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Nutrição de matrizes suínas e seus efeitos na progênie

Novas fêmeas, geneticamente melhores, exigem sempre a adaptação das dietas para garantir sua produtividade e de sua futura leitegada.

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Fotos: Arquivo/OP Rural

A alimentação das matrizes com efeitos positivos ou negativos nas suas crias foi tema recorrente da Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), que aconteceu de maneira online, reunindo profissionais do setor do Brasil e do mundo, nos dias 10 e 11 de novembro. Na suinocultura não foi diferente. O professor Bruno Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dividiu seu conhecimento sobre a alimentação de matrizes suínas e os efeitos na progênie. Ele defende que novas fêmeas, geneticamente melhores, exigem sempre a adaptação das dietas para garantir sua produtividade e de sua futura leitegada.

“Fatores associados a mudanças genéticas têm impactos no estabelecimento da nutrição desses animais e impactos na progênie. Todas as etapas da vida da porca estão interligadas, mas são dois momentos mais importantes, primeira gestação e a primeira lactação, que vão impactar sobre a vida produtiva e reprodutiva do animal e terá efeito na progênie”, disse o profissional, destacando que hoje as fêmeas produzem 40 quilos de leitões ao ano e 560 litros de leite, além do continuar crescendo até o quarto ou quinto ciclo reprodutivo.

Silva destacou que, por exemplo, como as porcas têm mais tetas, precisam mais requerimentos nutricionais do que há alguns anos. “Hoje o aparelho mamário é mais numeroso. Por volta do ano 2000 eram entre 12 a 14 tetas. Hoje são até 18 ou 20. Se tem mais tetas, tem que ter requerimentos, como a lisina”, ponderou, emendando: “da mesma forma, mais leitões na gestação, mais requerimentos”.

Rações diferentes para fêmeas 

O estudioso cita que o ideal seria oferecer as rações de acordo com cada tipo de fêmea, como diferença de idade, entre outras características. “O requerimento de lisina varia durante a gestação. Em outro momento, aminoácidos são mais importantes que energia e vice versa. Geralmente as granjas trabalham com uma única ração para todas as fêmeas. Provavelmente têm desempenho da progênie e a longevidade reprodutiva comprometidos. As exigências se alteram dependendo do ciclo produtivo, das características da fêmea”, frisou.

Em sua palestra, Silva mostrou estudo em que a ração para a porca mudou vários dias, para comprovar a eficiência da nutrição de precisão na gestação. “Todos os dias a exigência muda, então nosso programa nutricional também mudou”. Os resultados apontaram que essas porcas tiveram mais nascidos totais (+2,04), nascidos vivos (+1,84), peso vivo (+113 gramas) e desmamados (+1,4) em relação ao grupo controle. “Chamo atenção para quão importante é a estratégia nutricional para a lactação. A nutrição de precisão melhorou em 15% a produção de leite”, ampliou. “Isso mostra que o ganho de peso da fêmea durante a gestação é fundamental para reserva corporal, para a lactação, entre outras questões”, destacou.

Deficiências

De acordo com o professor da UFMG, um dos principais problemas relacionados com a nutrição deficiente é maior incidência de leitões de baixa viabilidade. “Não é só baixo peso, a restrição alimentar durante a gestação limita o crescimento do trato gastrointestinal (da progênie)”. Silva explica que isso tem como resultado baixo potencial digestivo, baixa conversão alimentar e menos crescimento.

A falta de minerais também ocasiona sérios perigos para a atividade. De acordo com ele, outros estudos revelam que a falta de vitamina D, Cálcio e Fósforo piora o desempenho da atividade, com perdas sérias, como o descarte. “A vitamina D tem papel fundamental em porcas, associada ao peso fetal, ao desenvolvimento de fibras musculares”, disse, lembrando a importância dos outros dois minerais. “A deficiência desses minerais tem consequências sobre o desenvolvimento da estrutura óssea do suíno (chifose)”, disse. “Fêmeas de alta produtividade precisam mais vitamina D, cálcio e fosforo”, reforçou.

Observar a fêmea

Bruno Silva aposta na nutrição de precisão nesses dois momentos cruciais para a porca. “A exigência na lactação é dinâmica, mais que na gestação. A gestação dura 115 dias, a lactação de 21 a 28 dias. Geralmente se trabalha com valor constante, com uma única ração”, disse ao enfatizar a importância da “nutrição de precisão. “Precisamos entender para ajustar a dieta no dia-a-dia e acabar com perdas excessivas”, destacou. “Na maternidade temos um padrão de consumo distinto, o comportamento do padrão de alimentação nos mostra o que está acontecendo com a fêmea, assim como o ambiente térmico. Percebemos que, independentemente de ser verão ou inverno, 85% do consumo da fêmea é noturno”, destacou. “Não é porque eu como café, almoço e janta que a porca vai quer isso”.

Elas também perdem o apetite em outra situações, como o calor excessivo. “Por isso podemos usar aditivos, como saborizantes, palatabilizantes para melhorar o consumo. O uso de enzimas melhora a eficiência energética, gera leitões mais pesados, as leveduras vivas melhoram significativamente o peso dos leitões”, disse. Para ele, os aditivos funcionais têm papel fundamental para potencializar a utilização dos nutrientes da dieta. “A porca aproveita mais e se reverta para a progênie”, sustenta.

Para o profissional, o pior cenário criado pela deficiência nutricional é o destarte da fêmea. “É preciso respeitar as individualidades das fêmeas, por exemplo de primeiro e múltiplos ciclos. Se não considerar as exigências dinâmicas da fêmea, elas podem entrar em colapso lá na frente e não serem longevas”.

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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