões de frango de corte no 17,5° dia de incubação contendo carboidratos (maltose, sacarose e dextrina) e β-hidroxi-β-metil butirato (HMB) proporcionou área de superfície média de vilosidades 45% e 33% maior no 3° dia pós-eclosão nos tratamentos contendo HMB e carboidratos, respectivamente, quando comparados ao controle.

Em 2005 Uni e seus colaboradores publicaram um estudo que demonstrou haver efeitos positivos da suplementação de carboidratos (maltose, sacarose e dextrina) in ovo aos 18 dias de incubação sobre o peso vivo em frangos de corte desde a eclosão até os 35 dias de idade.

OP Rural – Em que quantidades e quais nutrientes podem ser inseridos no ovo enquanto se forma o embrião?

CR – A quantidade a ser administrada depende do tipo de solução escolhida e dos nutrientes que compõem a solução, mas os estudos realizados nesta área recomendam que não seja realizada inoculação de volumes que excedam 600 microlitros de solução (0,6mL). O volume total a ser inoculado dependerá de outro ponto extremamente relevante, a osmolaridade da solução. O embrião em desenvolvimento não pode ser exposto a soluções que elevem a osmolaridade do ambiente do seu desenvolvimento acima do que o embrião pode suportar, sendo que o desequilíbrio osmótico resultará na morte do embrião. A osmolaridade de soluções nutritivas inoculadas in ovo não devem exceder a concentração de 1000 mOsm.

Quanto aos nutrientes, ainda que o ovo seja considerado completo em termos nutricionais, o terço final de incubação e o processo de eclosão são fases que apresentam uma alta demanda nutricional e energética. Diante disso, há uma infinidade de nutrientes ou substâncias que podem ser utilizadas nas soluções para alimentação in ovo, cada qual com sua finalidade específica. Mas dentre os nutrientes mais estudados estão os carboidratos (ex:. dextrina, maltose, sacarose e glicose), diversos aminoácidos, vitaminas (principalmente as que apresentam efeito antioxidante) e outras substâncias específicas, como exemplo do β-hidroxi-β-metil butirato, que é uma substância envolvida em muitos estudos relacionados a nutrição in ovo. Não há um nutriente específico, vários nutrientes podem ser utilizados de forma isolada ou então combinados em uma solução nutritiva. Mas é necessário estar atento às características como volume, osmolaridade e viscosidade da solução antes de administrá-la in ovo.

OP Rural – Porque e como esses nutrientes melhoram o desempenho do embrião?

CR – O crescimento rápido associado à alta demanda energética, especialmente no final do período de incubação e na eclosão, pode fazer com que a suplementação de nutrientes in ovo seja benéfica aos embriões. Uma das vias em que a alimentação in ovo pode auxiliar no desempenho dos embriões é o fato de alguns nutrientes, como é o caso dos carboidratos, disponibilizarem energia para o embrião a partir da elevação da reserva de glicogênio. Com a elevação no fornecimento de energia via carboidratos, as proteínas musculares são poupadas de serem consumidas para gerar energia, contribuindo assim para melhorar o desempenho da ave.

A antecipação do desenvolvimento intestinal e a adaptação metabólica e fisiológica do embrião para o recebimento da dieta exógena também são fatores importantes, que podem contribuir para o melhor aproveitamento do alimento na fase pós-eclosão. Dessa forma, é documentado que o fornecimento pequenos peptídeos, di e trissacarídeos estimulam a produção e secreção das aminopeptidases e das carboidrases, enzimas produzidas pela borda em escova intestinal, fundamentais na digestão final de proteínas e carboidratos.

Além da melhoria no processo de digestão pela presença das enzimas de borda em escova, para que ocorra o processo de absorção é necessário que os nutrientes digeridos no lúmen e na borda em escova intestinal sejam transportados para o interior dos enterócitos. A administração de certos nutrientes, como a zinco-metionina, é responsável pelo aumento na expressão do RNAm e a atividade dos transportadores de glicose e aminoácidos para dentro das células absortivas.

Existem determinados nutrientes e substâncias que estimulam o desenvolvimento morfológico das vilosidades intestinais (ex:. enterócitos e células caliciformes). Com o aumento na altura das vilosidades, há o aumento da área disponível para a absorção de nutrientes, dessa forma a dieta pode ser melhora aproveitada pelo animal. O desenvolvimento das células produtoras de muco, células caliciformes, confere proteção às vilosidades intestinas contra a ação de microrganismos patogênicos ou substâncias agressoras da mucosa.

Ainda, sabe-se que o metabolismo embrionário gera alta quantidade de radicais livres e que a proteção contra a ação oxidativa de processos metabólicos fisiológicos do animal pode ser realizada pelas vitaminas A, C e E. A suplementação destas vitaminas no período embrionário pode proporcionar efeito suporte na proteção celular contra os radicais livres, exercendo ação antioxidante no organismo.

OP Rural – A disseminação da técnica é lenta no país e no mundo. O que falta para a nutrição in ovo ser mais utilizada?

CR – Embora a literatura relate resultados cientificamente favoráveis, a nutrição in ovo ainda não é uma técnica aplicada comercialmente no Brasil e no restante do mundo. Tal fato é verificado pois ainda existem alguns entraves que devem ser solucionados antes que essa tecnologia seja viável e faça parte do sistema de produção da cadeia avícola. Dentre eles podemos citar:

Momento da inoculação da solução nutritiva: como recomenda-se que a solução seja introduzida no líquido amniótico, existe um limite de dias para que a técnica de alimentação in ovo possa ser aplicada. O embrião inicia a ingestão oral do líquido amniótico a partir dos 13 dias de idade, o que se estende até os 19 dias de incubação, quando todo o líquido amniótico é ingerido por completo pelo embrião. Isso significa que o momento ideal de inoculação é até os 18 dias de incubação, pois a partir de então o volume do líquido amniótico é muito pequeno e a chance de acertar a cavidade amniótica e do embrião ingerir a solução é muito mais baixa quando comparada a inoculação realizada até os 18 dias. Ainda, para que se torne logisticamente viável no fluxo do incubatório é importante que o momento da aplicação da solução nutritiva seja realizada no mesmo momento da vacinação in ovo. Deste modo minimiza-se a necessidade de retirada e manipulação dos ovos da máquina de incubação, reduz a interferência no fluxo de funcionamento do incubatório e diminui o risco de elevar a taxa de mortalidade embrionária.

Local da inoculação da solução nutritiva: é fundamental que a solução nutritiva seja inoculada no líquido amniótico para que o embrião ingira a solução e esta entre em contato direto com o trato gastrointestinal. No entanto, a imunização do embrião via vacinação in ovo tem maior eficácia quando a vacina “acerta” o embrião ou o líquido amniótico, sendo assim as máquinas vacinadoras estão programadas para vacinar destas duas formas. A aplicação da técnica da nutrição in ovo, que dever ser realizada no mesmo momento da vacinação in ovo, exige a utilização de máquinas vacinadoras precisas o suficiente para injetar a solução nutritiva dentro do líquido amniótico.

Volume da máquina vacinadora: atualmente as máquinas vacinadoras estão programadas para injetar até 100 microlitros de vacina. Já as soluções nutritivas normalmente são inoculadas no volume de até 600 microlitros. Então, dependendo do volume escolhido haverá a necessidade de ajustes técnicos nas máquinas vacinadoras no sentido de capacitá-las a realizar inoculações de volumes acima de 100 microlitros, fato esse que já vem sendo testado por algumas empresas fabricantes de máquinas vacinadoras.

Mas o principal fator que determina a ausência desta tecnologia na prática é o desenvolvimento de soluções nutritivas que justifiquem sua viabilidade. Infelizmente ainda não foram encontradas formulações de soluções que sejam capazes de manter a melhoria das características produtivas das aves desde o período neonatal até o final do ciclo de produção, ou ainda demonstrar redução significativa da morbidade e mortalidade em frangos de corte, matrizes e poedeiras. Até então os trabalhos não demonstram que os benefícios alcançados no período pós-eclosão sejam mantidos até os 42 dias, quando normalmente os animais estão prontos para o abate.

OP Rural – Existem eventos, programas e/ou atividades para difundir e estimular a nutrição in ovo no Brasil?

CR – Atualmente a maneira mais utilizada na difusão da técnica da nutrição in ovo no Brasil são os estudos científicos desenvolvidos dentro de instituições de pesquisa e a publicação de seus resultados dentro de revistas científicas de circulação nacional e internacional. Recentemente, alguns congressos, conferências e seminários têm inserido em suas programações palestras sobre o tema, as quais buscam divulgar e disseminar a implantação desta metodologia como ferramenta para melhoria na produtividade avícola.

OP Rural – Qual é o custo desse processo para a cadeia produtiva?

CR – Por se tratar de uma técnica que ainda não está sendo aplicada comercialmente não existem estimativas do custo da implantação dessa tecnologia dentro da cadeia produtiva avícola. Mas uma vez implantada na rotina de produção seu custo diluirá ao longo do ciclo produtivo.

OP Rural – O que a senhora conclui?

CR – Embora seja uma técnica recente e esteja em desenvolvimento, há grande possibilidade de se tornar uma prática promissora para os próximos anos, proporcionando melhorias na eficiência da produtividade avícola. Os resultados expressivos desta técnica são dependentes da escolha correta dos nutrientes disponibilizados para o metabolismo do embrião.

É importante salientar que a injeção de nutrientes in ovo é uma maneira de fornecer aporte nutricional para o embrião utilizar no momento da eclosão e promover adaptação precoce do TGI e, que em hipótese alguma a suplementação de nutrientes in ovo visa substituir ou boas condições de incubação e o fornecimento da dieta exógena o mais rápido possível no momento pós-eclosão. Lembrando que os efeitos da alimentação in ovo podem ser potencializados quando o pintinho recém-eclodido tem acesso imediato a água e ração.

 

Mais informações você pode encontrar na edição de Aves de fevereiro/março de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Especialista aponta desafios e estratégias na nutrição para aumentar imunocompetência em frangos de corte

Estratégias de manejo alimentar, como a formulação de dietas balanceadas e enriquecidas de nutrientes específicos, uso de aditivos alimentares para promover a saúde intestinal, implementação de programas de vacinação e o monitoramento da qualidade da água de bebida são essenciais para fortalecer a imunocompetência em frangos de corte desde a fase inicial.

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Em tempos em que a produção avícola enfrenta desafios complexos, compreender como a nutrição afeta diretamente a capacidade imunológica das aves desde os estágios iniciais pode representar um diferencial significativo para os produtores. As implicações dessas descobertas não apenas podem otimizar os resultados de produção, mas também contribuir para o bem-estar e a saúde das aves, garantindo um setor avícola mais resiliente e sustentável. A imunocompetência nas fases iniciais e sua relação com a nutrição foi tratada pelo médico-veterinário e professor de Vacinologia Veterinária na Universidade Federal do Paraná, Breno Castello Branco Beirão, no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), evento realizado em meados de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Médico-veterinário e professor de Vacinologia Veterinária na Universidade Federal do Paraná, Breno Castello Branco Beirão: “A qualidade da dieta da matriz afeta a transferência imune pelo ovo, ou seja, há efeitos indiretos da qualidade da dieta da matriz sobre a progênie” – Foto: Divulgação

Durante sua palestra, o profissional tratou sobre os desafios nutricionais, estratégias de manejo alimentar e os impactos na saúde e desempenho das aves, destacando a importância vital dessa abordagem para uma produção avícola resiliente e sustentável. “Uma nutrição adequada desempenha um papel fundamental na saúde e no desempenho das aves de corte, especialmente durante as fases iniciais de crescimento. Além disso, a prevenção de doenças através do fortalecimento do sistema imunológico é essencial para garantir a produtividade e a rentabilidade da produção avícola”, afirmou o docente.

A imunocompetência nos estágios iniciais da vida é um fator determinante que afeta diretamente a saúde e a produtividade das aves de corte. Beirão explica que as aves não nascem com o sistema imunológico totalmente desenvolvido, sendo que ele amadurece gradualmente nos primeiros dias de vida em contato com o ambiente. “Esse período inicial é crítico, pois as aves são mais suscetíveis a invasões por patógenos, exigindo atenção especial dos produtores para garantir sua saúde e bem-estar”, aponta.

Além disso, Beirão diz que é fundamental compreender que se o sistema imunológico for comprometido durante essa fase, seu amadurecimento pode ser prejudicado, resultando em um estado imunológico imaturo, que persistirá ao longo da vida da ave.

Em relação aos nutrientes essenciais para promover a imunocompetência em pintinhos de corte e sua influência na resistência a doenças, Beirão destaca que todos são fundamentais, no entanto, alguns se destacam por sua importância, uma vez que apresentam um impacto significativo na resposta imunológica. “A constituição proteica da dieta é considerada o principal fator, sendo indispensável para o desenvolvimento da imunidade. Sem uma quantidade adequada de proteínas na dieta, a imunidade fica comprometida. Além disso, outros nutrientes desempenham papéis essenciais, como os micronutrientes, incluindo o zinco, e as vitaminas, entre as quais a vitamina A, fundamental para a saúde das mucosas, uma barreira importante contra patógenos”, esclarece.

Importância da dieta materna

O papel da dieta materna na imunocompetência dos pintinhos de corte durante a fase de incubação e eclosão é de extrema importância. A qualidade e composição da dieta da matriz afetam diretamente o desenvolvimento do sistema imunológico dos pintinhos antes mesmo de eles eclodirem. “Vitaminas, minerais e antioxidantes presentes na dieta da matriz são transferidos para os embriões através dos ovos e desempenham um papel fundamental na formação e maturação do sistema imunológico dos pintinhos. Além disso, a qualidade da dieta da matriz afeta a transferência imune pelo ovo, ou seja, há efeitos indiretos da qualidade da dieta da matriz sobre a progênie”, ressalta.

Efeitos de dietas desequilibradas

Dietas desequilibradas ou deficientes em nutrientes essenciais podem ter impactos significativos na saúde das aves, especialmente em termos de imunidade e saúde intestinal. Embora seja verdade que na avicultura comercial os programas de alimentação sejam geralmente bem formulados para atender às necessidades nutricionais das aves, ainda existem situações em que desequilíbrios momentâneos podem ocorrer, especialmente durante períodos de estresse ou desafios imunológicos. “Um sistema imunológico enfraquecido devido à deficiência nutricional pode resultar em uma resposta imune inadequada às infecções, tornando as aves mais propensas a ficarem doentes e a experimentarem taxas mais altas de mortalidade”, expõe o médico-veterinário.

Além disso, dietas deficientes também podem afetar negativamente a saúde intestinal das aves. O intestino é um órgão crucial para a absorção de nutrientes, e qualquer perturbação em sua função pode levar a distúrbios digestivos e redução na absorção de nutrientes. Beirão diz ainda que é essencial garantir que as aves recebam uma dieta equilibrada e adequada em todos os estágios de seu ciclo de vida. “Isso não apenas vai promover a saúde e o bem-estar das aves, mas também vai contribuir para a produtividade e a rentabilidade da produção avícola”, pontua.

Estratégias de manejo alimentar

Estratégias de manejo alimentar, como a formulação de dietas balanceadas e enriquecidas de nutrientes específicos, uso de aditivos alimentares para promover a saúde intestinal, implementação de programas de vacinação e o monitoramento da qualidade da água de bebida são essenciais para fortalecer a imunocompetência em frangos de corte desde a fase inicial.

Os probióticos, por exemplo, são microrganismos benéficos que podem ajudar a restaurar e manter o equilíbrio da microbiota intestinal, contribuindo para uma melhor saúde digestiva e imunológica. Os prebióticos, por sua vez, são substâncias que estimulam o crescimento e a atividade desses probióticos no trato gastrointestinal, promovendo um ambiente intestinal saudável. Ácidos orgânicos e antioxidantes também podem desempenhar papéis importantes na redução da carga bacteriana patogênica e na proteção das células contra danos oxidativos, respectivamente, contribuindo para uma melhor saúde geral das aves.

Além disso, é essencial monitorar e garantir a qualidade da água de bebida fornecida às aves. “A água desempenha funções essenciais na fisiologia das aves e pode afetar diretamente a digestão e a absorção de nutrientes. Água contaminada ou de má qualidade pode comprometer a saúde das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças e prejudicando a eficácia da nutrição fornecida através da dieta”, reforça Beirão.

Desafios nutricionais

Os desafios nutricionais enfrentados durante a fase inicial de crescimento das aves de corte são diversos e podem ter impactos significativos na imunocompetência e no desempenho geral das aves. “Um dos principais desafios é garantir que as aves recebam uma dieta balanceada e de alta qualidade desde o início. Isso envolve fornecer os nutrientes essenciais necessários para um crescimento saudável, bem como evitar deficiências ou excessos que possam comprometer a saúde das aves”, salienta o especialista.

Além disso, garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais é fundamental para promover a imunocompetência das aves. “Deficiências de nutrientes importantes, como vitaminas, minerais e aminoácidos, podem enfraquecer o sistema imunológico das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças e infecções”, menciona o profissional.

Segundo Beirão, outro desafio nutricional importante é lidar com fatores ambientais que podem afetar a ingestão de alimentos e a absorção de nutrientes pelas aves. “Mudanças na temperatura ambiente, estresse térmico, qualidade do ar e outros fatores ambientais podem influenciar o comportamento alimentar das aves e sua capacidade de absorver nutrientes adequadamente”, afirma o médico-veterinário.

Esses desafios nutricionais não apenas representam obstáculos para o crescimento e o desenvolvimento saudável das aves, mas também têm um impacto direto na imunocompetência das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças e comprometendo seu desempenho geral. “É essencial adotar estratégias de manejo alimentar eficazes para enfrentar esses desafios e garantir a saúde e o bem-estar das aves desde as fases iniciais de crescimento. Isso inclui a formulação cuidadosa de dietas balanceadas, o uso estratégico de suplementos nutricionais, o monitoramento regular da saúde das aves e a implementação de medidas para mitigar os efeitos adversos de fatores ambientais sobre a ingestão de alimentos e a absorção de nutrientes”, evidencia.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Resultados uniformes e consistentes para uma maior eficiência econômica em granjas avícolas

A eficiência alimentar é o principal indicador de performance técnica na produção de aves e suínos. Com os preços da carne e ovos em alta, mas nem sempre compensando os aumentos dos custos com a alimentação, a taxa de conversão alimentar se torna o primeiro indicador a ser melhorado.

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A grande pressão nos preços tem forçado todas as organizações a melhorarem sua eficiência econômica de uma maneira profunda. O mundo da produção animal não está imune a essa limitação, muito pelo contrário. Tanto para a produção de carne de frango, ovos ou carne suína, os custos com a alimentação representam mais de 50% dos custos de produção no campo. Este é o motivo pelo qual é essencial focar na eficiência alimentar.

Porém, na cadeia alimentar, o campo não é a única parte envolvida. Empresas de produção e abatedouros têm suas próprias dificuldades. Ainda que, atualmente, o foco principal seja em custos com energia e mão de obra, estas empresas também têm que gerenciar as oscilações na produção. Na verdade, o número e o peso dos animais no frigorífico nunca alcançam o que foi planejado na logística. Por outro lado, a mortalidade e as variações de manejo na performance de crescimento são fontes de divergências que penalizam os frigoríficos e toda a cadeia de produção.

Hoje, é possível melhorar a situação através de ações em ambas:

A resiliência da economia das propriedades através da eficiência alimentar.
A eficiência econômica através da uniformidade na produção.
A eficiência alimentar para a sustentabilidade econômica das granjas

A eficiência alimentar é o principal indicador de performance técnica na produção de aves e suínos. Com os preços da carne e ovos em alta, mas nem sempre compensando os aumentos dos custos com a alimentação, a taxa de conversão alimentar se torna o primeiro indicador a ser melhorado.

Algumas soluções técnicas com o objetivo de baixar o custo de alimentação rapidamente se mostram limitadas. A performance, ou pelo menos a taxa de consumo de ração, devem ser mantidas para continuar tirando o máximo de proveito dos altos preços da venda dos produtos. Portanto, cada vez que um novo ingrediente é adicionado ou as margens de segurança para exigências nutricionais são reduzidas, uma medida para proteger os resultados deve ser implementada. Aditivos nutricionais à base de óleos essenciais e formulados para performance têm seu papel nessa estratégia, e com baixo investimento.

Uma outra abordagem é a melhoria na produtividade da carne e ovos. Nessa situação, o alvo é reduzir a taxa de conversão alimentar para baixar os custos com a alimentação e/ou produzir mais pelo mesmo preço. Novamente, aditivos formulados com óleos essenciais são relevantes pelo seu investimento acessível e retorno elevado (Figura 1). Este exemplo de resultado consistente foi demonstrado por uma pesquisa através de uma meta-análise baseada em 25 experimentos conduzidos em granjas comerciais de sete países diferentes.

Figura 1 – Aumento na taxa de crescimento e eficiência alimentar de frangos de corte consumindo um blend de extrato de plantas. Blend de extrato de plantas = Dieta Controle + 100 ppm de extrato de plantas.

 

Por fim, o sucesso da operação atualmente reside na uniformidade dos resultados obtidos apesar da diferença entre as granjas. A combinação certa de ativos na dosagem correta se torna uma solução que proporciona resultados uniformes e consistentes em uma variedade de ambientes. Quanto mais completa e sinérgica é a composição, mais efetivo é o produto (Figura 2). Isto foi muito bem descrito em uma meta-análise baseada em artigos publicados sobre a resposta do carvacrol na performance de frangos de corte.

Figura 2 – Associação sinérgica de carvacrol e especiarias potencializam os benefícios e o uso em frangos de corte.

Uniformidade para simplificar o planejamento da produção e melhorar a eficiência econômica

Na dinâmica de organização da produção, a chave para alcançar eficiência econômica reside em um planejamento estruturado: é essencial alinhar o envio de animais para abate que correspondam em número e qualidade às demandas diárias dos frigoríficos. No entanto, a criação de frangos representa um desafio considerável para a exatidão de um planejamento matemático.

O produto capaz de fazer animais de diferentes propriedades atingirem o mesmo peso no mesmo dia ainda não está disponível. Entretanto, aves alimentadas com um blend de extratos sinérgico apresentam um ganho de peso maior e mais uniforme. As divergências de performance observadas entre um lote e outro são de fato menores, assim como as diferenças de planejamento. Simplesmente, reduzindo os atrasos em diferentes propriedades fica fácil ganhar um dia efetivo de produção que, dependendo da situação, pode ser aproveitado para um vazio sanitário mais seguro ou um aumento na produção geral: ganhar um dia de produção por ciclo equivale a um acréscimo de 2% na produção anual.

Esta é a razão pela qual uma linha de agentes naturais à base de extratos de plantas e especiarias é utilizada para aprimorar a eficiência alimentar e reforçar a uniformidade na produção, contribuindo assim para melhorias contínuas na produtividade geral:

  • Lotes mais lucrativos para os produtores: redução de conversão alimentar.
  • Lotes mais homogêneos no frigorífico: diminuição de penalizações aos produtores, melhor performance ao abate.
  • Resultados mais consistentes entre um lote e outro: otimizando o planejamento de produção.

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Fonte: Por Jean-François Gabarrou, gerente Científico Animal Care da Phodé
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Avicultura

Nutrição responde por 60% das emissões de CO₂eq da avicultura

É essencial adotar estratégias que visem reduzir as emissões na produção de ração, como o uso de ingredientes alternativos de baixo impacto ambiental, a otimização da eficiência nutricional e a implementação de tecnologias mais sustentáveis no processo de produção de alimentos para os animais.

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A busca por uma produção animal mais sustentável é uma prioridade global, impulsionada pela necessidade incessante de aumentar a eficiência produtiva ao mesmo tempo em que se reduz o impacto ambiental. Nesse cenário desafiador, o Brasil, reconhecido mundialmente pela sua potência agropecuária, enfrenta uma competição acirrada por inovações e soluções que possam elevar seus padrões de produção animal.

Para discutir esses desafios e as oportunidades que se avizinham, o presidente da Associação Latino-Americana de Nutrição Animal (Feedlatina), Roberto Ignacio Betancourt, autoridade reconhecida internacionalmente no campo da nutrição animal e da agricultura sustentável, participou do 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que aconteceu entre os dias 09 e 11 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), trazendo à tona questões como a pressão para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a necessidade de minimizar o desperdício de recursos naturais e o fomento à promoção de práticas agrícolas mais éticas e socialmente responsáveis. “É muito importante estarmos cientes que para crescermos temos que olhar o mercado global de proteína animal, pois o nosso consumo local já é elevado e a população brasileira cresce pouco. É preciso entender que o mercado global está mudando e agora não adianta apenas ter preço e qualidade. Estamos entrando numa nova era, na qual a sustentabilidade e as emissões de carbono podem fechar ou abrir mercados, ou mesmo até impor penalidades”, expõe Betancourt, que também atua como diretor do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e representa o Brasil na Federação Internacional da Indústria de Alimentos para Animais.

Presidente da Feedlatina, diretor da Fiesp e representante do Brasil na Federação Internacional da Indústria de Alimentos para Animais, Roberto Ignacio Betancourt: “Apesar das dificuldades, a indústria avícola brasileira vem avançando, conseguindo aliar melhorias ambientais à eficiência econômica” – Divulgação/Feedlatina

Conforme o especialista, a recuperação de pastagens aliada às tecnologias e ganhos de eficiência trazidas pela nutrição animal deverão dar importantes contribuições para uma transformação na produção pecuária no Brasil nos próximos anos, com ganhos em termos de precocidade, lotação e qualidade da carne produzida no país. “O setor já experimenta uma mudança acelerada, impulsionado pelos avanços na geração de energia limpa, melhoramento genético, nutrição de precisão, conhecimento e manipulação da microbiota gastrointestinal, mas é preciso que a tecnologia chegue a todos, inclusive nos pequenos produtores, para que tenhamos um cenário que possa ser considerado de mudança estrutural nos indicadores de produção e produtividade. Os benefícios ambientais serão imensos e teremos o desafio de quantificá-los, incorporando o carbono sequestrado pelas boas práticas de produção na análise de ciclo de vida da carne”, anseia.

De acordo com o palestrante, entre os principais desafios que o Brasil enfrenta na busca por uma produção animal mais sustentável, em comparação com outros países, está a urgência de desvincular o desmatamento ilegal na Amazônia da produção animal. “Somos muito fiscalizados por termos a maior e mais preservada floresta tropical do planeta, o que nos torna alvos de muitas organizações ambientalistas, principalmente das ONGs que atuam na Amazônia, o que acaba influenciando a opinião pública global”, menciona.

À medida que o mundo avalia a sustentabilidade em métricas ligadas à análise do ciclo de vida, Betancourt observa que os números brasileiros são excelentes. No entanto, quando acrescidos das emissões resultantes da mudança no uso da terra ou desmatamento, o país acaba se tornando menos sustentável pela métrica de emissões de CO2 equivalente (CO₂eq). “Combater o desmatamento ilegal é de total interesse do setor produtivo, bem como dissociá-lo da produção formal de carne”, ressalta.

Pressão ambiental x bem-estar animal

Em relação a como a pressão ambiental e as preocupações com o bem-estar animal estão influenciando as práticas de produção da avicultura de corte no Brasil, o presidente da Feedlatina ressalta que o país faz um excelente trabalho na área de bem-estar animal, com o apoio de diversas entidades, institutos de pesquisa, empresas, cooperativas, produtores, governo e academia. “Esse esforço coletivo se reflete em um excelente desempenho na produtividade e sanidade dos animais, o que tem conquistado a confiança da opinião pública e dos consumidores, além de diminuir atritos”, salienta. Contudo, o profissional ressalta que é um trabalho contínuo, que demanda constante atenção e aprimoramento. “É preciso ter clareza de que essa é uma ação permanente, que envolve diálogo com o governo, parlamentares, mas também a necessidade de esclarecimentos junto à opinião pública em geral e aos consumidores em especial. Isso tudo à luz dos melhores indicadores que a academia e os institutos vêm produzindo nesta área. O desafio é grande, mas estamos provavelmente mais preparados para essa agenda do que os nossos concorrentes internacionais”, salienta.

Atualmente, a mesma pressão nacional e global que influencia o bem-estar animal está alcançando as questões ambientais. Enquanto o bem-estar animal está mais restrito a ações dentro das granjas, transporte e frigoríficos, a questão ambiental abrange toda a cadeia de produção, desde o produtor de grãos e matérias-primas para a produção de ração, passando pelo transporte, armazenagem, fontes de energia, impactos climáticos, condições das granjas, tratamento de dejetos, transporte, embalagens, entre outros aspectos. Ou seja, do campo à mesa, toda a cadeia produtiva está envolvida. “Talvez seja por isso que o desafio ambiental é ainda mais complexo, exigindo uma abordagem integrada e holística para lidar com as questões de sustentabilidade em toda a cadeia de produção”, argumenta, enfatizando: “A busca por práticas mais sustentáveis na avicultura de corte no Brasil demanda um esforço conjunto de todos os elos da cadeia, desde os produtores rurais até os consumidores finais, visando promover um sistema de produção mais equilibrado e responsável com o meio ambiente”.

60% das emissões

Betancourt evidencia que o setor mais crítico na avicultura de corte para as emissões de CO₂eq é a nutrição animal, que contribui com aproximadamente 60% das emissões. “Por isso dependemos da sustentabilidade de nossa agricultura para mitigar esses impactos. O frango recebe as emissões das rações no conceito de ciclo de vida.  É essencial adotar estratégias que visem reduzir as emissões na produção de ração, como o uso de ingredientes alternativos de baixo impacto ambiental, a otimização da eficiência nutricional e a implementação de tecnologias mais sustentáveis no processo de produção de alimentos para os animais”, pontua.

Legislação

Apesar do Brasil possuir uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, com instrumentos como o CAR, Código Florestal e regulamento de resíduos, além de uma matriz energética extremamente limpa, Betancourt aponta que o impacto na avicultura brasileira ainda não é totalmente positivo devido à dificuldade em transformar essas regulamentações em métricas ambientais favoráveis ao setor. “Isso se deve, principalmente, à ineficiência e a baixa participação do Brasil nas esferas globais responsáveis por estabelecer as regras desse jogo. O mundo não vai valorizar as nossas reservas florestais espontaneamente, vamos ter que brigar para colocar todo o nosso trabalho ambiental nos números globalmente aceitos”, afirma o diretor da Fiesp.

Obstáculos

O especialista reforça que a sustentabilidade caminha lado a lado com a eficiência e se traduz em ganhos de produtividade e rentabilidade, gerando benefícios para a sociedade em geral. No entanto, o principal

desafio reside na falta de conhecimento e, portanto, de valorização deste trabalho por parte do consumidor. “A regulação internacional é feita de forma a atender aos interesses locais dos grandes reguladores. O caso mais clássico é o da União Europeia, que se propõe ao papel de ‘reguladores do mundo’, mas com o discurso de elevar o patamar da sustentabilidade, impõem regras que, em grande parte dos casos, somente as tecnologias de dentro do bloco podem atender, traduzindo-se em barreiras ao comércio internacional”, frisa.

Enfático, Betancourt afirma que o principal desafio socioeconômico enfrentado pela indústria avícola do Brasil, em relação à sustentabilidade, é financeiro. “Enquanto países mais ricos, como os Estados Unidos e a Europa, podem contar com financiamento público para promover a transição ambiental, com subsídios e linhas de crédito acessíveis, o Brasil não tem situação fiscal favorável para fomentar, via financiamento público, todas as ações necessárias de transição ambiental para reduzir as emissões, uma vez que também há competição por recursos com áreas estratégicas, como saúde e educação”, analisa o especialista, acrescentando.
“O nosso desafio é estruturar mecanismos mais sofisticados de financiamento, mas, em grande parte, devem ser utilizados recursos próprios de empresas e produtores, o que pode limitar a amplitude das ações. É por isso que em conferências climáticas, países em desenvolvimento demandam a efetivação dos compromissos dos países mais ricos para fomentar a transição. O financiamento prometido pelas nações mais ricas para auxiliar nessa transição. Apesar das dificuldades, a indústria avícola brasileira vem avançando, conseguindo aliar melhorias ambientais à eficiência econômica”, garante.

Gestão de resíduos

Quanto às práticas de gestão de resíduos na produção avícola brasileira, Betancourt destaca que o setor vem evoluindo de forma significativa, com o apoio da Embrapa e outras instituições. De acordo com ele, há um histórico de sucesso na utilização de subprodutos, biodigestores, produção de biogás, biofertilizantes e na redução de resíduos. “As empresas integradoras e cooperativas agropecuárias têm desempenhado um papel fundamental na replicação dessas soluções em larga escala. Há muitos exemplos de utilização de cama de frango como substrato para a produção de biogás”, exalta, emendando: “Esses modelos de sucesso demonstram que é possível implementar práticas de gestão de resíduos mais sustentáveis na produção avícola brasileira, contribuindo não apenas para a redução do impacto ambiental, mas também para a eficiência operacional e econômica do setor”.

Sistemas de produção “mais sustentáveis”

Betancourt afirma que o principal obstáculo para a adoção de sistemas de produção mais sustentáveis, como a produção orgânica ou de aves criadas ao ar livre, na avicultura de corte brasileira é o mercado. “À medida que os custos de produção aumentam, é necessário encontrar quem esteja disposto a pagar mais para que a produção seja viável”, sintetiza.

O especialista reforça que é importante não confundir essas alternativas de criação com sustentabilidade, já que muitas vezes podem resultar em um aumento das emissões de CO2 por kg de carne produzida. “O Brasil tem a capacidade de atender a todos os anseios dos consumidores”, afirma.

Outro fator a ser considerado, observado na Europa, foi o aumento do risco de transmissão de doenças, como a Influenza aviária, para aves criadas ao ar livre. “A sanidade do plantel é um aspecto de extrema importância para a sustentabilidade do setor como um todo. Enfrentar esse desafio exige uma abordagem equilibrada, considerando não apenas os aspectos ambientais, mas também os econômicos e de saúde pública”, elenca.

União do setor

Nesta nova era de sustentabilidade, o especialista ressalta a importância da união de todos os elos da cadeia. “Ninguém será capaz de resolver todos os desafios sozinho. Para continuar crescendo no exterior, a avicultura brasileira precisa estar alinhada com a agricultura, nutrição e saúde animal, governo, logística, fontes de energia, indústria de equipamentos, educação das pessoas, centros de pesquisa, organizações trabalhistas e entidades locais e internacionais”, ressalta. “O setor que tem entidades fortes, competentes e atuantes como a ABPA, Sindirações, Sindan, leva muita vantagem. A recente presidência do Ricardo Santin no Conselho Internacional de Aves é motivo de orgulho para todos nós e mostra que estamos no caminho certo”, complementa.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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