Suínos
Novos mercados sinalizam dias melhores para a suinocultura, avalia ABPA
De acordo com o palestrante, o mercado mundial de carne suína apresenta oportunidades crescentes para o Brasil, que possui uma boa negociação com os países asiáticos, em especial com a China e que também tem conquistado novos mercados em decorrência da peste suína enfrentada pelo continente europeu.

O diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, participou da programação da 2ª edição do Dia do Suinocultor O Presente Rural Frimesa, em 20 de julho, em Marechal Cândido Rondon, PR. Ele apresentou um panorama sobre o mercado de carnes, destacando o setor suinícola brasileiro como um dos mais avançados do mundo por uma combinação de fatores, como recursos naturais, disponibilidade de grãos, produção integrada, investimentos em tecnologia, flexibilidade, variedade de mercados e um status sanitário exemplar. “Esses aspectos posicionam o Brasil como referência no setor. Somos exemplo na oferta de uma carne com sanidade e boa procedência, além de muitas outras importantes características”, afirmou.
Rua expôs um paralelo sobre o cenário mundial no qual a produção suinícola estava inserida, em 2022, e agora, em 2023. “Nos últimos anos o setor de suínos enfrentou problemas muito complexos, em especial no ano passado, quando tínhamos a ‘tempestade perfeita’, que era os resquícios da Covid-19, a guerra da Rússia e Ucrânia, aumento nos valores dos insumos, peste suína, influenza aviária, entre outras dificuldades. Agora já temos um retorno melhor do pós-pandemia e também os preços dos grãos tiveram uma significativa baixa. Muitos dos problemas já foram superados”, observou.
“Neste ano de 2023, as exportações já registram um aumento de 16% no volume exportado no primeiro trimestre, demonstrando um crescimento contínuo”, avaliou, apresentando um panorama da evolução da produção de suínos no Brasil. “A produção brasileira de carne suína foi impulsionada pela adoção de tecnologias e melhoramento genético. Nosso país vive um crescimento impressionante na produção, passando de menos de um milhão de toneladas em 1980 para 4,983 milhões de toneladas em 2022”, pontua.
De acordo com o palestrante, o mercado mundial de carne suína apresenta oportunidades crescentes para o Brasil, que possui uma boa negociação com os países asiáticos, em especial com a China e que também tem conquistado novos mercados em decorrência da peste suína enfrentada pelo continente europeu. “A crise de peste suína na Europa acabou possibilitando a abertura de novos mercados para o Brasil, isso é muito importante, porque a busca por novos mercados é uma estratégia essencial para garantir a sustentabilidade do setor suinícola brasileiro, evitando a dependência de um único cliente. Nesse sentido, o Brasil já expandiu suas exportações para 88 países até 2022, um aumento significativo em relação aos 37 países para quem exportávamos em 2000”.
Rua afirmou que muito em breve o Paraná deve registrar a abertura dos mercados com República Dominicana e Chile. “A tendência é aumentar o volume de exportações, a abertura de novos mercados como México e Peru tem ajudado nisso. Nós da ABPA observamos que o Brasil é o país que mais ganhou acesso ao mercado de exportações”, disse.
Tendências mundiais
O palestrante também discorreu sobre algumas tendências mundiais que estão sendo observadas. Ele acredita que a Europa deve continuar sofrendo com a peste suína e que por isso deva diminuir sua produção. Já os Estados Unidos vêm diminuindo o número de matrizes, mas melhorando a eficiência, ou seja, estão produzindo mais carne com menos animais. “Canadá e Estados Unidos continuam competitivos no mercado internacional, mas podem desacelerar a produção à medida que o consumo diminui”.
Luis Rua afirmou também que o setor suinícola precisa entender as ações que estão sendo tomadas no Brasil e no restante do mundo para que possa planejar ações que gerem bons resultados. “Precisamos ficar atentos às tendências que estão sendo apresentadas em todo o mundo e continuar entregando uma carne certificada com sanidade. Temos potencial para a criação de novas marcas e produtos que podem agregar muito valor à nossa produção”, citou.
O Momento
O presidente da Frimesa, Elias Zydek, acompanhou a palestra e destacou o bom momento das exportações, apesar da queda nas receitas. “A palestra do Rua mostrou que o Brasil está assumindo maiores volumes de exportação nos mercados internacionais, o que é bastante positivo, entretanto, neste momento a margem de lucro é muito pequena, em alguns momentos até negativa, mas precisamos escoar a nossa produção. Nossa expectativa é que a diminuição nos preços dos grãos ajudem a diminuir o custo de produção para que a exportação seja viável. O caminho é a ampliação da exportação e esse é o desafio da suinocultura do Brasil”.
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Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.



