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Nutrição de precisão para a saúde animal

Conceito da Nutrição de Precisão pode, e deve, ser implementada em qualquer tamanho e modelo de fazenda, trazendo benefícios a todos os elos da cadeia produtiva leiteira

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 Artigo escrito por Nelson Ferreira Jr., zootecnista e gerente de Negócios Ruminantes AB Vista

A nutrição animal sempre foi uma área fascinante e obviamente eu, como zootecnista, sou suspeito para falar, mais ainda por trabalhar com ruminantes, onde temos que alimentar as bactérias ruminais para que mantenham a harmonia entre os trilhões de “habitantes” do rúmen para extrair o máximo do alimento e maximizar a performance zootécnica e lucratividade da atividade.

Apesar de não ter evoluído na mesma velocidade da nutrição de monogástricos, a nutrição de vacas leiteiras se modernizou bastante e a seguir vamos detalhar algumas das principais etapas.

Nutrição para performance

Talvez seja o conceito mais difundido e uma das primeiras preocupações dos antigos nutricionistas, que tinham o objetivo maior de aumentar a produção de leite. Objetivo este fácil de atingir, teoricamente, se o tripé genética, alimentação e ambiência permitirem.

Conseguimos fazer as vacas leiteiras produzir muito leite, sendo o recorde mundial de produção de uma vaca que produziu em 24 horas, 127kg de leite, ou falando em rebanhos, animais com lactação de mais de 30.000kg por lactação.

Mas junto com o leite, vieram os desafios de longevidade e/ou saúde em geral. Chegamos ao extremo de descartar vacas antes dela atingir seu máximo produtivo, como por exemplo os rebanhos de altíssima produção na Califórnia- EUA que tinham, em média, vida útil de menos de 2 lactações/vaca.

Nutrição para longevidade

Totalmente ao contrário do visto na Califórnia, abaixo o gráfico mostra a vida útil dos rebanhos da Holanda, com uma média de 5,8 lactações. Comparando-se países e fazendas com os extremos em longevidades, passou-se a pensar tanto no uso de genética quanto da nutrição para atingir-se vacas mais longevas, pois assim temos tempo de diluir o custo de recria da bezerra e novilha leiteira em algumas lactações. Passou-se então a “forçar” menos a vaca para focar em saúde.

No Brasil, onde temos grandes desafios devido ao calor, começamos a estudar conceitos e produtos que minimizassem os efeitos do estresse térmico para que as vacas sentissem menos os efeitos do calor, minimizando a queda na produção de leite e principalmente, mantendo a saúde. Dentre os principais conceitos, podemos citar o uso de balanço eletrolítico, leveduras e betaínas.

Nutrição e reprodução

Com vacas já produtivas e longevas, uma parte das pesquisas se voltou para os efeitos da Nutrição na Reprodução, já que se as vacas forem produtivas, mas não emprenharem, não temos um novo parto e, consequentemente, não teremos produção de leite.

A nutrição tem importante impacto sobre o desempenho reprodutivo dos bovinos. A energia é o principal nutriente de que os bovinos adultos necessitam e a ingestão inadequada de energia tem impacto prejudicial sobre a atividade reprodutiva das fêmeas. As vacas em balanço energético negativo têm longos períodos de anestro, que é ampliado pela perda de condição corporal durante o período pós-parto inicial. A retomada dos ciclos ovulatórios está associada ao balanço energético, mas o grande desafio é fornecer o nível energético ideal para que a vaca não emagreça, sem que ela tenha uma ingestão muito alta de amido, que tem efeitos maléficos na reprodução. Pode parecer um contrassenso, mas essa é a biologia!

Além da energia, outro nutriente bastante impactante na reprodução é a proteína, ou mais especificamente, o nitrogênio ureíco circulante. Ao mesmo tempo que dietas com baixa proteína limitam o crescimento de proteína microbiana, altos níveis de proteína da dieta podem levar a aumentos nas concentrações de amônia e ureia no leite e no sangue, que são usadas como marcadores de fertilidade reduzida.

Nutrição de precisão

O grupo de trabalho em Manejo da Nutrição de Precisão da Universidade de NY – EUA, define Nutrição de Precisão como “o contínuo processo de promover um adequados, mas não excessivos, nutrientes ao animal, obtendo a maioria dos nutrientes de alimentos ‘cultivados em casa’ através da integração do manejo de forragens e da alimentação para o propósito de se manter a sustentabilidade ambiental e econômica do sistema”.

Nos últimos anos o termo Nutrição de Precisão foi criado e tem sido cada vez mais utilizado visando a melhor saúde animal com uma melhor rentabilidade. A visão holística da nutrição de precisão permite maximizar a performance animal, mesmo assim preocupar-se com a emissão controlada de nutrientes (principalmente Nitrogênio, Fósforo, que já são controlados em alguns países) e gases (metano e dióxido de carbono).

A Univ. de Cornell implementou a Nutrição de Precisão em 2 rebanhos grandes e de alta produção (11500kg/vaca/ano) de NY, controlando  praticamente todos os itens que envolvessem a dieta, deste o manejo de solos e rotação de culturas, manejo alimentar, qualidade de água e dados econômicos, sendo os principais resultados: redução considerável de N (34%), amônia (50%) e fósforo. O retorno sobre custo alimentar aumentou e a lucratividade em geral da fazenda Itambé.

Já a Univ. de Dellaware – EUA implementou o conceito em 9 fazendas de 60 a 300 vacas produzindo entre 12 e 39 litros/vaca/dia, recebendo as mais variadas dietas e os principais resultados foram: diminuição do uso e da excreção de P, diminuição da proteína bruta da dieta em 1,8%, diminuição de 15% de excreção de N e aumento da lucratividade em 146 dólares/vaca/ano.

Estes dois exemplos nos mostram que o conceito da Nutrição de Precisão pode, e deve, ser implementada em qualquer tamanho e modelo de fazenda, trazendo benefícios a todos os elos da cadeia produtiva leiteira: solo, água, animais e proprietários.

Baseado em todas as “extensões” da nutrição que foram mostradas acima, cada vez mais a nutrição de ruminantes e de vacas leiteiras está se aprofundando nos detalhes para que o produtor produza um leite de alta qualidade, lucrativo, ambientalmente responsável e com animais saudáveis e longevos. Por isso, sempre consulte um nutricionista e use produtos de sua confiança para ser eficiente.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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