Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes

Nutrição como aliada na saúde dos peixes

Além do desempenho zootécnico, as dietas aquícolas buscam um papel funcional, aumentando a resistência a patógenos nos animais sob estresses de cultivo.

Publicado em

em

Foto: Arquivo/OP Rural

Probióticos são definidos como um aditivo microbiano que tem efeito benéfico, capaz de modificar a comunidade microbiana associada ao ambiente e hospedeiro, assegurando melhor uso do alimento, melhor resposta a enfermidades, qualidade de água e seu ambiente (VERSHUERE et. al., 2000). No entanto, a seleção de bactérias para o desenvolvimento de um produto é uma tarefa que requer conhecimento, técnica e responsabilidade.

Alguns fatores influenciam diretamente a composição microbiológica dos animais aquáticos, como a pressão seletiva que ocorre dentro do intestino, composição da comunidade microbiana presente no ambiente, dieta, entre outros. Desse modo, a seleção de bactérias deverá modular a microbiota intestinal, mantendo preferencialmente, as características microbiológicas naturais e uma boa diversidade de bactérias benéficas, suprimindo bactérias patogênicas.

Com a intensificação dos sistemas de cultivo, os animais são produzidos em condições ambientais extremas, comprometendo a ambiência, aumentando os níveis de estresse dos animais e tornando-os mais suscetíveis a patógenos oportunistas. A dieta tem proporcionado ganhos importantes quanto ao desempenho produtivo e resistência a doenças. A dieta balanceada tem um papel importante no fornecimento dos nutrientes necessários para o bom desenvolvimento zootécnico dos animais, que em alguns sistemas de produção dependem totalmente de dietas industrializadas.

Além do desempenho zootécnico, as dietas aquícolas buscam um papel funcional, aumentando a resistência a patógenos nos animais sob estresses de cultivo. Os probióticos têm sido utilizados de maneira promissora na prevenção de doenças, modulando o sistema imunológico e a microbiota intestinal dos animais, estimulando a diferenciação de células caliciformes no epitélio intestinal, aumentando a proteção dos animais aos patógenos externos.

Em um trabalho realizado com tilápias alimentadas com probiótico contendo Bacillus subtilis e Bacillus cereus var. toyoi além do crescimento no tamanho da vilosidade, houve um aumento, considerável, no número de células caliciformes no epitélio intestinal dos animais que consumiram a dieta com o aditivo (MELLO, 2012).

Tabela 1. Média ± desvio padrão das células caliciformes da camada epitelial (μm) da porção média do intestino de juvenis de tilápias após 80 dias de alimentação (MELLO, 2012).

 

Figura 1 – . Fotomicrografias da camada epitelial das vilosidades da porção média do intestino de juvenis de Tilápias, mostrando as células caliciformes. A: tratamento controle; B: tratamento com aditivo probiótico mostrando maior marcação das células caliciformes. Células caliciformes (setas). Coloração: PAS. Obj. 20x (MELLO, 2012).

Resultados

Os resultados sugeriram que a dieta com aditivo probiótico interferiu significativamente na integridade da vilosidade, aumentando a altura, altura total e largura dos vilos, assim como na espessura das células epiteliais de revestimento e número de células caliciformes da mucosa intestinal. Promovendo, assim, uma maior proteção contra agentes patogênicos externos.

Seleção de cepas
Antes do processo de produção de probióticos, é importante que as cepas tenham algumas propriedades desejáveis como qualidade na industrialização; cepas capazes de promover efeitos benéficos (como melhor eficiência alimentar e maior resistência a doenças); não serem patogênicas; serem resistentes a pH baixo e ácidos orgânicos e que sejam viáveis por longos períodos, nas condições normais de estocagem. Os microrganismos selecionados são armazenados em bancos de dados biológicos preservando e mantendo as características genéticas das bactérias.

Figura 2. A – Cepa probiótica, após o período de incubação em disco com Ágar BHI. B, delimitado com auxílio de ponteira estéril. C – Cepa em alça de semeadura estéril. D – Placa com meio contendo bactéria patogênica, após a inserção dos discos com probióticos.

Além disso, é importante verificar se as cepas selecionadas apresentam característica antagônicas às bactérias patogênicas, com importância para aquicultura. As bactérias probióticas possuem a capacidade de sintetizar compostos bacteriostáticos e bactericidas que paralisam e matam bactérias patogênicas. Essa avaliação pode ser feita através de um antibiograma, procedimento onde os inóculos contendo as bactérias probióticas são incubados em placas com bactérias patogênicas para avaliar se há a produção de compostos inibitórios.

Depois da inoculação, as placas são incubadas. A resposta de inibição pode ter tempos diferentes, de acordo com cada bactéria patogênica, portanto o avaliador deverá monitorar cada teste. O halo de inibição criado deve ser medido em milímetros.

 Tabela 2. Diâmetros dos halos de inibição observados sobre cultivos de bactérias patogênicas para peixes de águas quentes, peixes de águas frias e camarões desafiados com cepas probióticas da Imeve.

 

Figura 3. Halo de inibição do produto LACPRO frente as bactérias Piscirickettsia salmonis EM-90 (superior) e Piscirickettsia salmonis LF-89 (inferior) incubadas por 72 horas. Bactérias patogênicas para salmonídeos.

Após atender aos critérios de seleção e à resposta frente a bactérias patogênicas, os probióticos passam pelo processo de industrialização. Esse processo é tão importante quanto os demais, pois o sucesso na utilização do probiótico também está relacionado à maneira de fabricação, garantindo um produto de qualidade para o cliente final.

Produção de probiótico

São utilizados diversos grupos de microrganismos para a produção dos aditivos probióticos. Dentre as bactérias utilizadas pela IMEVE estão as bactérias intestinais Bifidobacterium bifidum, Lactobacillus acidophilus e Enterococcus faecium e os bacilos, Bacillus cereus var. toyoi, Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis.

Figura 2. Bactéria intestinal Enterococcus faecium do acervo de bactérias da Imeve.

Para os microrganismos liofilizados é necessário o cultivo individual de cada cepa microbiana em meios de cultura, condições atmosféricas e temperaturas específicas. As cepas matrizes devem ser semeadas tomando-se o cuidado de observar, antes da semeadura, a sua pureza. A partir das cepas matrizes, inicia-se a multiplicação dos microrganismos para posterior inoculação nos biorreatores, essa fase de produção é denominada pré-inoculação.

Após a pré-inoculação, o conteúdo é transferido para o biorreator onde acontece o processo de multiplicação até a obtenção de crescimento adequado. Em seguida, é realizada a concentração do multiplicado em sistema específico de filtração, para que a quantidade de microrganismos por mililitro possa ser elevada e a concentração do produto potencializada. Após a obtenção da massa microbiana, coloca-se o veículo para o congelamento e posterior liofilização. A liofilização consiste na retirada da água intracelular dos microrganismos congelados por sublimação, evitando a formação de cristais de gelo, capazes de provocar danos às estruturas celulares.

Após o processo de liofilização, os microrganismos são envasados e armazenados em temperatura adequada. Durante o processo produtivo é necessário a retirada de amostras para se avaliar a qualidade da multiplicação microbiana. As medidas adotadas dentro do controle de qualidade incluem a confirmação da pureza, através de coloração de Gram e semeadura em meios seletivos para os diferentes microrganismos e observação da morfologia de suas colônias.

A complexidade dos processos para a produção de um aditivo probiótico deve ser resumida em um produto de alta qualidade, capaz de melhorar o desempenho na produção animal e contribuir para a saúde do plantel. Todavia, o produtor deve entender que as biotecnologias empregadas no sistema de produção são ferramentas importantes para que se possa aumentar a produtividade, no entanto, em hipótese alguma, a utilização de aditivos profiláticos irá isentar o produtor de manter o monitoramento constante dos animais, adotar medidas sanitárias e manejos adequados para o cultivo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na aquicultura brasileira acesse gratuitamente a versão digital 2ª edição Especial Aquicultura.

Fonte: Por Dr. Renato de Almeida, gerente da linha de Aquicultura e Jean Carlos Alves, gerente industrial, da Imeve S.A.

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Publicado em

em

Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

Publicado em

em

Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

Publicado em

em

Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.