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Suínos / Peixes

Nutrição adaptada às condições em que os suínos são expostos otimizam estado imunológico

À medida que o setor enfrenta desafios cada vez mais intensos devido ao crescimento do tamanho dos animais e à intensificação das práticas de produção, a busca pela saúde ideal do rebanho exige uma abordagem mais holística, onde todas as partes do programa de produção devem se encaixar harmoniosamente.

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Foto: Arquivo/OP Rural

A célebre frase “somos aquilo que comemos” é igualmente válida para os suínos. Uma alimentação balanceada e completa torna os suínos mais resistentes a infecções bacterianas e parasitárias, o que pode ser atribuído a uma melhor integridade dos tecidos corporais, aumento na produção de anticorpos, reforço da imunidade a doenças, maior capacidade desintoxicante, regeneração sanguínea otimizada, entre outros fatores.

Contudo, à medida que o setor enfrenta desafios cada vez mais intensos devido ao crescimento do tamanho dos animais e à intensificação das práticas de produção, a busca pela saúde ideal do rebanho exige uma abordagem mais holística, onde todas as partes do programa de produção devem se encaixar harmoniosamente. “A saúde dos suínos está intrinsecamente ligada à nutrição adequada e, quando os animais estão saudáveis, eles aproveitam melhor os nutrientes fornecidos, podendo até mesmo exigir uma maior quantidade de nutrientes devido à sua maior capacidade de crescimento e desenvolvimento”, enalteceu o professor doutor do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), Cesar Garbossa, durante a 2ª edição do Dia do Suinocultor O Presente Rural Frimesa, realizada de forma híbrida no dia 20 de julho, em Marechal Cândido Rondon, PR.

Cesar Garbossa, durante a 2ª edição do Dia do Suinocultor O Presente Rural Frimesa, realizada de forma híbrida no dia 20 de julho, em Marechal Cândido Rondon, PR. – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Neste contexto, a nutrição emerge como uma peça-chave na busca por soluções eficazes para enfrentar os desafios sanitários da atividade. “Um dos desafios mais importantes na suinocultura é o controle de doenças infecciosas, que podem se disseminar rapidamente pelo rebanho. Através de uma nutrição balanceada e personalizada é possível fortalecer o sistema imunológico dos animais, tornando-os mais resistentes a infecções e doenças”, frisou, acrescentando: “Um planejamento nutricional sólido e embasado em conhecimentos científicos é o alicerce para alcançar resultados positivos para a suinocultura e a garantia de uma produção saudável e sustentável”.

Além disso, a nutrição desempenha um papel crucial na manutenção da saúde intestinal dos suínos. A utilização de aditivos e ingredientes funcionais na alimentação pode contribuir para o equilíbrio da microbiota intestinal, reduzindo o risco de infecções e melhorando a absorção de nutrientes essenciais.

Através de uma nutrição adequada, é possível melhorar a saúde dos animais e reduzir a necessidade de tratamentos antimicrobianos, contribuindo para a preservação da eficácia desses medicamentos na medicina humana. “Com a eliminação do uso de melhoradores de desempenho e a pressão para reduzir o uso geral de antibióticos na produção, é cada vez mais importante entender como o status imunológico afeta os requisitos de nutrientes e como as formulações de rações podem ser ajustadas para apoiar a robustez animal para além do desempenho de crescimento”, pontua o docente da FMVZ/USP.

A busca por uma produção suinícola sustentável também passa pela nutrição responsável. A otimização da formulação de dietas, considerando a eficiência alimentar e a redução do impacto ambiental, é um aspecto essencial na busca por uma produção mais sustentável. “Zootecnistas devem incorporar os requisitos de saúde animal em futuros programas de nutrição, considerando diversas estratégias nutricionais, adaptadas às condições específicas às quais os suínos são expostos, para otimizar o sistema imunológico e a produtividade desses animais”, ressalta Garbossa.

No entanto, os sistemas de produção de suínos expõem os animais a uma variedade de agentes imunoestimulantes, que afetam a utilização de nutrientes no suíno para apoiar a resposta imune. “Com as reduções no uso de antibióticos, há uma maior necessidade e foco na pesquisa de possíveis estratégias nutricionais para manter a saúde e o desempenho dos animais quando os suínos são expostos a condições imunoestimulantes”, expõe o profissional.

Estimulação do sistema imunológico

Diferentes estressores podem afetar a produtividade de maneiras distintas e as fases e o sexo dos suínos também têm influência nesse contexto. Mas por meio da nutrição e outras estratégias de suporte é possível manipular o sistema imunológico dos animais. Isso inclui a supressão da presença e ação de patógenos, a busca por maior resiliência na reprodução e o controle do sistema imunológico para evitar respostas descontroladas. “A estimulação do sistema imunológico resulta em alterações na concentração de proteínas de fase aguda circulantes, como a proteína C-reativa, amiloide A sérica, haptoglobina e porco-MAP. Além disso, ocorre a proliferação de células imunes, como linfócitos clonais e diferenciação de monócitos, bem como a secreção de diversas moléculas secretadas por células imunes, incluindo citocinas e imunoglobulinas, e hiperplasia do tecido linfóide. Essa estimulação do sistema imunológico acarreta alterações nas exigências de aminoácidos, visto que a prioridade anterior de formação de tecido muscular é desviada para a proteção dos animais. Essas adaptações são fundamentais para fortalecer a resistência e a saúde dos suínos, garantindo uma produção mais saudável e eficiente”, enfatiza.

Há evidências robustas mostrando que a alimentação com dietas suplementadas com lipolissacarídeos e aminoácidos pode superar os efeitos negativos da proteína não digerida na saúde gastrointestinal. Além disso, a pesquisa tem destacado cada vez mais o aminoácido não apenas como blocos de construção da proteína muscular, mas também como agentes funcionais. “A suplementação com aminoácidos tem demonstrando melhoras no desempenho e no estado imunológico dos suínos. A alimentação com diferentes fontes e níveis de fibras pode otimizar a saúde gastrointestinal, promovendo o desenvolvimento e a renovação intestinal e modulando positivamente a microbiota”, salienta.

E para o período pós-desmame, Garbossa sugere aumentar a complexidade da dieta incorporando ingredientes altamente digeríveis, de origem animal, e suplementar as dietas com ácidos orgânicos ou metabólitos secundários de plantas para melhorar a capacidade dos animais em lidar com o desmame na fase de transição. “No geral, os zootecnistas vão precisar incorporar os requisitos de saúde animal em futuros programas de nutrição e considerar várias estratégias nutricionais, dependendo das condições específicas às quais os suínos são expostos, a fim de otimizar o estado imunológico e a produtividade dos suínos”, reforça Garbossa.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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