Notícias Editorial
Nutrição de precisão mantém Brasil na liderança da produção de proteínas animais
Investimento em ciência e tecnologia dentro das granjas aumenta produtividade, sustentabilidade e qualidade, consolidando o país como potência global no setor.

O Brasil consolidou-se como uma das maiores potências mundiais na produção e exportação de proteínas animais. Aves, suínos, bovinos e peixes formam um setor que, mais do que alimentar o mundo, sustenta boa parte do superávit comercial do país. Mas, por trás dos números que impressionam, há um fator menos visível e decisivo para manter essa posição de destaque: a qualidade técnica que começa na nutrição.
Em um mercado global cada vez mais competitivo, os ganhos de produtividade já não dependem apenas de genética ou escala. O diferencial está no uso inteligente da ciência e na aplicação precisa de tecnologia dentro da porteira. É nesse ponto que a nutrição assume papel central, unindo eficiência produtiva, sustentabilidade e saúde animal.

Editorial escrito por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe de O Presente Rural – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
A chamada nutrição de precisão permite formular dietas ajustadas ao potencial genético, às condições de cada granja e ao ambiente. Isso reduz perdas, melhora conversão alimentar e fortalece a imunidade dos plantéis. Trata-se de um investimento que gera retorno direto: menos custos sanitários, mais estabilidade produtiva e um produto final de maior qualidade para os mercados interno e externo.
A competitividade do Brasil também está ligada à capacidade de transformar ciência em resultado. Cooperativas e empresas vêm investindo em fábricas modernas, centros de pesquisa e programas de capacitação técnica. Esse movimento mantém o país à frente de concorrentes internacionais, mesmo em cenários de câmbio desfavorável ou custos elevados de grãos.
O crescimento das exportações de carne suína, a recuperação da bovinocultura e a expansão da aquicultura reforçam que a eficiência produtiva é o motor do avanço econômico. E essa eficiência, cada vez mais, nasce no cocho.
Em um mundo que discute segurança alimentar, rastreabilidade e redução de impactos ambientais, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como fornecedor de proteína sustentável e tecnicamente sólida.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Notícias
Volume de aves e suínos produzidos com energia solar pela BRF ultrapassa 60%
Resultado reflete os esforços para integrar produtores à agenda de sustentabilidade da companhia.

Entre 2023 e 2024, o volume de aves e suínos produzidos com energia solar pelos produtores integrados da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo e dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, passou de 49% para 66%. O crescimento reflete os esforços da companhia para engajar seus parceiros na sua agenda de sustentabilidade.
Considerando apenas a produção de frangos, o índice subiu de 58% para 68%. Na produção de perus, o salto foi de 64% para 73%. Já na suinocultura, o avanço foi ainda mais expressivo: de 28% em 2023 para 51% em 2024.
Ao todo, cerca de quatro mil produtores integrados, distribuídos por sete estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e na Turquia, já aderiram à energia renovável em suas propriedades. O volume gerado tem capacidade para abastecer uma cidade com aproximadamente 230 mil habitantes.
A adoção crescente da energia solar entre os integrados da BRF é resultado de uma estratégia estruturada para promover a transição para uma agropecuária de baixo carbono. Um dos principais instrumentos é o convênio com o Banco do Brasil, que oferece R$ 200 milhões em crédito com taxas reduzidas para financiamento de sistemas de energia solar. Além da vantagem ambiental, a migração tem gerado benefícios econômicos significativos, com uma economia média de 95% no custo de energia elétrica.
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Em 2025, a BRF teve suas metas de descarbonização validadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), tornando-se a primeira empresa do setor de alimentos no Brasil a ter metas aprovadas com base na nova metodologia FLAG, sigla em inglês para florestas, uso da terra e agricultura.
O compromisso da companhia é reduzir, até 2032, 51% das emissões diretas (escopos 1 e 2), que incluem fábricas, centros de distribuição e consumo de energia nas operações próprias, além de cortar em 35,7% as emissões indiretas (escopo 3), que representam cerca de 98% do total e abrangem toda a cadeia de valor.
“Para uma companhia com a dimensão da BRF, a redução das emissões não é um movimento isolado, mas uma jornada que envolve toda a cadeia. O protagonismo dos produtores integrados na adoção de energia solar mostra que é possível conciliar sustentabilidade com ganhos reais no campo”, finaliza Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da BRF.
A versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.
Notícias
Paraná lança programa Patrulheiros da Sustentabilidade para modernizar estradas rurais e preservar o meio ambiente
Iniciativa capacitará 3 mil operadores de máquinas agrícolas, integrando tecnologia, eficiência logística e práticas ambientais em 397 municípios do Estado.

O Governo do Paraná lançou nesta segunda-feira (01º), no Teatro Guaíra, em Curitiba, o programa Patrulheiros da Sustentabilidade, uma nova estratégia para modernizar a infraestrutura rural do Estado e fortalecer a relação entre produção agrícola e preservação ambiental. A iniciativa foi apresentada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e representa mais um passo na construção de um modelo de desenvolvimento pelo qual a agricultura paranaense cresce de forma sustentável, inovadora e conectada à proteção dos recursos naturais.
O Patrulheiros da Sustentabilidade vai capacitar 3 mil operadores de maquinário da linha amarela, como motoniveladoras, tratores, pás carregadeiras, escavadeiras e rolos compactadores. Com um investimento de R$ 7,5 milhões, o objetivo é melhorar a trafegabilidade, diminuir o assoreamento de rios, aumentar a proteção do solo, formar mão de obra técnica e fortalecer a competitividade agrícola.

O programa integra o Estrada Boa, iniciativa estruturante do Governo do Estado que prevê mais de R$ 5 bilhões em investimentos para melhorar a trafegabilidade rural e ampliar a frota de maquinário dos municípios.
Paraná lança programa Patrulheiros da Sustentabilidade para modernizar estradas rurais e preservar o meio ambienteO governador Ratinho Junior destacou a importância do programa dentro da estratégia estadual de infraestrutura rural. “É uma alegria reunir profissionais de todas as cidades do Estado para esse grande programa. Estamos investindo mais de R$ 2 bilhões para pavimentar estradas rurais e transformar aquelas vias de chão batido em estradas asfaltadas. Isso melhora a logística do agricultor, da bacia leiteira, do frango, dos ovos, e traz muito mais eficiência para o transporte da produção”, afirmou.
Ele também lembrou que o Estado modernizou o parque de máquinas das prefeituras. “O Paraná fez a maior compra de maquinários da América do Sul, com mais de dois bilhões em novas máquinas. São retroescavadeiras, pás carregadeiras, motoniveladoras, caminhões e equipamentos modernos que dão às prefeituras condições de atender melhor a zona rural. Agora, com os Patrulheiros da Sustentabilidade e esse maquinário tecnológico, queremos adequar estradas de forma ambientalmente correta, com muito cuidado”, enfatizou.
Para o governador, o enfoque ambiental é decisivo. “O Patrulheiro da Sustentabilidade vai ajudar a fazer bons projetos e cuidar do meio ambiente. O Paraná foi quatro vezes seguidas o estado mais sustentável do Brasil e queremos continuar assim, unindo logística eficiente com responsabilidade ambiental”, salientou.
Como funciona
Os cursos vão qualificar profissionais para atuar de maneira técnica e sustentável na manutenção das vias e na conservação de solo e água, atendendo 397 municípios e oito consórcios intermunicipais beneficiados com esses equipamentos. A formação, com 80 horas de duração, será ministrada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e integra uma ação conjunta do Sistema Estadual da Agricultura, Fundação Araucária, Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Fadec-UEM.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, destacou que o programa é único no País. “O Estrada Boa tem três eixos: melhorias nas estradas rurais, pavimentação de mais de três mil quilômetros e, agora, o Patrulheiros da Sustentabilidade. Muitos estados compram máquinas e repassam aos municípios, mas treinar, capacitar e organizar a figura mais importante do processo, que é o operador, só o Paraná faz”, detalhou. “É um grande programa, com aula inaugural hoje e mais de dois mil operadores começando esse curso robusto, que vai muito além da estrada. Eles também vão atuar em propriedades rurais, em terraplanagem, confinamento, piscicultura e tudo isso preservando o meio ambiente”, afirmou.

Além da capacitação, os operadores receberão uniformes e equipamentos de proteção individuais padronizados, como calça de brim, jaqueta impermeável, chapéu, colete refletivo, óculos, luvas e botas de segurança, reforçando a profissionalização e a segurança durante o trabalho.
O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, explicou o papel das universidades na iniciativa. “O Estado está fazendo um investimento importante na compra dos equipamentos, mas para garantir sustentabilidade ambiental é preciso qualificar quem opera essas máquinas. As universidades têm plenas condições de fazer essa formação. A UEM lidera todo o processo pedagógico, concepção do curso e coordenação, e mais sete universidades estaduais participam da execução. Junto com o IDR, vamos formar operadores que compreendam conceitos de sustentabilidade, meio ambiente e o uso correto dos equipamentos”, explicou.
Personagens do Paraná
Leandro Vanalli, reitor da UEM, reforçou que a universidade será responsável por difundir conhecimento técnico de alto nível. “A UEM entra com a parte acadêmica e científica. Um grupo de pesquisadores e técnicos vai formar multiplicadores que irão atuar nos municípios ao longo de dois anos. O curso aborda manejo de solos, proteção de minas, construção e manutenção de estradas rurais, operação eficiente das máquinas, economia de combustível e redução de desgaste. É um curso completo, que transforma os profissionais em verdadeiros patrulheiros, heróis da sustentabilidade”, pontuou.
Entre os novos Patrulheiros da Sustentabilidade, o operador de motoniveladora, Fabiano Souza, de 45 anos, morador de Goioerê, falou sobre a expectativa em relação ao projeto. “Sempre trabalhei descartando material no lugar correto e participando de cursos. É um sonho desde garoto e fico feliz de fazer parte desse projeto. Há alguns anos não havia essa preocupação ambiental e hoje isso mudou. É o futuro dos nossos filhos. Me sinto fazendo parte disso com apoio do governador e do secretário para deixar um mundo melhor”, celebrou.
Edital aberto
Paralelamente ao lançamento, a Fadec-UEM publicou um novo edital para seleção de bolsistas que atuarão como multiplicadores do programa. A bolsa mensal passou de R$ 1.500 para R$ 2.500, com período de atuação de cinco meses, e as inscrições foram prorrogadas até 8 de dezembro.
Ao todo, são 161 vagas distribuídas em 23 municípios, com atuação regional em ações como mapeamento de estradas e nascentes, capacitação de equipes locais, apoio técnico às prefeituras e difusão de boas práticas ambientais. O resultado final será divulgado em 15 de dezembro. Podem participar profissionais com formação em áreas como Agronomia, Ciências Ambientais, Engenharia, Geografia, Sustentabilidade e Economia, com carga horária de 30 horas semanais.
O projeto também prevê a recuperação de 23 nascentes, a criação de uma plataforma digital para monitoramento territorial, certificações, desenvolvimento de materiais didáticos e capacitação de mais de 2.700 profissionais envolvidos na rotina de manutenção rural. As ações serão executadas em parceria com os núcleos regionais do IDR-Paraná, garantindo que o conhecimento técnico gerado pela universidade chegue ao campo de maneira direta e contínua.
Informações completas sobre o edital estão disponíveis no site da Fadec, e detalhes sobre o programa podem ser consultados em patrulheiros.uem.br. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail patrulheiros@uem.br.
Notícias
Faesc e Angus alinham nova fase de parceria para elevar qualidade da carne em Santa Catarina
Encontro reforça cooperação que já distribuiu 15 mil doses de genética Angus e projeta avanços na produtividade e no padrão da pecuária catarinense.

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, recebeu no fim de novembro na sede da entidade, em Florianópolis (SC), o empresário rural e membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, Nelson Serpa, e o pecuarista Raimundo Colombo. O encontro teve como propósito reforçar e alinhar a parceria já existente entre as instituições, além de avaliar os resultados alcançados até o momento e planejar novas ações conjuntas para os próximos anos.
A colaboração entre as entidades já apresenta resultados expressivos por meio do Projeto de Difusão de Genética Superior para Eficiência Alimentar, que possibilitou a entrega de 15 mil doses de sêmen Angus a produtores catarinenses que fazem parte da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faesc/Senar. O objetivo é ampliar o acesso à genética de alto desempenho, especialmente entre pequenos e médios produtores, fortalecendo a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade das propriedades rurais.
Para Serpa, a reunião foi fundamental para revisar os impactos do programa, que utiliza sêmen de animais avaliados para eficiência alimentar, contribuindo para o aprimoramento da qualidade da carne e para o fortalecimento da pecuária no Estado. “Conversamos sobre novas parcerias entre a Associação Brasileira de Angus e a Faesc, visando fortalecer ainda mais a cadeia de produção de carne. Queremos que Santa Catarina avance na oferta de uma carne de alta qualidade e com identidade própria, ou seja, uma produção de carne com a marca de Santa Catarina”, afirmou Serpa.
O presidente Pedrozo comentou que o projeto consolida um trabalho iniciado em 2016, quando a ATeG foi implantada no Estado. “As doses foram distribuídas gratuitamente aos pecuaristas acompanhados pela ATeG, democratizando o melhoramento genético, ampliando a eficiência produtiva e garantindo mais competitividade e sustentabilidade às propriedades rurais catarinenses.”
Sobre a nova parceria, o dirigente afirmou que as expectativas são as melhores e destacou que a iniciativa tende a fortalecer ainda mais a pecuária de corte e impulsionar a produção de carne de excelência em Santa Catarina.
Colombo também destacou a relevância da parceria para ampliar os benefícios aos produtores, visando potencializar a produção de carne com a máxima qualidade.



