Avicultura
Novos conceitos do uso de fibras nas dietas de aves
Fibra de alta insolubilidade normaliza o fluxo da digesta com menos cólicas e enterites, menor antiperistaltismo do intestino inferior, excretas mais secas, com menor proliferação de insetos, melhor ambiente com menos problemas respiratórios e menos enteropatogenias.

Ao longo do desenvolvimento da produção de carne de frangos de corte e ovos de poedeiras comerciais, sempre houve a necessidade de avançar nos conhecimentos referentes a nutrição dessas aves para acompanhar todo o trabalho de genética e melhoramento dos índices de produção para se conseguir o melhor desempenho zootécnico.
Dessa forma, as dietas dessas aves, ficaram cada vez mais densas em nutrientes de alta digestibilidade, para atender as altas demandas de nutrientes para a manutenção da produção. Por outro lado, foram negligenciados os problemas que essas dietas altamente concentradas, com baixos teores de fibra acarretaram na fisiologia digestiva dessas aves. A ausência de ingredientes com características insolúveis para compor todo o bolo alimentar tem causado vários problemas nos processos digestivos e absortivos com perda da eficiência nutricional das rações.
A partir dessas constatações, houve a necessidade de aprofundar os estudos sobre fibras para as rações, com resultados interessantes. Ao longo dos últimos anos, nutricionalmente, a fibra bruta das rações era considerada como fator antinutricional e que afetava de forma negativa o desempenho das aves.
Por outro lado, baseado nos problemas fisiológicos do trato digestório, houve uma corrida de estudos com uma verdadeira tempestade de novas ideias que já mostram outra ótica do uso de novas fibras com características que atendem às necessidades de todo o processo digestivo e absortivo, com reduções dos problemas ligados a digestão e absorção dos nutrientes, com efeitos interessantes na saúde intestinal, assunto que tem sido altamente discutido, dada a sua importância em todo o processo.
Os componentes das fibras insolúveis bem como as solúveis tem efeitos diretos no processo digestivo e absortivo, com modificações importantes na morfologia intestinal, no desenvolvimento de órgãos e principalmente na modulação de todo o microbioma intestinal, que exerce o maior efeito em toda a saúde do intestino.
Os resultados do uso da fibra irá depender de uma série de fatores, como os teores da fração insolúvel e solúvel, dos níveis de inclusão nas rações, das características físicas da fibra como tamanho de partículas e da contribuição na ação das enzimas digestivas e da sua participação no peristaltismo progressivo do intestine melhorando a ação das camadas musculares circulares e longitudinais, auxiliando a associação substratos/enzimas e sucos intestinais resultando em melhorias gerais de todo o processo digestivo e absortivo do trato digestório.
A fibra insolúvel, devido suas propriedades de insolubilidade em água, permanece por maior tempo na moela dos frangos, permitindo assim, uma taxa de passagem que promove maior contato da digesta com as enzimas, favorecendo a digestibilidade de todos nutrientes e em especial dos aminoácidos, cálcio e fósforo presentes na dieta.
Essas fibras insolúveis não formam gel e sua fermentação é limitada, agem aumentando a população de bactérias benéficas reduzindo as patogênicas, principalmente Clostridium, Salmonelas e E. coli. Portanto, uma fonte de fibra com maior teor de insolubilidade favorece todo o conjunto do processo digestivo permitindo o melhor desempenho zootécnico.
Fibra solúvel
A fibra solúvel tem grande capacidade de absorver água e de formar gel no trato gastrointestinal, aumentando sua viscosidade, diminuindo a área de contato das enzimas, prejudicando a absorção de nutrientes presente na dieta. Esse tipo de fibra exerce interferência sobre a taxa de passagem, o que acarreta também em menor absorção dos nutrientes essenciais para o desenvolvimento do animal.
Ao nível fisiológico, o melhor desenvolvimento de toda morfologia intestinal, com vilosidades mais bem formadas e de maior tamanho, possibilitando maior área de digestão e absorção, associado a modulação da microbiota favorável, permite resultados interessantes que devem ser levado em conta ao usar a fibra como componente essencial nas rações de frangos de corte e poedeiras comerciais.
Varias pesquisas foram e estão sendo desenvolvidas comprovando todos esses efeitos benéficos desse ingrediente que tem alta importância em toda a nutrição e alimentação das aves. Incrementos na digestão e absorção de aminoácidos e minerais de forma geral, tem contribuído significativamente no fornecimentos dos nutrientes essenciais responsáveis pelo bom desempenho das aves de corte e postura.
Além desses efeitos fisiológicos e nutricionais nas aves, tem sido observado ao nível de fábrica, redução significativa de finos e aumento significativo no PDI das rações peletizadas. Esses efeitos são traduzidos em maior uniformidade de peso nas criações de frangos de corte, com reduções significativas das diferenças no desempenho entre as aves no início do comedouro comparadas com as aves de final de linha dos comedouros. Quanto maior teor de finos e menor PDI, maiores as diferenças no desempenho.
Para o uso correto das fontes de fibra da ração é fundamental conhecer a sua composição e seus impactos na nutrição das aves que tem o objetivo principal, a transformação de recursos alimentares de menor valor em alimentos de alto valor biológico para o consume humano.
Finalizando, a fibra de alta insolubilidade normaliza o fluxo da digesta com menos cólicas e enterites, menor antiperistaltismo do intestino inferior, excretas mais secas, com menor proliferação de insetos, melhor ambiente com menos problemas respiratórios e menos enteropatogenias. No conjunto, os benefícios são muitos ao nível orgânico e de ambiente favorecendo o bem-estar das aves, configurando sem dúvida, a melhor saudabilidade geral nas criações desses animais.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




