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Nutrição de precisão inclui cuidados com ração, água e ritmo do peixe

Detalhes que fazem toda a diferença nos resultados finais da produção de tilápias devem ter total atenção do piscicultor

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Para ter uma produção cada vez maior, melhor e com bons resultados financeiros é preciso que o produtor se atente a detalhes, que podem ser pequenos, mas que fazem toda a diferença nos resultados finais. Na piscicultura, apesar de muito presente em todo o país, muitos ainda são os desafios a serem ultrapassados para que a produção seja tão destacada como de outras proteínas animais em que o país já é referência mundial, como aves e suínos. Cuidados com manejo e nutrição são essenciais para que o produtor ganhe mais. E para falar um pouco mais sobre o assunto, o zootecnista e professor doutor Wilson Rogério Boscolo palestrou para produtores da região Oeste do Paraná sobre os avanços em nutrição e manejo alimentar de tilápias cultivadas em sistema intensivo, durante o 15° Seminário Regional de Piscicultura, que aconteceu em agosto, em Maripá, município que mais produz tilápias no Estado. Para ele, a produção de pescados caminha para uma nutrição de precisão, com cuidados que vão do formato da ração à alcalinidade da água.

Durante o encontro o profissional deu dicas para os produtores do que pode ser feito para melhorar o desempenho da atividade e apontou detalhes que o produtor deve se atentar para que a produção renda mais. “As formas de nutrição e manejo adequadas são essenciais que o piscicultor saiba”, menciona. Ele diz que uma boa nutrição deve atender a demanda e exigência nutricional do peixe, e o manejo correto da ração permite que o produtor saiba a quantidade e momento adequados para as diferentes fases da tilápia.

Três são os detalhes para qual o produtor deve ficar atento durante toda a produção, que são a ração, a água e o peixe. “Estes foram um tripé. Um depende do outro. Eles estão relacionados e fazem toda a diferença no sucesso da atividade”, conta Boscolo. O profissional acrescenta que a produzir tilápia ainda é um grande desafio para o produtor brasileiro, já que não é um peixe rústico, como muitos pensam. “É uma carne de excelente qualidade e que merece muitos cuidados”, afirma.

Um dos primeiros passos para melhorar o manejo alimentar é conhecer melhor o padrão da tilápia, explica o doutor. Segundo ele, é preciso se perguntar quando se deve alimentar, qual a quantidade e qual o intervalo da alimentação. Boscolo diz que são detalhes que fazem toda a diferença no resultado final. “O peixe tem um ciclo, um ritmo. É preciso trabalhar em um padrão. Se não, há queda de rendimento e uma pior conversão alimentar”, conta. Outro destaque dado pelo profissional foi a importância de manter o padrão de alimentação já estabelecido. “O peixe não sabe o que é sábado, domingo, feriado, horário de verão. Por isso é tão importante conhecer a biologia da tilápia e respeitar os horários de alimentação”, afirma.

Boscolo ainda fala sobre os picos de alimentação do animal. “Em alguns estudos notamos que há um pico maior na alimentação do peixe às 07 horas, quando o dia está clareando, e às 19, ao escurecer”, conta. Ele acrescenta que é preciso aproveitar esses picos, mas não descuidar dos horários. “O peixe não conhece horário de verão. Então, é necessário ficar atendo para que não haja perdas”, diz.

Outro fato que os piscicultores devem ficar alertas é a oxigenação da água. O profissional destaca que para que o peixe metabolize a ração ele precisa do oxigênio, para, dessa forma, produzir mais energia. “É preciso assegurar a qualidade da água para que o peixe consiga metabolizar a ração”, conta. Ele ainda acrescenta que é bem claro que, quando há alto nível de oxigênio com alta temperatura, é possível fazer com que o peixe coma mais.

Qualidade

Perguntas muito comuns para produtores são como e quando alimentar. Boscolo destaca que a qualidade da água vai interferir bastante no resultado final, por isso a necessidade de atenção. “A qualidade da água afeta o consumo e a utilização do alimento. Assim, com o contrário também acontece, já que a ração afeta diretamente na qualidade da água”, afirma. “Quando adequamos o fornecimento da ração, principalmente se baseando na temperatura da água e na condição de qualidade dessa água, nós temos assim menos amônia, comparando com outra alimentação. Com certeza, dessa forma teremos uma melhor qualidade da água e melhor ganho de peso, já que melhoramos a resposta alimentar do peixe”, afirma.

Boscolo destaca que conhecer o manejo alimentar ajuda o produtor a maximizar a produtividade e a utilização de ração, além de ganhar em conversão alimentar.

Outro cuidado destacado pelo professor foi a necessidade de o produtor cuidar também da temperatura da água. “O peixe mantém sua temperatura conforme a temperatura da água. Dessa forma, a alimentação vai acontecer conforme a temperatura do dia. Se a previsão do tempo é aumentar a temperatura, eu posso aumentar a quantia de ração oferecida”, diz. Ele ainda conta que é preciso estudar o comportamento do clima para saber como fazer o manejo alimentar. “É a aquicultura de precisão. Vou fornecer o que o peixe vai consumir, conforme vi previamente na previsão do tempo”.

Para ele, tão importante quanto alimentar os peixes e fazer com que eles comam tudo no momento do arraçoamento, evitando que a ração perca qualidade. “Quando aquela ração fica o dia inteiro na água, boiando, para o peixe consumir depois, é ruim porque essa ração perde até 90% das vitaminas”, comenta Boscolo. Ele acrescenta que, assim como os humanos, os peixes também têm uma exigência diária de vitaminas que precisam ser ingeridas. “É preciso que a ração esteja 100% redonda, não faltando vitaminas. Se não, de nada adianta o bom manejo ou uma ração de qualidade”, afirma.

“É importante, para que tenhamos sucesso na nossa produção, além de bons lucros, que prestemos bastante atenção na qualidade da água, que é essencial para uma boa nutrição, além de prestar atenção também na temperatura, oxigênio e alcalinidade dessa água, que fazem toda a diferença na produção e nos resultados finais”, sugere.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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